Por Francisco José dos Santos Braga
Pe. Almir de Rezende Aquino (foto de 1950) (✯ São João del-Rei, 24/02/1917 ✞ Carmópolis de Minas, 18/06/2001) |
I. INTRODUÇÃO
Neste Ano Nacional Mariano de 2017, celebrando o 3º Centenário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Paróquia da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar da Diocese de São João del-Rei houve por bem, dentro da programação das solenidades da Semana Santa de 2017, prestar
"homenagem ao Revmo. Sr. Monsenhor Almir de Resende Aquino, na passagem dos 100 anos de seu nascimento; grande promotor da solenidade da Semana Santa, destacando-se seu zelo e admiração pelas nossas mais solenes tradições locais, quando Pároco da então "Matriz do Pilar", de 1948 a 1967.
Descanse em paz!"
Se estivesse entre nós, Monsenhor Almir teria completado 100 anos no dia 24 de fevereiro de 2017. Em nome dos historiadores e pesquisadores quero dizer que reverenciamos a memória desse ilustre são-joanense que tantas benemerências trouxe ao arquivo paroquial e à cidade de São João del-Rei, como se verá a seguir.
[CINTRA, 1982, 68, 96 e 467] fornece as seguintes notas biográficas sobre Almir de Resende Aquino:
"Filho
de Oscar Gonçalves de Aquino e de Ignez de Resende Aquino. Estudou na
Escola Estadual João dos Santos e cursou o Seminário de Mariana,
ordenando-se a 30/11/1941, na Igreja do Carmo. A 2/12/1941 oficiou na
Matriz do Pilar a 1ª missa solene. Foi coadjutor em Lafaiete, vigário em
Barra do Piraí, onde promoveu Congresso Eucarístico. Organizou a
Paróquia de S. José, em Monlevade, e exerceu o cargo de pároco
substituto de Santa Bárbara e de pároco de S. José, em Barbacena. Foi
vigário de N. Sra. do Pilar da terra natal de 4/4/1948 a 13/1/1967. A
6/11/1960 é instalada a Diocese de S. João del-Rei e posse de seu
primeiro bispo, Dom Delfim Ribeiro Guedes, tendo o Cônego Almir, na
qualidade de secretário ad-hoc, redigido a ata referente a essa
cerimônia. A 3/9/1961, realiza-se a instalação do Cabido da
Igreja-Catedral da Diocese de S. João del-Rei. De acordo com a Bula
Pontifícia lida na ocasião, Cônego Almir foi empossado na dignidade de
arcediago. A 9/2/1963, o Papa João XXIII confere ao Cônego são-joanense
Almir de Rezende Aquino, pároco de Nossa Senhora do Pilar, o título de
monsenhor. Foi um dos maiores batalhadores em prol da Coroação
Pontifícia da imagem da Virgem do Pilar e da criação da Diocese de S.
João del-Rei. Foi vigário forâneo da comarca eclesiástica do Rio das
Mortes. A Santa Sé distinguiu-o com o cargo de arcediago do cabido da
Catedral da Diocese de S. João del-Rei. Deve-se a Monsenhor Almir a
restauração e conservação dos preciosos arquivos da Matriz do Pilar,
cujos livros e registros guardam elementos importantíssimos para a
história de Minas Gerais e de S. João del-Rei. Na ocasião que estas
notas foram escritas, Monsenhor Almir exercia o paroquiato de Carmópolis
de Minas, cidade mineira que lhe concedeu o título de cidadão
honorário." (grifos meus)
É importante destacar que a Diocese de São João del-Rei só foi instalada a 6 de novembro de 1960. Nove anos antes, em 12 de outubro de 1951, o pároco da então Matriz de Nossa Senhora do Pilar conseguiu a declaração pontifícia de Nossa Senhora do Pilar como Padroeira canônica e litúrgica da primeira Matriz e primeira Paróquia da cidade e do Município de São João del-Rei.
[CINTRA, 1982, 29] em 12/0l/1954 registra ter sido exarado "Breve Pontifício delegando faculdade ao Arcebispo de Mariana para coroar a imagem de N. Sra. do Pilar em nome e com autorização de S. Santidade Pio XII."
Sobre as festas da Coroação Pontifícia de Nossa Senhora do Pilar, [CINTRA, 1982, 428 e 430] registrou o seguinte:
No dia 10/10/1954, "os católicos são-joanenses prestam piedosa recepção à imagem de S. Tiago Maior, da Cidade de S. Tiago. A imagem visitante, em carro de honra seguiu para a Igreja do Rosário. No altar votivo, armado nos fundos da matriz do Pilar, falaram: D. Rodolfo Pena, Bispo de Valença, Dr. Caio Nelson de Sena, Prof. Antônio de Assis Sobrinho e Dr. Ataliba Nogueira. As cerimônias foram programadas para as festas da Coroação Pontifícia de N. Sra. do Pilar." E, no dia 10/10/1954, dia da festa propriamente dito, "concluído o Pontifical, D. Helvécio, em nome e com autoridade de Pio XII, impõe a coroa de ouro na citada imagem, principal padroeira da Cidade e do Município de S. João del-Rei, por força do Breve Pontifício de 26/1/1951. À tarde, saiu a procissão triunfal de N. Sra. do Pilar, realizando-se diversas concentrações, durantes as quais discursaram: Dr. Elpídio Ramalho, Dr. Carmélio Teixeira, Pe. Flávio Carneiro Rodrigues, Dr. Mateus Salomé, Dr. Ataliba Nogueira e D. Oscar de Oliveira." (grifo meu)
Em 6 de novembro de 1960, foi criada a Diocese de São João del-Rei, ocasião em que a antiga Matriz (de Nossa Senhora do Pilar) foi elevada à condição de Catedral, tendo na mesma data sido conferida posse canônica a Dom Delfim Ribeiro Guedes, primeiro bispo da Diocese de São João del-Rei.
[CINTRA, 1982, 29] em 12/0l/1961 registra ter sido exarado "Breve Pontifício do Santo Padre João XXIII constituindo Nossa Senhora do Pilar padroeira principal da Diocese de S. João del-Rei. O mesmo documento pontifício proclamou o Apóstolo São Tiago (Maior) padroeiro secundário da Diocese e patrono do Seminário Diocesano."
Em 1965, a Catedral Nossa Senhora do Pilar recebe o título de Basílica.
Ainda, nos últimos tempos como pároco da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, Monsenhor Almir, tomado pela devoção à Virgem do Pilar, teve a ideia de remodelar o entorno da capela do Senhor do Bonfim, erigindo lá no alto da colina um altíssimo pilar encimado com a imagem da padroeira da cidade e do Município de São João del-Rei, concretizado em 2 de janeiro de 1967 e bento por seu idealizador no dia 12 de outubro do mesmo ano.
Além dessas informações do historiador Cintra, consta
que a população católica de Carmópolis de Minas, à qual serviu o Revmo. Monsenhor Almir, como pároco da Matriz de Nossa Senhora do Carmo, atuou com denodo emprestando sua longa experiência de ex-pároco na sua cidade natal por longos 19 anos.
A ele também deve a comunidade católica de Carmópolis de Minas o mérito de ter levado o Hino usado pela Ordem Terceira do Carmo ("Salve ó belo!") de São João del-Rei para Carmópolis, tendo sido do agrado geral a tal ponto que foi considerado pelos Carmopolitanos o hino oficial de sua Padroeira.
Conforme lembrou Cintra, Monsenhor Almir exerceu o paroquiato de Carmópolis de Minas, cidade mineira que lhe concedeu o título de cidadão honorário. Lá ele é lembrado como um sacerdote "organizado, austero, caridoso, amante das artes, da verdade e da justiça", tendo realizado profícuo trabalho em benefício do progresso daquela cidade. Em sinal de reconhecimento pelo seu belíssimo trabalho em Carmópolis de Minas, o cardeal Dom Lucas Moreira Neves e Dom Francisco Barroso Filho, então Bispo da Diocese de Oliveira, visitaram Monsenhor Almir para hipotecar-lhe apoio e solidariedade no seu trabalho pastoral. Em 1998, em concorrida reunião, Monsenhor Almir contribuiu para a historiografia daquela cidade que o acolheu tão bem com importante livro intitulado "Carmópolis de Minas — Antigo Japão". ¹
"Foi o Monsenhor Almir que, em 1954, pediu autorização ao então Papa Pio XII para coroar a imagem de Nossa Senhora do Pilar em nome dele. O Papa nomeou como seu representante Dom Helvécio Gomes de Oliveira, na época arcebispo de Mariana, que coroou a imagem", relembra comovido o atual pároco Pe. Geraldo Magela da Silva em entrevista concedida ao jornal local Gazeta de São João del-Rei.
[CINTRA, 1982, 29] em 12/0l/1954 registra ter sido exarado "Breve Pontifício delegando faculdade ao Arcebispo de Mariana para coroar a imagem de N. Sra. do Pilar em nome e com autorização de S. Santidade Pio XII."
Sobre as festas da Coroação Pontifícia de Nossa Senhora do Pilar, [CINTRA, 1982, 428 e 430] registrou o seguinte:
No dia 10/10/1954, "os católicos são-joanenses prestam piedosa recepção à imagem de S. Tiago Maior, da Cidade de S. Tiago. A imagem visitante, em carro de honra seguiu para a Igreja do Rosário. No altar votivo, armado nos fundos da matriz do Pilar, falaram: D. Rodolfo Pena, Bispo de Valença, Dr. Caio Nelson de Sena, Prof. Antônio de Assis Sobrinho e Dr. Ataliba Nogueira. As cerimônias foram programadas para as festas da Coroação Pontifícia de N. Sra. do Pilar." E, no dia 10/10/1954, dia da festa propriamente dito, "concluído o Pontifical, D. Helvécio, em nome e com autoridade de Pio XII, impõe a coroa de ouro na citada imagem, principal padroeira da Cidade e do Município de S. João del-Rei, por força do Breve Pontifício de 26/1/1951. À tarde, saiu a procissão triunfal de N. Sra. do Pilar, realizando-se diversas concentrações, durantes as quais discursaram: Dr. Elpídio Ramalho, Dr. Carmélio Teixeira, Pe. Flávio Carneiro Rodrigues, Dr. Mateus Salomé, Dr. Ataliba Nogueira e D. Oscar de Oliveira." (grifo meu)
Em 6 de novembro de 1960, foi criada a Diocese de São João del-Rei, ocasião em que a antiga Matriz (de Nossa Senhora do Pilar) foi elevada à condição de Catedral, tendo na mesma data sido conferida posse canônica a Dom Delfim Ribeiro Guedes, primeiro bispo da Diocese de São João del-Rei.
[CINTRA, 1982, 29] em 12/0l/1961 registra ter sido exarado "Breve Pontifício do Santo Padre João XXIII constituindo Nossa Senhora do Pilar padroeira principal da Diocese de S. João del-Rei. O mesmo documento pontifício proclamou o Apóstolo São Tiago (Maior) padroeiro secundário da Diocese e patrono do Seminário Diocesano."
Em 1965, a Catedral Nossa Senhora do Pilar recebe o título de Basílica.
Ainda, nos últimos tempos como pároco da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, Monsenhor Almir, tomado pela devoção à Virgem do Pilar, teve a ideia de remodelar o entorno da capela do Senhor do Bonfim, erigindo lá no alto da colina um altíssimo pilar encimado com a imagem da padroeira da cidade e do Município de São João del-Rei, concretizado em 2 de janeiro de 1967 e bento por seu idealizador no dia 12 de outubro do mesmo ano.
Pilar com a imagem de Nossa Senhora do Pilar, padroeira da cidade e do Município de São João del-Rei, elevado no dia 02/01/1967 e inaugurado em 12/10/1967 pelo Monsenhor Almir de Resende Aquino |
A ele também deve a comunidade católica de Carmópolis de Minas o mérito de ter levado o Hino usado pela Ordem Terceira do Carmo ("Salve ó belo!") de São João del-Rei para Carmópolis, tendo sido do agrado geral a tal ponto que foi considerado pelos Carmopolitanos o hino oficial de sua Padroeira.
Conforme lembrou Cintra, Monsenhor Almir exerceu o paroquiato de Carmópolis de Minas, cidade mineira que lhe concedeu o título de cidadão honorário. Lá ele é lembrado como um sacerdote "organizado, austero, caridoso, amante das artes, da verdade e da justiça", tendo realizado profícuo trabalho em benefício do progresso daquela cidade. Em sinal de reconhecimento pelo seu belíssimo trabalho em Carmópolis de Minas, o cardeal Dom Lucas Moreira Neves e Dom Francisco Barroso Filho, então Bispo da Diocese de Oliveira, visitaram Monsenhor Almir para hipotecar-lhe apoio e solidariedade no seu trabalho pastoral. Em 1998, em concorrida reunião, Monsenhor Almir contribuiu para a historiografia daquela cidade que o acolheu tão bem com importante livro intitulado "Carmópolis de Minas — Antigo Japão". ¹
"Foi o Monsenhor Almir que, em 1954, pediu autorização ao então Papa Pio XII para coroar a imagem de Nossa Senhora do Pilar em nome dele. O Papa nomeou como seu representante Dom Helvécio Gomes de Oliveira, na época arcebispo de Mariana, que coroou a imagem", relembra comovido o atual pároco Pe. Geraldo Magela da Silva em entrevista concedida ao jornal local Gazeta de São João del-Rei.
Fica
evidente pelo comentado que o Monsenhor Almir tinha excelentes relações com a
sua classe clerical, enquanto pároco da Catedral Basílica Nossa Senhora do Pilar. Observa-se ainda que ele era muito bem articulado
com a classe política, conforme se pode depreender da participação de
dois padres deputados federais atuando no programa da Semana Santa de
1960 como oradores sacros: Pe. Dr. Antônio de Oliveira Godinho e Pe. Dr.
Benedito Mário Calasans. ²
Por
ser amante das tradições e das festividades religiosas são-joanenses e
sabedor de que as festas religiosas dependiam das bandas e orquestras,
Monsenhor Almir sempre apoiou as orquestras bicentenárias são-joanenses (Ribeiro Bastos e
Lira Sanjoanense) e a banda Theodoro de Faria, a qual, graças a ele,
teve o seu primeiro uniforme.
Monsenhor Almir
faleceu em 18/06/2001 em Carmópolis de Minas e seus restos mortais
descansam no Cemitério do Carmo em São João del-Rei. Ali se lê:
R.I.P. (Requiescat in pace)
Monsenhor Almir de Rezende Aquino
✯ 24/02/1917 ✞ 18/06/2001
Ecclesiam Christi verum dilexit
Amou verdadeiramente a Igreja de Jesus Cristo
Através da Carta Mensal nº 62, referente a jan/fev 2002, o CBG-Colégio
Brasileiro de Genealogia lamenta a perda do sócio Monsenhor Almir de
Rezende Aquino de Carmópolis de Minas, MG.
Entre seus livros destaca-se o seguinte: Álbum da Histórica Cidade de São João del-Rei — Sul de Minas (editado pelo atual vigário Pe. Almir de Rezende Aquino no Ano Santo de 1950).
Entre seus livros destaca-se o seguinte: Álbum da Histórica Cidade de São João del-Rei — Sul de Minas (editado pelo atual vigário Pe. Almir de Rezende Aquino no Ano Santo de 1950).
Página d'Álbum da Histórica Cidade de São João del-Rei - Sul de Minas |
Observo que mantive rigorosamente a grafia dos textos que serão apresentados a seguir.
II. POMPA E CIRCUNSTÂNCIA NA CHEGADA DE PE. ALMIR CONVIDADO A ASSUMIR A MISSÃO DE PÁROCO, CONFORME O LIVRO DE TOMBO DE 1934 A 1950
Convite a todos os paroquianos para recepção do novo Pároco |
Notas subsidiarias
Notícias e Programas
e do lado direito:
"Confirmo a notícia deste programa.
Ass.: Pe. Almir de Rezende Aquino, Pároco
S. João del-Rei, 21/XII/49
Nas fls. 40 do referido livro de Tombo, há quatro recortes de jornal são-joanense, onde foi inicialmente colado (item 1) o Convite supracitado em 02/04/1948, a saber:
CONVITE
Novo Pároco Pe. ALMIR DE REZENDE AQUINO
Temos o prazer de convidar todos os paroquianos para receber seu novo pároco Pe. Almir de Rezende Aquino, que chegará a esta cidade dia 3 de abril — sábado — às 20 hs. pelo trem de Barbacena. Pe. Almir tomará posse solenemente dia 4 de abril, às 8 horas na Missa Paroquial na Matriz de N. Senhora do Pilar.São João del-Rei, 2 de abril de 1948
Pe. MAURO DE FARIA, vigário ecônomo
Pe. OSVALDO LUSTOSA, vigário cooperador
––––––––––––––––––
Em relação aos recortes ali colados, Pe. Almir registrou: "Estas notas subsidiarias para o livro de Tombo são extraídas dos jornais locais "O Correio" e "O Diário do Comércio". S. João del-Rei, 21/XII/ 49
Ass.: Pe. Almir de Rezende Aquino"
Nas mesmas fls. 40 do referido livro de Tombo ainda anotou: "Constituem os programas de Festas outra fonte de dados historicos para a Paroquia.
Ass. Pe. Almir de Rezende Aquino, Pároco
21/XII/49"
Também nas fls. 40 do referido livro de Tombo, em 04 de abril de 1948 foi publicada a seguinte notícia (item 2):
Novo Vigário
Chegou sábado à noite, pelo trem da Rede, o rev. padre Almir de Rezende Aquino, novo vigário da paróquia de N. Senhora do Pilar. O ilustre sacerdote conterraneo teve festiva recepção pelo mundo católico sanjoanense.
S. Revª, que substitui o estimado rev. padre dr. Mário de Faria, empossou-se no elevado cargo na missa paroquial de domingo último, falando nessa ocasião o padre Mauro transmitindo-lhe a vigararia e agradecendo a saudação o rev. padre Almir.
À noite, antes da solenidade dominical, ocupou a tribuna sagrada para saudar o novo pároco o rev. monsenhor José Maria Fernandes, o que fez em brilhantes e eloquentes palavras.
Ainda nas fls. 40 do referido livro de Tombo, em data não mencionada, foi publicada essa outra notícia (item 3):
Pe. Almir Aquino
Ao Evangelho ocupou a tribuna sacra o Pe. Dr. Mauro de Faria que brilhantemente apresentou o novo vigario aos paroquianos, aproveitando a oportunidade para despedir-se dos fieis aos quais serviu, durante muitos meses, como vigario.
Depois de empossado com todas as cerimônias, o Pe. Almir ocupou o púlpito e, em memoravel oração, em que evocou os tempos de criança nesta cidade, exeternou a sua grande satisfação em ser designado por S. Exª. D. Helvecio Gomes de Oliveira para o elevado cargo de pároco da sua terra natal.
Na verdade as palavras de S. Revma., que é excelente orador, causaram ótima impressão à grande assistencia de fieis.
A referida missa já foi celebrada por S. Revma. o Pe. Almir. À noite, antes da Bênção do Santíssimo, o Revmo. Monsenhor José Maria Fernandes emérito orador fez brilhante saudação ao novo vigario.
Após as cerimonias, foi o novo vigario muito cumprimentado, tendo-se feito representar esta folha.
Colada ainda nas fls. 40 do referido livro de Tombo, foi publicada mais essa notícia, com a anotação que é datada de 18/04/48 (item 4):
Paroquia de Nossa Senhora do Pilar
Triduo Eucaristico Paroquial a realizar-se entre os dias 13 e 16 de Maio por determinação do Arcebispado em preparação ao 5º Congresso Eucaristico Nacional.
Páscoas especializadas.
Páscoa das crianças 12, 13, 14 e 15 de Maio.
1ªs Comunhões no dia 16 de Maio.
Páscoa dos homens, nos dias 24, 25, 26 e 27 de Maio.
Páscoa das Moças: nos dias 27, 28, 29 e 30 de Maio.
Páscoa dos Militares: no dia 6 de junho.
Páscoa das Senhoras: nos dias 26, 27, 28 e 29 de junho.
Há, ainda nas fls. 40 do referido Livro de Tombo, o recorte de jornal com uma declaração pública, datada de 6/04/48 (item 5):
Declaração
O abaixo assinado, no intuito de por um paradeiro nas explorações malevolas em torno do seu nome, declara para todos os efeitos que RENUNCIOU a maçonaria por sua livre e espontanea vontade, nada conservando que o ligue à referida sociedade.
S. João del-Rey, 5 de abril de 1948
Ass. JADER GOMES HUDSON
Obs. Após essa notícia, Pe. Almir anotou de seu próprio punho: "A abjuração canonica se acha depois da devida licença, arquivada na Paroquia e na Exma. Curia.
Ass.: Pe. Almir"
Às fls. 35-verso, 03/04/1948: Pelo trem vespertino, procedente de Barbacena, chegou a esta Cidade o Revmo. Snr. Padre Almir de Rezende Aquino recentemente nomeado Pároco de Nossa Senhora do Pilar de São João del-Rei. S. Revma., que é natural desta Cidade, teve festiva recepção.
Fls. 35 verso, 36 e 36 verso, 04/04/1948: Dominica in albis-Pósse
do Novo Pároco - Às 8 hs da manhã o Vigário ecônomo R. Padre Mauro de
Faria, na qualidade de convidado pelo novo Pároco, deu posse ao novo
Pároco Revmo. Snr. Padre Almir de Rezende Aquino, seguindo todo o
cerimonial prescrito pela Pastoral Coletiva dos Exmos. Snrs. Bispos do
Sul do Brasil. Foram testemunhas os Snrs. Newton Ferreira Alves da Silva
e Nicoláu Dilascio. Em seguida o Pároco empossado celebrou a Missa
paroquial. À noite às 19 hs. o Exmo. e Revmo. Monsnr. José Maria
Fernandes dirigiu fervorosas palavras gratulatorias ao novo Pároco;
findas as quais este deu solenemente aos seus paroquianos a Bênção com o
SS. Sacramento.
_________________________
E
aqui encerro a missão a mim conferida pelo Exmo. Snr. Arcebispo
Metropolitano, de gerir como Vigário ecônomo, esta fervorosa Paróquia de
Nossa Senhora do Pilar. Deixo a Paróquia por obediência. S. Excia.
transferiu-me para a de Barão de Cocais. O movimento espiritual da
Paróquia que acabo de deixar parece-me que não diminui. Deus louvado. O
movimento catequético vai satisfatoriamente. Associações masculinas,
movimento um tanto fraco, relativamente ao fervor da Paróquia.
Confissões frequentes de homens, bem consolados. As efervescências
politicas por ocasião das eleições municipais produziram um
desequilibrio na caridade. Refiro-me às eleições municipais de Novembro
último. O hospital de N. Snra. das Mercês desde a minha chegada 23 de
Maio de 1947 até o presente, continúa como o achára, i.é, ainda não
inaugurado se bem que já construido. A paróquia é digna de uma intensa
dedicação sacerdotal e pastoral. E agora quero deixar exarados aqui meus
reconhecidos protestos de gratidão ao Coração Eucarístico de Jesus que
lá desde o seu tabernáculo, tantas vezes aberto para vir fortificar a
fraqueza de seus filhos, soube conduzir-me, e com que misericordia!, na
missão que eu em seu nome desempenhei, meus agradecimentos reconhecidos à
querida Mãe do Pilar e ao seu castissimo Esposo São José. Meus
agradecimentos a estes Paroquianos que com sua edificante piedade se
fervorosos, ou com a sua admiravel generosidade se convertidos; pela sua
docilidade enfim em quase todos os casos, tanto me confortaram e
edificação verdadeira me proporcionaram à alma sacerdotal.
Paróquia de N. Snra. do Pilar, em São João del-Rei, aos 3, digo 4 de Abril de 1948
Padre Mauro de Faria
ex Vigário ecônomo
___________________________
Às fls. 37, 37-verso, 38 e 38-verso foi lavrada a Provisão do Pároco Pe. Almir de Rezende Aquino:
Provisão de Pároco
de S. João del-Rei
Dom Helvecio Gomes de Oliveira
Por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica
Arcebispo de Mariana
Prelado Doméstico de S. Santidade
Conde Romano
E Assistente ao Sólio Pontifício, etc.
Aos que esta Nossa Provisão virem, Saudação, Paz e Bênção em N. Senhor
Fazemos
saber que, atendendo Nós ao bem espiritual do Rebanho que, pela Divina
Misericordia, foi confiado à pastoral solicitude; e querendo que os
fieis da Paroquia Nossa Senhora do Pilar de S. João del Rei deste nosso Arcebispado não fiquem privados de Pastor que zele de sua eterna salvação, havemos por bem provêr, como pela presente Nossa Provisão provemos, na ocupação de pároco amovivel, dessa frequezia, na forma dos Can. 455 e 454 parágrafos 1 e 2 do C.J.C., com as faculdades ordinárias e do Direito, ao Rvdo. Sr. Pe. Almir de Rezende Aquino. Servirá este cargo como convem ao serviço de Deus e ao bem das almas de seus paroquianos, aos quais administrará os santos Sacramentos, exhortando-os à necessária dôr e arrependimentos dos pecados cometidos, de modo que se tornem dignos da absolvição e das graças do Sacramento da Penitência; e os absolverá ainda dos reservados Sinodais, tendo muito especialmente em vista o disposto nas Bulas "Sacramentum Poenitentiæ et Universi Dominici Gregis" dos SS. Pontifices Bento XIV e Gregorio XV, expressas nos tratados de Teologia Moral, alem das demais disposições relativas à Confissão Sacramental, contidas no Código de Direito Canônico. Usará sempre, como é obrigado, de tonsura e hábito talar, esteja ou não no exercício das sagradas funções a seu cargo; devendo, como Sacerdote e ainda mais como Pastor de almas, fielmente observar as obrigações inherentes à vida sacerdotal e paroquial; sem jamais esquecer a pureza dos costumes, a gravidade e decôro do proprio estado, e o mais que prescrevem os Sagrados Canones, o Concilio Plenario Latino Americano, o Concilio Plenario Brasileiro, os Estatutos e Disposições Diocesanas; muito principalmente no que respeita ao grave dever do ensino do Catecismo aos meninos e explicação do Evangelho do dia, ou outro ponto da doutrina cristã, a seus paroquianos, nos domingos e dias santificados. Poderá, sob as mesmas clausulas, confessar geralmente homens e mulheres em todo o Arcebispado, excetuadas as Freiras e pessoas consagradas por voto ao serviço de Deus, ou recolhidas em conventos ou asilos, salvo o prescrito no Can. 522; pregar a palavra de Deus e exercer pleno uso de ordens, como Sacerdote aprovado, guardadas as prescrições de direitos e praxes estabelecidas na Arquidiocese. Presidirá na casa paroquial perto da Egreja Matriz, dentro, porem, de sua paroquia, e desta não se ausentará sem licença Nossa. Recomendamos-lhe muito que pondere a responsabilidade do alto cargo que lhe confiamos, lembrando-se que de tudo quanto acima se declara dará estritas contas a Deus Nosso Senhor, na parte que lhe tocar, alem do mais a que é obrigado perante Nós. No desempenho deste cargo, haverá todos os emolumentos, prós e percalços, que legitimamente lhe pertencerem.
Esta será publicada a seus paroquianos, registrada no livro de Tombo da Paróquia e apresentada, se necessário fôr, aos reverendos Párocos em cujas Paróquias houver de exercer atos de suas ordens, na forma da concessão supra exarada, como faz mister a bem da disciplina da Egreja e regularidade do serviço público eclesiástico da Arquidiocese. Até o dia 31 de Janeiro de cada ano, sem necessidade de prévio aviso, nos enviará minucioso relatório anual da sua Paróquia, feito de acordo com as disposições Conciliares e norma para Relatórios Paroquiais.
No referido relatório, alem do mais, deverá declarar In fide Parochi se fez regularmente todas as coletas prescritas pela Santa Sé ou pela Cúria; se está em dia com a contribuição para os nossos Seminários, assinatura da Revista Eclesiástica, com as Missas pro Seminário Pio Brasileiro de Roma; e Missas binadas de Dias Santos supressos, pro Seminários Arquidiocesanos; e outras obrigações com esta Cúria, fazendo menção distinta de tudo quanto ha organizado na Paróquia, relativamente à Ação Catolica, Associações masculinas, etc.
Dada e passada em Nossa Curia Metropolitana, da Cidade e Arcebispado de Mariana, sob o Nosso Sinal e Selo da Nossa Chancelaria; aos dezenove do mez de fevereiro de 1948.
E eu o Pe. José Alves Trindade
Secretário, a subscrevi.
Ass.: ...
Arcebispo Metropolitano
Ass.: ...
Secretário Geral do Arcebispado 19-2-48
Provisão pela qual S. Excia. Revma. o Snr. Dom Helvecio, Arcebispo de Mariana, ha por bem nomear ao Rvdo. Pe. Almir de Rezende Aquino para Vigario amovivel de N. Sª do Pilar de S. João del-Rei.
Emolumentos Curiais: Taxa desta Provisão Cr$ 50,00
Lotação paroquial semestral Cr$ 250,00
L.S.
É obrigatória a remessa à Exma. Curia - mensalmente, e na 1ª semana de cada mês, do mapa paroquial, devidamente preenchidos os Itens do mesmo.
Ita in fide Parochi.
Ass.: Pe. Almir de Rezende Aquino, Pároco
S. João del-Rei, abril de 1948
Ainda nas fls. 38 verso, o novo Pároco mandou fosse lavrada a situação em que encontrou o arquivo paroquial, verbis:
Declaração necessária sobre Rubrica
Tomando posse oficialmente desta Paroquia de Nª Snrª do Pilar de S. João del-Rei, 1ª e mais antiga Paroquia da Cidade, encontrei em ordem todo o arquivo paroquial. Nele encontrei este 1º e único livro de Tombo existente em dia, pelo meu antecessor, mas sem rubrica do Pároco que o começou embora haja disso declaração no termo de abertura e de encerramento.
Assim para normalizar a situação canônica do livro, rubrico as folhas não rubricadas a partir do meu paroquiato, isto é, das folhas 36-verso (trina e seis verso) até o fim: folhas 200 (duzentos). Faço-o com a devida licença pedida para todos os livros nessa situação.
Ita in fide Parochi.
Ass.: Pe. Almir de Rezende Aquino, Pároco
S. João, 5 de abril de 1948.
Nas fls. 39 do referido Livro de Tombo, acha-se a Ata de posse do novo Pároco Pe. Almir de Rezende Aquino:
Aos quatro dias do mês de Abril do ano de 1947 pelas 8 hs. da manhã, nesta Matriz da Paroquia de N. Snra. do Pilar de São João del Rei, sendo aí, na qualidade de convidado do novo Paroco, em minha presença compareceu acompanhado das testemunhas abaixo assinadas o Revmo. Padre Almir de Rezende Aquino Pároco desta Freguesia, nomeado por provisão de S. Excia. Rvma. o Snr. Arcebispo Metropolitano Dom Helvecio Gomes de Oliveira, de 19 de fevereiro de 1948, e em ato seguido procedí à leitura da provisão, e introduzí na posse desta Paroquia, observando o cerimonial prescrito sem que houvesse contestação alguma. E para constar lavrei esta ata que assino com o novo Pároco e testemunhas designadas.
S. João del-Rei, 4 de abril de 1948
a.a.) Padre Mauro de Faria
O novo Pároco= Pe. Almir de Rezende Aquino
Ita in fide Parochi
Pe. Almir de Rezende Aquino, Pároco
S. João del-Rei, abril de 1948
III. ABANDONO MISTERIOSO DE MONSENHOR ALMIR DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO PILAR, CONFORME O NOVO LIVRO DE TOMBO Nº 1, DE 1967
Esta será publicada a seus paroquianos, registrada no livro de Tombo da Paróquia e apresentada, se necessário fôr, aos reverendos Párocos em cujas Paróquias houver de exercer atos de suas ordens, na forma da concessão supra exarada, como faz mister a bem da disciplina da Egreja e regularidade do serviço público eclesiástico da Arquidiocese. Até o dia 31 de Janeiro de cada ano, sem necessidade de prévio aviso, nos enviará minucioso relatório anual da sua Paróquia, feito de acordo com as disposições Conciliares e norma para Relatórios Paroquiais.
No referido relatório, alem do mais, deverá declarar In fide Parochi se fez regularmente todas as coletas prescritas pela Santa Sé ou pela Cúria; se está em dia com a contribuição para os nossos Seminários, assinatura da Revista Eclesiástica, com as Missas pro Seminário Pio Brasileiro de Roma; e Missas binadas de Dias Santos supressos, pro Seminários Arquidiocesanos; e outras obrigações com esta Cúria, fazendo menção distinta de tudo quanto ha organizado na Paróquia, relativamente à Ação Catolica, Associações masculinas, etc.
Dada e passada em Nossa Curia Metropolitana, da Cidade e Arcebispado de Mariana, sob o Nosso Sinal e Selo da Nossa Chancelaria; aos dezenove do mez de fevereiro de 1948.
E eu o Pe. José Alves Trindade
Secretário, a subscrevi.
Ass.: ...
Arcebispo Metropolitano
Ass.: ...
Secretário Geral do Arcebispado 19-2-48
Provisão pela qual S. Excia. Revma. o Snr. Dom Helvecio, Arcebispo de Mariana, ha por bem nomear ao Rvdo. Pe. Almir de Rezende Aquino para Vigario amovivel de N. Sª do Pilar de S. João del-Rei.
Emolumentos Curiais: Taxa desta Provisão Cr$ 50,00
Lotação paroquial semestral Cr$ 250,00
L.S.
É obrigatória a remessa à Exma. Curia - mensalmente, e na 1ª semana de cada mês, do mapa paroquial, devidamente preenchidos os Itens do mesmo.
Registrado no Livro Compt. Fls. 94
A cópia é autentica e fiel. Ita in fide Parochi.
Ass.: Pe. Almir de Rezende Aquino, Pároco
S. João del-Rei, abril de 1948
Ainda nas fls. 38 verso, o novo Pároco mandou fosse lavrada a situação em que encontrou o arquivo paroquial, verbis:
Declaração necessária sobre Rubrica
Tomando posse oficialmente desta Paroquia de Nª Snrª do Pilar de S. João del-Rei, 1ª e mais antiga Paroquia da Cidade, encontrei em ordem todo o arquivo paroquial. Nele encontrei este 1º e único livro de Tombo existente em dia, pelo meu antecessor, mas sem rubrica do Pároco que o começou embora haja disso declaração no termo de abertura e de encerramento.
Assim para normalizar a situação canônica do livro, rubrico as folhas não rubricadas a partir do meu paroquiato, isto é, das folhas 36-verso (trina e seis verso) até o fim: folhas 200 (duzentos). Faço-o com a devida licença pedida para todos os livros nessa situação.
Ita in fide Parochi.
Ass.: Pe. Almir de Rezende Aquino, Pároco
S. João, 5 de abril de 1948.
Nas fls. 39 do referido Livro de Tombo, acha-se a Ata de posse do novo Pároco Pe. Almir de Rezende Aquino:
Ata de Posse do Rvmo. Pároco
Pe. Almir de Rezende Aquino
Aos quatro dias do mês de Abril do ano de 1947 pelas 8 hs. da manhã, nesta Matriz da Paroquia de N. Snra. do Pilar de São João del Rei, sendo aí, na qualidade de convidado do novo Paroco, em minha presença compareceu acompanhado das testemunhas abaixo assinadas o Revmo. Padre Almir de Rezende Aquino Pároco desta Freguesia, nomeado por provisão de S. Excia. Rvma. o Snr. Arcebispo Metropolitano Dom Helvecio Gomes de Oliveira, de 19 de fevereiro de 1948, e em ato seguido procedí à leitura da provisão, e introduzí na posse desta Paroquia, observando o cerimonial prescrito sem que houvesse contestação alguma. E para constar lavrei esta ata que assino com o novo Pároco e testemunhas designadas.
S. João del-Rei, 4 de abril de 1948
a.a.) Padre Mauro de Faria
O novo Pároco= Pe. Almir de Rezende Aquino
Testemunhas= Nicoláu Diláscio
Newton Ferreira Alves da Silva
A copia é autentica e fiel.Ita in fide Parochi
Pe. Almir de Rezende Aquino, Pároco
S. João del-Rei, abril de 1948
III. ABANDONO MISTERIOSO DE MONSENHOR ALMIR DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO PILAR, CONFORME O NOVO LIVRO DE TOMBO Nº 1, DE 1967
Nas fls. 3 do livro de Tombo nº 1, de 1967, lê-se, por parte do Bispo da Diocese de São João del-Rei, a convocação do Cônego Sebastião Raimundo de Paiva para assumir o cargo de Pároco da Catedral-Basílica de Nossa Senhora do Pilar, tendo em vista a vacância do cargo ocorrida em 13/01/1967, pelo ex-ocupante Monsenhor Almir de Rezende Aquino. Nas fls. 3-verso, encontram-se uma relação de "mandamentos" (intitulados DIRETRIZES) a serem cumpridos pelo novo pároco. Eis o conteúdo do primeiro documento:
Ao Nosso Dileto em Cristo
Revmo. Sr. Cônego Sebastião Raimundo de Paiva
Fazemos saber que, achando-se vaga a Paróquia da Catedral-Basílica de N. Sra. do Pilar de São João del-Rei, cumpre-Nos provê-la de idôneo sacerdote, para cuidar do bem das almas. Confiando, pois, no zêlo, na piedade, na prudência e demais virtudes de Vossa Revma., havemos por bem nomeá-lo, como pela presente provisão, o nomeamos e constituímos PÁROCO da paróquia da Catedral-Basílica de N. Sra. do Pilar de São João del-Rei desta Nossa Diocese, segundo as normas dos cânones 451 e seguintes do C.D.C. e as Nossas especiais determinações, com todos os direitos, faculdades e privilégios, que, pelo direito comum, pelas constituições diocesanas e pelos legítimos costumes, competem aos Párocos.
Conforme as prescrições do C.D.C., do C.P.B., da Pastoral Coletiva (nova edição) e do Conc. Ecum. Vat. II (Decr. De Presbiterorum ministerio et vita) cumpre a V. Revma., — logo depois de investido na posse do dito benefício — observar, pontual e diligentemente, os mandamentos, especificados no verso deste documento, as demais prescrições do direito comum e as eventuais determinações, que houvermos por bem dar, pessoalmente ou através de Nossa Cúria Diocesana.
Em virtude da delegação geral, que recebemos do Eminentíssimo Ordinário dos Fiéis do Rito Oriental no Brasil, Nós lhe delegamos a faculdade de assistir aos matrimônios dos citados fiéis dessa paróquia.
Nomeamos ainda V. Revma. Diretor das Associações Pias, eretas na Matriz dessa Paróquia e em suas Igrejas Filiais, segundo a norma do Can. 698 do C.D.C., nisi aliud expresse caveatur. Em toda a Diocese, poderá V. Revma. celebrar a S. Missa, pregar a palavra de Deus e ouvir confissões, servatis de jure servandis.
Pelo presente documento, delegamos o Revmo. Sr. Monsenhor José Maria Fernandes, para receber de V. Revma. a Profissão de Fé e o juramento antimodernístico (Can. 1406, nº 7 e decr. 470 do C.P.B.) e dar-lhe posse canônica, conforme o cerimonial da Pastoral Coletiva (Apend. XXXVI).
Esta Provisão será lida publicamente, por ocasião da posse de V. Revma. e registrada no livro de Tombo, comunicando-se à Cúria Diocesana a realização destes atos.
Esta Provisão entrará em vigor no ato da posse canônica e perdurará enquanto, servatis servandis, não mandarmos o contrário.
Dada e passada na Cúria Diocesana de São João del-Rei, aos 16 de Janeiro de 1967, sob o Nosso Sinal e o Sêlo de Nossas Armas.
Eu, .........................., Pró-Chanceler do Bispado, a subscrevi.
+ Delfim, Bispo Diocesano
Prot. 6/67/P.
Às fls. 4 do livro de Tombo nº 1, de 1967, acha-se a Ata da posse do novo pároco, verbis:
Ata da Posse do Revmo. Sr. Pároco da Catedral-Basílica de Nossa Senhora do Pilar de São João del-Rei
Aos dezesseis dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e sessenta e sete pelas vinte horas, nesta Catedral-Basílica de Nossa Senhora do Pilar, de São João del-Rei, sendo aí, na qualidade de delegado de S. Excia. Revma. o Sr. Dom Delfim Ribeiro Guedes, DD. Bispo desta Diocese de São João del-Rei, em minha presença compareceu, acompanhado das testemunhas abaixo assinadas, o Revmo. Sr. Cônego Sebastião Raimundo de Paiva, Pároco desta Paróquia, nomeado por provisão de S. Excia. Revma. de 16 de janeiro de mil novecentos e sessenta e sete, e em ato seguido procedí à leitura da provisão, e introduzí na posse desta Paróquia, observando o cerimonial prescrito, sem que houvesse contestação alguma. E para constar, lavrei esta ata que assino com o novo Pároco e testemunhas designadas.
Revmo. Sr. Cônego Sebastião Raimundo de Paiva
Fazemos saber que, achando-se vaga a Paróquia da Catedral-Basílica de N. Sra. do Pilar de São João del-Rei, cumpre-Nos provê-la de idôneo sacerdote, para cuidar do bem das almas. Confiando, pois, no zêlo, na piedade, na prudência e demais virtudes de Vossa Revma., havemos por bem nomeá-lo, como pela presente provisão, o nomeamos e constituímos PÁROCO da paróquia da Catedral-Basílica de N. Sra. do Pilar de São João del-Rei desta Nossa Diocese, segundo as normas dos cânones 451 e seguintes do C.D.C. e as Nossas especiais determinações, com todos os direitos, faculdades e privilégios, que, pelo direito comum, pelas constituições diocesanas e pelos legítimos costumes, competem aos Párocos.
Conforme as prescrições do C.D.C., do C.P.B., da Pastoral Coletiva (nova edição) e do Conc. Ecum. Vat. II (Decr. De Presbiterorum ministerio et vita) cumpre a V. Revma., — logo depois de investido na posse do dito benefício — observar, pontual e diligentemente, os mandamentos, especificados no verso deste documento, as demais prescrições do direito comum e as eventuais determinações, que houvermos por bem dar, pessoalmente ou através de Nossa Cúria Diocesana.
Em virtude da delegação geral, que recebemos do Eminentíssimo Ordinário dos Fiéis do Rito Oriental no Brasil, Nós lhe delegamos a faculdade de assistir aos matrimônios dos citados fiéis dessa paróquia.
Nomeamos ainda V. Revma. Diretor das Associações Pias, eretas na Matriz dessa Paróquia e em suas Igrejas Filiais, segundo a norma do Can. 698 do C.D.C., nisi aliud expresse caveatur. Em toda a Diocese, poderá V. Revma. celebrar a S. Missa, pregar a palavra de Deus e ouvir confissões, servatis de jure servandis.
Pelo presente documento, delegamos o Revmo. Sr. Monsenhor José Maria Fernandes, para receber de V. Revma. a Profissão de Fé e o juramento antimodernístico (Can. 1406, nº 7 e decr. 470 do C.P.B.) e dar-lhe posse canônica, conforme o cerimonial da Pastoral Coletiva (Apend. XXXVI).
Esta Provisão será lida publicamente, por ocasião da posse de V. Revma. e registrada no livro de Tombo, comunicando-se à Cúria Diocesana a realização destes atos.
Esta Provisão entrará em vigor no ato da posse canônica e perdurará enquanto, servatis servandis, não mandarmos o contrário.
Dada e passada na Cúria Diocesana de São João del-Rei, aos 16 de Janeiro de 1967, sob o Nosso Sinal e o Sêlo de Nossas Armas.
Eu, .........................., Pró-Chanceler do Bispado, a subscrevi.
+ Delfim, Bispo Diocesano
Prot. 6/67/P.
Às fls. 4 do livro de Tombo nº 1, de 1967, acha-se a Ata da posse do novo pároco, verbis:
Ata da Posse do Revmo. Sr. Pároco da Catedral-Basílica de Nossa Senhora do Pilar de São João del-Rei
Aos dezesseis dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e sessenta e sete pelas vinte horas, nesta Catedral-Basílica de Nossa Senhora do Pilar, de São João del-Rei, sendo aí, na qualidade de delegado de S. Excia. Revma. o Sr. Dom Delfim Ribeiro Guedes, DD. Bispo desta Diocese de São João del-Rei, em minha presença compareceu, acompanhado das testemunhas abaixo assinadas, o Revmo. Sr. Cônego Sebastião Raimundo de Paiva, Pároco desta Paróquia, nomeado por provisão de S. Excia. Revma. de 16 de janeiro de mil novecentos e sessenta e sete, e em ato seguido procedí à leitura da provisão, e introduzí na posse desta Paróquia, observando o cerimonial prescrito, sem que houvesse contestação alguma. E para constar, lavrei esta ata que assino com o novo Pároco e testemunhas designadas.
Ass.: Con. Sebastião R. de Paiva
Ass.: Mons. José Maria Fernandes, delegado de S. Exª Revª
+ 2 fls. completas com assinaturas de testemunhas
+ 2 fls. completas com assinaturas de testemunhas
Nas fls. 7 do livro de Tombo nº 1, de 1967, são especificadas as propriedades de Paróquia em janeiro de 1967, cuja relação vem assinada pelo novo pároco e datada de janeiro de 1967.
Nas fls. 7-verso do referido livro, há uma EXPLICAÇÃO assinada pelo novo pároco a respeito da construção da atual Casa Paroquial iniciada em 1966 pelo ex-pároco, verbis:
"A atual Casa Paroquial, nº 61, foi iniciada a sua construção em janeiro de 1966 pelo então Pároco Mons. Almir de Rezende Aquino com a devida licença do Sr. Bispo Diocesano Exmo. e Revmo. Sr. Dom Delfim Ribeiro Guedes. O Revmo. Sr. Mons. Almir deixou a Paróquia. Como Vigário Substituto levei a termo a construção.
Aos 16 de janeiro de 1967 pelo afastamento definitivo de Mons. Almir da Paróquia, fui, por provisão, nomeado e empossado como Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, e o Revmo. Sr. Cº Agostinho José de Resende como Vigário Cooperador.
Procuramos, então, mobiliar a nova Casa Paroquial como também a Secretaria e Arquivo da Paróquia.
O Exmo. Sr. Bispo Diocesano benzeu a nova Casa Paroquial e nos transferimos para ela.
A Casa Paroquial antiga ficou então servindo para as aulas de catecismo para as crianças e para as aulas da Escola Doméstica Nossa Senhora do Pilar, Clube de Mães e reuniões das Irmandades e Associações da Paróquia.
A casa nº 25 pertencente às Obras Sociais onde funcionava a fábrica de amêndoas foi alugada. Passamos para a Casa Paroquial antiga a fábrica de amêndoas como também o armazém dos pobres.
Nota: O aluguel da casa nº 25 é o único rendimento que a Paróquia possui.
Ass.: Pe. Sebastião R. de Paiva
P.S. Depois de exercer o cargo de Vigário Cooperador desde janeiro de 1954 até 07 (sete) de agosto de 1966, e, daí o cargo de Vigário Substituto até 16 de janeiro de 1967, por determinação do Exmo. e Revmo. Sr. D. Delfim Ribeiro Guedes, DD. Bispo de São João del-Rei, tomei posse como Pároco desta Paróquia conforme ata registrada neste livro à página 4 (quatro).
Aqui começo, pois, o meu primeiro livro de Tombo.
S. João del-Rei, janeiro de 1967.
Ass.: Pe. Sebastião Raimundo de Paiva
Pároco" (grifos meus)
IV. NOTAS EXPLICATIVAS
¹ Monsenhor Almir de Rezende Aquino: o Bom Senhor, in https://youtu.be/6tXXsF1qpyc, pelo carmopolitano Marcelo Michetti.
² Cf. artigo de minha autoria in http://bragamusician.blogspot.com.br/2015/05/padre-godinho-pregador-na-comemoracao.html
V. BIBLIOGRAFIA
CINTRA, Sebastião de Oliveira: Efemérides de São João del-Rei, Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1982, 2 vol., 622 p.
PARÓQUIA DE N. Sra. DO PILAR: "Livro de Tombo de 1934 a 1950" (Caixa 17 Livro 02)
Nas fls. 7-verso do referido livro, há uma EXPLICAÇÃO assinada pelo novo pároco a respeito da construção da atual Casa Paroquial iniciada em 1966 pelo ex-pároco, verbis:
"A atual Casa Paroquial, nº 61, foi iniciada a sua construção em janeiro de 1966 pelo então Pároco Mons. Almir de Rezende Aquino com a devida licença do Sr. Bispo Diocesano Exmo. e Revmo. Sr. Dom Delfim Ribeiro Guedes. O Revmo. Sr. Mons. Almir deixou a Paróquia. Como Vigário Substituto levei a termo a construção.
Aos 16 de janeiro de 1967 pelo afastamento definitivo de Mons. Almir da Paróquia, fui, por provisão, nomeado e empossado como Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, e o Revmo. Sr. Cº Agostinho José de Resende como Vigário Cooperador.
Procuramos, então, mobiliar a nova Casa Paroquial como também a Secretaria e Arquivo da Paróquia.
O Exmo. Sr. Bispo Diocesano benzeu a nova Casa Paroquial e nos transferimos para ela.
A Casa Paroquial antiga ficou então servindo para as aulas de catecismo para as crianças e para as aulas da Escola Doméstica Nossa Senhora do Pilar, Clube de Mães e reuniões das Irmandades e Associações da Paróquia.
A casa nº 25 pertencente às Obras Sociais onde funcionava a fábrica de amêndoas foi alugada. Passamos para a Casa Paroquial antiga a fábrica de amêndoas como também o armazém dos pobres.
Nota: O aluguel da casa nº 25 é o único rendimento que a Paróquia possui.
Ass.: Pe. Sebastião R. de Paiva
P.S. Depois de exercer o cargo de Vigário Cooperador desde janeiro de 1954 até 07 (sete) de agosto de 1966, e, daí o cargo de Vigário Substituto até 16 de janeiro de 1967, por determinação do Exmo. e Revmo. Sr. D. Delfim Ribeiro Guedes, DD. Bispo de São João del-Rei, tomei posse como Pároco desta Paróquia conforme ata registrada neste livro à página 4 (quatro).
Aqui começo, pois, o meu primeiro livro de Tombo.
S. João del-Rei, janeiro de 1967.
Ass.: Pe. Sebastião Raimundo de Paiva
Pároco" (grifos meus)
IV. NOTAS EXPLICATIVAS
¹ Monsenhor Almir de Rezende Aquino: o Bom Senhor, in https://youtu.be/6tXXsF1qpyc, pelo carmopolitano Marcelo Michetti.
² Cf. artigo de minha autoria in http://bragamusician.blogspot.com.br/2015/05/padre-godinho-pregador-na-comemoracao.html
V. BIBLIOGRAFIA
CINTRA, Sebastião de Oliveira: Efemérides de São João del-Rei, Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1982, 2 vol., 622 p.
PARÓQUIA DE N. Sra. DO PILAR: "Livro de Tombo de 1934 a 1950" (Caixa 17 Livro 02)
— "Livro de Tombo nº 1", de 1967
7 comentários:
Tenho o prazer de enviar-lhe o presente artigo, fruto de pesquisas em dois livros de Tombo na Paróquia da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, que mostra dois momentos distintos da vida de um pároco, natural de São João del-Rei, Monsenhor Almir de Rezende Aquino (✯ 24/02/1917, São João del-Rei ✞ 18/06/2001, Carmópolis de Minas), a saber:
1º momento, marcado pelo início de sua atividade pastoral no início de abril de 1948;
2º momento: 19 anos depois, mais exatamente no começo de janeiro de 1967, quando ocorre o misterioso "abandono" do Monsenhor Almir de suas funções, o que levou o Sr. Bispo da Diocese, Dom Delfim Ribeiro Guedes, a declarar a vacância do cargo, provisionando o vigário substituto do pároco "demissionário", Pe. Sebastião Raimundo de Paiva, no exercício do dito cargo desde 07 de agosto de 1966, para a função de Pároco da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar.
No presente trabalho, restrinjo-me aos fatos como estão registrados nos dois livros do Arquivo Paroquial.
Dr. Braga,
Paz, saúde e apesar de tudo, alegria!
Monsenhor Almir foi grande amigo do pintor Petrônio Bax.
Parabéns pela ótima pesquisa!
Já encaminhei para Simone Bax, filha do Bax, sua mensagem. Gostaria de convidá-lo e sua esposa Rute para visitar a exposição do Bax que foi aberta, ontem, em Belo Horizonte, no Museu Abílio Barreto.
Um abraço e tenha uma ótima semana Santa. Rezem por mim.
Obrigada.
Obrigado, Franz!
Francisco, obrigado por nos recordar o saudoso Pe. Almir. Ele era meu padrinho de crisma e foi o celebrante da missa de meu primeiro casamento em Alfenas, com a Marlene, em 1982. Fazia aniversário (24/02) junto com o meu saudoso tio Vavá (Waldemiro Torga) de quem era muito amigo e de seu irmão Luiz Braga.
Abraços e muito obrigado.
Um texto precioso. Vale pela qualidade de pesquisa e contexto literário.
Agradeço pela sua mensagem e espero que seu domingo de Pascoa tenha sido tão feliz quanto o meu. Agradeço também pelas palavras de incentivo ao nosso modesto jornal Arruia. Pena que não conheci Monsenhor Almir mas pelas suas palavras senti o quanto padre como êle fazem falta em nossa Igreja. Na minha infância sempre acompanhei as cerimônias da semana santa na Igreja de São José de BH, onde meu avô foi um dos seus fundadores e meu Tio Paulo participava do descendimento da cruz e a população quasi toda assistia da avenida Afonso Pena com um silêncio comovente. Depois vim morar no bairro da Floresta onde durante 10 anos regi o Coro Regina Pacis onde preparava todo o repertório das solenidades iniciadas no domingo de Ramos. Dou graças a Deus por tudo que já vivi e pelos amigos que conquistei através da Música. Espero um dia conhecer pessoalmente você e Rute. Abraços aos dois.
LEITURA MARAVILHOSA
Um bem preciosíssimo houve por bem habitar as terras do antigo Japão. E aí fico a pensar no bem que fez à sua terra natal, no campo da fé e por carinhos de Deus o leva para a terra que Guimarães Rosa em seu livro Sagarana, assim expressa: "FESTA DE IGREJA, NÃO HÁ COMO AS DO JAPÃO."
Grande e inesquecível pároco em Carmópolis de Minas (antigo Japão). Por empenho pessoal do Cardeal Motta, então arcebispo de Aparecida - SP, recomendou-o ao 1º bispo de Oliveira - MG, Dom José Medeiros Leite. Chegando em Carmópolis de Minas, foi um zeloso e honrado pároco. Orgulho dos carmopolitanos.
UM FATO BELÍSSIMO QUE SE PODE OBSERVAR OS OUVIDOS ATENTOS: Todos os dias em que há missa na igreja matriz de Nossa Senhora do Carmo, no memento dos mortos figuram sempre dois nomes; MONSENHOR ALMIR DE REZENDE AQUINO e PADRE JOSÉ ERLEI DE ALMEIDA, este último sucedeu Monsenhor Almir no governo paroquial e morreu muito jovem, com 31 anos de idade e com fama de santidade. O bonito foi a harmonia da sucessão em Carmópolis ao vir um padre jovem para substituir o antigo. Viveram primorosa harmonia e nenhum choque se viu ou ouviu. Monsenhor Almir faz parte da história de Carmópolis de Minas e nos legou durante seu longo pastoreio, sólida formação religiosa, política e humanista. Obrigado São João del Rei por tamanho presente. Lembro que em 1977 pregou os sermões da Semana Santa em nossa cidade um jovem frei franciscano bom, humilde, eloquente e tranquilo, que é o atual bispo diocesano de São João del Rei, Dom Frei Célio de Oliveira Goulart. Carinhos de Deus.
O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS SUAS OVELHAS"
Bem assim poderíamos e podemos resumir a vida doada por Monsenhor Almir à uma querida Paróquia na Igreja Particular de Oliveira - MG, por longos 28 anos e mais alguns quando se tornou EMÉRITO. Refiro-me à boa terra ou cidade onde se situa a PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO CARMO DO ANTIGO JAPÃO, hoje a pujante e progressista cidade de CARMÓPOLIS DE MINAS.
Brigou lutou e tudo fez o nobre presbítero para que a qualidade da água que abastecia a cidade tivesse um melhor tratamento, para de fato: SER POTÁVEL. Mobilizou junto à SSVP e com ajuda dos católicos alemães a construção de fossas sanitárias em todas as casas que isso não havia. Foi um padre completo em tudo e não ficou na comodidade da sacristia. Lutou nas trincheiras e foi amigo dos pobres e miseráveis. Desagradou lideranças políticas, mas não se importou. Importava-lhe de fato o bem comum.
O Papa Francisco disse certa vez que o pastor não pode perder o cheiro das ovelhas, este cuidado teve este bom e zeloso PRESBÍTERO.
Parabenizo o titular do Blog, por tão bem lembrar da figura de um padre tão querido. Estando aqui em São João del Rei para a festa de Nossa Senhora das Mercês e para visitar o túmulo do grande amigo, li todo seu zeloso trabalho e lhe sou grato por tão justa homenagem para com alguém de importância ímpar em tantas vidas, cristãs ou não, nosso querido - MONSENHOR (para nós carmopolitanos) ou - PADRE ALMIR (para vocês sanjoanenses).
Das mãos deste zeloso presbítero recebi a minha primeira Comunhão em 1968 e pelo muito que fez em ser um verdadeiro TEÓLOGO DA LIBERTAÇÃO, profundamente unido ao Magistério da Igreja nos terríveis e temíveis anos em que uma ditadura militar maculava e assolava nosso país, ele de seu púlpito e com suas atitudes e ações guiou muitas mentes e corações na condução de uma política JUSTA E LIBERTADORA. Também deixou um legado brilhante de amor para com a Liturgia e nunca descuidou de zelar pela disciplina do culto. Os Sacramentos ministrados a quem deles precisava, até em horas inusitadas, nunca foram negados...
Oxalá seja dada a Monsenhor Almir a devida importância, tanto a querida São João del Rei, bem como Carmópolis de Minas, no ano de seu Centenário de Nascimento.
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