ANTÔNIO FONSECA PIMENTEL nasceu em Ouro Fino (MG) no dia 3 de julho de 1916, filho de Antônio Pimentel Júnior e de Maria Inácia Pimentel.
Estudou no Ginásio de Campinas (SP) e no Colégio Brasil, em sua cidade natal, ingressando depois no curso pré-médico da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte.
Ensaísta, começou a escrever em 1942 na revista Dom Casmurro e foi um dos fundadores da revista Margem, criada em 1950.
Economista e técnico em administração fez em 1952 os cursos de administração pública e administração de pessoal da American University, em Washington, como bolsista do Ponto IV. Diretor da Divisão de Pessoal do Ministério da Agricultura e assistente do titular dessa pasta, exerceu de 1955 a 1956 a direção da Divisão de Pessoal do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), foi professor-coordenador dos cursos por correspondência do DASP e professor-assistente da Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). De 1956 a 1957 exerceu a chefia do setor de organização e métodos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e, neste último ano, foi nomeado diretor-geral do Departamento de Administração do Ministério de Viação e Obras Públicas.
Secretário de Administração da Prefeitura de Brasília e diretor da Divisão de Classificação de Cargos do DASP em 1961, em dezembro desse ano, no governo de João Goulart, foi nomeado diretor-geral do DASP em substituição a Moacir R. Briggs. Exerceu o cargo até maio de 1963, quando foi substituído por André Carrazoni. Nesse mesmo ano foi nomeado assessor do ministro extraordinário da Reforma Administrativa, Ernâni Amaral Peixoto.
De 1963 a 1965, lecionou administração pública, teoria do Estado e administração de pessoal na antiga Escuela Superior de Administración Pública América Central, atual Instituto Centroamericano de Administración Pública, mantido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em São José da Costa Rica. Nesse mesmo período foi conselheiro da ONU para assessoria junto aos governos da Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá.
Em 1966, Fonseca Pimentel tornou-se assistente do diretor administrativo da Food and Agriculture Organization (FAO), agência filiada ao sistema das Nações Unidas com sede em Roma, cargo no qual permaneceu até 1969. Nesse mesmo ano, no governo de Emílio Garrastazu Médici, foi nomeado subchefe do Gabinete Civil da Presidência da República, cargo pelo qual respondeu até 1971 sob a direção do chefe do órgão, João Leitão de Abreu. Desse ano até 1973 esteve na subcoordenadoria da Comissão de Assistência Técnica para a Reforma Administrativa, constituída através de convênio entre o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral e a FGV. Participou ainda da junta executiva central do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Casou-se com Irma de Melo Pimentel, de quem teve seis filhos.
Autor de diversos ensaios sobre literatura, teatro, filosofia e outros assuntos, publicados nos suplementos literários do Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, e do Minas Gerais, de Belo Horizonte, bem como na extinta revista Margem; publicou O teatro de Nélson Rodrigues (ensaio, 1951), Machado de Assis e outros ensaios (1962) e A Paz e o Pão (1971).
Fontes: COUTINHO, A. Brasil; ENTREV. BIOG.; Grande encic. Delta; INF. BIOG.
Cf. in http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/pimentel-antonio-fonseca
Além dos já mencionados livros, são citados ainda os seguintes pelo próprio autor in "Reflexões (complementares ao) Memorial dos Setenta", com a seguinte observação: "Além dos trabalhos enumerados nesta Bibliografia, o Autor publicou um grande número de ensaios sobre administração e literatura na imprensa periódica brasileira":
Da Apuração do Merecimento (1945)
O Teatro de Nélson Rodrigues (ensaio, 1951)
Pequena Bibliografia do Treinamento (1954)
A Apuração do Merecimento no Serviço Federal Brasileiro
(1954)
A Educação e o Treinamento por Correspondência (1955)
Machado de Assis e Outros Estudos (1962)
Alguns Aspectos do Treinamento (1966)
O Sistema Comum de Salários, Vantagens e Outras Condições de
Serviço das Nações Unidas (1970)
A Paz e o Pão (Desafio às Nações Unidas) (1971)
A Presença Alemã na Obra de Machado de Assis (1974)
Introdução à Administração Internacional de Recursos Humanos
(1975)
Memorial dos Setenta (1989)
Retoques e Acréscimos ao Memorial dos Setenta (1990)
Reflexões (complementares ao) Memorial dos Setenta (1992)
Além desses já citados, possuo Português - Idioma em Processo de Desintegração (1993).
Tenho notícia de que escreveu ainda "Padre Germano e o terceiro milênio - uma visão do apocalipse" (1998).
Além desses já citados, possuo Português - Idioma em Processo de Desintegração (1993).
Tenho notícia de que escreveu ainda "Padre Germano e o terceiro milênio - uma visão do apocalipse" (1998).
Principais trabalhos publicados em outras línguas:
Politics and Administration (1966)
Democratic World Government and the United Nations (1979)
Can a Third World War (Nuclear) be Avoided? (1983)
L’Administration du Personnel en Amérique Latine, em La
Fonction Publique (Études et choix de textes commentés), organizado por Louis
Fougère, Bruxelas, Instituto Internacional de Ciências Administrativas e
UNESCO, 1967, pp. 35-58
Teoría del Estado y Administración Pública (1964)
Administración de Personal (1965)
Finalmente, o autor, in Retoques e Acréscimos ao Memorial dos Setenta, no capítulo intitulado "No Jardim de Academus (1969-1989)", noticia sobre as suas seguintes atividades acadêmicas:
1. Membro da Academia Brasiliense de Letras de Brasília
Vicente de Carvalho (Discurso de posse na Academia
Brasiliense de Letras) (1970). Após proferir esse discurso, toma posse na Cadeira nº XII, tendo como patrono
Vicente de Carvalho e sucedendo o Acadêmico Serralvo Sobrinho. O evento ocorreu em
26/11/1970, na sede da Associação Cultural Franco-Brasileira (Cultura Francesa)
de Brasília.
2. Sócio-fundador da ALAP-Academia de Letras e Artes do Planalto em Luziânia, em 13/12/1976.
2 comentários:
É com muita honra que o Blog de São João del-Rei acolhe a contribuição de A. FONSECA PIMENTEL com seu ensaio literário "Gonzaga e Puchkin". Seu autor foi ilustre jornalista, ensaísta literário e escritor, que, além dessas atividades, desempenhou várias missões em benefício do Brasil no exterior.
Tive muitos contatos pessoais com o homenageado na década de 90, quando ele ocupava uma sala na FGV de Brasília. Recebia-me afavelmente para uma conversa amena. Nunca demonstrava a erudição que possuía, mercê de muita dedicação e estudo, como se verá.
Hoje a sua obra se encontra praticamente esquecida. Até seu ensaio "Gonzaga e Puchkin", que ele pioneiramente publicou na Revista do Livro, Ano X, nº 31, nas páginas 73-80, em 1967, tampouco é citado em trabalhos posteriores de idêntico tema que se acham na Internet, seja por desconhecimento desses autores mais atuais, seja por descuido no momento de referenciar a bibliografia.
O Blog de São João del-Rei lamenta esse fato e compromete-se com o seu leitor, na medida do possível, a resgatar alguns trabalhos do ilustre escritor, natural de Ouro Fino (MG).
Mestre Braga, foi muito bom você recordar o erudito escritor A. Fonseca Pimentel, meu saudoso amigo. Ele era graduado funcionário da ONU e representou o Brasil mundo afora. Fino, elegante, simpático, nunca perdeu a mineiridade. Era de Ouro Fino, como você bem lembrou. Está muito esquecido. Abraço.
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