I. INTRODUÇÃO DE FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA
O pesquisador amigo Francisco Oliveira, de Barbacena, fez chegar a meu conhecimento a descoberta que fez na Revista do Archivo Publico Mineiro, Anno IV, 1899, da existência de certos Apontamentos Biográficos de Baptista Caetano de Almeida, feitos por seu irmão Dr. Francisco de Assis e Almeida apresentados nas páginas de nº 37 a 40 da referida Revista e datados de 1845. É desse documento, de inegável valor histórico, que vai tratar o presente artigo.
Apesar de não ser natural de São João del-Rei, e sim de Camanducaia, aqui viveu sua adolescência e maturidade por um período de quase 30 anos. Seus traços de homem de caráter beneficente em prol da instrução e das "luzes" da população são-joanense e da Santa Casa da Misericórdia são uma unanimidade na visão de todos os historiadores, destacando-se a sua veia iluminista. Foi, além disso, um rico comerciante que se impôs no cenário político local e estadual. Dentre as suas grandes realizações até agora conhecidas destacam-se as seguintes: fundou a biblioteca pública (que leva o seu nome), doou o terreno onde se localiza a Prefeitura, doou dinheiro para custear a construção da Ponte da Cadeia, fundou a primeira gráfica de nossa terra, editou o primeiro jornal são-joanense, etc.
Embora Batista Caetano tenha feito gestões junto ao Presidente da Província para inaugurar uma Livraria Pública em São João del-Rei em 1824 e, diante da recusa deste em prover qualquer tipo de recurso para sua manutenção ou ampliação, somente em 1827 seu plano se tornou realidade numa das salas da Santa Casa da Misericórdia local. O próprio Batista Caetano doou seu acervo particular com aproximadamente 800 volumes para consecução do seu objetivo.
É importante lembrar que, no conjunto de suas obras e de outros doadas para a constituição da Biblioteca Pública, há arquivos extremamente importantes como o Acervo de Obras Raras e Antigas da Biblioteca Municipal Baptista Caetano d' Almeida, hoje sob guarda da UFSJ em sistema de comodato.
Pelas razões já expostas, eu, como colaborador ativo do Blog de São João del-Rei, sinto-me no dever de me associar às vozes de nossos maiores cidadãos são-joanenses para prestar a esse ilustre amigo de São João del-Rei o meu preito de gratidão pelos inúmeros benefícios recebidos de suas mãos caridosas e realizadoras, que distribuíam dádivas por onde quer que ele passasse, deixando após si marcas indeléveis de sua presença nas nossas principais instituições.
Apesar de não ser natural de São João del-Rei, e sim de Camanducaia, aqui viveu sua adolescência e maturidade por um período de quase 30 anos. Seus traços de homem de caráter beneficente em prol da instrução e das "luzes" da população são-joanense e da Santa Casa da Misericórdia são uma unanimidade na visão de todos os historiadores, destacando-se a sua veia iluminista. Foi, além disso, um rico comerciante que se impôs no cenário político local e estadual. Dentre as suas grandes realizações até agora conhecidas destacam-se as seguintes: fundou a biblioteca pública (que leva o seu nome), doou o terreno onde se localiza a Prefeitura, doou dinheiro para custear a construção da Ponte da Cadeia, fundou a primeira gráfica de nossa terra, editou o primeiro jornal são-joanense, etc.
Embora Batista Caetano tenha feito gestões junto ao Presidente da Província para inaugurar uma Livraria Pública em São João del-Rei em 1824 e, diante da recusa deste em prover qualquer tipo de recurso para sua manutenção ou ampliação, somente em 1827 seu plano se tornou realidade numa das salas da Santa Casa da Misericórdia local. O próprio Batista Caetano doou seu acervo particular com aproximadamente 800 volumes para consecução do seu objetivo.
É importante lembrar que, no conjunto de suas obras e de outros doadas para a constituição da Biblioteca Pública, há arquivos extremamente importantes como o Acervo de Obras Raras e Antigas da Biblioteca Municipal Baptista Caetano d' Almeida, hoje sob guarda da UFSJ em sistema de comodato.
Pelas razões já expostas, eu, como colaborador ativo do Blog de São João del-Rei, sinto-me no dever de me associar às vozes de nossos maiores cidadãos são-joanenses para prestar a esse ilustre amigo de São João del-Rei o meu preito de gratidão pelos inúmeros benefícios recebidos de suas mãos caridosas e realizadoras, que distribuíam dádivas por onde quer que ele passasse, deixando após si marcas indeléveis de sua presença nas nossas principais instituições.
Será rigorosamente preservada a grafia original do documento, conforme consta na Revista do Arquivo Público Mineiro.
II. APONTAMENTOS SOBRE A BIOGRAPHIA DE BAPTISTA CAETANO DE ALMEIDA
Por Dr. Francisco de Assis e Almeida
A 24 de Junho de 1839 falleceo em S. João d'El-Rey Baptista Caetano de Almeida, nascido a 3 de maio de 1797 em Camandocaia da Provincia de Minas e Bispado de S. Paulo, hoje cidade de Jaguary, e foi sepultado no Cemiterio de N. S. do Carmo daquella Cidade em uma Catacumba ¹, q.' foi comprada por uma sua filha pelo prazo de cem annos que terminarão em 1947.
Foi filho legitimo, e o mais velho, do Capitão Manoel Furquim de Almeida, (da familia antiga dos Furquins de S. Paulo), descendente de uma familia de Ouro preto, os quaes tiverão mais dez filhos, alem dos q.' morrerão na infancia.
Quando tinha a idade de treze p.ª quatorze annos foi mandado por seo pae p.ª a companhia de seo thio paterno Cap. Pedro de Alcantara de Almeida, negociante em S. João d'El-Rey, p.ª completar a sua educação primaria, e applicar-se ao commercio. Ahi foi tão bom o seo procedimento e tal a sua aptidão, que adquirio intima amizade, e plena confiança de seos thios e primos e mais tarde formou com um destes (Francisco de Paula de Almeida Magalhães) uma sociedade mercantil, destinada principalmente a salvar a casa antiga de seo thio, e primos.
Como gerente dessa sociedade, que durou até 1828, elle relacionou-se muito com a Praça desta Cidade do Rio de Janeiro, e com a maior parte da Provincia de Minas, tendo até freguezes de Goyaz, e Matto-grosso, por q.' nesse tempo S. João d'El-Rey era um grande emporio commercial. Por isso, e pela sua probidade, benevolencia, genio serviçal e caridoso, maneiras affaveis e polidas, adquirio muitos affeiçoados, e até amigos intimos, q.' elle conservou até a morte.
Não teve estudos regulares, porq.' em S. João d'El-Rey somente havia uma aula de Grammatica latina, e nem uma outra escola de instrucção secundaria, nem imprensa, sendo muito poucas as pessoas q.' sabião traduzir o Francez. Entretanto elle aprendeo essa lingoa, e como tinha talento natural, e apreciava muito a leitura, e instrucção, adquiriu conhecimentos practicos das cousas, e negocios publicos.
Tendo fallecido seo pae em 1818, elle Baptista apezar de moço principiante no commercio, e morar muito longe da familia, começou logo a ajudar sua mãe na educação e arranjo de seos irmãos, chamando p.ª sua companhia dous delles, a quem educou, e mais tarde fazendo casar, e dotando tres irmans, e por fim encarregando-se do tratamento, e educação moral e literaria de seos tres ultimos irmãos, Francisco de Assis e Almeida, Caetano Furquim de Almeida (q.' foi negociante nesta Praça) e José Caetano de Almeida aos quaes conseguio formar em Direito pela Academia de S. Paulo. Fez casar muitas parentes pobres, e ajudou a muitos, não só a parentes, como estranhos, e até estrangeiros, porq.' tinha em summo gráo o espirito de caridade e beneficencia da qual não poucos abusarão.
Já patriota, e à pincipio acreditando na sinceridade das Cortes constituintes de Lisboa, acompanhou o Governo Provissorio da Provincia. Logo porem q.' vio, q.' ellas estavão legislando contra o Brazil, e que cá se tratava da independencia, e constituição do imperio, ligou-se completamente ao partido liberal independente, e constitucional do qual nunca mais se separou.
Sentindo a falta de luzes e instrucção, q.' havia em S. João d'El-Rei, em 1827 comprou, e remetteo p.ª ali uma typographia, e fundou nella, e sustentou por muitos annos o periodico — Astro de Minas — q.' tanto servio à causa liberal. Nessa typographia elle fez publicar gratuitamente em folheto a celebre Carta aos Eleitores Mineiros do velho Vasconcellos ², q.' então era seo amigo, e correligionario, mas depois da mudança de partido tornou-se seo inimigo.
No mesmo anno tratou da fundação de uma Bibliotheca Publica ³, q.' pela maior parte à sua custa, e por donativos de alguns amigos desta cidade do Rio fez inaugurar sob a presidencia do Juiz de Fora d'então Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho. ⁴
Só por si sustentou essa Bibliotheca com fornecimento de novos Livros, e com o ordenado de um Bibliothecario ⁵, e de um Continuo até o anno de 1838, em q.' por doente e cançado a entregou ao Governo Provincial. No anno de 1845 o Presidente da Provincia Dr. Quintiliano José da S.ª mandou collocar o retrato ⁶ delle no salão da Bibliotheca, onde se conserva.
No anno de 1829 contractou, e levou p.ª S. João d'El Rei o portuguez emigrado Francisco Freire de Carvalho ⁷ litterato, e antigo Professor de Historia em Coimbra, não só p.ª ensinar à seus irmãos, como p.ª dar um curso publico de bellas-letras, o que de facto se realisou, pelo espaço de tres annos e meio, isto é, 1830, 1831, 1832, e metade de 1833.
Com estes tres factos, à saber, a imprensa e periodico, Bibliotheca, e este curso publico, elle contribuiu poderosamente para se desenvolver e manter em S. João d'El Rei o gosto pela instrucção, de forma q.' depois a cidade, antes muito atrazada, começou, e tem continuado à dar muitos moços para as carreiras litterarias, e o proprio povo ficou mais civilisado.
Pelos mesmos tempos elle servio como membro da Meza Administrativa da Misericordia ⁸, e ahi prestou relevantes serviços, como consta dos livros da Casa, e as Mezas posteriores o reconhecerão nos seos Relatorios, mandando collocar o seo Retrato ⁹ entre os dos mais Bemfeitores do Estabelecimento.
Comprou e doou à C. Municipal o terreno, em q.' depois se estabeleceo a Casa da Camara, a Bibliotheca, e Cadeia, q.' ora existem.
Já tinha sido Vereador pela lei antiga, e nessa qualidade por algumas vezes tinha servido de Juiz p.ª lei, como então se dizia.
Na primeira Eleição p.ª Juizes de Paz sahio elle muito espontaneamente eleito, por que então a eleição era verdadeiramente livre, e elle já era geralmente estimado, respeitado, e considerado como chefe do partido liberal ali.
Em 1829 procedendo-se a Eleição geral de Deputados para a legislatura de 1830 à 1833 sahio elle espontaneamente eleito Deputado pela Provincia de Minas, honra q.' elle muito apreciou, e que procurou sempre desempenhar com todo o zelo e patriotismo. Foi reeleito p.ª a legislatura reformista de 1834 à 1837, e ainda reeleito p.ª a de 1838 à 1841.
Nesta ultima porem ja não poude servir, por q.' se achava muito doente, como realmente estava, pois falleceo em principios de 1839.
Entretanto p.ª a sessão de 1838 deo o seo Diploma ao Supplente José Alcibiades Carneiro ¹⁰, p.ª ir servir em seo lugar; e na de 1839 deu-o ao Supplente José Antonio Marinho ¹¹, a quem fez varias recommendações e pedidos tendentes à bem da Misericórdia, e daquella cidade, que elle amou, e beneficiou como sua patria adoptiva.
Logo q.' tomou assento na Camara dos Deputados relacionou-se intimamente com os chefes principaes do grande partido liberal, Feijó, Paula Sousa, Vergueiro, Evaristo, Vasconcellos, José Bento, Mello e Sz.ª, Costa Carv.º, Limpo de Abrêo, Odorico, Honorio Hermeto, Moura e outros, os quaes muito o estimavão, e consideravão pelo seo ardente patriotismo, firmesa de caracter, bom senso pratico, pelos serviços, q.' prestava na sustentação da causa liberal, e pela influencia, q.' tinha na Provincia de Minas.
Quasi todos esses amigos elle os conservou até a morte.
Estando nesta cidade em 1831 na celebre bachanal das Garrafadas, e passando pela rua da Quitanda, castello dos — Garrafistas — foi insultado por elles com dicterios, e chegou à ser ameaçado por um delles, a quem elle levantando o chapeo de sol (unica arma, q.' trazia) dice com dignidade — Veja o q.' faz; eu sou um Representante da Nação. Foi um dos 24 Deputados, q.' assignarão a celebre Representação ao Imperador, pedindo ao Imperador a demissão do Ministerio, e a reparação dos attentados da gente garrafista.
Depois da Revolução de Abril, e proclamação de D. Pedro 2.º, elle ficou ligado ao partido governamental, e moderado, do qual foi sempre um firme sustentaculo. E tal era o seo patriotismo, e dedicação, q.' quando o partido exaltado, e o chamado caramurú fazião suas insurreições armadas, como em Abril de 1832 no Rio de Janeiro, de 1833 em Minas, elle apezar de longe das scenas, tinha um forte ataque do incommodo do peito, q.' estava soffrendo desde 1830.
Não era orador, mas trabalhava nas Commissões, e nas reuniões e clubs do partido, e com o seo voto. Logo na 1.ª Sessão trabalhou, e conseguio q.' se abolisse o iniquo imposto do sal, ferro, aço etc. q.' duramente se cobrava na entrada da Provincia de Minas nos chamados Portos seccos.
______________
Antonio Jansen do Paço, chefe da Secção de Manuscriptos da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro, fez esta Cópia fóra das horas do expediente, por encommenda do Archivo Publico Mineiro e com permissão do Governo Federal.
Bibliotheca Nacional, 25 de Novembro de 1896.
Antonio Jansen do Paço
III. NOTAS EXPLICATIVAS, COMENTADAS POR FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA
¹ Detalhe da placa comemorativa do Túmulo da Família de Baptista Caetano de Almeida, feita por ordem da Prefeitura Municipal de São João del-Rei, em 1941: "A Baptista Caetano de Almeida, Fundador da Biblioteca Municipal de São João del-Rei (☆ em 3.5.1797 ✞ em 24.6.1839) e a sua esposa Mariana A. Teixeira Leite (☆ em 18.12.1808 ✞ em 28.6.1842)". Esta, Mariana Alexandrina Teixeira Leite, era filha do Barão de Itambé, e irmã do Barão de Vassouras; ele, filho de Manuel Furquim de Almeida e de Ana Bernardina de Jesus Melo, e sobrinho de Pedro de Alcântara de Almeida, patriarca dos Almeida Magalhães.
² Deputado Bernardo Pereira de Vasconcellos (☆ Vila Rica, 27.08.1795 ✞ Rio de Janeiro, 01.05.1850). Cartas aos Eleitores Mineiros talvez seja a sua obra mais importante, redigida em sua terra natal e publicada em São João del-Rei, a que se acrescentam os brilhantes discursos pronunciados como Deputado nas Casas onde serviu e como Ministro do Império.
³ A fundação de uma Biblioteca Pública em São João del-Rei era plano de Batista Caetano de Almeida pelo menos desde 0 dia 30 de julho de 1824. Naquela data escreveu ao Presidente da Província de Minas Gerais, oferecendo-lhe "não só a [sua] pequena Livraria, como a Ensiclopedia methodica, Diccionario de Artes e Agricultura, e alguãs outras interessantes obras, que reunidas completaraõ talvez oitocentos volumes, para principio de huã Livraria Publica desta Villa." O documento que traz as informações mais precisas a respeito do acervo inicial da Livraria é uma correspondência escrita pelo mesmo irmão de Batista Caetano, em 1845, conforme [MORAIS, s/d, 5]; ali ele trata dos principais dispêndios de Batista Caetano com a Livraria Pública de São João del-Rei. Embora a oferta tenha sido aceita pelo Presidente da Província, o pedido de várias outras facilidades para implantação e funcionamento da Livraria lhe foi negado. Diante disso, Batista Caetano inaugurou, numa das salas da Santa Casa da Misericórdia, às suas próprias custas, em 19 de agosto de 1827, a Livraria Pública de São João del-Rei. Essa localização deve ter sido provisória, porque já em 1828, quando o viajante e reverendo inglês Walsh visitou São João del-Rei, encontrou "a biblioteca da cidade, recentemente instalada" numa sala da Câmara.
⁴ Neste mesmo blog, há extenso artigo tratando do Juiz de Fora Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, futuro Visconde de Sepetiba, e da amizade que o uniu a Baptista Caetano de Almeida, levando-os a desenvolverem projetos comuns em prol da cidade de São João del-Rei.
Cf. in http://saojoaodel-rei.blogspot.com.br/2015/05/projeto-da-sociedade-phylopolytechnica.html
⁵ [WALSH, 1985, 77-79, v. 2], viajante e reverendo inglês que visitou São João del-Rei em 1828, vindo do Rio de Janeiro, teceu os seguintes comentários a respeito da Biblioteca, acompanhados de detalha caracterização de seu bibliotecário: "Após essa visita (à casa de fundição), fomos até a biblioteca da cidade, recentemente organizada. Ela se acha instalada numa sala da Câmara, ficando aberta das nove da manhã a uma da tarde. O bibliotecário é um padre mulato, de aparência bastante curiosa — baixo, gordo, com um vasto chapéu colocado de banda e o rosto afundado no peito. Além de bibliotecário, ele é editor do 'Astro de Minas', um jornal de São João fundado fazia um ano. Como se trata de um periódico destemeroso e de tendências ferozmente constitucionalistas, ele está sempre em atrito com o 'Analista' e outros jornais do governo. Em um número do 'Analista' que li no Rio havia uma curiosa descrição de um animal fantástico achado em São João, da mesma espécie do tatu, tendo o padre sido apresentado, tanto moral como fisicamente, e com muito humor e espírito, sob a forma desse animal. Fiquei curioso para conhecer o original, tendo chegado à conclusão de que a comparação fora excelente, pois de fato o bibliotecário se assemelhava, sob todos os aspectos, a 'um porco de armadura'. Trata-se, contudo, de um homem de talento, que soube dar ao adversário a réplica merecida. Ele falava um pouco de francês e nos forneceu, gentilmente, todas as informações ao seu alcance." Consta que o nome desse bibliotecário era Braziel, segundo [AMARAL, 2007, 6].
⁶ Lamentavelmente, hoje a Biblioteca Batista Caetano de Almeida não mais possui o retrato de seu fundador, que se acha perdido. [BURTON, 1976, 114] também se refere ao retrato do seu fundador na Biblioteca pública: "No lado norte, fica a Biblioteca Pública, aberta diariamente, e severamente decorada com o retrato de um benfeitor local, Batista Caetano, o 'sujeito compenetrado' de Mr. Walsh, morreu." Portanto, àquela época da sua viagem a Minas (1868), a Biblioteca ainda era adornada com o retrato de seu fundador.
⁷ Francisco Freire de Carvalho era padre.
⁸ Trata-se evidentemente da Santa Casa da Misericórdia.
⁹ Lamentavelmente, o citado retrato encontra-se extraviado ou definitivamente perdido. [ALVARENGA, 2009, 81] relacionou os principais beneméritos da Santa Casa da Misericórdia de São João del-Rei e, entre eles, de fato nomeou Batista Caetano de Almeida como "benemérito sem retrato".
¹⁰ [CINTRA, 1982, 539] noticia que, em 30/12/1828, o Professor de Gramática Latina da Vila de Santa Maria do Baependi, José Alcebíades Carneiro, pleiteia ser provido na Cadeira Pública de Latinidade da Vila de S. João del-Rei, vaga por se achar jubilado o Padre-Mestre Manoel da Paixão e Paiva. À vista de informação favorável da edilidade são-joanense, o Governo Provincial atendeu ao pedido. De acordo com [CINTRA, 1982, 419], em 05/10/1831, fica conhecido o estado da instrução na Vila de São João del-Rei, onde funcionavam três aulas públicas: 1ª — de ensino mútuo, do Prof. Interino Antônio Mariano Pereira Pimentel, 59 alunos; 2ª — de meninas, da Profª Policena Tertuliana de Oliveira, com 75 alunas; 3ª — de Gramática Latina, do Prof. José Alcebíades Carneiro, com 31 alunos. Além dessas escolas que eram públicas, havia quatro particulares. [CINTRA, 1982, 140] noticia que, em 27/03/1833, a Câmara da Vila de São João del-Rei resolve declarar-se em sessão permanente, tendo em vista a sedição que depôs o Presidente Provincial, sendo José Alcebíades Carneiro um dos vereadores que oficiaram ao Dr. Manoel Inácio de Melo e Souza manifestando o "solene protesto de não reconhecer outra autoridade que não seja V. Exª como Presidente da Província." [CINTRA, 1982, 231] noticia que, em 30/05/1833, "a Câmara aprova a indicação do Dr. José Alcebíades Carneiro para exercer o cargo de Lente de Filosofia, durante a licença de três meses concedida ao Padre José Antônio Marinho." Segundo [CINTRA, 1982, 320], em 13/04/1837, Dr. José Alcebíades Carneiro, advogado e professor de Latim, serviu de padrinho dos nubentes Alferes Antônio José de Souza Machado e a educadora Policena Tertuliana de Oliveira Machado.
¹¹ Segundo [AMARAL, 2007], José Antônio Marinho, filho de lavradores pobres do Norte de Minas, mulato, nasceu em 07/10/1803 na freguesia do Brejo Salgado, às margens do rio São Francisco, e faleceu em 13/03/1853 no Rio de Janeiro. Teve seus estudos custeados por rico fazendeiro. Tendo sido enviado para o Seminário de Olinda, daí foi expulso por ter ter-se envolvido no movimento revolucionário Confederação do Equador. Retomando seus estudos no Seminário do Caraça, destacou-se como excelente estudante. Em 1829, recebeu ordens na cidade de Mariana. Em 8 de dezembro de 1835, o Padre José Antônio Marinho estreou como redator do periódico Astro de Minas, agora em São João del-Rei, cargo que conservou durante os últimos três anos de duração da folha são-joanense. Foi muito atacado pelo periódico barbacenense Parahybuna, impresso entre 1836 e pelo menos 1840, por não ser um ortodoxo em matéria religiosa e por ser mulato. Destacou-se em S. João del-Rei, no magistério como lente de Filosofia, chegando a diretor de colégio, na vereança e no jornalismo. Foi eleito vereador são-joanense e deputado provincial mineiro. Em São João del-Rei, colaborou com a imprensa liberal no Astro de Minas, no Despertador Mineiro e no Americano. Segundo [CINTRA, 1982, 287], em 09/07/1840, a Câmara discute portaria do Presidente da Província, solicitando documentos municipais ou provinciais, que seriam aproveitados na elaboração, pelo IHGB, de trabalhos referentes à civilização dos indígenas e à biografia de mineiros beneméritos. Integram a referida comissão são-joanense os lentes da cadeira de Filosofia, Dr. João Ribeiro Guimarães e Pe. José Antônio Marinho. Ainda de acordo com [CINTRA, 1982, 310], tomamos conhecimento de que "o Sr. Marinho (Cônego José Antônio Marinho) fez leitura de um projeto nº 30, elevando a vila de S. João del-Rei a categoria de Cidade do mesmo nome", conforme resumo da sessão da Assembleia Legislativa Provincial de 18/02/1836, conforme publicado no Astro de Minas. Como vereador da cidade de São João del-Rei, ao lado de outros pares, enviou vigorosa representação ao Governo Imperial em 15/12/1841, conforme [CINTRA, 1982, 518]. Sua obra mais conhecida é História do Movimento Político de 1842, que trata da Revolução Liberal de Minas Gerais e São Paulo. Finalmente, na data de nascimento do Monsenhor José Antônio Marinho (07/10/1803), [CINTRA, 1982, 423] informa, em breves anotações sobre o currículo de seu biografado, que, entre outras coisas, tendo sido partícipe e historiador da Revolução Liberal de 1842, Marinho realizou a sua própria defesa no júri de Piranga (MG). Informa ainda que exerceu a função de Pregador da Capela Imperial, pela qual foi distinguido com a dignidade de cônego. Em 1847 foi designado camareiro secreto de Pio IX, com as honras de monsenhor. No Rio de Janeiro fundou e dirigiu o Colégio Marinho, que alcançou prestígio na Corte, e foi redator do Correio Mercantil.
IV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA PELO COMENTARISTA
ALVARENGA, Luís de Melo: História da Santa Casa da Misericórdia de São João del-Rei (1783-1983), Belo Horizonte: Gráfica Formato, 2009, 443 p. (edição patrocinada pelo BDMG Cultural)
AMARAL, Alex Lombello: Documento inédito: História do jornal Astro de Minas pela pena do Padre José Marinho. Fênix Revista de História e Estudos Culturais, da UFJF, vol. 4, Ano IV nº 4, out/dez 2007, 12 p. Acesso em 05/07/2015 ao link http://www.revistafenix.pro.br/vol13Alex.php
BURTON, Robert Francis: Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. São Paulo: EDUSP; Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1976, 366 p.
CINTRA, Sebastião de Oliveira: Efemérides de São João del-Rei, Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1982, 2 vol., 622 p.
MORAIS, Christianni Cardoso: "Para aumento da instrução da mocidade da nossa pátria": estratégias de difusão do letramento na Vila de São João del-Rei (1824-1831). UFSJ. Acesso em 04/07/2015 ao link: http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema7/0791.pdf
XAVIER DA VEIGA, José Pedro: Revista do Archivo Publico Mineiro, Bello Horisonte: Imprensa Official de Minas Gerais, Anno IV, p. 37-40, 1899
WALSH, Robert: Notícias do Brasil (1828-1829). São Paulo: EDUSP; Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1985, 2 volumes, com respectivamente 222 p. e 237 p.
V. AGRADECIMENTO
Cabe aqui consignar minha gratidão à minha esposa Rute Pardini por ter-se dirigido, em minha companhia, ao Cemitério de Nossa Senhora do Carmo, um exemplar de cemitério antigo que possui cobertura, para uma sessão de fotografias do túmulo de Batista Caetano de Almeida, cujo resultado o leitor pode apreciar neste post.
III. NOTAS EXPLICATIVAS, COMENTADAS POR FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA
¹ Detalhe da placa comemorativa do Túmulo da Família de Baptista Caetano de Almeida, feita por ordem da Prefeitura Municipal de São João del-Rei, em 1941: "A Baptista Caetano de Almeida, Fundador da Biblioteca Municipal de São João del-Rei (☆ em 3.5.1797 ✞ em 24.6.1839) e a sua esposa Mariana A. Teixeira Leite (☆ em 18.12.1808 ✞ em 28.6.1842)". Esta, Mariana Alexandrina Teixeira Leite, era filha do Barão de Itambé, e irmã do Barão de Vassouras; ele, filho de Manuel Furquim de Almeida e de Ana Bernardina de Jesus Melo, e sobrinho de Pedro de Alcântara de Almeida, patriarca dos Almeida Magalhães.
² Deputado Bernardo Pereira de Vasconcellos (☆ Vila Rica, 27.08.1795 ✞ Rio de Janeiro, 01.05.1850). Cartas aos Eleitores Mineiros talvez seja a sua obra mais importante, redigida em sua terra natal e publicada em São João del-Rei, a que se acrescentam os brilhantes discursos pronunciados como Deputado nas Casas onde serviu e como Ministro do Império.
³ A fundação de uma Biblioteca Pública em São João del-Rei era plano de Batista Caetano de Almeida pelo menos desde 0 dia 30 de julho de 1824. Naquela data escreveu ao Presidente da Província de Minas Gerais, oferecendo-lhe "não só a [sua] pequena Livraria, como a Ensiclopedia methodica, Diccionario de Artes e Agricultura, e alguãs outras interessantes obras, que reunidas completaraõ talvez oitocentos volumes, para principio de huã Livraria Publica desta Villa." O documento que traz as informações mais precisas a respeito do acervo inicial da Livraria é uma correspondência escrita pelo mesmo irmão de Batista Caetano, em 1845, conforme [MORAIS, s/d, 5]; ali ele trata dos principais dispêndios de Batista Caetano com a Livraria Pública de São João del-Rei. Embora a oferta tenha sido aceita pelo Presidente da Província, o pedido de várias outras facilidades para implantação e funcionamento da Livraria lhe foi negado. Diante disso, Batista Caetano inaugurou, numa das salas da Santa Casa da Misericórdia, às suas próprias custas, em 19 de agosto de 1827, a Livraria Pública de São João del-Rei. Essa localização deve ter sido provisória, porque já em 1828, quando o viajante e reverendo inglês Walsh visitou São João del-Rei, encontrou "a biblioteca da cidade, recentemente instalada" numa sala da Câmara.
Atual prédio da Biblioteca Municipal Baptista Caetano de Almeida Bandeira comemorativa dos 180 anos . 1827 - 2007 Arquivo Biblioteca Municipal Baptista Caetano de Almeida |
⁴ Neste mesmo blog, há extenso artigo tratando do Juiz de Fora Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, futuro Visconde de Sepetiba, e da amizade que o uniu a Baptista Caetano de Almeida, levando-os a desenvolverem projetos comuns em prol da cidade de São João del-Rei.
Cf. in http://saojoaodel-rei.blogspot.com.br/2015/05/projeto-da-sociedade-phylopolytechnica.html
⁵ [WALSH, 1985, 77-79, v. 2], viajante e reverendo inglês que visitou São João del-Rei em 1828, vindo do Rio de Janeiro, teceu os seguintes comentários a respeito da Biblioteca, acompanhados de detalha caracterização de seu bibliotecário: "Após essa visita (à casa de fundição), fomos até a biblioteca da cidade, recentemente organizada. Ela se acha instalada numa sala da Câmara, ficando aberta das nove da manhã a uma da tarde. O bibliotecário é um padre mulato, de aparência bastante curiosa — baixo, gordo, com um vasto chapéu colocado de banda e o rosto afundado no peito. Além de bibliotecário, ele é editor do 'Astro de Minas', um jornal de São João fundado fazia um ano. Como se trata de um periódico destemeroso e de tendências ferozmente constitucionalistas, ele está sempre em atrito com o 'Analista' e outros jornais do governo. Em um número do 'Analista' que li no Rio havia uma curiosa descrição de um animal fantástico achado em São João, da mesma espécie do tatu, tendo o padre sido apresentado, tanto moral como fisicamente, e com muito humor e espírito, sob a forma desse animal. Fiquei curioso para conhecer o original, tendo chegado à conclusão de que a comparação fora excelente, pois de fato o bibliotecário se assemelhava, sob todos os aspectos, a 'um porco de armadura'. Trata-se, contudo, de um homem de talento, que soube dar ao adversário a réplica merecida. Ele falava um pouco de francês e nos forneceu, gentilmente, todas as informações ao seu alcance." Consta que o nome desse bibliotecário era Braziel, segundo [AMARAL, 2007, 6].
⁶ Lamentavelmente, hoje a Biblioteca Batista Caetano de Almeida não mais possui o retrato de seu fundador, que se acha perdido. [BURTON, 1976, 114] também se refere ao retrato do seu fundador na Biblioteca pública: "No lado norte, fica a Biblioteca Pública, aberta diariamente, e severamente decorada com o retrato de um benfeitor local, Batista Caetano, o 'sujeito compenetrado' de Mr. Walsh, morreu." Portanto, àquela época da sua viagem a Minas (1868), a Biblioteca ainda era adornada com o retrato de seu fundador.
⁷ Francisco Freire de Carvalho era padre.
⁸ Trata-se evidentemente da Santa Casa da Misericórdia.
⁹ Lamentavelmente, o citado retrato encontra-se extraviado ou definitivamente perdido. [ALVARENGA, 2009, 81] relacionou os principais beneméritos da Santa Casa da Misericórdia de São João del-Rei e, entre eles, de fato nomeou Batista Caetano de Almeida como "benemérito sem retrato".
¹⁰ [CINTRA, 1982, 539] noticia que, em 30/12/1828, o Professor de Gramática Latina da Vila de Santa Maria do Baependi, José Alcebíades Carneiro, pleiteia ser provido na Cadeira Pública de Latinidade da Vila de S. João del-Rei, vaga por se achar jubilado o Padre-Mestre Manoel da Paixão e Paiva. À vista de informação favorável da edilidade são-joanense, o Governo Provincial atendeu ao pedido. De acordo com [CINTRA, 1982, 419], em 05/10/1831, fica conhecido o estado da instrução na Vila de São João del-Rei, onde funcionavam três aulas públicas: 1ª — de ensino mútuo, do Prof. Interino Antônio Mariano Pereira Pimentel, 59 alunos; 2ª — de meninas, da Profª Policena Tertuliana de Oliveira, com 75 alunas; 3ª — de Gramática Latina, do Prof. José Alcebíades Carneiro, com 31 alunos. Além dessas escolas que eram públicas, havia quatro particulares. [CINTRA, 1982, 140] noticia que, em 27/03/1833, a Câmara da Vila de São João del-Rei resolve declarar-se em sessão permanente, tendo em vista a sedição que depôs o Presidente Provincial, sendo José Alcebíades Carneiro um dos vereadores que oficiaram ao Dr. Manoel Inácio de Melo e Souza manifestando o "solene protesto de não reconhecer outra autoridade que não seja V. Exª como Presidente da Província." [CINTRA, 1982, 231] noticia que, em 30/05/1833, "a Câmara aprova a indicação do Dr. José Alcebíades Carneiro para exercer o cargo de Lente de Filosofia, durante a licença de três meses concedida ao Padre José Antônio Marinho." Segundo [CINTRA, 1982, 320], em 13/04/1837, Dr. José Alcebíades Carneiro, advogado e professor de Latim, serviu de padrinho dos nubentes Alferes Antônio José de Souza Machado e a educadora Policena Tertuliana de Oliveira Machado.
¹¹ Segundo [AMARAL, 2007], José Antônio Marinho, filho de lavradores pobres do Norte de Minas, mulato, nasceu em 07/10/1803 na freguesia do Brejo Salgado, às margens do rio São Francisco, e faleceu em 13/03/1853 no Rio de Janeiro. Teve seus estudos custeados por rico fazendeiro. Tendo sido enviado para o Seminário de Olinda, daí foi expulso por ter ter-se envolvido no movimento revolucionário Confederação do Equador. Retomando seus estudos no Seminário do Caraça, destacou-se como excelente estudante. Em 1829, recebeu ordens na cidade de Mariana. Em 8 de dezembro de 1835, o Padre José Antônio Marinho estreou como redator do periódico Astro de Minas, agora em São João del-Rei, cargo que conservou durante os últimos três anos de duração da folha são-joanense. Foi muito atacado pelo periódico barbacenense Parahybuna, impresso entre 1836 e pelo menos 1840, por não ser um ortodoxo em matéria religiosa e por ser mulato. Destacou-se em S. João del-Rei, no magistério como lente de Filosofia, chegando a diretor de colégio, na vereança e no jornalismo. Foi eleito vereador são-joanense e deputado provincial mineiro. Em São João del-Rei, colaborou com a imprensa liberal no Astro de Minas, no Despertador Mineiro e no Americano. Segundo [CINTRA, 1982, 287], em 09/07/1840, a Câmara discute portaria do Presidente da Província, solicitando documentos municipais ou provinciais, que seriam aproveitados na elaboração, pelo IHGB, de trabalhos referentes à civilização dos indígenas e à biografia de mineiros beneméritos. Integram a referida comissão são-joanense os lentes da cadeira de Filosofia, Dr. João Ribeiro Guimarães e Pe. José Antônio Marinho. Ainda de acordo com [CINTRA, 1982, 310], tomamos conhecimento de que "o Sr. Marinho (Cônego José Antônio Marinho) fez leitura de um projeto nº 30, elevando a vila de S. João del-Rei a categoria de Cidade do mesmo nome", conforme resumo da sessão da Assembleia Legislativa Provincial de 18/02/1836, conforme publicado no Astro de Minas. Como vereador da cidade de São João del-Rei, ao lado de outros pares, enviou vigorosa representação ao Governo Imperial em 15/12/1841, conforme [CINTRA, 1982, 518]. Sua obra mais conhecida é História do Movimento Político de 1842, que trata da Revolução Liberal de Minas Gerais e São Paulo. Finalmente, na data de nascimento do Monsenhor José Antônio Marinho (07/10/1803), [CINTRA, 1982, 423] informa, em breves anotações sobre o currículo de seu biografado, que, entre outras coisas, tendo sido partícipe e historiador da Revolução Liberal de 1842, Marinho realizou a sua própria defesa no júri de Piranga (MG). Informa ainda que exerceu a função de Pregador da Capela Imperial, pela qual foi distinguido com a dignidade de cônego. Em 1847 foi designado camareiro secreto de Pio IX, com as honras de monsenhor. No Rio de Janeiro fundou e dirigiu o Colégio Marinho, que alcançou prestígio na Corte, e foi redator do Correio Mercantil.
IV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA PELO COMENTARISTA
ALVARENGA, Luís de Melo: História da Santa Casa da Misericórdia de São João del-Rei (1783-1983), Belo Horizonte: Gráfica Formato, 2009, 443 p. (edição patrocinada pelo BDMG Cultural)
AMARAL, Alex Lombello: Documento inédito: História do jornal Astro de Minas pela pena do Padre José Marinho. Fênix Revista de História e Estudos Culturais, da UFJF, vol. 4, Ano IV nº 4, out/dez 2007, 12 p. Acesso em 05/07/2015 ao link http://www.revistafenix.pro.br/vol13Alex.php
BURTON, Robert Francis: Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. São Paulo: EDUSP; Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1976, 366 p.
CINTRA, Sebastião de Oliveira: Efemérides de São João del-Rei, Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1982, 2 vol., 622 p.
MORAIS, Christianni Cardoso: "Para aumento da instrução da mocidade da nossa pátria": estratégias de difusão do letramento na Vila de São João del-Rei (1824-1831). UFSJ. Acesso em 04/07/2015 ao link: http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema7/0791.pdf
XAVIER DA VEIGA, José Pedro: Revista do Archivo Publico Mineiro, Bello Horisonte: Imprensa Official de Minas Gerais, Anno IV, p. 37-40, 1899
WALSH, Robert: Notícias do Brasil (1828-1829). São Paulo: EDUSP; Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1985, 2 volumes, com respectivamente 222 p. e 237 p.
V. AGRADECIMENTO
Cabe aqui consignar minha gratidão à minha esposa Rute Pardini por ter-se dirigido, em minha companhia, ao Cemitério de Nossa Senhora do Carmo, um exemplar de cemitério antigo que possui cobertura, para uma sessão de fotografias do túmulo de Batista Caetano de Almeida, cujo resultado o leitor pode apreciar neste post.
*
O autor tem Bacharelado em Letras (Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, atual UFSJ) e Composição
Musical (UnB), bem como Mestrado em Administração (EAESP-FGV). Participa ativamente como membro
de diversas instituições de cultura no País e no exterior, cabendo destacar as seguintes: Académie Internationale de Lutèce (Paris), Familia Sancti Hieronymi (Clearwater, Flórida), SBME-Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica (2º Tesoureiro), CBG-Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de Janeiro), Academia de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei-MG, Instituto Histórico e Geográfico de Campanha-MG, Academia Valenciana de Letras e Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, Academia Divinopolitana de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do DF, Academia Taguatinguense de Letras, Academia Barbacenense de Letras e Academia Formiguense de Letras. Possui ainda o Blog do
Braga (www.bragamusician.blogspot.com.br) e é um dos colaboradores e gerente do Blog de São João del-Rei. Escreve
artigos e ensaios para revistas, sites, portais e periódicos.
5 comentários:
Há figuras marcantes na história das comunidades e vale a pena resgatar as suas memórias. Cumprimento-o por este trabalho de lembrar Baptista Caetano de Almeida, assim como outros nomes do arquivo de lembranças de São João del-Rei. Abraço amigo do Fernando Teixeira
Bom dia, BRAGA!
Você tem recebido contribuições culturais do Mestre Chico Oliveira que esclarecem fatos e iluminam vultos da Historia de SJDR e região. Ele é mesmo um grande amigo de nossa cultura! E o que se pode concluir é que nossas afinidades SJDR — BC são imensas. Ele sempre que pode nos tem ajudado na ABL! Em resumo: temos um amigo que é um grande cidadão e um constante pesquisador das GERAIS!
Se cuida e longa vida!
Precisamos de brasileiros edificadores! Você é um deles.
Abraço! M. Celso
Prezado Braga, mais um artigo que enaltece um outro grande vulto da cultura, das letras e do Comercio de São João del-Rei. Seu túmulo no Cemitério do Carmo, construído as custas do Erário em 1941, também nos lembra um tempo em que os políticos e administradores da cidade tinham cuidado com a preservação da memória da cidade, caracteristica hoje desaparecida. Abs e mais uma vez parab´nes pela iniciativa.
Andre Dangelo
Parabéns Francisco pela iniciativa e pelo trabalho que faz levando a público a história desta importante personalidade. Cada vez mais admiro a obra e a história de vida de Batista Caetano. Lamentável não se ter conservado nenhuma imagem dele. A biblioteca merecia ter esta lembrança em destaque em meio ao seu acervo.
Caro amigo Braga, ao ler este belo artigo sobre o gigante Batista Caetano de Almeida e a Biblioteca que ele fez surgir em nossa terra, cumprimento você e sua querida Rute, incansáveis nas pesquisas históricas e imbatíveis no amor à querida São João del-Rei.
Lembrei-me que certa vez, estava eu na Biblioteca, lugar que eu amava em nele permanecer, necessitando de determinada obra, para ler ou pesquisar. Não mais me lembro.
Perto de mim, estava um jovem que a tudo observava... Posteriormente, encontrei-me com você. Éramos adolescentes,
então...
Você me disse tudo o que ocorrera na Biblioteca, a quem me dirigira, a obra solicitada... Fiquei, obviamente, assustado.
É que o jovem que tudo observava era seu irmão: eu não o conhecia, mas ele a mim, sim. Fiquei sabendo que esse seu irmão
era brilhante aluno do Colégio Santo Antônio. Mais tarde, engenheiro, teria ido para o exterior.
Parabéns, uma vez mais, por seu trabalho sobre Batista Caetano.
Lourenço
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