Por Francisco José dos Santos Braga
Senhor José Cláudio Henriques
M.D. Presidente do IHG de São João del-Rei,
Permita-me
quebrar o protocolo, abdicando de meu dever de Mestre de Cerimônias para assumir
minha condição de confrade por alguns instantes, pois necessito que Vossa
Senhoria me conceda a palavra para fazer algumas considerações sobre a nossa cidade como simples cidadão, visando
conscientizar os novos confrades de nossas urgentes e ingentes preocupações.
Fiquei
ausente de minha terra natal por praticamente 40 anos, tendo-a deixado em 1971.
Passei por São Paulo (capital), Brasília, São Paulo, Americana, Curitiba, São
Paulo, Porto Velho e Brasília e, após essa minha errância, reencontrei
definitivamente minha terra natal em 2011, qual Ulisses retornando a Ítaca.
Posso dizer, com conhecimento de causa, que São João del-Rei é uma cidade
diferenciada em relação a todas as cidades que conheço, quer na minha condição
de residente quer na de turista. Há cerca de 15 dias atrás, ouvindo a Rádio
Itatiaia, soube que São João del-Rei tinha sido agraciada com o título de
cidade mais hospitaleira do Brasil. De fato, nossa cidade acaba de conquistar o
1º lugar no “ranking” dos destinos mais hospitaleiros do Brasil, divulgado pelo
site AirBNB, plataforma que pesquisa lares no mundo. Segundo o site, nossa
cidade se destaca por fazer parte de um circuito histórico que estampa muito
charme com os casarios, templos e museus, formando um cenário carregado de
cultura que traz à tona lembranças do Brasil Colônia. Acolhe tão bem seus
visitantes a ponto de ser acusada pelos próprios são-joanenses, ao verem a
rápida prosperidade dos forasteiros, de ser ótima madrasta, mas péssima mãe.
Prefiro considerar filhos adotivos os que não são naturais da terra. De fato,
São João del-Rei tem a qualidade de acolher bem a todos, tanto os seus filhos
quanto os filhos adotivos.
Aqui
se transpiram cultura e arte. Em 08/04/1941 Lincoln de Souza cunhou a inédita
expressão “Cidade dos Sinos”,
identificadora da cidade de São João del-Rei. Outra expressão conhecida é “Cidade da Música”. [GUERRA, 1968:
15-6, apud ALMEIDA, Samuel Soares] considera que “comprovadamente o registro musical tem seu início no ano de 1717,
quando o maestro Antônio do Carmo liderou uma banda de música no tôpo do
Bonfim, por motivo da chegada a então Vila de São João del-Rei do governador D.
Pedro de Almeida, o conde de Assumar.” Além disso, o epíteto provavelmente
provenha de suas duas orquestras centenárias (Lira Sanjoanense, fundada pelo Mestre José Joaquim de Miranda, e Ribeiro Bastos, fundada por Mestre
Francisco José das Chagas), sendo a primeira, de 1776, a mais antiga das
Américas, e a segunda de 1840. Antonil, muito antes, tinha dito que esse era um
lugar muito alegre e capaz de se fazer
nele morada estável. Já o epíteto “mui nobre e leal Villa de Dom João V"
lhe foi concedido por mérito, por ter socorrido, com galharda expedição, o
governador Antônio de Albuquerque, para expulsão dos franceses de Duguay-Trouin
do Rio de Janeiro, em 1711, e por ter-se prontificado a socorrer o Conde de
Assumar, por ocasião da sedição de Vila Rica, em 1720. José Bonifácio a chamou
de “briosa e fiel”, por sua
participação na causa da Independência. A certa altura de sua história passou a ser chamada de “Princesa do Oeste”, título também
disputado por cidades que nasceram em tempos mais recentes.
Especialmente
para os historiadores, esta cidade é um manancial permanente de inspiração para
o desenvolvimento de pesquisas e trabalhos acadêmicos. Além do arquivo das já
citadas Orquestras Centenárias, encontram-se à disposição dos pesquisadores os
arquivos do IPHAN (testamentos, inventários e outros); da Biblioteca Municipal,
que há três meses atrás completou 190 anos de custódia de um acervo monumental,
formado pelos livros de atas do Senado da Câmara e pelas bibliotecas de Batista
Caetano de Almeida, José de Resende Costa (filho) e outros; também pelos acervos
mantidos pelo IHG e pela Academia de Letras; pelo arquivo eclesiástico da
Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar (livros de batizados, casamentos e
óbitos, principalmente); pela Biblioteca Otto Lara Resende da UFSJ em três
“campi” são-joanenses, que comporta o maior acervo teatral de São João del-Rei,
que pertenceu ao Clube Teatral Artur Azevedo, que também abriga desde setembro de 2006 o
acervo musical do compositor Koellreutter, líder do movimento Música Viva no
Brasil em 1938, bem como, finalmente, incorpora desde maio de 2012 o acervo do CEREM-Centro de
Referência Musicológica José Maria Neves.
Prezados
novos confrades que tomam posse nesta data de 3 de dezembro de 2017,
Quero
trazer a seu conhecimento um fato que nos incomoda muito e nos interessa
particularmente. Refiro-me ao sumiço de Livros de Atas do Senado da Câmara que são, em parte, supridos por informações de historiadores que
tiveram acesso a esses livros, estranhamente. De acordo com a Convenção da
UNESCO em 1966, há ilicitude na venda dos bens culturais. Constata-se que há um
movimento de repatriação dos bens culturais em todo o mundo, sob a alegação de
que a Convenção precisa ser cumprida.
Vou
procurar ser específico.
O
primeiro exemplo
Lê-se no livro Et
Caetera, de Antônio Gaio Sobrinho, no capítulo “Três Momentos da História
de São João del-Rei”, pp. 68-69:
“A
criação da Vila de São João del-Rei se deu em 8 de dezembro de 1713, com o
seguinte Auto de Levantamento, que,
aqui, transcrevo literal e fielmente da primeira edição das Ephemerides Mineiras de José Pedro
Xavier da Veiga, editadas pela Imprensa Official do Estado de Minas, em Ouro
Preto, no ano de 1897. Diz o importante documento:
"Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil sete
centos e treze annos, aos oito dias do mez de Dezembro do dito anno neste
Arraial do Rio das Mortes, aonde veio por ordem de Sua Magestade, que Deus
Guarde, Dom Braz Balthazar da Silveira mestre de campo general dos seus
exercitos, governador e Cappitão General da Cidade de S. Paulo, e Minas, para
effeito de Levantar Villa o dito Arraial; e logo em virtude da dita Ordem, que
ao pé deste Auto vae registrada, o criou em Villa com todas as solemnidades necessarias,
levantando o Pelourinho no lugar, que escolheu para a dita Villa a contento, e
com approvação dos moradores della, a saber na Xapada do morro que fica da
outra parte do corrego para a parte do Nascente do dito Arraial, por ser o
citio mais capaz e conveniente para se continuar a dita Villa, a qual elle dito
Mestre de Campo General e Governador e
Capitão General appellidou com o nome de São João d’El Rey, e mandou que com
este titulo fosse de todos nomiado em memoria do nome de El’Rey Nosso Senhor
por ser a primeira Villa que nestas Minas elle dito Governador e Cappitão
General levanta assistindo a esta nova erécção o Dezembargador Gonçalo de
Freitas Baracho, como Menistro do dito Senhor que se acha Ouvidor Geral desta
dita Villa, como tão bem assistio toda a nobreza, e Povo della, e se levantou
com effeito o dito Pelourinho, e ouve elle dito Governador e Capitão General
por erecta a dita Villa, creando nella os Officiais necessarios, assim de
Milicias, como de Justiça conducentes ao bom regimen della, e mandou se
procedesse a elleição de pelouros para os Officiaes da Camara na forma da Ley, e de tudo mandou
fazer este Auto que assignou com o dito Dezembargador, Ouvidor Geral, e eu
Miguel Machado de Avelar Escrivão da Ouvidoria Geral que o escrevy. Dom Bras de
Balthazar da Silveira // Gonçalo de Freitas Baracho."
Vale
a pena, informar que Xavier da Veiga esclarece que se trata de reproducção litteral de documento official,
existente no Arcchivo Publico do Estado. Segundo José Álvares de Oliveira, que,
em 1750, publicou sua História do
Distrito do Rio das Mortes, esse Auto
de Levantamento se acha lavrado
no livro primeiro do registro da dita Câmara a folhas trinta e sete.
Infelizmente esse livro desapareceu dos arquivos locais. Estaria ele recolhido
no Arquivo Público Mineiro (donde Xavier da Veiga transcreveu nas Ephemerides
Mineiras)? Se sim, não seria o caso de reavê-lo para esta cidade?”
O segundo exemplo
Em 06/03/1838
houve a elevação de S. João del-Rei à categoria de Cidade, por força da Lei
Provincial nº 93, de 6-3-1838. É
lamentável que o Livro de Atas do Senado da Câmara, que cobre o período de 1835
a 1839, se encontre desaparecido dos arquivos locais, razão por que não se pode
saber como se passaram, em 1838, as solenidades em vista da promoção. Também
não adianta recorrer ao Astro de Minas,
pois ele nada reportou.
O terceiro exemplo
Encontra-se
de posse da Biblioteca Nacional o Livro de Assentos de Batizados da Freguesia
de N. Sra. do Pilar da Vila de São João del-Rei (1742-1749), adquirido de um
genealogista são-joanense em 1938. Esse livro contém não só o registro do batismo do
Tiradentes (em 12 de novembro de 1746), mas também de seus irmãos, além de
Bárbara Eliodora e de muitos povoadores e fundadores da Vila de São João
del-Rei. No ofício de 1º de novembro de 2006 do Presidente da Academia de Letras de São João del-Rei
ao Presidente da Biblioteca Nacional, Sr. Muniz Sodré, o pedido de repatriação do
referido livro eclesiástico foi rechaçado. Em resposta, detalhes da operação foram fornecidos em ofício de 28 de fevereiro de 2008, alegando que a Biblioteca Nacional
estava impossibilitada de “alienar patrimônio público”, bem como “doar” o que
fora comprado em dezembro de 1938 por 6
mil contos de réis. Na realidade, o Presidente da Biblioteca Nacional estava utilizando um
eufemismo, pois na realidade a aquisição do livro representava
uma receptação indigna para com o povo são-joanense, por se tratar de um bem
público. Assim sendo, evidenciou-se na posse desse livro eclesiástico uma
apropriação indébita por parte da Biblioteca Nacional, salvo melhor juízo.
37 comentários:
Na Sessão Solene do IHG de São João del-Rei em 3 de dezembro de 2017, atuei como Mestre do Cerimonial "ad hoc", por determinação do presidente.
Três razões havia para uma maior pompa do que comumente:
1) Tomaram posse os seguintes novos confrades:
Dr. Mário Lacerda Soares Neto (sócio efetivo)
Dr. José Bernardo Ortiz, de Taubaté-SP (sócio correspondente)
Sr. João Pinto de Oliveira, de Resende Costa-MG (sócio correspondente)
Dr. Márcio Vicente Silveira Santos, de Sete Lagoas-MG (sócio correspondente)
Dr. Ozório José Araújo do Couto, de Belo-Horizonte-MG (sócio correspondente)
2) Todas as instituições são-joanenses de cultura se juntam à Prefeitura e à Câmara Municipal de São João del-Rei para comemorarem conjuntamente o 304º aniversário da criação da Vila de São João del-Rei, o que se deu através do Auto de Levantamento exarado em 08/12/1713, a ser festejado na próxima sexta-feira desta semana que se inicia hoje. Como hoje é domingo, 1º dia da semana, o IHG de São João del-Rei, com esta Sessão Solene, tem a honra de dar início às comemorações oficiais que vão acontecer nesta cidade durante a semana.
3) Foi eleita a próxima Diretoria para o triênio 2018-2020, integrada por Paulo Roberto de Sousa Lima (presidente) e Maria Lúcia Monteiro Guimarães (vice-presidente).
Eu tinha preparado a seguinte comunicação principalmente aos novos confrades na seção "Palavra Livre", mas, devido ao adiantado da hora, não houve a oportunidade de proferir as palavras que aqui vão transcritas.
Obrigado, Francisco.
Li com interesse e proveito o seu discurso.
Abraços
Anderson
Francisco, acabo de ler o texto que você não pronunciou, mas que a história vai registrar ou já registrou. Muito oportuno, muito bom.
Como cidadão, adotado por S. João, orgulho-me de seus trabalhos. E, por isso, mais uma vez o cumprimento.
Falei, ainda há pouco, com o Licurgo. Além de estar se recuperando, com alguma recaída psicológica ainda, está felicíssimo por saber que uma de suas composições, uma missa a três vozes, vai ser executada por alguém de valor. Não sei bem quais os dados precisos. Mas é isso. Francisco, um abraço. João Bosco
Prezado Francisco
É sempre uma honra receber comunicações suas, pois sua fidelidade é extrema.
Obrigado!
Boa noite, prezado confrade. Uma manhã prá ficar na história: a despeito de tudo muito corrido, conseguimos chegar ao final com uma cerimônia cheia de lembranças e com uma nova Diretoria eleita com 80% dos votos (o Conselho teve dois a mais, o que é muito bom pois legitima o processo)... Me preparo para documentar o dia e espero fazer uma resenha da reunião, no formato de Ata e espero que vc, Lucinha e Prieto possam completar. Obrigado pela bela parceria na reunião e parabéns pelo digno e efetivo trabalho de Relações Institucionais que fez e faz!
Boa noite e abraços na Rute
Prezado confrade. Neste fim de dia em que vc nos brindou com um brilhante desempenho como Mestre de Cerimonias na nossa reunião de hoje do IHG, leio mais um texto de sua lavra que, como sempre prima pela precisão e pela oportunidade. Parabéns pelo dia em que começamos a fazer um novo tempo na história do IHG e, queira Deus, na história dessa cidade que, pelos seus filhos, me acolhe como mais um dos seus cidadãos. Farei tudo para corresponder à confiança dos meus confrades com trabalho sério e assertivo, para o que contamos, eu e Lucinha, com sua importante parceria na Gestão 2018/2020, quando vc conduzirá as comemorações de 50 anos do IHG-SJDR.
Parabéns, confrade. Um belo resumo que muito nos ajudará a documentar essa que espero se torne uma memorável reunião.
Caríssimo amigo Braga, paz!
Feliz de você que, após suas andanças, retornou à querida São João del-Rei.
Feliz de mim que, por seus escritos, sou transportado à Terra que me viu nascer!
Uma vez mais, agradeço-lhe o envio de seus preciosos escritos!
Obrigado, Francisco! Saber de nossa "terrinha" é sempre uma alegria! Que belo trabalho!!!
Abração pra você e Rute,
Pedro Paulo
O amor não é nada científico... mas leva muito mais longe
Parabéns a todos !
Eudóxia.
Bom dia, Francisco.
Que gostoso ler seus textos; mas este, especificamente, um trabalho fantástico, delicia a mente e o coração.
Parabéns!
Que o Cristo, em breve aniversariando, o abençoe sempre.
Edu
Com Dom Bosco sempre
Grato pelo envio. Fernando Teixeira
Oi, meu amor!
Primeiramente, bom dia!
Rogo à Virgem Maria, nossa Mãe Santíssima, e a Deus que lhe dêem um excelente dia.
Acabei agora de ler seu artigo sobre o início das festividades do 304º aniversário da elevação da Vila de São João del-Rei e também sobre a festa solene de posse da nova presidência do IHG.
Não poderia ser mais propícia a data para tão importante casa, A CASA MAIS ANTIGA DE SÃO JOÃO, SEDE DO NOSSO IHG.
Parabenizo Paulo Roberto Sousa Lima e minha querida amiga, Lucinha Guimarães, à frente na nova gestão, para quem faço votos de excelente sucesso.
Meu doce encanto você não precisa se sentir o forasteiro que ficou ausente muitos anos... Você só estava me procurando. Então, já me encontrou e eu voltei em sua companhia para nossa casa e nossa querida São João!
Parabenizo-o pelo cuidado e zelo para com os bens de nossa terra.
Sejamos sempre mais cuidadosos com nossos bens públicos, sejam eles materiais, temporais ou culturais!
Amo-o e o admiro!
Espero até amanhã para poder abraçá-lo e agradecer-lhe mais uma vez todo seu amor por mim e pela nossa casa.
De sua querida,
Rute Pardini Braga
Querido amigo e confrade dos mais brilhantes do Instituto Histórico e Geográfico de Sao João del Rei.
O que posso complementar além dos já memoráveis comentários de nossos outros amigos é que São João del Rei ganhou, e muito, com seu retorno à nossa querida São João del Rei.
Só tenho que agradecer-lhe juntamente com sua esposa Ruth Pardini pela grande ajuda que nos deu na nossa gestão 2015/2017 no IHG.
obrigado e continue produzindo suas excelentes pesquisas e editoriais.
Abs. José Claudio Henriques - presidente do IHG 2015/2017.
Muito bom, caro Braga.
E muito obrigado pela recepção, pelo carinho e pela amizade.
Vamos à luta. Abraço grande. Ozório Couto
OBRIGADO PELO E-MAIL.
Obrigado pelo convite!
Faço votos de uma de uma profícua sessão!
Parabéns aos novos associados e a todos os sãojoanenses!
Abraço,
Hugo de Castro
Prezado amigo professor Braga:
Quero, de imediato, transmitir ao prezado amigo e atuante membro
do prestigioso Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei
os melhores agradecimentos pela acolhida e parabenizar a todos
pela sessão solene, que muito nos emocionou pelo calor humano e
brilhantismo, o que evidencia a importância do sodalício no concerto
das principais casas de cultura de nosso Estado.
Considero grande responsabilidade a de ser Sócio Correspondente
do IHG em Sete Lagoas, repetindo a você, meu "padrinho", o compromisso
de tudo fazer, dentro de minhas limitações, para corresponder à confiança
dos que me receberam com tanto carinho.
Até uma próxima oportunidade,
o abraço do admirador de sempre,
Márcio Vicente
Caro amigo e Confrade Braga
Eu e Beth agradecemos, sensibilizados, pela gentileza em enviar-nos o seu discurso, proferido na Sessão Solene do IHG, em 03.12.2017, uma peça literária repleta de historicidade, como tudo que emana da lavra do ilustre amigo. Parabéns! Foi uma pena que não pudesse ter sido ouvido pelos nossos 'Confrades' – já que eu e Beth pertencemos a esse IHG como Membros Correspondentes – mas, por certo e através do seu Blog, um maior número de pessoas poderá tomar conhecimento.
Concordamos, com conhecimento de causa, que SJDRei seja uma cidade hospitaleira: aí fizemos grandes amizades e sempre fomos recebidos com muita cordialidade e fidalguia.
Quando possível, pedimos a fineza de enviar o nosso abraço ao Dr. José Cláudio Henriques e a todo o seu Conselho Diretor, bem como saudar, em nosso nome: ao novo Presidente Sr. Paulo Roberto de Souza Lima – e a sua Diretoria; aos novos Membros ora empossados; e a todos os nossos Confrades – incluindo o ilustre amigo – desse conceituado IHG.
Com os renovados agradecimentos,
O amigo Mario.
Caro professor!
Texto realmente precioso esse que seria de sua fala no evento. Quanta e quanta história!
Se me permite, me desculpando, a ajuda da cidade ao conde de Assumar na repressão ao movimento no qual foi barbaramente executado Felipe dos Santos, é uma nota triste na sua história, sob os olhares de hoje. Nota triste também na história portuguesa, da qual fazia parte. Talvez a preocupação em manter-se fiel ao "Magnânimo" a justificasse.
Lamento pelo desaparecimento dos livros de atas e sinto consigo toda a sua preocupação. Quantos livros faltam? Pelo menos de um sabe-se o paradeiro, e é triste que tenha sido disponibilizado por um genealogista como se fosse propriedade dele, aparentemente. Em 1938, por sinal, vivíamos o infame "Estado Novo".
Por fim, li apressadamente ou não vi referências a esse fato nos comentários a respeito em seu blog?
Parabéns e muito obrigado.
Muito bom. Abração
Olá Francisco, muito bom o seu texto!
Tenho alguns comentários a respeito dos exemplos dele:
1. Quanto ao documento informado por Xavier da Veiga quanto a ata de elevação à vila de São João del-Rei, este corresponde a uma via do documento original, pertencente aos livros da Secretaria de Governo da Capitania. Entretanto este documento se encontra extraviado, sem ser possível afirmar se o referido pesquisador realmente o acessou no Arquivo Público Mineiro. Vale apena lembrar que a publicação de Veiga foi anterior à transferência do APM para Belo Horizonte, e que, graças a erros logísticos, danificou-se irreparavelmente alguns documentos (seria um deles o auto de levantamento?).
Para título de conhecimento, deixarei os links dos autos das outras vilas mineiras do período, para se ter uma ideia da forma que documento referente à São João teria:
- Vila Rica: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/brtdocs/photo.php?lid=2015
- Sabará: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/brtdocs/photo.php?lid=2018
- Serro: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/brtdocs/photo.php?lid=2027
2. Confirmando o informado por José Álvares de Oliveira, consta em uma certidão dos escrivães dos Senados das Câmaras de São João e São José del-Rei que o auto de levantamento da Vila de São João del-Rei se encontrava lavrado no primeiro livro, que hoje corresponderia ao que trataríamos como o primeiro livro de acórdãos e termos de vereança. Com base nos escritos de Samuel Soares de Almeida (Memoria histórica do municipio de S. João d’ El-Rey), haveria um livro de acórdãos correspondente aos anos de 1727 a 1736 que não chegou a ser catalogado na biblioteca, sendo perdido, portanto, antes da aquisição da mesma. Considerando essas informações, haveriam dois livros de acórdãos não relatados nos inventários feitos em 1974 (inventariação revisada em 2003): um de 1713 a 1727 e outro de 1727 a 1736. Também observa-se que antes das pesquisas de Samuel Almeida, em 1919, este primeiro livro já se encontrava desaparecido, uma vez que este genealogista não o acessou para escrever seu livro, sendo consultado somente o segundo.
Certidão: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1436001_1448077/mss1443615.pdf
P.S.: Digitalizei todos os livros correspondentes a primeira metade dos setecentos da Biblioteca Baptista Caetano d'Almeida. Em breve, conforme o combinado com a direção da biblioteca, disponibilizarei na internet.
Rodrigo Pardini Corrêa
--
Graduado em Música (UFSJ)
Pós-Graduado em Metodologia de Pesquisa em Música (COTEMAR)
Mestrando em Música e Cultura (UFMG)
Prazerosamente me dirijo a você para encaminhar-lhe dois trabalhos de historiadores são-joanenses, sendo o primeiro, meu, e o segundo da lavra de Antônio Gaio Sobrinho, ambos focando o fato marcante que foi historicamente a elevação do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes à condição de Vila, em 8 de dezembro de 1713, isto é, tornando-se, naquele dia, a Vila de São João del-Rei, há 307 anos atrás.
O professor Gaio Sobrinho esclarece que "em princípio, naquele tempo, as vilas tinham a importância e o papel, que, depois, com o Império e a República, vieram a ter as cidades. Mas pouca diferença fazia daquilo que já eram as vilas, sendo o status de cidade quase somente uma questão histórica de privilégios e prerrogativas honoríficas."
No caso de São João del-Rei, a elevação a Cidade se deu através da Lei Provincial nº 93 de 06/03/1838, embora já em 1749 o nosso Senado da Câmara tivesse reivindicado o título de cidade, "à imitação de outras com os privilégios da do Rio de Janeiro", como "prêmio aos moradores desta Vila por haverem à sua custa acompanhado o Governador Antônio de Albuquerque de Carvalho na expedição e socorro ao Rio de Janeiro", além de outros mais serviços em benefício da Coroa e Erário Real.
Assim sendo, hoje é um dia festivo em São João del-Rei.
Parabéns, São João del-Rei e todos os são-joanenses!
Obs.: No último dia 2 de dezembro de 2020 comemoramos 300 anos da Capitania de Minas Gerais, criada a partir do desmembramento da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro por razões já expostas no meu artigo postado no Blog de São João del-Rei na mesma data, intitulado "Há 300 anos assim nasciam as Minas Gerais".
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2017/12/aos-304-anos-da-elevacao-vila-de-sao.html
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2017/04/o-dia-da-cidade-de-sao-joao-del-rei.html
Cordial abraço,
Francisco Braga
Secretário Especial de Relações Institucionais do IHG-SJDR
Abração, Braga. Viva Minas!
Viva!!!
Olá
Estimado amigo
Muito obrigado.
Continuação de boa semana.
Abraços
Diamantino
Excelente, confrade, este resgate histórico. Parabéns!
Recebido, obrigado Braga, muito bom! Cordial abraço.
Parabéns. Trabalho brilhante, como sempre.
Prezado Braga, bom dia. Agradeço o envio das preciosas matérias. Abraço para você e Rute. Fernando Teixeira
Bom dia e obrigado pelo envio. Como hoje convido para lançamento de evento virtual, o lançamento do "Café com Prosa - Virtual" com o primeiro evento tratando de um passeio muito sentimental por SJDR, apresentado pelo confrade Evandro Coelho, pergunto, posso postar junto? Já enviou pra todos nossos confrades?
Enviarei prá mais outros 120 interlocutores!
Abraços
Paulo Sousa Lima
Muito bom estarmos com a nossa História em dia. Parabéns!
Parabéns, a todos nós brasileiros, por mais um aniversário da Vila de São João d´El-Rei, no mesmo mês com os mesmos méritos dos trezentos anos da capitania das Minas Gerais.
Meu caro Francisco Braga,
Uma amiga de Montes Claros, que faz doutorado sobre a minha poesia UFMG, me enviou este link.
https://youtu.be/Od7xsiQ0MuM
Visualizar o vídeo Uma Homenagem da PMMG aos 300 anos de Minas Gerais.
Abraço do Gilberto
Caro professor Braga.
Notável relato e análise da trajetória administrativa e social de S.João Del Rey elaborada pelo historiador Gaio Sobrinho que somente agora li. Elucidativas as explicações sobre o sentido que as unidades urbanas possuíam na tradição portuguesa o que ajuda a compreender o empenho de sua sociedade na obtenção do estatuto de cidade. A lamentar, assim como no seu discurso, o desaparecimento de tão valiosos documentos, algo que não deveria preocupar apenas os historiadores.
Muito grato e parabéns pela publicação.
P.S. Ainda em 2017 tive a oportunidade de rápido comentário à sua colaboração
Prezados confrades e confreiras, boa noite. Temos a honra e o prazer de divulgar aos confrades e demais parceiros e amigos do IHG-SJDR estas matérias que o nosso confrade Francisco José dos Santos Braga reputa como importantes para o entendimento da história dos 307 anos de elevação a Vila desta muy leal cidade de el-Rey.
Com nosso fraternal abraço,
Paulo Roberto de Sousa Lima
Presidente
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