Gentil Palhares, "quando, nos campos nevados da Itália, integrava a Expedição Brasileira que foi defender a nossa honra ultrajada (Nápoles, 1944)" |
"Gentil Palhares era natural de Formiga-MG, onde nasceu em 9 de março de 1909, filho de Olivério de Fontes Palhares e de Maria Clara de Melo, respectivamente contador e partidor no Fórum local e professora. Transferiu-se para São João del-Rei aos cinco anos, onde residia seu avô materno, Antônio Rodrigues de Melo, homem de vasta cultura, professor e latinista.
Estudou no Grupo Escolar João dos Santos e, posteriormente, no Ginásio Santo Antônio e no Seminário do Caraça, para onde seguiu em 1923.
Voltou à sua terra natal, Formiga, para trabalhar na casa comercial de seu primo José Maria Palhares, naqueles tempos a maior casa de varejo do Oeste de Minas.
Em 1930 seguiu para Araxá, onde trabalhou na Singer como viajante comercial até 1932, quando retornou a São João del-Rei para ingressar no Exército como soldado. Fez carreira. Tomou parte na Segunda Guerra mundial como sargento, seguindo para os campos da Itália em 22 de setembro de 1944. No seio do Exército recebeu as seguintes condecorações: Medalha de Campanha, Medalha de Esforço de Guerra, Medalha do Pacificador, Medalha do 1º Congresso Nacional dos Veteranos de Guerra e Medalha dos 30 anos do Término da Guerra. Regressando da Itália, continuou no Exército, no 11º Regimento de Infantaria, até 1957, quando passou para a reserva como Primeiro Tenente.
Já na reserva, foi nomeado Chefe do Serviço de Recrutamento na cidade de Passos, onde permaneceu até 1959, quando regressou definitivamente a São João del-Rei, de quem recebeu, muito merecidamente, o título de cidadão honorário.
Em 1937, quando servia como cabo na Escola de Aviação Militar do Rio de Janeiro, casou-se com a carioca Elvira Coelho dos Santos, com quem teve oito filhos.
Foi Assessor de Imprensa da Prefeitura de São João del-Rei, de forma graciosa, na gestão do Prefeito Dr. Milton de Resende Viegas, colaborando também, ininterruptamente, com a imprensa local, levando seu saber aos leitores através dos mais variados artigos e crônicas. (...) Seus textos versavam sobre os mais variados temas.
Publicou também os seguintes títulos: De São João del-Rei ao Vale do Pó; A morte de Frei Orlando - crônicas; Roteiro Turístico de São João del-Rei; Histórico do Minas Futebol Clube; Frei Orlando, o Capelão que não voltou; São João del-Rei na Crônica; e De Tomé Portes a Tancredo Neves. Desses destacam-se dois que enaltecem Frei Orlando, Capelão do 11º R.I. na Itália e que lá tombou a serviço de Deus e da Pátria — o que demonstra mais uma faceta generosa da personalidade de Gentil Palhares, pelo fato de que, sendo espírita praticante, não deixava de respeitar e reconhecer os valores pessoais daqueles que seguiam os mais diferentes credos religiosos. O saudoso bispo Dom Delfim Ribeiro Guedes costumava referir-se a ele sempre como seu Grande Amigo Espírita. E o fato de sua esposa ser católica praticante nunca foi óbice para que tivessem vivido, por toda a vida, em perfeita harmonia e comunhão. (...)
Pessoa de espírito ativo, irrequieto, pertenceu às mais diversas instituições culturais, tais como: Academia Municipalista de Minas Gerais, Academia de Letras de São João del-Rei, Academia de Letras de Ipatinga, Academia de Letras de Barbacena, Instituto Brasileiro de Estudos Sociais de São Paulo, Instituto Histórico de Juiz de Fora e Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei.
Foi presidente da Associação dos Ex-Combatentes por duas gestões. (...) Erigiu o busto de Frei Orlando, na Av. Andrade Reis, em São João del-Rei. Foi também presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos, membro do Conselho Fiscal do Minas Futebol Clube, secretário da Academia de Letras de São João del-Rei e presidente do Centro Espírita Amor e Caridade. (...)
Faleceu em 11 de junho de 1994, aos 85 anos. (...)" (Breves notas biográficas extraídas do Discurso de Defesa do Patrono, pronunciado pelo Confrade José Carlos Hernández Prieto em 1º de julho de 2012 na sede do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, conforme Ata nº 471.)
Por outro lado, é atribuído aos historiadores Tenente Gentil Palhares e Dr. Paulo Christofaro o achado do primeiro Estatuto do Minas Futebol Clube (MFC), que não se achava registrado em um livro próprio e bastante corroído pela ação do tempo, junto a José Galo, outro torcedor do MFC.
(Cf http://mineirosdomfc.blogspot.com.br/2009/07/historico-do-minas-f-clube.html)
(Cf http://mineirosdomfc.blogspot.com.br/2009/07/historico-do-minas-f-clube.html)
11 comentários:
MUITO BEM!
TENHO DELE A BIOGRAFIA DE FREI ORLANDO.
ABS.
ROGÉRIO
Caríssimo amigo Braga, paz! Quanta emoção ao ler os textos da lavra do grande Tenente Gentil Palhares! Maior emoção, vê-lo fardado, postura altiva, elegante, após um desfile! Lembro-me muito bem dele, já na Reserva, sentado junto à janela de sua residência, à rua Resende Costa, 224, hoje Rua Ten Gentil Palhares, que, ao me ver, saudava-me, sorrindo:"Bom dia, está bonzinho?". Eu era,adolescente e, sinceramente, não tinha ideia de estar passando diante de um gigante. Já em Campo Grande, há 23 anos, quando escrevi sobre Frei Orlando, buscando dados nas obras de Gentil Palhares, é que meus olhos e coração se abriram para o insigne escritor. Prestei-lhe, singela homenagem, no CONVERTEI-VOS. Enviei-lhe um exemplar, mas ele já estava muito alquebrado! Em 1964, ele que lutara na Segunda Guerra mundial, na Itália, apresentou-se ao Comando do 11, desejoso de lutar contra os comunistas!
Gentil Palhares é padrinho de Crisma de meu querido irmão, Benigno. Ele era muito amigo de meu pai e seu vizinho, José Venâncio Parreira. Quando Benigno Parreira, Capitão e maestro, foi promovido a Subtenente, Gentil Palhares, ao escrever uma de suas belas obras, 'SÃO JOÃO DEL-REI NA CRÔNICA', dedicou uma de suas crônicas ao meu irmão com o título 'SUBTENENTE BENIGNO PARREIRA".
Ó terra querida, como Deus a abençoa dando-lhe tão ilustres filhos ao longo dos séculos... Tiradentes, Nhá Chica, Abgar Antonio Campos Tirado (meu professor), Luís França (meu primeiro professor de violino), Aluízio José Viegas (meu irmão do coração), Monsenhor Sebastião Raimundo de Paiva, Francisco José dos Santos Braga, Benigno Parreira, Maria Stella Neves Vale (minha saudosa professora) e tantos outros que, ainda que não citados, formam um grande luzeiro a iluminar a História da Pátria!
Muito obrigado, Braga!
Caro amigo Francisco Braga, boa noite!
Será uma honra e alegria compartilhar de seus importantes trabalhos.
Desejo-lhe muito sucesso.
Um grande abraço,
Lindomar Gomes
Gentil Palhares teve um valor inestimável quanto às efemérides e dados de nossa cidade no tocanto ao teatro, cultura, religião etc.
Li algum artigo dele sobre Frei Orlando. Muito bom!
João Bosco
Muito bom
Obrigada
Meu prezado amigo FJSBRAGA, li abraçado com a saudade o seu email sobre Gentil Palhares. Guardei os escritos sobre a nossa São Joao Del Rey.
Eu disse, perante os presentes, no IHG de SJDR que eu tenho esta cidade como a minha segunda terra natal.
Aí cheguei em fevereiro de 1953 e fiquei ate dezembro de 1957. Parti para continuar meus estudos e levei São João Del Rey no meu coração e nele ficará até chegar o fim de meu tempo.
Parabens mais uma vez.
Seu amigo, Lúcio Flávio.
PS Desculpe me pela demora na resposta deste emai, deixei o dormindo em meu coração.
Não conheci o Tenente Gentil Palhares,mas tenho seu livro "De São João Del Rey ao Vale do Pó"( editado nos anos 50),que guardo como se fosse uma Bíblia Sagrada; e, que traduz com palavras simples e concretas,todo o Universo dos Heróis da FEB na Itália. O livro tem a dedicatória do autor, que ao meu ver, enobrece ainda mais sua obra. Vejo que certas pessoas não deviam morrer nunca. Meu tio avô Moacyr Mendes, também esteve lá na Itália. Na cidade de Entre Rios de Minas, tem até Rua com seu nome.Parabéns a cidade de São João Del Rei, pelos Heróis e Figuras Notáveis do lugar.
Sei quase tudo sobra a II Guerra Mundial, por ter lido quase tudo sobre ela, nas mais variadas (sofisticadas) versões e apresentações; mas o melhor relato de guerra que mais me impressionou foi um pequeno e surrado livro (sem capa, que alguém estava jogando no lixo, se eu não chegasse a tempo), de 1957, de autoria de um ancestral desconhecido Tenente G. Palhares, que pertenceu ao 11º R.I. (MG) que fez sua história no Front Italiano. Nesse indelével (e desconhecido) compêndio encontra-se um inexorável e inesquecível relato de quem desbravou todas as montanhas do "Vale do Pó" (W, N e NW italianos), em meio ao tenebroso e pesado fogo serrado da artilharia alemã. Nele, emocionou-me o a epopeia de um "infeliz" Sargento, comandando um pelotão de soldados, em uma missão rumo "ao inferno"...
Ele, agora, é o mais feio e surrado livro de meu acervo, mas um dos mais preciosos, pela força e valor das sofridas verdades de sua narrativa, livre e isento de qualquer artimanha política ou distorcidas ilusões ambiciosas.
A.Pedro
Curitiba, PR
Parabéns aos autores. Grandes lembranças.
Belas vivências. Como é bom saber dessas histórias.
Bravo
Que as gerações saibam da grandeza de nossos heróis
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