terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

ATA DESCRITIVA DAS REUNIÕES SOLENES EM COMEMORAÇÃO À SEMANA GUIMARÃES ROSA E AO 3º ANIVERSÁRIO DA ACADEMIA ITAUNENSE DE LETRAS-AILE


ATA 42ª / 2018


Nos dias 10 a 16 de setembro de 2018, realizaram-se as solenidades da Semana Guimarães Rosa e Aniversário da Academia Itaunense de Letras – AILE, fundada no dia 16 de setembro de 2015, cuja programação foi inspirada na Semana Guimarães Rosa, realizada nos dias 10 a 16 de setembro de 1973. Naquela ocasião a Semana foi organizada pela Academia Itaunense de Letras, com o apoio da Universidade de Itaúna – UIT e Prefeitura Municipal de Itaúna – PMI, sob orientação dos Professores David de Carvalho e Marco Elísio Chaves Coutinho. Na segunda-feira, dia 10 de setembro de 2018, os Confrades, Confreiras, Homenageados e Convidados se reuniram no Grande Teatro da Universidade de Itaúna – UIT. A partir das 19h00min, os trabalhos foram iniciados com a apresentação de músicas pela Banda de Música Sagrado Coração de Jesus. Concluídas as apresentações, o Presidente, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro, procedeu à composição da mesa, com as seguintes pessoas: Professor Arnaldo de Souza Ribeiro, Professor Faiçal David Freire Chequer, Acadêmico, Magnífico Reitor da Universidade de Itaúna - UIT e homenageado, Dr. Neider Moreira de Faria, Prefeito Municipal de Itaúna, Dr. Geraldo Donizete de Lima, Prefeito Municipal de Itaguara, Dra. Georgeane Silveira, Secretária de Cultura e Turismo de Itaguara e representante do Museu Sagarana de Itaguara, Dr. Raimundo Alves de Jesus, Presidente da Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa - ACLGR, Professor Alex da Silva Matoso, Juiz de Direito da Segunda Vara Cível da Comarca de Itaúna, Professor Edgard de Oliveira Lopes, Professor da Universidade de Itaúna – UIT, Dr. Antônio Fernando de Alcântara, Acadêmico e conferencista da noite, Acadêmico Pedro Bruno Neto, escritor e homenageado, Senhora Geralda Rodrigues Guimarães de Carvalho, representante do homenageado, in memoriam, escritor David de Carvalho, Senhora Vera Lúcia Coutinho, representante do homenageado, in memoriam, Professor Marco Elísio Chaves Coutinho. Composta a mesa o Presidente, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro, agradeceu a presença de todos e convidou para que, de pé, ouvissem o Hino Nacional e o Hino de Itaúna, executados pela Banda de Música Sagrado Coração de Jesus. Concluídas as apresentações o Presidente, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro, fez um breve pronunciamento acerca da Semana Guimarães Rosa, que presenciara em setembro de 1973, falou também da fundação e dos trabalhos realizados pela Academia Itaunense de Letras – AILE que, no dia 16 de setembro de 2018, completará três anos. Em seguida, discorreu acerca das Instituições e das Pessoas que seriam homenageadas naquela noite, sendo: Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa – ACLGR, Museu Sagarana – Itaguara, Escritor David de Carvalho – in memoriam, Professor Marco Elísio Chaves Coutinho – in memoriam, Professor e Acadêmico Faiçal David Freire Chequer e o Acadêmico Pedro Bruno Neto. Concluído o relato o Presidente, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro entregou, a cada uma das Entidades e às Pessoas homenageadas, o Certificado de Propagador da Cultura e da Educação. Todos agradeceram a homenagem e externaram alegria pela distinção e honraria. Em seguida, a cantora e Confreira Benemérita Maria Helena Corgozinho e o violonista João Nogueira Gontijo abrilhantaram o evento com a execução de músicas dos artistas brasileiros Noel Rosa, Chiquinha Gonzaga e do artista mexicano Miguel Aceves Mejia. Encerrada a apresentação o Acadêmico, Coronel da Polícia Militar, Escritor e Advogado Dr. Antônio Fernando de Alcântara, proferiu magnífica palestra intitulada: Vida e obra de Guimarães Rosa. O Conferencista foi ouvido com atenção e, pela sabedoria e clareza, fez-se compreendido por todos. Quando concluiu, foi calorosamente aplaudido pelos presentes. Registre-se, a convite do conferencista Dr. Antônio Fernando de Alcântara, veio de Cordisburgo o integrante da Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa - ACLGR, o Acadêmico Dr. José Maria Gonçalves, que declamou com maestria o conto: Famigerado, extraído do livro – Primeiras Estórias, de João Guimarães Rosa. Quando concluiu, foi calorosamente aplaudido pelos presentes. E assim encerraram-se os trabalhos da primeira noite do evento. Na terça-feira, dia 11.09.18, pontualmente às 19h00min, no Teatro do Mestrado da Universidade de Itaúna - UIT, o Presidente, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro, iniciou os trabalhos com a composição da mesa com os representantes das Academias Homenageadas, sendo: Academia Divinopolitana de Letras – ADL, representada pelo Acadêmico Flávio Ramos de Assis Pereira e Academia de Letras de Pará de Minas – ALPM, representada pelo Acadêmico Geraldo Fernandes Fonte Boa, o Conferencista da noite Dr. Jonas Mateus Vieira e o Conferencista da noite anterior Coronel, Acadêmico e Advogado Dr. Antônio Fernando de Alcântara. O Presidente, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro, relatou a importância das Academias homenageadas e os vínculos que as unem à Academia Itaunense de Letras – AILE e entregou a cada um de seus representantes o Certificado de Propagadora da Educação e da Cultura. Ambos agradeceram as homenagens, disseram que recebiam com alegria aquela distinção e honraria. Em seguida, concedeu a palavra ao Conferencista da noite o Acadêmico, Psicólogo, Escritor e Teatrólogo Dr. Jonas Mateus Vieira. Este, antes de iniciar sua fala, agradeceu ao Presidente, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro, pela oportunidade e, ainda, disse que era uma honra palestrar na Semana Guimarães Rosa e Aniversário da Academia Itaunense de Letras - AILE. O tema de sua Palestra foi: A terceira margem do rio, sob o olhar da psicologia, baseada em conto com esse título do livro Primeiras Estórias de João Guimarães Rosa. Desde os primeiros momentos o Conferencista conseguiu prender a atenção de todos, pela forma clara e consistente com a qual abordou o complexo tema, objeto de vários estudos e, de igual modo, diversas interpretações. Ao encerrar foi calorosamente aplaudido pelos presentes. O Presidente agradeceu ao Conferencista pela palestra, aos presentes pela participação e encerrou os trabalhos. Na quarta-feira, dia 12.09.18, pontualmente às 19h00min os trabalhos foram iniciados no Teatro do Mestrado da Universidade de Itaúna - UIT. O Presidente, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro, fez a composição da mesa com os representantes das Instituições homenageadas, sendo: senhor Ronan Nonato Ferreira de Lima, representante da Loja Maçônica Itaúna Livre – LMIL, a qual, no dia 04 de dezembro de 2018, completará setenta anos de sua fundação, senhora Maria Izabel Silva, representante da Associação Cultural Projeto Usina de Sonhos - ACPUS, que completou vinte anos de sua fundação no dia 04 de agosto de 2018, Professor Edgard de Oliveira Lopes, Professor Walter Cândido dos Santos, o sobrinho de João Guimarães Rosa, Professor Ricardo Guimarães Rosa e o acadêmico, tradutor, escritor e pianista Dr. Francisco José dos Santos Braga, conferencista da noite, que proferiu palestra sob o título: Vida e morte na obra de Guimarães Rosa. Registrou e agradeceu a presença do Acadêmico Paulo José de Oliveira, Presidente do Clube Literário Marconi Montoni – CLMM e representante da Academia Formiguense de Letras – AFL. Composta a mesa o Presidente fez breves comentários acerca das entidades e das pessoas homenageadas. Acentuou os relevantes serviços prestados pelas Instituições e as atuações dos Professores Walter Cândido dos Santos e Edgard de Oliveira Lopes em benefício da educação e da cultura. Em seguida entregou, a cada uma das Entidades e aos Professores homenageados, o Certificado de Propagador da Cultura e da Educação. Todos agradeceram a homenagem e externaram alegria pela distinção e honraria. O Presidente, Prof. Arnaldo de Souza Ribeiro fez agradecimento especial ao Professor Arnaldo Marques, Professor da Universidade de Itaúna – UIT e membro da Confraria dos Amigos do Vinho de Itaúna – CAVI, pelo apoio incondicional que dera à Semana Guimarães Rosa e Aniversário da Academia Itaunense de Letras – AILE. Destacou que, naquela noite, o Professor Arnaldo Marques se fazia acompanhar de seus alunos, estudantes do Curso de Ciências Contábeis da Universidade de Itaúna - UIT. Concluída sua fala, concedeu a palavra ao Dr. Francisco José dos Santos Braga que, com sabedoria, discorreu acerca da Vida e morte na obra de Guimarães Rosa, fazendo ampla referência à novela Cara-de-Bronze, uma de três contidas no volume "No Urubuquaquá, no Pinhém". Suas palavras foram acolhidas e entendidas por todos os presentes. Encerrada sua fala, várias perguntas foram feitas e todas respondidas. Em seguida, os trabalhos daquela noite foram encerrados. Registre-se que o conferencista Dr. Francisco José dos Santos Braga, veio acompanhado de sua esposa a cantora Rute Pardini Braga, soprano lírica e pesquisadora de música. Nascida em Divinópolis e radicada em São João del-Rei, que abrilhanta com sua bela voz palcos do Brasil e do mundo. É a cantora lírica oficial das comemorações do dia 12 de novembro – Dia Nacional da Liberdade – quando se comemora o nascimento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Na quinta-feira, dia 13.09.18, pontualmente às 19h00min, no Espaço Cultural – Prefeitura Municipal de Itaúna – PMI, fez-se a abertura dos trabalhos com uma Peça Teatral, que abordou aspectos e conteúdos dos livros de João Guimarães Rosa; na sequência várias poesias foram declamadas e feitas leituras acerca da obra e vida de João Guimarães Rosa. Em seguida os participantes foram convidados para visitar a exposição de fotos, alusivas à vida e obra de João Guimarães Rosa, com destaque para as fotos de Cordisburgo, sua cidade natal e Itaguara, cidade em que vivera e trabalhara. Eram fotos da década de trinta, inclusive da casa onde morou em Itaguara e onde nasceu a escritora Vilma Guimarães Rosa, sua primeira filha. Notou-se efetiva participação e o agrado dos presentes com as elucidativas leituras feitas e pela beleza das fotos. Na sexta-feira, dia 14.09.18, pontualmente às 19h00min iniciou-se o Sarau, na Biblioteca Municipal Dr. Osmário Soares, prédio contiguo à Praça da Estação, onde originariamente seria realizado. A mudança de endereço se deu em decorrência da chuva que caíra durante toda tarde e que se estendera até o inicio da noite. A mudança de endereço em nada reduziu o brilho da festa, que contou com a presença da Dra. Alessandra Nogueira Santos Araújo, Secretária de Educação e Cultura, do Senhor Ilimani Lopes Cardoso, Gerente de Cultura, membros da Academia de Letras de Pará de Minas – ALPM, Prefeitura Municipal de Itaúna – PMI, Loja Maçônica Itaúna Livre – LMIL e Confraria dos Amigos do Vinho de Itaúna – CAVI e várias pessoas convidadas. Com brilhantismo e inteligência, os participantes declamaram poesias contidas no livro Magma. Os declamadores, vestidos a caráter, deram brilho visual e cultural ao evento, o que o tornou agradável, elucidativo e elogiado por todos os presentes. No sábado, dia 15.09.18, a partir das nove 09h00min os Confrades e Confreiras da Academia Itaunense de Letras – AILE reuniram-se na Praça da Matriz, com seus livros; também chegaram Confrades e Confreiras vindos de Belo Horizonte, Bom Despacho, Carmópolis de Minas, Carmo do Cajuru, Divinópolis, Itaguara, Itatiaiuçu, Luzes, Mateus Leme, Pará de Minas, São José dos Salgados e São João del-Rei, que também trouxeram seus livros. Escritores, escritoras e livros ficaram em uma confortável tenda, de fácil acesso aos leitores. Desse modo, esclarecimentos foram dados e perguntas foram respondidas aos leitores, ou seja, os escritores foram aonde os leitores estavam. Neste dia também, foram distribuídos, gratuitamente, duzentos livros infantis. A festa foi abrilhantada pela Banda de Música Sagrado Coração de Jesus. Também estavam presentes na Praça da Matriz: professores e alunos da Associação Cultural Projeto Usina de Sonhos - ACPUS, que fizeram suas apresentações e, assim, via-se uma Praça cheia de vida e de pessoas em busca de cultura. Registre-se que, naquela oportunidade, a Praça da Matriz era também palco para comemorações dos 117 (cento e dezessete) anos de emancipação política do Município de Itaúna. A Secretária de Educação e Cultura, Dra. Alessandra Nogueira Santos Araújo, solicitou ao Presidente, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro que subisse ao palco e fizesse uma breve explanação acerca da presença dos Acadêmicos naquele evento e um breve histórico da Academia Itaunense de Letras - AILE e suas propostas para consolidação da educação e cultura, no que foi prontamente atendida e o fez em breves e claras palavras. Às 13h00min encerrou-se a participação dos Membros da Academia Itaunense de Letras – AILE e membros das Academias convidadas. Naquele mesmo dia, porém, à noite, os membros das Academias voltariam a se encontrar a partir das 20h30min, no Restaurante do Tropical Tênis Clube, para um jantar festivo por adesão. Nessa ocasião foram entregues os Certificados de Propagadores da Educação e Cultura aos homenageados Professor Roque José de Oliveira Camêllo – In memoriam e à Jornalista Merania Aparecida de Oliveira. O Professor Arnaldo de Souza Ribeiro iniciou os trabalhos com os agradecimentos a todos os presentes. Em seguida, com a utilização de PowerPoint, apresentou imagens que materializavam a presença e os trabalhos dos homenageados: Professor Roque José de Oliveira Camêllo e Merania Aparecida de Oliveira; relatou de quando os conheceram e dos encontros que tiveram em Belo Horizonte, Conceição do Pará, Mariana, Ouro Preto e Pitangui, sempre voltados para a divulgação e a consolidação da educação e da cultura. Fez um breve relato da vida de cada um deles e elencou os pontos relevantes de seus trabalhos. Com especial destaque para a restauração da Igreja Nossa Senhora do Carmo e o lançamento do livro: Mariana – assim nasceram as Minas Gerais. Pela generosidade do coração de seu autor e seu compromisso com a educação e cultura, em 2016, foram repassados ao atual Presidente da Academia Itaunense Letras – AILE, trinta e oito livros, para que fossem doados às Bibliotecas e aos historiadores de Itaúna e Cordisburgo. Em seguida, foi concedida a palavra ao Acadêmico e Professor Raimundo da Silva Rabello, amigo dos homenageados desde a década de 80, inclusive colegas do Curso da Escola Superior de Guerra. Fez um discurso emocionado e rico de lembranças, gratidão e saudades, ocasião em que acentuou os valores do casal e da fraterna convivência que sempre tiveram. Falou também da importância de Mariana e da importância de Roque José de Oliveira Camêllo para a cidade. Falou da tragédia que assolou o município no dia cinco de novembro de 2015, da angústia e do sofrimento de Roque José de Oliveira Camêllo por ver destruído seu berço natal Bento Rodrigues. Relatou acerca da criação do Instituto Roque José de Oliveira Camêllo, no dia 18 de março de 2018, e da presença de integrantes da Academia Itaunense de Letras – AILE, naquele importante evento. Registrou que o Presidente da Academia Itaunense de Letras - AILE, Professor Arnaldo de Souza Ribeiro, fez parte do elenco dos oradores que enalteceram o novo Instituto, o qual perpetuará, por merecimento, a memória do Professor Roque José de Oliveira Camêllo. Em seguida a palavra foi concedida a Merania Aparecida de Oliveira que, emocionada, agradeceu a homenagem, falou da feliz convivência que tivera com o Professor Roque José de Oliveira Camêllo por mais de 30 anos, de sua importância para a educação e cultura, sua sabedoria, sua generosidade e, sobretudo, seu elevado espírito fraterno e cristão. Terminada sua fala iniciou o Sarau espontâneo – foram deixadas sobre as mesas cópias de poesia – da primeira obra de João Guimarães Rosa, Magma. Para surpresa e felicidade geral o Dr. Jorson Felizardo da Silva, ao contrário de desincumbir-se de declamar uma poesia a ele destinada anteriormente, pesquisou e fez uma bela palestra, onde abordou o significado da palavra magma e sua associação com o título e o conteúdo da obra, o que muito agradou a todos. Concluída sua fala, outros Confrades, Confreiras e Convidados utilizaram os excertos da obra Magma que estavam sobre as mesas e os leram ou declamaram. Registre-se que todo este evento foi realizado com a seriedade e a formalidade necessária, sem, contudo, perder o espírito alegre e festivo. Durante aquele período, os presentes degustaram vinhos e outras bebidas de seu agrado e de livre escolha, pois se tratava de um jantar por adesão. Por volta das 22h30min, terminada a solenidade, o jantar foi servido e os presentes em harmonia, enquanto jantavam, trocavam suas impressões acerca da Semana Guimarães Rosa e Aniversário da Academia Itaunense de Letras – AILE e, sobretudo, acerca do evento daquela noite, penúltimo acontecimento da Semana Guimarães Rosa e Aniversário da Academia Itaunense de Letras – AILE. No domingo, 16.09.18, às 10h00min realizou-se a Celebração Eucarística na Igreja Matriz de Sant’Ana, em ação de graças pelos homenageados e pelo aniversário da Academia Itaunense de Letras – AILE, em sufrágio pelas almas dos homenageados in memoriam e dos Patronos das Academias participantes e homenageadas. Foi uma bela celebração com a participação do Coral Unavoz e integrantes da Academia Itaunense de Letras – AILE, que fizeram as leituras. Terminada a Missa, considerando que naquela data também se comemorava o aniversário da cidade, vários corais de diversas cidades vieram para apresentação, culminando com a reunião de todos eles e a formação de um Coral com duzentas vozes, cuja maestria de seus membros encantou a todos. Concluída a apresentação do Coral, iniciou-se a apresentação da Banda de Música Sagrado Coração de Jesus. Com o término da apresentação encerrou-se a programação da Semana Guimarães Rosa e Aniversário da Academia Itaunense de Letras - AILE, iniciada na segunda-feira, dia 10 de setembro de 2018, cujos trabalhos em muito contribuíram para dar visibilidade à Academia Itaunense de Letras – AILE e, sobretudo, para elucidar, refletir, aprender e ensinar acerca da obra do escritor João Guimarães Rosa. Ainda na Praça Dr. Augusto Gonçalves, antes de retornarem aos seus lares Confrades, Confreiras e Convidados, com destaque para a homenageada Merania Aparecida de Oliveira, visitaram e fotografaram a árvore Sibipiruna, plantada próxima às árvores de Pau Brasil, no dia 16 de setembro de 2015, dia da fundação da Academia Itaunense de Letras – AILE. Para realização da Semana Guimarães Rosa e Aniversário da Academia Itaunense de Letras - AILE, os integrantes contaram com o apoio das seguintes Entidades: Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa - ACLGR, Confraria dos Amigos do Vinho de Itaúna – CAVI, Banda de Música Sagrado Coração de Jesus, Diretório Acadêmico Gonçalo Coelho – DAGC, Loja Maçônica Itaúna Livre – LMIL, Prefeitura Municipal de Itaúna – PMI e Universidade de Itaúna – UIT. Portanto, fica aqui externado o reconhecimento e a gratidão de todos os Confrades e Confreiras, sem exceção, a todos aqueles que contribuíram para que este importante evento em homenagem a João Guimarães Rosa e ao aniversário da Academia Itaunense de Letras – AILE e concessão de Certificados de “Propagador da Cultura e da Educação”, às Instituições e Personalidades, se realizasse. Sendo esses os fatos que constam em minha memória, os registrei nesta Ata, para conhecimento, e, sobretudo, motivação e incentivo, para que outros eventos de igual natureza sejam realizados. Por ser verdade, firmo o presente. Itaúna, 16 de setembro de 2018. Prof. Arnaldo de Souza Ribeiro.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Colaborador: MÁRIO BRUNO GONÇALVES CAREZZATO

MÁRIO BRUNO GONÇALVES CAREZZATO nasceu em São Paulo. Começou seus estudos de piano aos 9 anos de idade no Instituto Musical Pe. José Maurício, onde se formou nos cursos normal e virtuosidade sob a orientação da pianista e compositora Rachel Peluso.

Aos 18 anos, começou a estudar canto artístico, tendo se formado nos cursos normal e virtuosidade sob a orientação da professora Gioconda Peluso.

Estudou composição, orquestração, regência de coral e de orquestra com o maestro João Sepe.

Com o pianista e professor Gilberto Tinetti estudou técnica e interpretação pianística.

Aos 22 anos, foi vencedor do 1º prêmio do 1º Concurso de Interpretação da Canção Brasileira de Câmara instituído pela Sociedade Pró-Música Brasileira, sendo, na época, seu diretor o compositor Osvaldo Lacerda,  e patrocinado pelo Conselho Nacional de Cultura do Rio de Janeiro, realizado em São Paulo em 1963.

Como integrante do Madrigal da Orquestra de Câmara de São Paulo, viajou a Dakar (África Francesa), onde apresentou dois recitais e, depois, em Lucca, na Itália, participou do Festival de Música Sacra. Na mesma ocasião, apresentou-se em recital solo na Sala da Imprensa Internacional em Roma.

Foi professor fundador da Escola de Música e Artes Plásticas Fêgo Camargo em Taubaté e do Conservatório Musical Santa Cecília em Pindamonhangaba, hoje faculdade de música, onde lecionou canto e piano.

Trabalhou por mais de 40 anos como maestro arranjador e músico em gravações comerciais para várias gravadoras de São Paulo.

Atualmente, continua ministrando aulas de técnica vocal e dirigindo o estúdio digital de gravação que possui em sociedade com seus irmãos.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

MINHA AMIZADE COM TARCÍSIO NASCIMENTO TEIXEIRA


Por Mário Bruno Gonçalves Carezzato



Quando conheci o Tarcísio, ele ainda estudava no seminário — Colégio Pio XII em São Paulo — e já estava no último ano de Teologia. 

Na época eu lecionava piano no Liceu Coração de Jesus, onde cursei o primário, ginásio e técnico em Contabilidade. 
Foto do autor quando jovem

Numa visita que Tarcísio fez ao Liceu, conversamos bastante e eu o vi e ouvi tocar. Ao perguntar-lhe se tinha começado a estudar muito cedo, disse que nunca tinha tido uma aula sequer com professor. Era totalmente autodidata, o que me impressionou muito. Depois soube que também tocava sax e flauta. Contou-me que estava para deixar o Pio XII, logo que terminasse o curso, pois a diretoria o tinha dispensado com a desculpa de que ele gostava mais do piano — ou de Música — do que de Deus. Uma pena! Tinha para mim que ele seria um ótimo padre. 

Observo que Tarcísio fazia de tudo para não falar do passado. Na única vez que perguntei a ele sobre sua família, disse que era de São João del-Rei, mas que quase todos já estavam morando em Belo Horizonte. Para ele a vida tinha começado depois de ter tirado a batina. 

Saindo do seminário, alugou um quarto no sobradinho de uma moça de origem alemã chamada Mod. Durante algum tempo tudo parecia bem, mas um dia a Mod me ligou pedindo que fosse até lá que o Tarcísio não estava nada bem. Fui até lá e constatei que era real a apreensão dela. Estava com depressão, não queria sair e só tomava leite, não queria comer. Conversamos, consegui tirá-lo de lá e rapidamente melhorou. Constatei aí o quanto foi terrível ter que deixar de lado o sonho de ser ordenado padre, acalentado desde criança. 

Um dia me ligou para irmos ao cinema. Eu não tinha condição de pagar, mas ele disse que pagaria. Ele queria assistir a todos os filmes que não pôde ver no tempo do seminário. Começamos a assistir a filmes de forma desenfreada. Olhava no jornal a programação de todos os cinemas de São Paulo e "vamos lá!" Foi assim que conhecemos os melhores e os piores cinemas de São Paulo. 

Tarcísio prestou o concurso para o Banco do Brasil e conseguiu ser aprovado na primeira tentativa, onde ficou até se aposentar. Mudou-se para um pequeno apartamento na Baixada do Glicério, um lugar não muito bom, mas o aluguel era tentador. Ajudei na mudança e, ao ver que a vizinhança parecia um pouco perigosa, fiquei dois anos sem visitar o Tarcísio, mas nos encontrávamos sempre. Depois desse tempo morando lá, certo dia me convidou para inaugurar o apartamento que havia comprado. Um bom apartamento na Rua Cesário Motta Junior na região central, perto do bairro de Santa Cecília. Comecei a ir quase todos os dias e foi quando começamos a tocar a quatro mãos. Então ele tinha comprado um bom piano.

Foto tirada no coral da Igreja do Liceu Coração de Jesus quando me formei no Curso de Virtuosidade em Piano. Eu estava com 21 anos. Além de mim e do Tarcísio estão na foto meus 3 irmãos e mais alguns amigos.

Tarcísio tinha uma escrita musical bonita e limpa.

Cópia de Tarcísio para a partitura de "Mosteiro" do Maestro Souza Lima

Transportou várias partituras para mim e até me fez cantar uma "canção" de Rachmaninoff, em russo ¹ : Les eaux du printemps (tradução em francês) ou Spring Waters (tradução em inglês), Romance Op. 14 nº 11. É claro que eu não falava russo, mas ele acompanhava uma soprano russa que me passou a pronúncia e então passei a cantar em russo.

Romance Op. 14 nº 11 de Sergei Rachmaninoff, para barítono e piano (transposto para Dó maior por Tarcísio).  Como dá para ver, o acompanhamento é um pequeno concerto de piano.
Só cantei essa peça duas vezes em recitais, uma com a Rachel Peluso e outra com o Tarcísio. Ninguém mais conseguia acompanhar devido às dificuldades técnicas exigidas do pianista.

Fui agraciado com o primeiro lugar no Concurso da Canção de Câmara Brasileira, instituído pelo compositor Osvaldo Lacerda. Devido à minha colocação, aproveitei duas oportunidades que surgiram: primeiro, fui convidado a realizar muitos recitais pelo Brasil. Segundo, fui convidado para integrar o Madrigal da Orquestra de Câmara de São Paulo.



Nesta ocasião, fizemos Tarcísio e eu um recital no Teatro Municipal de São Paulo, o que deu bastante projeção em nossa carreira artística.

Cartaz anunciando nosso Recital na entrada do Teatro Municipal de São Paulo
Tarcísio, ao piano, acompanhando-me no palco do Teatro Municipal de São Paulo

Algum tempo depois, houve a oportunidade de o Madrigal ir a Dakar, capital do Senegal na África francesa, para duas apresentações, e depois à Itália, nas cidades de Roma e Lucca. Pessoalmente fui convidado para fazer um recital na Sala da Imprensa Internacional, em Roma, e precisava de quem me acompanhasse. Surgiu a oportunidade quando o maestro Olivier Toni aumentou, de dois para três, os cantores de cada voz. Apresentei o Tarcísio que cantava como baixo e muito bem.

Componentes do Madrigal da Orquestra de Câmara de São Paulo: Tarcísio Teixeira e eu (baixos)

Também houve muitos outros registros de nossa participação em concertos, cujos programas apresento abaixo, cabendo destacar os principais em minha opinião:




Graças ao Tarcísio e outro amigo nosso, o tenor Lamberto Puccinelli, consegui fazer a viagem e muito bem. Lamberto presenteou-me com uns filmes para tirar fotos da viagem e Tarcísio entrou com um empréstimo em dinheiro. Nunca me cobrou, só paguei quando pude, anos depois, sem juros ou correção monetária. Só ele mesmo!

O Estadão noticia o embarque da Orquestra e coral para a África e Europa
Quanto às fotos trazidas, que já eram ruins, foram convertidas em slides que projetei, filmei em VHS e fotografei da televisão. O resultado ficou abaixo da crítica. Mas não vou resistir de postar a foto menos pior...

Da esq. p/ dir.: Tarcísio, Lamberto e eu
Nosso sucesso não demorou a chegar ao Brasil nas páginas dos principais periódicos paulistanos.

Fizemos o recital em Roma, as apresentações, a excursão pela Itália por nossa conta e resolvemos voltar de navio.







Depois que voltamos, começamos a nos distanciar devido ao meu trabalho. Comecei a trabalhar em estúdios de gravação e, junto com dois de meus irmãos, a fazer bailes e shows como integrante do grupo Os Carbonos, com extensa discografia de 1967 a 1981. Também fui convidado a ser professor fundador de dois conservatórios do interior do Estado de São Paulo, em Taubaté e Pindamonhangaba.

Os anos se passaram rapidamente e um belo dia ao atender a porta, à minha frente estavam dois amigos: José Roberto Vaz e Tarcísio Nascimento Teixeira. O primeiro tinha conhecido no apartamento do Tarcísio. Este estava ali para se despedir de mim, antes de voltar para São João del-Rei, sua cidade natal, e queria me fazer essa feliz surpresa. Conversamos bastante e só fiquei um pouco preocupado de vê-lo inconsolável a chorar copiosamente na hora da despedida.

Depois disso, só vi o Tarcísio anos depois, quando uma aluna minha, mineira de Juiz de Fora — soprano Zélia Ribeiro — enviou-me foto em companhia do meu dileto amigo. Olhei para a foto com saudade daqueles bons tempos e notei que ele estava bem mais gordo, mas ainda era o mesmo Tarcísio, um dos melhores amigos que tive na vida.

Minha aluna soprano Zélia Ribeiro e Tarcísio


NOTA  EXPLICATIVA

¹  TEXTO DO POEMA QUE INSPIROU SERGEI RACHMANINOFF A COMPOR O ROMANCE OP. 14 Nº 11: 

ВЕСЕННИЕ ВОДЫ 

Фёдор Иванович Тютчев (1803-1873)

Ещё в полях белеет снег,
А воды уж весной шумят —
Бегут и будят сонный брег,
Бегут и блещут и гласят...

Они гласят во все концы:
«Весна идёт, весна идёт!
Мы молодой весны гонцы,
Она нас выслала вперёд!»

Весна идёт, весна идёт!
И тихих, тёплых, майских дней
Румяный, светлый хоровод
Толпится весело за ней.

TEXTO DO POEMA EM PORTUGUÊS, TRADUZIDO POR FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA, GERENTE DO BLOG DE SÃO JOÃO DEL-REI:

ÁGUAS DE PRIMAVERA

Fiodor Ivanovich Tiutchev


Os campos ainda estão cobertos com neve branca,
Mas as águas já estão rolando num marulho primaveril —
Correm e acordam o litoral sonolento,
Correm e brilham e alto anunciam...

Elas anunciam por todos os cantos:
“A primavera está chegando, está chegando!
Nós somos os mensageiros da nova primavera,
Ela nos enviou avante!”

A primavera está chegando, está chegando!
E uma dança de roda cor-de-rosa claro
De silenciosos, mornos dias de Maio
Se amontoa alegremente atrás dela.

♧             ♧             ♧

Gravações célebres do Romance Op. 14 nº 11 de Sergei Rachmaninoff:

1) Nicolai Gedda. Piano: Alexis Weissenberg

https://youtu.be/pN01TFWDl4Q

2) Dmitri Hvorostovsky. Piano: Ivari Ilja

https://youtu.be/XzpLTSOEurE

3) Angela Gheorghiu. Piano: Dan Grigore

https://youtu.be/fiGdkT-jej8

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

20.000 SATÉLITES PARA 5G a serem lançados enviando RAIOS PERIGOSOS de intensa radiação de microondas PELO MUNDO


Por Strange Sounds 
Postado em 31/01/2019
Traduzido do inglês/grego por Francisco José dos Santos Braga



Nas comunidades urbanas locais, haveria uma torre de células 5G a cada 500 pés ao longo de cada rua. Por pior que essas torres de pequenas células possam parecer do ponto de vista da exposição constante à radiação de radiofrequência (RF) nas proximidades da fonte, talvez uma perspectiva ainda mais alarmante seja a irradiação de microondas na Terra a partir de milhares de novos satélites de comunicação.

20.000 satélites para 5G a serem lançados enviando raios focalizados de radiação intensa de microondas por toda a Terra

A atenção pública sobre 5G tem se concentrado nos planos das empresas de telecomunicações de instalar milhões de torres pequenas em postes de energia elétrica, em prédios públicos e escolas, em paradas de ônibus, em parques públicos e em qualquer lugar que elas queiram dentro de parques nacionais e terras de propriedade da União. 

Nas comunidades urbanas locais, haveria uma torre de células 5G a cada 500 pés ao longo de cada rua. 

Mas talvez uma perspectiva ainda mais alarmante seja a irradiação de microondas de comprimento de milímetro na Terra a partir de milhares de novos satélites de comunicação. 

A Federal Communications Commission (FCC) ¹  deu a aprovação à SpaceX em 29 de março de 2018 para lançar 4.425 satélites em órbita baixa ao redor da Terra.

O número total de satélites que deverão ser colocados em órbita baixa e alta por várias empresas será de 20.000 satélites.

5G usará antenas em fase para disparar feixes de radiação em telefones celulares 

Esses satélites usarão o mesmo tipo de antenas em fase que serão usadas pelos sistemas 5G sediados no solo.

Isso significa que eles enviarão feixes de radiação de microondas intensamente focados em cada dispositivo 5G específico que estiver na Terra e cada dispositivo enviará um feixe de radiação de volta ao satélite.

As gerações anteriores de comunicação celular de RF usavam grandes antenas para enviar uma manta de radiação em todas as direções. As freqüências mais baixas que elas usavam e a ampla distribuição de microondas limitavam o número de aparelhos celulares que podiam se conectar através de uma torre alta individual.

Quanto menor for o comprimento das microondas usadas para o 5G, tanto mais será possível o uso de pequenas antenas em fase para enviar e receber sinais.

As antenas em fase consistem em grupos de centenas de pequenas antenas que trabalham juntas para disparar um raio de energia em um alvo como uma bala. Um conjunto dessas minúsculas antenas pode ser disposto em uma matriz de 4 polegadas por 4 polegadas.

Os raios de microondas que elas produzem serão fortes o suficiente para atravessar paredes e corpos humanos. Se eles não fossem fortes o suficiente para fazer isso, todos com um smartphone 5G teriam que ficar do lado de fora quando usassem os aparelhos.

Cada produto 5G também terá múltiplas antenas em fase que serão usadas para criar um potente feixe de radiação de volta para os dispositivos 5G montados em postes elétricos ou em direção a um satélite específico no espaço.

Esses feixes de radiação também precisarão ser fortes o suficiente para atravessar paredes e carne humana, como uma mão ou a cabeça, para alcançar o destino pretendido.

Isso significa que, se você estiver em um local lotado, como um aeroporto ou trem, haverá centenas, se não milhares, de feixes invisíveis de radiação voando pelo ambiente à velocidade da luz.

À medida que as pessoas se movem nesse ambiente, seus corpos serão penetrados por inúmeros feixes de radiação enquanto andam ou enquanto outras pessoas andam em volta deles com seus smartphones 5G.

Telefones 5G serão muito mais poderosos do que os telefones anteriores

A energia irradiada efetiva das antenas de matriz em fase 5G nos telefones será 10 vezes mais potente que os telefones 4G.

Ninguém estará livre da exposição. 

Além disso, feixes de radiação de microondas 5G serão recebidos e transmitidos de novos equipamentos de informática, eletrodomésticos e automóveis.

Será permitido ao equipamento fixo, como centrais de Wi-Fi em residências e escritórios, usar feixes de microondas 15 vezes mais potentes (300 watts) do que os sinais dos telefones 5G ou 150 vezes mais potentes que os telefones 4G.

Por que o 5G é muito mais perigoso do que os sistemas de comunicação por microondas anteriores? 

Arthur Firstenberg, autor de vários livros, pesquisador e defensor da limitação da exposição à RF proveniente do meio ambiente, explica a análise da radiação 5G publicada no Microwave News em 2002. Ele declarou:  
Quando um campo eletromagnético normal entra no corpo, isso causa cargas para remover e correntes para fluir.
Mas quando pulsos eletromagnéticos extremamente curtos entram no corpo (5G), algo acontece: as cargas que se movem se tornam pequenas antenas que re-irradiam o campo eletromagnético e o enviam mais profundamente dentro do corpo.
Essas ondas re-irradiadas são chamadas precursores de Brillouin.
Elas se tornam significativas quando o poder ou a fase das ondas muda bastante rapidamente.
5G provavelmente satisfará ambos os requisitos. Isso significa que não é verdadeira a tranquilidade que nos está sendo dada – que essas ondas de milímetro são curtas demais para penetrar dentro do corpo.

Satélites 5G vão encher os céus

Estas são as empresas com os maiores planos para implantar satélites:
SpaceX: 12.000 satélites
OneWeb: 4.560 satélites
Boeing: 2.956 satélites
Spire Global: 972 satélites

Arthur Firstenberg descreve os planos das corporações que querem usar a tecnologia 5G. Ele afirma:  
A Honeywell já assinou um memorando de intenção de tornar-se o primeiro grande cliente da OneWeb, que planeja fornecer Wi-Fi de alta velocidade a aeronaves comerciais e militares ao redor do mundo.
A SpaceX gostaria de fornecer o equivalente de 5G a cada pessoa do planeta.
 
Implementação 5G sediado no solo

No momento, os sistemas 5G sediados no solo já estão sendo implementados em dezenas de grandes cidades. Os planos estão sendo aprovados por centenas de outras cidades, o que permitirá a implementação em 2019 em diante.

As cidades não têm o direito de “dizer não” a 5G. Os regulamentos da FCC impedem que as cidades se oponham com base em preocupações com a saúde - elas só podem falar sobre questões de estética e sobre a questão prática da colocação de equipamentos.

Elas são obrigadas a "dizer sim", e é melhor fazê-lo rapidamente, do contrário empresas de telecomunicações irão ameaçá-los com ações judiciais por obstruir seus planos.

Implementação 5G sediado em satélite

Os dois primeiros satélites-teste 5G foram lançados pela SpaceX em fevereiro de 2018. Espera-se que centenas de outros satélites sejam lançados em 2019. O conjunto completo de 20.000 satélites poderia ser colocado em órbita durante os próximos dois anos.

Para colocar isso em perspectiva, a partir de setembro de 2017, havia 1.738 satélites operando em órbita ao redor da Terra. Isso significa que o número de satélites será 11 vezes maior que o número atual.

Catástrofe ambiental de foguetes usados para lançar satélites

O combustível de foguete é muito destrutivo para a camada de ozônio da Terra, que nos protege dos efeitos severos da radiação do sol. Em 2017, houve 90 tentativas de lançamento de foguetes em todo o mundo.

Os foguetes que usam combustível sólido produzem depleção massiva de ozônio. Enquanto os foguetes que usam querosene líquido como combustível destroem menos ozônio, liberam enormes quantidades de fuligem de carbono negro no ar, especialmente em altas altitudes.

Se o número de lançamentos anuais de foguetes aumentar em 10 vezes ou mais, o que é provável sob os planos que essas empresas fizeram, modelos de computador sugerem que a combinação da destruição do ozônio e de liberação de fuligem negra poderia produzir um efeito de aquecimento de 3 graus sobre a Antártida e reduzir o ozônio na atmosfera do mundo em 4%.

Mesmo que seja possível para um único foguete colocar vários satélites na órbita, ainda estamos falando de um aumento de 10 ou 20 vezes no dano ambiental sobre o que está sendo produzido hoje.

Os satélites 5G têm um tempo de vida relativamente curto, talvez apenas 5 anos, o que significa que haverá um grande número de lançamentos de foguetes, não apenas nos próximos anos, mas em todos os anos para o futuro previsível.

Combustível de foguete à base de mercúrio pode espalhar neurotoxinas pela Terra

Tão prejudicial quanto os combustíveis líquidos e sólidos de foguete, a Apollo Fusion está desenvolvendo um sistema de propulsão baseado em mercúrio para o lançamento de foguetes.

Esses motores de foguete de propulsão iônica usam poderosos ímãs para afastar pequenas partículas carregadas em altas velocidades, o que gera impulso. A Nasa experimentou a propulsão de íons com mercúrio na década de 1960, mas abandonou a pesquisa.

O mercúrio é uma neurotoxina extremamente forte, que é prejudicial a todas as formas de vida, especialmente as humanas.

Os riscos de uma catástrofe ambiental são monumentais, porque se houvesse um mau funcionamento e um desses motores explodisse, o mercúrio altamente tóxico seria espalhado pela atmosfera e sobre a Terra.

Toda a conversa mole de empresas de telecomunicações sobre 5G ser uma panaceia para a proteção ambiental e conservação de energia é algo bastante ridículo, quando pensamos sobre o dano ambiental que será criado por qualquer um dos motores de foguetes que eles escolhem usar para lançamento de seus satélites.

Lixo espacial vai poluir a Terra

Cada satélite será do tamanho de um pequeno refrigerador e pesará aproximadamente 880 libras (cerca de 400 kg).

Com uma expectativa de vida de apenas 5 anos, isso significa que haverá uma enorme quantidade de lixo espacial orbitando a Terra.

Eventualmente, todos aqueles satélites cairão na Terra e se queimarão ao entrarem na atmosfera da Terra.

Todos os materiais perigosos nos satélites serão liberados no ar e irão flutuar até o chão como poeira ou em gotas de chuva.

Empresas de telecomunicações estão criando um desastre mundial em nome do progresso tecnológico

O 5G é promovido como a próxima grande maravilha no plano de avançar a tecnologia para criar cidades inteligentes, onde tudo e todos são instantaneamente conectados em tempo real, sem atrasos ou sinais perdidos.

Claro que haverá alguns custos.

Todos serão irradiados com radiação não ionizante de tamanho milimétrico, 24 horas por dia, com efeitos sobre a saúde completamente desconhecidos.

Os estudos destinados a investigar os danos causados pelo 5G serão concluídos muitos anos depois que os sistemas 5G no solo e no espaço forem totalmente implementados.

Neste ponto, é muito improvável que as empresas de telecomunicações desmantelem seus sistemas, mesmo se for demonstrado que sua tecnologia está causando câncer e outras doenças. Eles apenas negariam os riscos.

Eles nos dirão que a ciência foi estabelecida décadas atrás. Eles vão nos dizer que a evidência ligando 5G ao câncer e outras doenças é apenas uma teoria da conspiração que apenas alguns malucos acreditam.

Milhões de pessoas sofrerão de exposição à radiação com sintomas como dores de cabeça, fraqueza, perda da clareza mental, habilidade reduzida de aprender e raciocinar, dor no peito e inúmeros outros sintomas que confundirão a maioria dos médicos convencionais.

Não há onde se esconder da radiação 5G

Hoje, é possível viver em um local com níveis reduzidos de exposição a microondas. Isto é conseguido através da escolha de um espaço que está longe de torres de telefonia celular.

No entanto, no futuro próximo, não importará onde vivemos, porque o 5G nos irradia onde quer que vivamos ou trabalhemos.

As cidades não poderão “dizer não” à implementação do 5G

Os regulamentos da FCC foram estruturados de tal forma que os municípios locais não podem impedir que as empresas de telecomunicações instalem o 5G. Eles são especificamente proibidos de tentar adiar ou interromper a implementação do 5G com base em problemas de saúde. Seu único recurso é tentar tornar o sistema 5G sediado no solo um pouco mais esteticamente agradável.

Com base no que vem acontecendo em todo o país, as empresas de telecomunicações estão erradicando a resistência local e obtendo aprovação para seus sistemas 5G em rápida sucessão.

É possível parar a implementação do 5G?

Tanto quanto eu posso dizer, neste momento, a única maneira de 5G ser parado será por ação do Congresso. Se pessoas suficientes armarem um escândalo com seus representantes eleitos, então talvez o 5G possa ser colocado em compasso de espera enquanto estudos sejam feitos para examinar os verdadeiros riscos à saúde.

O investimento das empresas de telecomunicações em 5G tem sido enorme. Elas estão planejando a implementação completa no solo e no espaço nos próximos dois anos. A hora de contestar é agora e não depois que centenas de milhares de pessoas adoecerem.

Prepare-se para a radiação 5G, mesmo se você não quiser!




NOTAS  EXPLICATIVAS

¹    Comissão Federal de Comunicações é o órgão regulador da área de telecomunicações e radiodifusão dos Estados Unidos criado em 1934 dentro do programa New Deal. Tem como competência a fiscalização do espectro norte-americano de radiofrequência, a atribuição de canais de rádio e TV, serviços de telefonia e TV por assinatura. É composta por cinco conselheiros, que deliberam sobre todas as questões que envolvem a área da mídia eletrônica e das telecomunicações dos Estados Unidos.
Todo equipamento elétrico ou eletrônico produzido ou comercializado nos Estados Unidos deve ter um registro nesse órgão e recebe um número categorizado chamado FCCID. Esse número pode ser pesquisado para a identificação de aparelhos cujo fabricante ou modelo não seja evidente.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

FRANCISCO DE LIMA CERQUEIRA


Por Luís de Melo Alvarenga



Muitos dos grandes artistas dos fins do século XVIII e princípios do XIX ainda continuam desconhecidos ou são lembrados por um pequeno número de estudiosos. 

Duas causas para isso têm concorrido, aqui em Minas: primeiro, a falta de pesquisas nos arquivos, pois somente de alguns anos para cá se têm feito buscas mais detalhadas e minuciosas nos velhos livros das Igrejas e Irmandades, assim como nos arquivos municipais. A segunda causa foi o endeusamento do grande e lendário "Aleijadinho". Toda obra de arte, principalmente em pedra, era logo atribuída a esse genial artista, não admitindo os seus admiradores que se pudesse atribuir qualquer grande e portentosa obra de arte que não houvesse saído de seu escopro e martelo. 

Desde menino sempre ouvi dizer que a Igreja de S. Francisco de Assis de minha terra era obra sua, assim como a do Carmo, mas pelos assentamentos encontrados nos livros de deliberações das mesmas Ordens sabemos que isso não é verdade. 

O autor dessas duas grandiosas Igrejas foi o mestre pedreiro e canteiro português FRANCISCO DE LIMA CERQUEIRA, coadjuvado na de São Francisco, por um grande artista sanjoanense, ainda desconhecido, o Alferes Aniceto de Sousa Lopes, e na de N. S. do Carmo pelo mestre Agostinho Gonçalves Pinheiro. 

Francisco de Lima Cerqueira nasceu na freguesia de S. Mamede da Parada do Monte, Termo de Valadares, Comarca de Valença, pertencente ao Arcebispado de Braga, em princípios do segundo quartel do século XVIII. 

Era filho legítimo de Antônio Bento e D. Isabel de Cerqueira. O nome de sua mãe na cópia do testamento existente em livro da Matriz, pelo mesmo deixado, está escrito Siqueira, enquanto que na sua carta patente de Irmão da Ordem de N. S. do Carmo está Serqueira. 

Tinha quatro irmãos: Manuel Bizides de Brito, José Bizides de Lima, Antônio Bizides e Domingos Bizides, todos moradores em Portugal. 

Trabalhou por alguns anos em Ouro Preto e Congonhas do Campo. 

Em Ouro Preto trabalhou em diversas obras de valor e arrematou outras, em que além de contratar bons auxiliares entrava também com o seu serviço pessoalmente. 

Arrematou a feitura dos serviços de cantaria e talha da Igreja de N. S. do Carmo de Ouro Preto. 

Diz Francisco Antônio Lopes, no volume que escreveu para o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, "História da Construção da Igreja do Carmo de Ouro Preto" que "reza a tradição que a talha do Pórtico do Carmo e a Fonte da Sacristia são devidas a Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho"." Acreditamos que Lima Cerqueira tem algum serviço nesta obra, mas é bem possível que tenha contratado o "Aleijadinho" para a maior parte da mesma, pois pouco tempo, isto é, três anos depois, mudou-se para São João del-Rei, a fim de se encarregar, como Mestre, da feitura da Igreja de São Francisco de Assis, onde os Mesários o foram buscar pessoalmente. 

Sòmente de quando em vez ia a Ouro Preto tratar de seus negócios, pouco se demorando. 

A sua ausência mais demorada de São João del-Rei, foi a que realizou em setembro de 1778, quando se deixou ficar por lá durante quatro meses, pois estava de volta em janeiro de 1779. ¹ 

Francisco de Lima era afamado mestre em Ouro Preto juntamente com José Pereira Arouca, arrematante da Igreja de S. Francisco de Mariana, Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", João Alves Viana, José Antônio de Brito, José da Silva Pereira e outros. Eram ouvidos como louvados e davam pareceres sobre os riscos e orçamentos das principais obras. 

O nosso biografado antes de arrematar as obras de talha e cantaria da Igreja do Carmo de Ouro Preto, em julho de 1771, foi procurado por seu colega Arouca, em Congonhas, onde se achava trabalhando, para dar parecer sobre os riscos e as condições em que deviam ser feitas as mesmas obras de cantaria e talha. 

Respondendo a essa consulta enviou uma carta acompanhando duas figuras (como disse) e justifica que "não vão revestidas com sombras porque não tenho cá preparos para isso", o que demonstra o seu conhecimento de desenho e planta, o que mais tarde provou por ocasião da construção da Igreja de São Francisco de Assis de São João del-Rei, onde "fizera o officio de arquitecto tirando novas plantas e novos desenhos como na mesma obra se vê." ² 

A magnífica obra de arte que é a Igreja de S. Francisco, de S. João del-Rei, é trabalho seu, pois, como disse em seu testamento: fui "Mestre da ditta obra, ... e a pús no estado em que se acha." 

Pode-se dizer que é de sua autoria todo o trabalho de talha mais fino e bem feito desta Igreja, pois quando em setembro de 1785 quis exonerar-se do cargo de mestre e de mestre de lavar, por se sentir adoentado, foi pela Mesa recusado seu pedido e declaram que: "continuasse o mesmo Irmão Francisco de Lima debaixo do mesmo ajuste na administração da obra, tanto a de pedra como a de madeira zelando e promovendo todo o augmento da mesma como fazia delle sempre se esperava com a condição de fazer por suas mãos toda a Lavrage do seu officio que fosse mais mimosa, e superior a capacidade dos outros officiaes." 

Nesse mesmo termo de deliberações de 11 de setembro de 1785 se faz referência ao risco da mesma Igreja feito por Antônio Mrz- (este Mrz-, Martins, está riscado e a margem com outra letra escrito - Fran.co Lx.a, mas mais abaixo quando se torna a falar no autor da planta primitiva lá está novamente Mrz, sem ser riscado) e que deve ter desta data em diante um suplemento com as modificações prescritas pelo Mestre Francisco de Lima Cerqueira, como se deu quando trataram da mudança de óculos para frestas grandes.

Foto de antigo documento em que o nome de Antonio Martins 
aparece riscado e substituído pelo do "Aleijadinho"
Desta correção, visivelmente feita por outra pessoa que o autor do termo, querem alguns que a planta da Igreja tenha sido do "Aleijadinho" a fim de que assim tenha esse admirável esteta da pedra alguma parte nesta "epopeia da pedra", a mais bela e bem acabada das suas congêneres, principalmente em sua portada rica de ornatos. 

Será mesmo do "Aleijadinho" o risco? 

Outros dizem que por ter sido mulato Antônio Francisco Lisboa, não figura o seu nome nos livros da Ordem de S. Francisco, pois só admitiam brancos em seu meio, mas isso não nos parece argumento razoável porque, neste mesmo livro a folhas 144 verso, encontra-se o termo de ajuste feito com o Alferes Aniceto de Sousa Lopes - que era pardo - para terminar as obras da capela, depois da morte de Francisco de Lima. 

Não será a planta da Igreja de S. Francisco de S. João del-Rei do pintor e desenhista Antônio Martins Silveira, autor dos painéis do presbitério da Capela do Seminário Menor de Mariana? 

Lima Cerqueira, como não mais desejava sair de S. João, em 13 de janeiro de 1788 transferiu a sua patente de Irmão da Ordem do Carmo de Ouro Preto para a daqui. 

Religioso como era, tornou-se também irmão de S. Francisco de Assis, do SS. Sacramento em 9 de abril de 1801 e de S. Miguel e Almas. 

Na Ordem de S. Francisco exerceu por muito tempo o cargo de Procurador Geral. 

Grande entusiasmo e dedicação teve com a construção da Igreja de S. Francisco, a ponto de, como Procurador Geral e Mestre das obras da mesma, despender todo o seu dinheiro, tendo a Ordem chegado a lhe ficar devendo quantia superior a seis mil cruzados. 

Quando iam adiantadas as obras, teve, por causa de uma cobrança que fez, uma desavença com a Mesa. Por haver cobrado e reclamado também do Ordinário a cobrança de sua dívida, alegaram os Mesários estar ele devendo à Ordem, mas não responderam a carta que Lima Cerqueira escreveu pedindo a conta, pois não tinha dela conhecimento. A diretoria da Ordem, a pretexto de alcances em testamentarias, promoveu sequestro em seus bens, em setembro de 1805, sendo, nesta ocasião, socorrido pela Ordem do Carmo, que, atendendo aos bons serviços prestados à mesma, à construção da fachada de sua Igreja e a esmolas dadas, lhe deu casa e comida. 

Aos 13 dias do mês de dezembro de 1787 a Ordem do Carmo, dando cumprimento ao resolvido na reunião da véspera, isto é, de se edificar uma fachada condigna, chamou, em definitório, o mestre Francisco de Lima Cerqueira a fim de com o mesmo combinar o ajuste, que foi feito, de administrar, reger e determinar "tudo o que for a bem da dita obra com forme a planta e risco que melhor for, e pareçer mais acertado pra a formozura do Fronte espicio Torres e omais que pertencer a dita obra", do mesmo modo com que vem agindo na construção da igreja de S. Francisco." Para esse ajuste foi-lhe oferecida a quantia de cento e sessenta mil réis (Cr$ 160,00) por ano, mas, ficou resolvido que, quando ficasse só por conta das obras da igreja do Carmo, novo ajuste fariam de acordo com o seu novo trabalho. 

A construção das torres desta igreja foram objetos de vários deficitários. 

Três anos depois do ajuste, em 1790, em reunião de 1º de agosto, resolveram que as torres fossem quadradas, mas como os alicerces já estivessem feitos para redondas, de acordo com o risco, chamaram novamente o Mestre Cerqueira e o Mestre entalhador Luís Pinheiro. 

Nesse definitório ficou resolvido, devido às dificuldades, que se fizessem mesmo redondas e foram tomadas mais as seguintes resoluções: as torres serão "mais altas pª melhor perfeição"; o pé direito da fachada mais alto 4 palmos ou o que for conveniente; que a cantaria seja da Candonga; que as escadas das torres sejam de cantaria com pião ôco; mudar as Armas da Ordem, pondo-as no remate da porta principal. 

Em dezembro deste mesmo ano ficou resolvido em definitivo que as torres seriam oitavadas porque "ficarão mais vistozas, e engraçadas, no que conveyo o mestre da mesma obra Francisco de Lima Cerqueira que disse o mesmo." 

Em 14 de abril de 1792 teve Francisco de Lima plenos poderes para "q. podesse fazer aquellas couzas, q. entendesse serem convenientes a Obra q. de pez.te se esta fazendo do Fronte espicio da Capela de Nossa Snra. do Monte do Carmo" e como muitas "Couzas senão mostrão no Risco, determinarão, q. elle as fizesse a seu arbitrio, na forma q. entendesse; e asq. se achão no Risco as podesse mudar, ou deminuhir, como julgasse; communicando porem aos Irmãos de Meza." 

Tendo resolvido que a coroa e o remate da porta fosse feito por um risco pequeno e não pelo risco grande, fez reunir os irmãos no dia 6 de maio de 1794. 

Em 1800 está também trabalhando como mestre da obra o mestre Agostinho Gonçalves Pinheiro.

Lima Cerqueira, como na Igreja de S. Francisco, não trabalhou na feitura das torres, pois essas só ficaram prontas depois de sua morte. 

Deve ter tido diversos discípulos e entre eles - achamos - se encontra o artista sanjoanense Aniceto de Sousa Lopes, a quem serviu de fiador na construção da ponte da Misericórdia. 

O Alferes Aniceto de Sousa Lopes nasceu em São João del-Rei, sendo filho de Margarida da Silva. Casou-se no dia 10 de junho de 1792 com Maria Josefa da Costa Batista. É o autor da empena da torre da Igreja de São Francisco de Assis, com seu magnífico trabalho representando S. Francisco recebendo as chagas; da torre e do arco abatido do coro, esta maravilha da engenharia, conforme se lê no seguinte termo, que se encontra no L. 2º a fls. 144 v. 

"Termo de novo ajuste com o Alferes Aniceto de Sousa Lopes official de cantaria sobre a obra da nossa Capella. Aos tres de novembro de mil oitocentos e nove esendo no Consistorio em Meza Definitoria da Nossa Ven.el Ordem compareo presente o Alferes Aniceto de Souza Lopes official de Cantaria e com elle se fez novo (sic) ajuste pª finalizar o resto da obra da nossa Igrª pelo jornal de seis centos e setenta e sinco reis cada dia, sem poder em nenhum tempo alterar o m.mo jornal, trabalhando na mayor altura da dita obra lavrando no telheiro ou em outro lugar acabando pelas suas maons a obra da Impena a da Torre e fazer a do Arco do Coro como tambem tomando debaixo da sua inspeção o governo dos Escravos trabalhadores, e mais officiais com participação ao N. C. Ir. Procurador geral e sua faculdade: tendo vigilante zelo nas ferramentas pertencentes a esta Ven.el Ordem que se lhe entregarão por listas, e responderá pelo que faltar; ao que tudo se obrigou: E pª constar se mandou fazer este Termo assinado por todos com o dº official e eu Joze Ferreira de Souza ex-secretario na ausencia do actual o escrevi. João Ferreira Leite, Comisrº - Luis Antonio de Souza, Minstrº - João Antonio de Olivrª D. F. - Joze Ferreira de Souza, Ex-secretario - Joaq.m Jose de Sz Lessa D. F. - Jose de Souza Dias, Sindico - Custodio Nogueira da Costa D. F. - Aniceto de Souza Lopes." 

Aniceto de Souza Lopes alguns anos mais tarde fez a estátua da Justiça, em pedra, para o Pelourinho da Câmara, estátua esta, hoje muito mutilada e estragada, que se encontra guardada na Prefeitura. 

Francisco de Lima foi escolhido, por unanimidade de votos, Juiz do Ofício de pedreiro para o ano de 1791. Era grande o prestígio de que gozava em S. João, como Mestre, tanto assim que por ocasião da arrematação das obras das duas pontes de pedra: a da Cadeia de arco abatido e a do Rosário de arco pleno, uma das condições estipuladas era serem as mesmas feitas sob a orientação do grande mestre e canteiro português. Francisco de Lima Cerqueira faleceu solteiro, com todos os sacramentos, no dia 27 de setembro de 1808, na então Vila de S. João del Rei e foi encomendado e sepultado na Igreja de S. Francisco de Assis, conforme determinou em seu testamento feito um ano e poucos meses antes de sua morte, no dia 25 de maio de 1807, o qual é do seguinte teor: 
"Eu Francisco de Lima Serqueira, morador nesta Villa de Sam João estando em meu perfeito Juizo e Intendimento que Deos Nosso Senhor me deo e tendo concideração de que sou mortal sem saber a hora que Deos disporá de mim, primeiramente por me achar molesto passo este meo Testamento da Forma seguinte. = Declaro que sou filho legitimo de Antonio Bento e de Izabel de Siqueira ambos fallecidos, natural e Baptisado na Freguesia de Sam Mamede de Parada do Monte, Termo de Valladares Comarca de Vallença e Arcebispado de Braga. = Instituo por meos testamenteiros em primeiro lugar ao Alferes José Antonio da Costa morador nesta mesma Villa, em segundo lugar ao Cappitam João Batista da Silveira em terceiro lugar ao Alferes Manoel Moreira da Rocha, em quarto lugar Antonio Pires Segurado, aos quaes pesso por caridade queirão aseitar esta minha Testamentaria administrando meus bens, com livre e geral administração e se necessario he os constituo meus Procuradores Bastantes em cauza propria; meo corpo será envolto no habito de Sam Francisco de quem sou indigno Irmam e sepultado na sua Capella; o meu Funeral deixo a eleição do meo Testamenteiro e mesmo os suffragios que pello amor de Deos me quizer fazer visto que ao presente me veja distituido de bens, e deixo ao dito meo Testamenteiro quatro annos para dar conta destte Testamento, que será dada com seu Juramento declarando ter cumprido as minhas dispoziçoens. = Declaro que por mam do ditto meo Testamenteiro o Alferes Jozé Antonio da Costa, forão pagas as dividas todas que eu devia as quaes herão poucas, e alguas não ha duvida, as pagou com algua cobrança que fes minha; pois que os mais meus devedores quazi todos puzerão e ainda poem duvida em me pagarem; mas he certo que essas dividas constão de credittos. = Declaro que possuo hum escravo por nome Antonio, de Nação Bangella, o qual depois de trabalhar hum anno he minha vontade fique Liberto... e meo Testamenteiro depois do ditto tempo lhe passará Carta de Liberdade ou lhe sirva estta verba de titullo. = Declaro que por fallecimento de meus Pays toda a legitima que me cobe as mandei desfrutar por meus quatro Irmãos Manoel Bizides de Britto, Jozé Bizides de Lima, Antonio Bizides e Domingos Bizides, igoalmente, e assim o fizerão e he minha vontade se conservem emquanto forem vivos os ditos quatro Irmãos meus. Declaro que nunca fui cazado, em estado de solteiro me tenho conservado, e não tenho herdeiros ascendentes ou descendentes e por isso Livremente posso dispor de meus bens. = Declaro que os Mezarios da Veneravel Ordem terceira de Sam Francisco destta Villa, quando quizerão edificar a mesma Capella da ditta Ordem forão pessoalmente buscar-me a Villa Rica donde me achava, e chegando a estta Villa menpreitarão para ser Mestre da ditta obra, que de facto fui, e a pus no estado em que se acha, e fui muitos annos Procurador Geral da mesma Ordem e dispendi em todo esse tempo o meo dinheiro, em beneficio e creditto della e pagando todos os annos promptamente a minha Propinna e das minhas poçoens se me estão devendo seis mil e tantos Cruzados ou o que constar, e não obstante chamarem os Mezarios da Meza para me pagarem esta quantia, e que por isso eu deveria abatter algua coiza e logo dice que abatia a metade passando-se ahi mesmo, huas obrigação do resto pello longo tempo de doze annos em pagamentos, cuja obrigação não quiz aseitar, dizendo que se abatia a metade e tão grande quantia hera por beneficio da Ordem e para se me dar logo o resto cuja obrigação fis reclamar no Ordinario desta Villa, passando aquelles Irmãos e Ingratidam deme fazerem sequestro em todos os meus bens apretesto de alcances de Testamentarias, quando he certo dever me a Ordem alem das minhas porçoens o que constar por contas do Secretario, e mais clarezas, estando huns em meu poder, e outras junctas aos Autos do Sequestro que o meo Testamenteiro indagará e cobrará o que se me dever, e porque me constou que a mesma Ordem dizia que eu lhe hera devedor, deo isto motivo a escrever aos Mezarios haverá tres mezes parame aprezentar essa conta, a qual eu ignorava, e athe agora se me não aprezentou, e me dizem que o Vigario do Culto divino está incumbido de a tirar; o meo Testamenteiro averigoará pois o que hade constar de clareza. = Declaro que na ocazião que me fizerão o Sequestro eu tinha vinte e tantas oitavas de oiro em pó as quaes não entrarão no Sequestro nem eu as receby athe agora e não sei quem com ellas ficou e assim mais....... ocazião hua caixa com vários e diversos papeis, Livros pertencentes a Testamentaria de Francisco Ribeiro Mendes, entre os quaes forão alguns creditos, e mais documentos e de nada se fez Lembrança nem entrou no sequestro nem sei que papeis forão. Segundo a minha lembrança tambem estava dentro dessa caixa hum credito pella quantia, restava-me o sobretercero da ditta Ordem certa quantia e porque este credito não apareceo, meu Testamenteiro lhe mandará deferir Juramento para declarar se o deve ou não ou se me deve mais algum dinheiro de imprestimo, pois que quando elle carecia de dinheiro me pedia as chaves de minha comoda e levava o que necessitava. = Declaro que sou Irmam da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo desta Villa e Irmam das Almas desta Villa, e do Santissimo Sacramento a quem se pagará alguns anuaes que deva, asim como pagará o meo Testamenteiro algua divida, que inda dever, sem contenda de justiça, sendo pessoa verdadeira. = Declaro, que cumprido o meo Funeral, e sufragios, a eleição do meo Testamenteiro, e paga algua divida que dever do resto dos meus bens instituo por meo universal herdeiro ao ditto meo primeiro Testamenteiro Alferes Jozé Antonio da Costa, e se este for falecido a sua filha por nome Thereza. E nesta forma tenho feito estte meu Testamento, e ultima vontade e o fasso asim por confiar do ditto meo primeiro Testamenteiro que tudo hade cumprir por caridade e amor de Deos, e quero que este valha e inteiramente se cumpra , para o que pesso e rogo, as Justiças de Sua Alteza Real, lhe dem inteiro vigor e para firmeza de tudo mandei escrever este por Antonio Francisco de Almeida e Gama e vai somente por mim assignado. Villa de Sam João - vinte e sinco de maio de mil oitosenttos e sette. = Francisco de Lima Cerqueira = Como testemunha que este fis a rogo do Testador Antonio Francisco de Almeida e Gama. E nada mais se continha em o testamento do sobreditto fallecido, ao qual me reporto e vinha aprovado pello Tabelliam do Publico Judicial e Nottas desta sobreditta Villa, Caetano Jozé de Almeida, em presença das Testemunhas mencionadas Antonio Francisco de Almeida Guimarães, Faz José de Sôza Caetano, Jozé da Silveira, Francisco de Mattos Pinho, Narcizo José de Souza e por ser o próprio aqui o mandei trasladar e por verdade Juro.
O Coadjutor Manoel Antonio de Castro." 

Fonte: Revista Vozes de Petrópolis, maio-junho 1947, p. 362-369. Mais tarde, em 1975, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei-Volume II, 1974-1975, às páginas 43 a 71, reproduziu esse artigo revisto e ampliado, com anexos e fotocópias com destaque para a da rasura de antigo documento em que, em vez do nome de Antonio Martins, prevalece o de Antonio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho". Ou seja, o sobrenome "Martins" aparece riscado e substituído à margem por "Francisco Lisboa".











AGRADECIMENTO

A Rute Pardini Braga pelas fotos que tirou e editou para os fins desta matéria.