Por Francisco José dos Santos Braga
OLAVO Brás Martins dos Guimarães BILAC (Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 — 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista, tradutor, contista, cronista e poeta brasileiro. Foi como poeta que Bilac se imortalizou. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, – constituindo a chamada Tríade Parnasiana, – foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo no Brasil. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias.
Em 1888, a publicação de Poesias rendeu-lhe a consagração. Eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1913, no concurso lançado em 1º de março de 1913, sua popularidade aumentou e seus poemas foram cada vez mais apreciados entre seus leitores. Alguns anos mais tarde, os poetas parnasianos seriam o principal alvo do Modernismo. Apesar da reação modernista contra a sua poesia, Olavo Bilac tem lugar de destaque na literatura brasileira, como dos mais típicos e perfeitos dentro do Parnasianismo brasileiro. Foi notável conferencista, numa época de moda das conferências no Rio de Janeiro, e produziu também contos e crônicas.
Bilac foi autor de diversos livros
1) individuais:
Poesias, dividido em três partes: Panóplias, Via Láctea e Sarças de Fogo (1888), Crônicas e Novelas (prosa, 1894), Contos para Velhos (1897, sob o pseudônimo de Bob), Alma Inquieta (poesias, 1902), As Viagens (poesias, 1902), Crítica e Fantasia (prosa, 1904), Poesias Infantis (1904), Juca e Chico (tradutor das famosas travessuras de “Max und Moritz” de Wilhelm Busch, do alemão para o português, 1906), Conferências Literárias (1906), Dicionário de Rimas (1913), Ironia e Piedade (crônicas, 1916), A Defesa Nacional (1917), Tarde (poesias, 1919, publicação póstuma organizada por Alceu Amoroso Lima), Últimas Conferências e Discursos (1924, publicação póstuma);
2) em colaboração:
Pimentões (1897, com Guimarães Passos), A Terra Fluminense (1898, com Coelho Neto), Lira Acaciana (1900, com Alberto de Oliveira e Pedro Tavares Jr.), Livro de Leitura (1901, com Manuel Bonfim), Contos Pátrios (1894, com Coelho Neto), Livro de Composição (1899, com Manuel Bomfim), Guide des États Unis du Brésil (1904, com Guimarães Passos e Souza Bandeira), Tratado de Versificação (1910, com Guimarães Passos), Teatro Infantil (1905, com Coelho Neto), A Pátria Brasileira (1909, com Coelho Neto), Através do Brasil (1910, com Manuel Bonfim), Lições de História do Brasil (1918, com Macedo), para mencionar apenas os mais conhecidos. O sr. Eloy Pontes organizou e publicou (Rio de Janeiro: Casa Mandarino, 1940) “Olavo Bilac, Bom Humor”, uma coletânea de trabalhos humorísticos do grande poeta, recolhidos de suas numerosas colaborações em folhas do Rio e de São Paulo.
Prestou colaboração em várias publicações periódicas. Cabe aqui mencionar pelo menos as seguintes revistas: A Imprensa (1885-1891), A Leitura (1894-1896), Branco e Negro (1896-1898), Brasil-Portugal (1899-1914), Kosmos (1904-1909), Azulejos (1907-1909) e Atlântida (1915-1920).
Com referência a viagens feitas ao exterior por Bilac, [DIMAS, 1999, 174-189] ¹ começa assim seu artigo intitulado "Bilac em Lisboa": “Ainda está por ser feito um trabalho minucioso sobre as viagens constantes de Bilac (1865-1918) à Europa e a Portugal, em particular”. Segundo o articulista, em 1890, ao atravessar o Atlântico pela primeira vez, Bilac gozou da ventura de apertar a mão de Eça de Queirós, numa fria noite de dezembro de 1890. Sobre a segunda viagem à Europa (cuja data o autor não especifica), informa que Raymundo de Magalhães Júnior, biógrafo de Bilac, destaca apenas, no que se refere à escala em Lisboa, o interesse do parnasiano em negociar a publicação de seu terceiro livro de prosa, Crítica e Fantasia, cuja primeira edição acabou saindo pela Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, de Lisboa, ainda em 1904. Mais de dez anos depois, em plena Primeira Grande Guerra, Bilac ainda volta ao continente europeu, duas vezes: em 1914 e 1916. Com referência a esta última viagem, entre tantas entrevistas concedidas a periódicos lisboetas, assim que desembarca na capital portuguesa, proveniente de Paris, destaca trechos de uma delas, concedida ao jornal A Capital, em 26 de março de 1916, nos quais ficam patentes sua latinofilia e a defesa da nacionalidade brasileira, sobretudo a dos nossos estados meridionais, posta em questão por causa de sua farta população de imigrantes de origem germânica. [DIMAS, 1999, 183] registra que "armado dessa argumentação pedagógico-castrense, Bilac entra numa Lisboa que, cerca de vinte dias antes, havia declarado guerra ao adversário alemão e que, portanto, estava ávida para ser confirmada, legitimada e reconhecida em sua beligerância, sobretudo se esse reconhecimento viesse de um intelectual, de um poeta da mesma língua e da mesma extração cultural. A fusão do político e do ideológico com o poético não poderia ter ocorrido em momento mais que adequado. No congraçamento dessas esferas, intercambiavam-se prestígios específicos, em benefício de ambos os lados, como bem se pode avaliar a partir desta nota da redação da revista Atlântida:
Com referência a viagens feitas ao exterior por Bilac, [DIMAS, 1999, 174-189] ¹ começa assim seu artigo intitulado "Bilac em Lisboa": “Ainda está por ser feito um trabalho minucioso sobre as viagens constantes de Bilac (1865-1918) à Europa e a Portugal, em particular”. Segundo o articulista, em 1890, ao atravessar o Atlântico pela primeira vez, Bilac gozou da ventura de apertar a mão de Eça de Queirós, numa fria noite de dezembro de 1890. Sobre a segunda viagem à Europa (cuja data o autor não especifica), informa que Raymundo de Magalhães Júnior, biógrafo de Bilac, destaca apenas, no que se refere à escala em Lisboa, o interesse do parnasiano em negociar a publicação de seu terceiro livro de prosa, Crítica e Fantasia, cuja primeira edição acabou saindo pela Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, de Lisboa, ainda em 1904. Mais de dez anos depois, em plena Primeira Grande Guerra, Bilac ainda volta ao continente europeu, duas vezes: em 1914 e 1916. Com referência a esta última viagem, entre tantas entrevistas concedidas a periódicos lisboetas, assim que desembarca na capital portuguesa, proveniente de Paris, destaca trechos de uma delas, concedida ao jornal A Capital, em 26 de março de 1916, nos quais ficam patentes sua latinofilia e a defesa da nacionalidade brasileira, sobretudo a dos nossos estados meridionais, posta em questão por causa de sua farta população de imigrantes de origem germânica. [DIMAS, 1999, 183] registra que "armado dessa argumentação pedagógico-castrense, Bilac entra numa Lisboa que, cerca de vinte dias antes, havia declarado guerra ao adversário alemão e que, portanto, estava ávida para ser confirmada, legitimada e reconhecida em sua beligerância, sobretudo se esse reconhecimento viesse de um intelectual, de um poeta da mesma língua e da mesma extração cultural. A fusão do político e do ideológico com o poético não poderia ter ocorrido em momento mais que adequado. No congraçamento dessas esferas, intercambiavam-se prestígios específicos, em benefício de ambos os lados, como bem se pode avaliar a partir desta nota da redação da revista Atlântida:
“Durante a sua recente permanência em Lisboa, Olavo Bilac foi alvo das mais significativas homenagens de admiração e carinho por parte de todas as classes sociais. O chefe do Estado quis ter a honra de o sentar à sua mesa, oferecendo-lhe um jantar íntimo em que foram igualmente convivas algumas ilustres personalidades literárias e o diretor da Atlântida, dr. João de Barros. Domingo, 26 de março, realizou-se em honra do presidente da República uma grandiosa manifestação popular, a propósito da entrada de Portugal na guerra europeia. O cortejo, composto de muitos milhares de pessoas, foi desfilar perante o edifício da câmara municipal, em cuja varanda estava o dr. Bernardino Machado, os membros do go- verno e os ministros das nações aliadas. Pouco antes, passara em frente do Avenida Palace e como a multidão descortinasse a uma das janelas Olavo Bilac, que presenciava o desfile, ergueram-se de todas as bocas, frementes de entusiasmo, vivas calorosos ao Brasil, à República irmã e ao seu grande poeta. Foram alguns minutos de inolvidável comoção. As salvas de palmas estrugiram, os chapéus e os lenços agitaram-se no ar, todos pararam voltados para Bilac surpreendido com aquela admirável demonstração de afeto à sua gloriosa pátria. O eminente lírico agradeceu profundamente sensibilizado, erguendo um Viva a Portugal. No dia 28, três do jornais noturnos de Lisboa, A Capital, O Século e A Opinião, inseriam interessantes entrevistas com Olavo Bilac acerca da atitude do Brasil em face da presente situação internacional.” [Atlântida (Lisboa), nº 6, 15 abr. 1916, p. 569-570].
Como se vê, a notoriedade de Bilac entre os portugueses foi muito semelhante à de um popstar. O Jardim Olavo Bilac, também conhecido por Jardim do Largo das Necessidades, é um jardim da cidade de Lisboa. Foi construído em 1747 e seu projeto atribuído ao arquiteto Manuel Caetano de Souza. O Jardim possui um parque infantil e um chafariz (Chafariz das Necessidades) e está situado em frente ao Palácio das Necessidades.
NOTAS EXPLICATIVAS
¹ DIMAS, Antonio: Bilac em Lisboa, São Paulo: revista Via Atlântica (USP), nº 2, jun/1999, p. 174-189
6 comentários:
Impossível deixar de lembrar-se de OLAVO BILAC quando se fala em FLORENÇA. Sua crônica com esse título, de 1904, consegue expressar à perfeição o sentimento do turista que entra em contato com essa cidade da Toscana e de cujas impressões derivam as mais vivas emoções e associações artísticas e literárias as mais variadas.
Em 28/12/2018 comemoraremos o centenário da morte de OLAVO BILAC, o consagrado poeta parnasiano brasileiro, eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista FON-FON em 1913. Alguns anos mais tarde, os poetas parnasianos foram o principal alvo do Modernismo. Apesar da reação modernista contra a sua poesia, Olavo Bilac tem lugar de destaque na literatura bnrasileira, como dos mais típicos e perfeitos dentro do Parnasianismo brasileiro. Foi jornalista, tradutor, contista, cronista e poeta, além de notável conferencista.
Desde já, o Blog de São João del-Rei se antecipa aos demais meios de comunicação na homenagem que presta ao ilustre poeta brasileiro, símbolo maior da Beleza e da Perfeição do fazer poético.
Crônica de Olavo Bilac: FLORENÇA
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2018/11/florenca.html
Biobibliografia de Olavo Bilac (da minha autoria)
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2018/11/biobibliografia-de-olavo-bilac.html
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Muito bom saber, muito obrigada !
Cordial abraço,
Eudóxia.
Meu caro Braga, que tanto admiro.
Bela e oportuna lembrança acerca do centenário de Olavo Bilac.
Parabéns pelo zelo da memória literária.
Do amigo e admirador.
José Carlos Gentili
Prezado Braga,bom dia. Realmente,Olavo Bilac é um dos marcos da poética nacional. Estou preparando, no primeiro semestre do ano vindouro, uma homenagem ao poeta, que é patrono da cadeira da acadêmica Maria Elói na ADL. Abraço do Fernando Teixeira
Agradecimentos sinceros pelo comunicado não só rememorativo da data ( centenário da morte de Bilac) mas altamente informativo e respeitador do mérito do grande parnasiano, o poeta cujo nome é um verso alexandrino perfeito ( dodecassílabo ).
Obrigado, amigo .
O Blog de São João del-Rei, nesta data em que se comemora o centenário de falecimento do PRÍNCIPE DOS POETAS (28/12/1918-28/12/2018), não pode deixar de unir-se a outras Academias de Letras, compartilhando com seus leitores algumas das mais significativas composições poéticas desse autor que buscou com perfeição trabalhar seus versos, como deixou claro em "A um poeta".
POEMAS
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2018/12/poemas-seletos-de-olavo-bilac.html
BIOBLIOGRAFIA DE OLAVO BILAC
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2018/11/biobibliografia-de-olavo-bilac.html
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
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