Por Anderson de Araújo Horta
Maria
sabia
que o Anjo
trazia
diadema
de glória,
promessa
de vida,
mensagem
de amor.
(Bendita
és tu
entre as
mulheres,
bendito
é o fruto
do teu
ventre.)
Enquanto
Maria
na sala
se via,
no ventre
da prima
precoce
profeta
pulava
de amor.
(Eu sou
a ser-
va do
senhor.)
No entanto
José,
zeloso
como é,
pensava
deixá-la
guardando
no peito
segredo
de dor.
Um anjo
de Deus
saindo
do céu
lhe trouxe,
num sonho,
diadema
de glória,
promessa
de vida,
mensagem
de amor.
(Jesus.)
Não sei se
Maria,
José e
Isabel
souberam
pelo Anjo,
que é São
Gabriel,
que a glória
são flores
de sangue,
de espinho,
no tronco e
nos galhos
da árvore
da
Cruz.
[Brasília, 22-12-1964]
(Poema extraído de HORTA, Anderson de Araújo: Invenção do Espanto (Lírica), Rio de Janeiro: Edições Galo Branco Ltda., 2004, pp. 100-102)
7 comentários:
Em homenagem ao poeta ANDERSON DE ARAÚJO HORTA, nascido em 30 de novembro de 1906, em Tombos, Zona da Mata mineira, e falecido em Brasília, em 16/06/1985, o Blog de São João del-Rei acolhe-o com muita honra como colaborador, para que seus leitores desfrutem o prazer de ler alguns de seus imortais poemas.
Sua primeira contribuição para o blog é seu poema PARA A CÉLIA, uma poesia curta que se inspira num texto do evangelista Lucas 1, 39-56, conhecido por "Visitação de Maria a Isabel", cuja festa é comemorada no dia 31 de maio.
Grata pelo envio.
Cordial abraço,
Eudóxia.
Caro amigo Braga
Muito interessante: agradeço pela gentileza do envio.
Os poemas dissílabos são de uma métrica difícil de se alcançar, sem prejuízo do sentido e, em especial, da sonoridade do verso, tão importante na poesia. De fato, é coisa para poetas de refinada inspiração.
Parabéns, amigo, por seu constante trabalho de exaltação da memória de personalidades brasileiras, como o caso do Poeta Anderson de Araújo Horta, agora acolhido pelo seu Blog.
Bom final de samana.
Abraços, Mario.
Caríssimo Francisco,
ficamos encantados, eu e Célia, minha esposa (que é a destinatária do poema publicado por você), com a homenagem prestada em seu blog à memória de nosso pai e sogro. Gratos, gratos, gratos.
Agradeça também, por nós, ao Dr. Mário Pellegrini Cupello o simpaticíssimo comentário. E transmita ainda, por favor, nossas homenagens à ilustre pianista Eudóxia de Barros.
Veja o curioso entrelaçamento de nossos nomes: você é Santos Braga, eu sou Braga Horta, Célia é Santos Horta... Não quer dizer necessariamente nada, mas prefiro tomá-lo como um sinal de predestinação à amizade.
Forte abraço nosso para você e Rute.
Um poema evoca os primórdios da chegada do Menino. Bem elaborado e prenhe de espiritualidade. E revela o poeta, que o autor é. Abraço do Fernando Teixeira
Olá, professor.
Magnífico poema, bastante refinado - conforme um comentarista seu analisou - e inspirado, revelador da personalidade desse interessante professor Anderson. E, é claro, parabéns por destacar mais um personagem que merece ser lembrado.
Parabéns por sua dedicação
Abraço
BB
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