Ao invés de apresentar a biografia de ANTÔNIO CAMPOS TIRADO (1930-2014), o Blog de São João del-Rei prefere inovar, mostrando as outras faces do artista, que, além de cronista e poeta, era pintor.
Mostra homenageia Antônio Campos Tirado
Por Gazeta de São João del-Rei em 14/11/2015
Foto: Acervo Pessoal |
Um artista bem introspectivo que em suas particularidades sempre
buscou mostrar um pouco mais sobre a história da cidade dos sinos. Assim
foi Antônio Campos Tirado ou Antoñito. São-joanense nascido em 1930, o
artista tinha a pintura como algo para completar sua vida. Viveu no Rio
de Janeiro e construiu uma família, mas retornou a São João del-Rei onde
faleceu em fevereiro de 2014.
Para homenagear o artista e também mostrar um pouco mais das suas
obras, será aberta hoje a exposição Memórias da Saudade. De acordo com
Airton Tirado, irmão de Antônio e curador da exposição, o artista criou
muitas obras representativas de épocas passadas, retratando São João
del-Rei. “A exposição ganhou esse tema pelo fato de os quadros
remontarem uma cidade da qual nosso irmão sentia saudades. Ele não tem
uma obra futurista. Tinha características muito específicas dele em suas
obras”, frisou o curador.
Ainda segundo Tirado, Antoñito sempre foi uma pessoa muito fechada
que se expressava através da arte. “Juntamos a família e decidimos
realizar uma coisa muito bacana para que o pessoal tomasse conhecimento
do acervo dele e do grande artista que ele era”, ressaltou.
A exposição tem abertura hoje, 14, às 20h, na Biblioteca Pública
Municipal Baptista Caetano d’Almeida, em São João del-Rei, e ficará em
visitação até o dia 20 de novembro.
A solenidade contará com a presença do cantor Vicente Viegas
juntamente com o músico Abgar Tirado, também irmão de Antoñito, que
apresentarão dois números. A entrada é franca.
Exposição "Memória da Saudade"
Jornalismo TV Campos de Minas
8 comentários:
Caro Francisco
agradeço a homenagem.
eric
Em 6 de setembro de 1970, através das páginas do Ponte da Cadeia, a população são-joanense leu a crônica "UMA PROSA CANTADA", da autoria do são-joanense Antônio Campos Tirado, o "Antonito".
Hoje, passados exatamente 46 anos, o Blog de São João del-Rei vem homenagear o inesquecível Antonito com a sua mesma crônica, que tanto encantamento trouxe a seus inúmeros fãs e admiradores.
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Bela crônica, a de Antônio Campos Tirado, que evidencia verdades inexoráveis. Realmente, a pior forma de saudade é a de voltarmos a um lugar e sentirmos que ele já não é mais o mesmo em que vivemos, outrora.
Vivo essa realidade quando, normalmente em agosto (este ano, nem isso), retorno à querida São João. Sim, a beleza da nossa Terra Natal não está apenas nas frias montanhas, no sussurro da Lenheiro que parece contar-nos segredos à noite ou até na melodia dos sinos que ouvimos ainda no ventre de nossas mães e, em especial, as harmonias das orquestras Lira e Ribeiro Bastos, duas vezes seculares, sendo a Lira a mais antiga das Américas e a segunda do mundo.
Não, refiro-me aos seres humanos que dão vida ao que São João tem de mais belo e sagrado. Esses seres que passam, mas, sem eles, tão especiais, a perenidade da nossa arte estaria comprometida.
Sou grato a Deus por retornar a São João e encontrar os baluartes da cultura que marcaram minha vida, quando adolescente.
Dentre eles, você, caro amigo; o Professor Abgar; meu querido irmão Benigno; os amigos da Lira, onde ingressei aos 14 anos de idade; dentre outros, muitos outros...
No entanto, corroborando as palavras do autor da Crônica, faltam-me, no reencontro, alguns luminares. Para não ser longo, cito apenas alguns: Aluízio Viegas; Monsenhor Paiva; minha Mestra Maria Estela Neves Vale; o gênio Geraldo Barboza...
De você, caríssimo Braga, guardo inúmeras e vivas lembranças.
Certa noite, de madrugada, num sábado, eu retornava do Morro da Forca, da casa do Toninho Ramos. Lá estivera gravando o Programa do Estudante, a cargo do Conservatório.
Próximo à Ponte da Cadeia, alguns jovens conversavam. Passei célere para ir para casa.
Alguns passos adiante, e um dos jovens gritou meu nome, saudando-me: era você!
Tais recordações se me apresentam valioso tesouro!
Forte e saudoso abraço do filho de São João que, ainda que pequeno, procura a Terra de Tiradentes!
Lembrança do velho Antonito, amigo e companheiro de boemia da minha mocidade em São João del-Rei. Suas crônicas são memoráveis. Justa homenagem, Braga. Dangelo
Embora minha ida a Pará de Minas, não tenha sido mais que de dois anos, da última vez que lá fui, quase me perdi. Já não mais conheço a terra de minha infância. O antigos conhecidos e amigos já devem estar nos "ossários". e a cidade é outra. Mais moderna, mas, para mim, menos romântica.
Fenomenal, caro Braga! Obrigado por resgatar tão lindos versos do saudoso irmão de nosso amigo e confrade Abgar! Abraço fraterno!
Agradecemos pelo envio.
Abraços, Mario.
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