Por Elizabeth dos Santos Braga
Meu querido papai, Roque da Fonseca Braga (15/4/1918-26/9/1984) |
Querido Papai,
já se vão tantos anos desde que nos despedimos prematuramente, pelo menos da imagem que nos permite a retina, do abraço que nos permite o tato. Mas, como já disse certa vez, sua imagem interna se transforma e continua a acompanhar a minha vida, seus braços a me sustentarem nos momentos mais difíceis.
Tantas lições... Seu espírito compenetrado, sua dedicação ao trabalho, seu jeito de ser: discreto, firme, organizado, pontual, zeloso, humilde, honesto. Sua paciência com as doenças e o sofrimento.
Nunca o vi conversar com gosto com quem não gostasse, mas também nunca o vi tratar a ninguém com indiferença ou fazer distinção entre as pessoas. Mão aberta, homem de muitos silêncios, decerto muitas lembranças.
Memórias da infância na fazenda, do sobrado na Rua Santo Antônio, do "Vô", da "Vó", dos irmãos que o deixaram mais cedo ainda e deixaram tantas marcas.
Saudades das tardes de sábado ouvindo Tonico e Tinoco, Pedro Bento e Zé da Estrada, Teixeirinha, Inezita Barroso...
“Fizemos a última viagem, foi lá pro sertão de Goiás...”
“Nestes versos tão singelos, minha bela, meu amor, a você quero contar o meu sofrer, a minha dor...”
Saudades dos casos arrepiantes contados na mesa da copa, depois da janta – “as orelhas do Januário Garcia”, “o Paulino e o baile em Carrancas”...
Saudades...
de viajar de trem ou Rural para a "Mina",
de assistir Cabocla ou Lampião e Maria Bonita,
de ir aos aniversários nas casas dos tios,
de almoçar no Ramon,
de comer pastel do Pedro,
de ver o desfile de carnaval na arquibancada...
Seu espírito “do contra”, sustentando posições críticas – de política, religião, futebol e outros assuntos – arejou bastante nossa criação e deu outros parâmetros.
Obrigada pelo incentivo nos estudos, pelo apoio nas iniciativas, pelo exemplo, pela coragem.
Tantos anos se passaram, mas, se eu olhar para a esquina, ainda vejo sua mão a me acenar antes de virar, ou se eu estiver indo, sua espera na porta, antes que eu vire.
já se vão tantos anos desde que nos despedimos prematuramente, pelo menos da imagem que nos permite a retina, do abraço que nos permite o tato. Mas, como já disse certa vez, sua imagem interna se transforma e continua a acompanhar a minha vida, seus braços a me sustentarem nos momentos mais difíceis.
Tantas lições... Seu espírito compenetrado, sua dedicação ao trabalho, seu jeito de ser: discreto, firme, organizado, pontual, zeloso, humilde, honesto. Sua paciência com as doenças e o sofrimento.
Nunca o vi conversar com gosto com quem não gostasse, mas também nunca o vi tratar a ninguém com indiferença ou fazer distinção entre as pessoas. Mão aberta, homem de muitos silêncios, decerto muitas lembranças.
Memórias da infância na fazenda, do sobrado na Rua Santo Antônio, do "Vô", da "Vó", dos irmãos que o deixaram mais cedo ainda e deixaram tantas marcas.
Saudades das tardes de sábado ouvindo Tonico e Tinoco, Pedro Bento e Zé da Estrada, Teixeirinha, Inezita Barroso...
“Fizemos a última viagem, foi lá pro sertão de Goiás...”
“Nestes versos tão singelos, minha bela, meu amor, a você quero contar o meu sofrer, a minha dor...”
Saudades dos casos arrepiantes contados na mesa da copa, depois da janta – “as orelhas do Januário Garcia”, “o Paulino e o baile em Carrancas”...
Saudades...
de viajar de trem ou Rural para a "Mina",
de assistir Cabocla ou Lampião e Maria Bonita,
de ir aos aniversários nas casas dos tios,
de almoçar no Ramon,
de comer pastel do Pedro,
de ver o desfile de carnaval na arquibancada...
Seu espírito “do contra”, sustentando posições críticas – de política, religião, futebol e outros assuntos – arejou bastante nossa criação e deu outros parâmetros.
Obrigada pelo incentivo nos estudos, pelo apoio nas iniciativas, pelo exemplo, pela coragem.
Tantos anos se passaram, mas, se eu olhar para a esquina, ainda vejo sua mão a me acenar antes de virar, ou se eu estiver indo, sua espera na porta, antes que eu vire.
São João del-Rei, 15/4/2018.
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Eis algumas fotos tiradas durante e após a Missa de 100 anos de Roque Braga:
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Eis algumas fotos tiradas durante e após a Missa de 100 anos de Roque Braga:
São José, por quem Roque Braga tinha profunda devoção - Crédito: Elizabeth dos Santos Braga |
A soprano ficou responsável pelos cantos litúrgicos a cappella - Crédito: Beatriz Braga Coelho |
Bruno, Celina Maria e Luzia Rachel - Crédito: Elizabeth dos Santos Braga |
Rute Pardini interpreta solo "Magnificat" de Monsenhor Marco Frisina |
Luzia Rachel e Tânia - Crédito: Beatriz Braga Coelho |
Elizabeth, Rosângela e Rute - Crédito: Beatriz Braga Coelho |
Celso, Elizabeth, Edison, Rafael, Valéria, Antônio Sérgio e Bruno - Crédito: Beatriz Braga Coelho |
Geraldo, Rafael, Toninho e sua esposa - Crédito: Elizabeth dos Santos Braga |
Luzia Rachel, Anete, Fátima, Marta, Elizabeth, Magda e Celina Maria - Crédito: Beatriz Braga Coelho |
Carlos Fernando - Crédito: Beatriz Braga Coelho |
Secretária "Fota" e vizinho "Quati" |
17 comentários:
O Blog de São João del-Rei está muito honrado com a nova colaboração de ELIZABETH DOS SANTOS BRAGA, filha de Roque da Fonseca Braga e que, neste poema, comemora o centenário de nascimento de seu pai.
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Lindo, Bethinha. Você conseguiu descrevê-Lo tal e qual. Quanta saudade! Você conseguiu aumentá-la. E conseguiu eliminar meu pesar que levava comigo de não ter-me despedido dele em pessoa: - estava na Casa da Moeda quando recebi o telefonema de nossa Mãe me contando que iriam a Belo Horizonte, pois o Papai não estava muito bem. Falei com Ele rapidamente e me dispus a ir para lá. Saí do Rio, chegando a Belo Horizonte por volta das 19:00h e nosso querido Pai acabara de falecer no Mater Dei. Não entendi nada na época.
Hoje sei que Ele está em nós.
Oh morte, onde está tua vitória?
Obrigado, Bethinha.
Francisco,
Que bom ler, reler e reviver momentos tão felizes, mesmo que alguns nos toquem mais profundamente a alma.
Corro até o risco de ter um "troço", de tanta emoção.
Um abração forte a todos,
Edu
Muito linda a homenagem ao seu Roque, pessoa que não conheci muito pois eu era um garoto muito tímido que paquerava sua filha, mas conheço muito pelas palavras da, agora, minha esposa.
Parabéns pelo lindo texto.
Prezado Francisco,
Bom dia, boa semana.
Agradeço-lhe por compartilhar comigo estes dois textos - discurso e carta - fiquei feliz e emocionado ao lê-los.
Receba o meu fraternal abraço.
Arnaldo
Braga e Elizabeth, recebam a nossa homenagem no centenário de Roque da Fonseca Braga. Deveria ser comum, normal, rotineiro, que qualquer filho registrasse sobre um pai, independente de classe social, nível cultural ou econômico, uma expressão, ao menos uma frase, escrita ou falada, de amor, orgulho e gratidão. Parabenizo-os por saberem honrar, com dignidade e elevação, a memória do pai de vocês. Abraços de Marcelo Câmara e família.
Rute, obrigada pela sua atenção. A missa esteve linda,nė!? A Betinha e Francisco falaram muito bem! Me emocionei bastante. Fiquei
muito feliz com a justa homenagem. Parabéns a todos os filhos. Bjs
Difícil segurar a emoção, não é professor? E não poderia ser diferente! A professora Beth é um ser humano também muito especial!
Grato.
Franz,
sou muito grata pela postagem de singelo texto, escrito na emoção do momento anterior à nossa comemoração dos 100 anos do nascimento do nosso querido Papai.
Nando,
eu me emocionei ao ler sua mensagem. Fico muito contente por meu texto haver proporcionado tamanha emoção e mesmo, acho que posso dizer, pelas suas palavras, a transformação de uma emoção de pesar. Eu é que não me esqueço do bonito texto que escreveu por ocasião da morte do Papai que fazia alusão à música "Chico mineiro". Ainda o guarda?
Bernardo,
que pena que era tímido. Não aproveitou um pouco do raro, porém perfeito, sucinto, certeiro, dedo de prosa do Seu Roque.
Edu,
não o conheço, mas fiquei muito feliz ao ler seu simpático comentário.
Grata ao Cuper, à Laurinha e às demais pessoas pela gentileza da leitura e do elogio.
Meu carinhoso abraço a todos,
Bethinha / Petete
Muito bom!
Caro Francisco
Parabéns pelo belo texto e linda homenagem a seu pai.
Abraços,
Luiz Neves
Querida Bethinha,
Muito lindo e precioso tudo que você diz de nosso pai e de sua relação com ele. Suas belas e expressivas palavras ampliam e reavivam a memória dele, em nós. Obrigada!
Luzia Rachel
Excelente! Quantas tardes de sábado voltamos da Mina de Rural, Sr. Roque, Luiz e eu. Parabéns, Bethinha, e obrigado por nos ter recordado alguns detalhes que vão ficando esquecidos e foram vividos tão intensamente. Adorei, abraços,
Pedro Paulo
(O amor não é nada científico... mas leva muito mais longe)
Obrigado. Parabéns pela iniciativa.
Abraço
Meus parabéns pela comovente lembrança e homenagem ao seu pai. Que a saudade dele seja motivo para muita bondade para com todos e tantos que precisam.
Com um fraternal abraço,
Paulo Sousa Lima
Pepê e Luzia,
muitas lembranças mesmo de um tempo que, apesar das dificuldades, foi muito bom! Daria tudo para ter de novo uma tarde com Papai e Mamãe e com vocês dois e os outros jovenzinhos, curtindo Rock!...
A todos os amigos que gostaram do texto, obrigada.
Beijos,
Bethinha
Parabéns à família Braga pelas homenagens ao centenário de seu nobre patriarca.
Deus os mantenha firmes na tradição, unidos pelo amor e pela fé.
Abraços,
Maria Auxiliadora Muffato
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