sábado, 10 de setembro de 2022

Colaborador: MAESTRO MANUEL IVO (Soares Cardoso) CRUZ


Por Francisco José dos Santos Braga 
 
Maestro Manuel Ivo Cruz
O MAESTRO MANUEL IVO (Soares Cardoso) CRUZ nasceu em Lisboa a 18 de maio de 1935 e faleceu no Porto em 25 de dezembro de 2010. 
 
É impossível falar do Maestro Manuel Ivo Cruz sem fazer referência a seu pai, seu homônimo. Era filho de Manuel Ivo Cruz (Corumbá, 1901 - Lisboa, 1985), compositor, músico e professor de música, que se destacou como fundador da Orquestra Filarmônica de Lisboa (1937) e reitor do Conservatório Nacional de Lisboa (1938-1971), sucedendo neste cargo a José Vianna da Motta. Além disso, o pai de nosso homenageado reuniu uma importante coleção bibliográfica de temática musical que se encontra integrada na Biblioteca Nacional de Lisboa, onde constitui a Coleção Ivo Cruz, que inclui impressos raríssimos e outros únicos, e o maior conjunto conhecido de autógrafos de João Domingos Bontempo (1775-1842). Esse arquivo  foi doado pelo filho Maestro à Universidade Católica Portuguesa numa cerimônia protocolar, a 3 de junho de 2009, na Sala de Orquestra do Campus Foz. Para concluir a informação sobre o pai do Maestro, deve-se lembrar que ele foi uma das figuras mais relevantes nas relações culturais luso-brasileiras e da difusão da cultura musical de Portugal no Brasil e na Europa. 

O filho deste, Maestro e nosso homenageado, notabilizou-se principalmente em regência e como musicólogo, tendo estudado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas. O primeiro concerto que dirigiu aconteceu no ano de 1954, quando era ainda estudante; além desta vertente, o maestro destacou-se como docente e investigador na área da musicologia histórica portuguesa. 

O Maestro apresentou diversos concertos e espetáculos de ópera ao longo dos anos, alcançando sempre bastante êxito em vários países da Europa e do mundo. Exerceu funções de maestro no Teatro Nacional de São Carlos, na Orquestra Clássica do Porto, assim como colaborou com outras orquestras portuguesas, além de ter marcado presença em diversas instituições culturais do país. Destas instituições importa ressaltar os programas televisivos que passavam na RTP e na Emissora Nacional. 

O Maestro foi distinguido a nível nacional e internacional com diversos prêmios, de que são exemplo, entre outros: o Prêmio Moreira e Sá; na França recebeu o título de Oficial de Mérito Cultural e Artístico; pelo Brasil recebeu a Ordem do Rio Branco; foi agraciado com a condecoração portuguesa de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, e por ocasião das comemorações do 50º aniversário da sua carreira artística, foi-lhe atribuída a Medalha Municipal de Mérito, entregue pela Câmara Municipal do Porto. 

Finalmente, o Maestro foi ainda eleito membro de diversas instituições acadêmicas dedicadas à música e à cultura, entre as quais a Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência, o Instituto de Estudos Culturais do Mundo de Língua Portuguesa e a Sociedade Brasileira de Musicologia.

7 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Prezad@,
Tenho o prazer de compartilhar com o leitor o ensaio intitulado D. PEDRO, REI, IMPERADOR E MÚSICO, da autoria do Maestro MANUEL IVO CRUZ, que integrou o livro D. PEDRO D'ALCÂNTARA DE BRAGANÇA (1798-1834), IMPERADOR DO BRASIL, REI DE PORTUGAL, de 1987, livro comemorativo da Exposição inaugurada no Palácio de Queluz e transladada para o Paço Imperial na Cidade do Rio de Janeiro.
A Diretora do Palácio Nacional de Queluz, Sra. Simonetta Luz Afonso, teceu o seguinte comentário sobre o Paço Imperial:
"(...) As suas paredes testemunharam os mais importantes episódios da 'vida brasileira' de D. Pedro: foi a sua primeira morada quando chegou ao Brasil em 1808; na sua Sala do Trono assistiu às cerimónias do Beija-Mão a D. João VI seu Pai; de uma das janelas do primeiro andar declarou o FICO a 9 de Janeiro de 1822; na sua Capela foi coroado Imperador em 1º de Dezembro do mesmo ano; da sacada de uma das janelas da fachada principal participou ao Povo em 1825 que Portugal reconhecera a Independência do Brasil. (...)"

TEXTO DO ENSAIO "D. PEDRO, REI, IMPERADOR E MÚSICO"https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2022/09/d-pedro-rei-imperador-e-musico.html

BREVE BIOGRAFIA DO AUTOR: MAESTRO MANUEL IVO CRUZhttps://saojoaodel-rei.blogspot.com/2022/09/colaborador-maestro-manuel-ivo-soares.html

Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei

Edécio Olívio do Vale (empreendedor e proprietário da loja MANIA DE CULTURA no centro histórico de São Paulo) disse...

🙇🏽🙇🏽🙇🏽 muito obrigado, sou um privilegiado, agradeço a Deus todos os dias por colocar pessoas boas em minha vida.

Glauco Mattoso (poeta paulistano) disse...

Como monarchista que sou, agradeço a lembrança do envio.

Eduardo Waack (diretor do projeto Poesia Viva, com destaque para o curta-metragem "Portinari Revisitado" no YouTube) disse...

Gratidão, mestre. Estou repassando aos amigos. Luz e Paz! Eduardo

Geraldo Reis (poeta) disse...

Obrigado. Oportuna divulgação. Parabéns ao autor. Estou certo de que, mais do que oportuna, a matéria é uma necessária lição. .

Geraldo Reis (poeta) disse...

MANUEL IVO CRUZ, parabéns pela necessária lição. Temos muito a aprender. E parabéns ao blog que nos oferece o presente.

Tarcízio Dinoá Medeiros (ex-presidente da Academia de Letras de Brasília, genealogista e escritor, autor de Ramificações genealógicas do Cariri paraibano) disse...

Simplesmente magistral esta sua matéria.
Tomei a liberdade de enviá-la para muitos dos meus amigos pessoais.
Tarcízio Dinoá Medeiros