COLUNA DE ARTE
A Corporação Artística Sanjoanense homenageia a Sociedade de Concertos Sinfônicos ¹
Repercute ainda na alma sanjoanense o éco do grande sucesso alcançado nas cidades do Sul de Minas pela nossa Sociedade de Concertos Sinfônicos, sem dúvida alguma, a expressão máxima da arte musical do interior de Minas.
São João del-Rei, pelo que de mais representativo possui nos meios artístico e cultural, não regateou os seus aplausos a esta organização que há 30 anos vem mantendo, sem outro interêsse senão o amor à arte, um dos mais ricos marcos da nossa cultura.
Justo pois que a Corporação Artística Sanjoanense, a mais nova entidade artística local ², num espetáculo cujo sucesso se prenuncia jubiloso, venha agora prestar tão simpática quanto justa homenagem à sua co-irmã de arte.
Hoje, dia 26, às 20,30 horas, as portas do nosso Teatro Municipal se abrirão para receber a sociedade sanjoanense que com a sua presença e os seus aplausos virá prestigiar esta homenagem à nossa querida Sinfônica.
A "Corporação Artística Sanjoanense" preparou-se carinhosamente para esta homenagem, e assim apresentará o seu Grande Coral e sua orquestra em números selecionados quer no estilo folclórico, quer lírico, ensejando à sociedade sanjoanense a oportunidade de assistir um verdadeiro espetáculo artístico cultural.
Tendo em vista a simpática finalidade dêste espetáculo é de crer-se que o nosso Teatro Municipal apresentará hoje uma das suas grandes noitadas de arte.
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO, São João del-Rei, Ano XXIII, nº 6.578, 26 de outubro de 1960, p. 4.
COLUNA DE ARTE
Homenagem da C.A.S. à Sociedade de Concertos Sinfônicos
Prestando justa homenagem à S.C.S., ao ensejo de seu 33º ano de atividades, e em regosijo pelo seu brilhante êxito obtido com a sua excursão ao Sul de Minas, a C.A.S. fez realizar dia 26 de outubro p. findo, às 20,30 horas, no Teatro Municipal, perante numeroso e seleto auditório, um grande concêrto coral, durante o qual, mais uma vez, tiveram os ouvintes e espectadores a oportunidade de aplaudir entusiàsticamente a magnífica apresentação do Grande Coral e sua Orquestra, sob a regência do Sr. Luiz Antônio Bini.
O programa, escolhido com muito gôsto e apurado senso artístico, foi o seguinte:
1ª parte
Benedito Dutra — "Foi o vento... foi a vida"
Benedito Dutra — "Quem canta..."
Fabiano Lozano — "Cascata de risos"
Oswaldo Souza — "Joazeiro"
Fabiano Lozano — "Um grande amor"
2ª parte
Geraldo Barbosa de Souza — Hino da "Corporação Artística Sanjoanense"
R. Leoncavallo — "I Pagliacci" (1º ato) — Coro delle Campane
G. Puccini — "Madame Butterfly" (1º ato) — Côro de Geishas (solo de Mme. Salette Maria Bini)
P. Mascagni — "Cavalleria Rusticana" (ato único) — Côro da Páscoa (solo de Mme. Salette Maria Bini
G. Verdi — "Il Trovatore"(3º ato) — Or co' dadi, ma fra poco
G. Verdi — "Aida" (2º ato) — Gloria all'Egitto (Marcha final)
Os solos vocais estiveram sôb a responsabilidade do aplaudido soprano Sra. Salette Maria Bini cuja apresentação é sempre recebida pelos ouvintes da boa música com satisfação. A sua interpretação do solo de Madame Butterfly atingiu o climax dessa audição exigindo o grande público do Municipal a sua repetição sôb calorosos aplausos. Fazemos votos pela sua aparição mais frequente.
Embora excelente a apresentação do Grande Coral e de sua incipiente Orquestra, levando-se em conta o tempo curto ainda de suas atividades artísticas, oportuna se faz uma sugestão — a necessidade da direção da C.A.S. providenciar a arregimentação de elementos masculinos (baixos, principalmente), pois é notável uma acentuada superioridade das vozes femininas, aliás ótimas, sôbre as vozes masculinas.
Quanto à Orquestra, considerando-se o número de vozes mistas, torna-se necessário reforçá-la com novos elementos. Obtido isto, a Corporação Artística Sanjoanense pode orgulhar-se de nivelar-se aos melhores corais existentes no Brasil.
Observa-se que "entusiásmo" e "vontade" não faltam aos seus integrantes. Necessário é que compreendam a grandeza do que estão realizando e dos sacrifícios e renúncias de que deverão prevenir-se para que tão grande obra não pereça ante as investidas da incompreensão e da intriga. Pois a Corporação Artística Sanjoanense está, também, prestando um inestimável serviço à arte musical de São João del-Rei.
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO, São João del-Rei, Ano XXIII, nº 6.584, edição de 3 de novembro de 1960, p. 2.
NOTAS EXPLICATIVAS
¹ O Blog de São João del-Rei já publicou uma reportagem de José do Carmo Barbosa, intitulada "Uma Cidade Vive Há dois Séculos Mergulhada nas Ondas Musicais", publicada no CORREIO DA MANHÃ, Ano LX, nº 20740, edição de 4 de novembro de 1960, que trata dessas duas entidades artísticas são-joanenses. Cf. in http://saojoaodel-rei.blogspot.com.br/2014/12/uma-cidade-vive-ha-2-seculos-mergulhada.html
² O DIÁRIO DO COMÉRCIO, em sua edição nº 6281, de 12 de agosto de 1959, noticiou a instalação da C.A.S.-Corporação Artística Sanjoanense, com a seguinte matéria:
Num ambiente de arte e elegância, instalou-se domingo p.p. (09/08/1959) a nova entidade artística com que passará a contar a cidade – a "CORPORAÇÃO ARTÍSTICA SANJOANENSE" – cuja finalidade é congregar moços e moças, amantes da arte, para o cultivo e a prática do Canto, incentivando na mocidade o gôsto pelo bel-canto e pelo nosso folclore.
À solenidade, que teve lugar no salão de festas do Minas F. C., gentilmente cedido pela sua diretoria, compareceu quasi a totalidade dos fundadores da C.A.S., além de pessoas gradas da nossa sociedade. O ato foi presidido pelo prof. José Pedro Leite de Carvalho, representante do Revmo. Pe. Osvaldo Torga, Prefeito do município, vendo-se ainda à mesa os Snrs. jornalista Mozart Novaes, presidente da Câmara; Carmélio de Assis Pereira, vice-prefeito; Revmo. Pe Luiz Zver, presidente do Centro Artístico e Cultural de São João del-Rei, além dos membros eleitos para a Diretoria da Corporação Artística Sanjoanense.
Iniciando os trabalhos da sessão, o presidente deu a palavra ao Sr. Luiz Antonio Bini que expôs o programa da neo-sociedade, terminando a sua oração colocando a C.A.S. a serviço da cidade e das demais corporações artísticas. A seguir, a srta. Nancy Assis declamou belíssimo poema "Lembrai-vos da Guerra".
A palavra seguinte coube ao orador oficial da sociedade prof. J. do Carmo Barbosa que lembrou aos moços o poder da abnegação no êxito de empreendimento daquela natureza.
Encerrando a solenidade de posse da Diretoria, falou o Sr. Mozart Novaes para congratular-se com a cidade pelo surto maravilhoso de progresso intelectual e artístico que a empolga.
Seguiu-se a parte artística da festividade que constou do seguinte: Puccini: Recondita Armonia (Tosca), José Costa; Pestalozza: Ciribiribin, Srta. Niva Guimarães; Gottschalk: Radieuse, piano a 4 mãos, profª. Mercês Bini Couto e Abgar Campos Tirado; Alfonso S. Oteo: Dime que si, tenor Vicente Viegas; A. Sedas: Cielito Lindo, soprano Sra. Lêda Neto Zarur; Puccini: Valsa de Musetta (La Bohème), soprano Salete Maria da Silva Bini.
É a seguinte a diretoria da C.A.S.: presidente, Sr. Luiz Antônio Bini; vice-presidente, Antônio Moura; 1º secretário, profª Maria Marlene de Resende; 2º secretário, profª Maria Luiza Vieira; 1º tesoureiro, Vicente de P. Barbosa Viegas; 2º tesoureiro, Abgar A. Campos Tirado; 1º procurador, Geraldo Barbosa de Souza; 2º procurador, José Raimundo de Arruda.
Conselho Artístico: professora Mercês Bini Couto; professora Salete Maria da Silva Bini e prof. João Américo da Costa.
Diário do Comércio fez-se representar nessa solenidade marcante do progresso cultural e artístico da cidade."
Também o jornal são-joanense O CORREIO, em edição nº 2971, do dia 16 de agosto de 1959, fez a seguinte cobertura da solenidade de instalação da C.A.S.:
NOTAS EXPLICATIVAS
¹ O Blog de São João del-Rei já publicou uma reportagem de José do Carmo Barbosa, intitulada "Uma Cidade Vive Há dois Séculos Mergulhada nas Ondas Musicais", publicada no CORREIO DA MANHÃ, Ano LX, nº 20740, edição de 4 de novembro de 1960, que trata dessas duas entidades artísticas são-joanenses. Cf. in http://saojoaodel-rei.blogspot.com.br/2014/12/uma-cidade-vive-ha-2-seculos-mergulhada.html
² O DIÁRIO DO COMÉRCIO, em sua edição nº 6281, de 12 de agosto de 1959, noticiou a instalação da C.A.S.-Corporação Artística Sanjoanense, com a seguinte matéria:
"Instala-se solenemente a "Corporação Artística Sanjoanense"
Num ambiente de arte e elegância, instalou-se domingo p.p. (09/08/1959) a nova entidade artística com que passará a contar a cidade – a "CORPORAÇÃO ARTÍSTICA SANJOANENSE" – cuja finalidade é congregar moços e moças, amantes da arte, para o cultivo e a prática do Canto, incentivando na mocidade o gôsto pelo bel-canto e pelo nosso folclore.
À solenidade, que teve lugar no salão de festas do Minas F. C., gentilmente cedido pela sua diretoria, compareceu quasi a totalidade dos fundadores da C.A.S., além de pessoas gradas da nossa sociedade. O ato foi presidido pelo prof. José Pedro Leite de Carvalho, representante do Revmo. Pe. Osvaldo Torga, Prefeito do município, vendo-se ainda à mesa os Snrs. jornalista Mozart Novaes, presidente da Câmara; Carmélio de Assis Pereira, vice-prefeito; Revmo. Pe Luiz Zver, presidente do Centro Artístico e Cultural de São João del-Rei, além dos membros eleitos para a Diretoria da Corporação Artística Sanjoanense.
Iniciando os trabalhos da sessão, o presidente deu a palavra ao Sr. Luiz Antonio Bini que expôs o programa da neo-sociedade, terminando a sua oração colocando a C.A.S. a serviço da cidade e das demais corporações artísticas. A seguir, a srta. Nancy Assis declamou belíssimo poema "Lembrai-vos da Guerra".
A palavra seguinte coube ao orador oficial da sociedade prof. J. do Carmo Barbosa que lembrou aos moços o poder da abnegação no êxito de empreendimento daquela natureza.
Encerrando a solenidade de posse da Diretoria, falou o Sr. Mozart Novaes para congratular-se com a cidade pelo surto maravilhoso de progresso intelectual e artístico que a empolga.
Seguiu-se a parte artística da festividade que constou do seguinte: Puccini: Recondita Armonia (Tosca), José Costa; Pestalozza: Ciribiribin, Srta. Niva Guimarães; Gottschalk: Radieuse, piano a 4 mãos, profª. Mercês Bini Couto e Abgar Campos Tirado; Alfonso S. Oteo: Dime que si, tenor Vicente Viegas; A. Sedas: Cielito Lindo, soprano Sra. Lêda Neto Zarur; Puccini: Valsa de Musetta (La Bohème), soprano Salete Maria da Silva Bini.
É a seguinte a diretoria da C.A.S.: presidente, Sr. Luiz Antônio Bini; vice-presidente, Antônio Moura; 1º secretário, profª Maria Marlene de Resende; 2º secretário, profª Maria Luiza Vieira; 1º tesoureiro, Vicente de P. Barbosa Viegas; 2º tesoureiro, Abgar A. Campos Tirado; 1º procurador, Geraldo Barbosa de Souza; 2º procurador, José Raimundo de Arruda.
Conselho Artístico: professora Mercês Bini Couto; professora Salete Maria da Silva Bini e prof. João Américo da Costa.
Diário do Comércio fez-se representar nessa solenidade marcante do progresso cultural e artístico da cidade."
Também o jornal são-joanense O CORREIO, em edição nº 2971, do dia 16 de agosto de 1959, fez a seguinte cobertura da solenidade de instalação da C.A.S.:
"Coluna de Arte
Gagliero
Empossou-se domingo p. passado a diretoria da Corporação Artística Sanjoanense recentemente fundada por um grupo de moços e moças idealistas.
A solenidade realizou-se às 10,30 horas no salão de recepções do Minas F. C., gentilmente cedido pela sua diretoria, perante seleta assistência constituída de pessoas gradas da sociedade local e de um grande número de componentes da neo-organização artística. (...)
Usou da palavra inicialmente o senhor Luiz Antonio Bini, presidente eleito, que focalizou as finalidades da nova entidade e o seu propósito de colaborar com as demais organizações artísticas para maior incremento da música em nossa cidade, declarando não haver solução de continuidade entre a Corporação Artística Sanjoanense e as suas co-irmãs. Como orador oficial da C.A.S. falou o prof. J. do Carmo Barbosa saudando os seus organizadores e apontando-lhes como condição precípua para a sua completa finalidade o espírito de abnegação que deve animar tôdos os seus integrantes e ressaltando a responsabilidade moral que assumiam no setor artístico da cidade.
O senhor Mozart Novais, presidente da Câmara, em belo improviso, focalizou o progresso cultural e artístico que nêstes últimos dias vem se desenvolvendo na cidade, congratulando-se com os jovens pelo belo exemplo que vêm dando com o seu interesse pela arte nesta comuna.
A Corporação Artística Sanjoanense, comprovando a sua elevada e simpática finalidade, ofereceu aos presentes magnífica hora de arte com o seguinte programa: (...)
A 1ª Diretoria da C.A.S. ficou assim constituída: presidente de honra efetivo, Revmo. Pe. Luiz Zver SDB; presidentes de honra honorários: Dr. Tancredo de Almeida Neves, Dr. Gabriel de Rezende Passos, Marechal Ciro do Espirito Santo Cardoso e General Luiz de Faria; presidente, Luiz Antonio Bini; (...)."
OBSERVAÇÃO
Em todos os textos acima foi mantida a grafia original.
OBSERVAÇÃO
Em todos os textos acima foi mantida a grafia original.
5 comentários:
Venho, através deste trabalho de pesquisa, apresentar-lhe duas corporações que trouxeram importantes glórias para São João del-Rei.
A entidade homenageada Sociedade de Concertos Sinfônicos, conhecida popularmente por "Sinfônica", foi fundada em 26 de janeiro de 1930, tendo recentemente completado 86 anos de excelentes serviços artísticos prestados à Municipalidade durante sua profícua existência.Suas tradicionais apresentações pelo Sul de Minas foram antológicas e deixaram marcas indeléveis de magnífico sucesso na sua história.
A entidade que homenageia a "Sinfônica" neste post é a CAS-Corporação Artística Sanjoanense, instalada em 9 de agosto de 1959, com a finalidade de "congregar moços e moças, amantes da arte, para o cultivo e a prática do Canto, incentivando na mocidade o gosto pelo bel-canto e pelo nosso folclore". Tinha acabado de completar seu primeiro ano de existência.
Grato.
Caríssimo BRAGA, paz!
Ler seus escritos e suas descobertas, saiba, suscitam um terremoto de emoções em meu coração.
Nomes como Luís Antônio Bini; Salete; Padre Luís Zver; Professor Pedro Leite (meu professor de Latim); Mozart Novaes, o orador, que morreu por estar fazendo regime alimentar e ficou gripado... estão vivos na minha memória!
Havia uma saudável briga entre a Corporação e a Sinfônica. Aluísio me dizia que foi nessa época que a Sinfônica mais brilhou, em resposta aos desafios da Corporação.
Foi numa dessas, que a Sinfônica levou, com perfeição, a famosa e difícil "Gruta de Fíngal", de Mendelssohn.
Dona Mercês Bini não perdia tempo em "roubar" bons músicos da Sinfônica para a Corporação!
Belos tempos!
Braga, sabia que a Sinfônica de nossa Terra é a mais antiga do Brasil?
Lourenço
MUITO BOM!!!
Rogério
CORDIAIS CUMPRIMENTOS E PARABÉNS PELO BELO TRABALHO. ATENCIOSAMENTE,
NEIDE FURTADO
ACADEMIA LAVRENSE DE LETRAS
Postar um comentário