Por DANILO CARLOS GOMES
Crônica publicada originalmente no Correio Braziliense, edição de 02/12/2025.
Nesta terça-feira, 2 de dezembro, celebram-se os 200 anos de nascimento do imperador D. Pedro II, nascido na cidade do Rio de Janeiro. Governante muito culto, poeta, divulgador do progresso, da educação, do telefone, das ferrovias, da fotografia, dos avanços tecnológicos, deixou para a filha, a princesa Isabel, a assinatura da lei que extinguiu a escravidão no Brasil, um tema sociopolítico sempre polêmico. Derrubado por um golpe militar ligado ao positivismo de Augusto Comte, em 15 de novembro de 1889, o imperador e sua família foram cruelmente expulsos do Brasil. Dona Tereza Cristina morreu de desgosto, no mesmo ano, na cidade do Porto, em Portugal. Em 1891, o imperador morreu num modesto hotel, em Paris, de desgosto e pneumonia. Inumeráveis historiadores escreveram importantes obras sobre D. Pedro II; entre eles, Pedro Calmon, Hélio Vianna, José Murilo de Carvalho, Paulo Rezzutti, Mary Del Priore, Heitor Lyra, Alcindo Sodré, Alfredo d'Escragnolle Taunay, José Theodoro Menck, Lília Moritz Schwarcz, cujo livro As barbas do imperador estou lendo.


7 comentários:
Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...
Prezad@,
Tenho o prazer de encaminhar-lhe a crônica de DANILO GOMES em comemoração ao 200º aniversário do nascimento de Dom Pedro II, que governou o Brasil por quase 50 anos. Foi um soberano culto e erudito. Ao subir ao trono em 1840 antes de completar 15 anos, compreendia 15 línguas, inclusive o sânscrito e o hebraico. Mas o que mais o distinguia, em minha opinião, foi que respeitava a liberdade de expressão durante todo o período do seu governo. Os jornais tinham a liberdade de manifestar livremente o que pensavam dos atos e feitos do governo, sem qualquer restrição por parte do monarca.
Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2025/12/bicentenario-de-dom-pedro-ii.html
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Jorge Antunes (maestro, ex-professor universitário, compositor, precursor da música eletrônica no Brasil, reconhecido internacionalmente) disse...
2 de dezembro
1825-2025
Hoje devemos celebrar os 200 anos de nascimento de Dom Pedro II. A todas e todos que, como ele e eu, vivemos a dorida experiência do exílio fugindo de golpes militares, dedico esta homenagem, reproduzindo um dos sonetos que o velho imperador escreveu durante seu exílio em Paris:
Espavorida agita-se a criança,
De noturnos fantasmas com receio,
Mas se abrigo lhe dá materno seio,
Fecha os doridos olhos e descansa.
Perdida é para mim toda a esperança
De volver ao Brasil; de lá me veio
Um pugilo de terra; e nesta creio,
Brando será meu sono sem tardança...
Qual o infante a dormir em peito amigo
Tristes sombras varrendo da memória,
Oh doce Pátria, sonharei contigo!
E, entre visões de paz, de luz, de glória,
Sereno aguardarei no meu jazigo
A justiça de Deus na voz da História!
Heitor Garcia de Carvalho (pós-doutorado em Políticas de Ensino Superior na Faculdade de Psciologia e Ciências da Informação na Universidade do Porto, Portugal (2008)) disse...
Bons tempos!!!
Heitor Garcia de Carvalho (pós-doutorado em Políticas de Ensino Superior na Faculdade de Psciologia e Ciências da Informação na Universidade do Porto, Portugal (2008)) disse...
Instituições que moldaram o país
O legado mais visível de seu governo está na criação e no fortalecimento de centros de pesquisa que existem até hoje. O Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, recebeu um impulso decisivo durante seu reinado e segue como referência em astronomia e geofísica no país. Da mesma forma, o Museu Nacional, apesar do trágico incêndio de 2018, foi, por mais de um século, o epicentro da ciência natural brasileira, um projeto diretamente apoiado por ele.
Sua visão ia além das fronteiras. Dom Pedro II financiou viagens de cientistas brasileiros ao exterior e atraiu pesquisadores estrangeiros para o Brasil, fomentando um intercâmbio de conhecimento essencial. Ele se correspondia com algumas das maiores mentes de sua época, como o químico Louis Pasteur e o inventor Alexander Graham Bell, inserindo o Brasil no debate científico global.
Esse incentivo não era um ato isolado. O imperador entendia que o progresso do país dependia diretamente da educação e da inovação. Prova disso foi o apoio a áreas estratégicas como a agricultura, com a criação de institutos que buscavam modernizar as técnicas de cultivo e impulsionar a economia nacional.
A infraestrutura de conhecimento que ele ajudou a construir serve como base para muitas das pesquisas desenvolvidas no Brasil atualmente. Os projetos culturais e educacionais que hoje se inspiram em seu exemplo, como parte das comemorações de seu bicentenário, apenas reforçam a relevância de um governante que via na ciência o verdadeiro caminho para o futuro.
João Carlos Ramos (poeta, escritor, membro e ex-presidente da Academia Divinopolitana de Letras e sócio correspondente da Academia de Letras de São João del-Rei e da Academia Lavrense de Letras) disse...
Obrigado, Braga!
Elza Zarur (cronista e colaboradora do Coletivo Maria Cobogó, em Brasília) disse...
Prezado Danilo, nosso amigo querido.
Gostamos muito de receber essa crônica!!
Como sempre, sua diferenciada cultura aparece em cada comentário.
Sabe que não sabíamos que Dom Pedro conhecia 15 línguas.
Sem dúvida, soberano culto e erudito.
Receba nosso abraço saudoso e amigo!!
Elza e Carlos Zarur
Benjamin Batista (fundador de diversas Academias de Letras na Bahia, presidente da Academia de Cultura da Bahia, showman e barítono de sucesso) disse...
Excelente.
Abraço
Saúde.
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