Por Jair Vicente de Andrade
Era o mês de janeiro do ano de 1950, quando o Banco de
Crédito Real, agência de São João del-Rei - MG, promoveu o concurso para
funcionários, destinado a outras agências. No final do mês, os classificados
receberam um telegrama comunicando a aprovação e a se apresentarem a esta
agência.
Antigo prédio da agência do Banco de Crédito Real de São João del-Rei (no térreo funcionava a agência; no piso superior morava o gerente da agência) |
Fui
informado que seríamos quatro a viajar no mesmo dia e mesmo horário. Saímos de
São João del-Rei, após o carnaval numa quarta feira de cinzas. Só conseguimos
passagem pela ferrovia até a cidade de Juiz de Fora. De lá para nossos
destinos, juntamos nosso dinheiro cedido para viagem e prestação de despesas e
alugamos um taxi. Eu, Nelson Diláscio e Antônio Veloso, ficamos em Três Rios;
João Resende seguiu para o Rio de Janeiro, agência Visconde de Inhaúma.
Ao chegarmos
em Três Rios, fomos recebidos por um contínuo de nome Salgueiro, que nos levou
até a república em que ficaríamos morando. No dia seguinte, cedo, ele veio nos
conduzir até a agência do banco, localizada na Av. Condessa do Rio Novo, onde
fomos apresentados ao gerente, Sr. Tito Miranda, e ao contador, Antônio Gesteira
Brandão.
Após o
primeiro expediente do dia, na parte da tarde, o Sr. Gesteira, – assim era
chamado, – nos convocou para uma reunião. Nos informou que aquela agência era uma
base do banco para formação de funcionários e que, logo que estivéssemos aptos,
seríamos removidos para outras. Mostrou-nos como eram os serviços que faríamos
e, no final da preleção, terminou com uma frase que nunca esqueci: “Mais vale uma
mentira minha do que mil verdades de vocês”.
Após uns seis
meses, nosso colega Nelson Diláscio deixou o banco e foi para a Siderúrgica Nacional
em Volta Redonda - RJ e o Antônio Veloso transferido para Vitória - ES. Eu
permaneci; já conhecia todo o serviço bancário, então me tornei coringa. Era
enviado para substituir nas férias ou impedimentos dos funcionários dos
escritórios mantidos pelo banco nas cidades ou lugarejos, tais como Miguel
Pereira, Paty do Alferes, Cachoeira, Areal, Prados e Serraria, bem como agências de
Vassouras e Paraíba do Sul - RJ.
Nesse
período em Três Rios, jogava no
"Entrerriense", time da segunda divisão do Estado do Rio. Certa vez, recebemos a
visita do "Canto do Rio", time de futebol de Niterói - RJ, que em sua comitiva se achava o Sr. Jair de São João del-Rei, contador daquela agência, que, no final
do jogo, me convidou a pedir transferência para Niterói e integrar o quadro do "Canto
do Rio".
Gostei da
proposta, pois já estava cansado de Três Rios, cidade em formação. Com esse
entusiasmo fui até ao gabinete do chefe do departamento do pessoal, em Juiz de
Fora - MG. Não consegui meu intento, pois naquela época os bancos precisavam de seus funcionários,
não como hoje; e, num momento, chateado, respondi que caso não fosse transferido
dentro de um mês, eu sairia do banco. Findas duas semanas, fui transferido para a
Carteira de Câmbio no Rio de Janeiro, com boas vantagens.
No ano de
1954 recebi o convite para me transferir para Brasília - DF, onde estavam montando
a Carteira de Câmbio. Brasília estava nascendo, muitas obras em
construção, muita poeira, caminhões cruzando para todos os lados, madeireiras
em grande quantidade, parecia a torre de Babel. Solicitei a vantagem de duas
viagens aéreas anualmente, ida e volta para o Rio de Janeiro. Me foram negadas duas,
mas oferecida uma. Não aceitei. Meu colega aceitou. Em pouco tempo fiquei
sabendo que ele participava de compra e venda de lotes de terra e os vendia por
preço dez vezes maior. Ficou rico.
Prestes a
completar cinco anos no Rio, pedi ao meu chefe que tinha boas relações com a
diretoria do banco, que me transferisse para São João del-Rei. Não demorou e lá
fui eu para a cidade mineira.
Vou sair por
instantes da minha trajetória no banco para
relatar o episódio de minha saída do Rio para São João. Embarquei no
noturno com destino a Barbacena - MG, onde faria baldeação para a nossa
ferrovia bitola estreita. Chegando ali, madrugada de muito frio, encontrei o
colega Ney Braz Reis, e ainda José Teixeira e Lino. Nos juntamos em um vagão
vazio, todos com retorno à nossa cidade. José Teixeira, “Dr.”, voltou com a intenção de entrar na
política. Lino queria abrir um supermercado; obteve sucesso, com o nome de “Lino
Panelão”. O Ney voltava para assumir o cartório no lugar de seu pai adoentado. Eu voltava para
o banco.
Ao me
apresentar na agência ao senhor gerente
José Alfheu, ainda me lembro de suas palavras: "Nós aqui não temos Carteira de Câmbio, o que você vai fazer?" Respondi que só fui para o Rio como ligação
carteira x agência, já que eu conhecia todo o serviço.
Com o passar
do tempo, tive oportunidade de promoção vantajosa no banco, o que não se
concretizou. Mas como Deus escreve certo por linhas tortas, pouco tempo depois
recebi convite para representar uma multinacional, onde permaneci por vinte e
cinco anos.
Após
dezesseis anos nesta agência são-joanense, pedi demissão.
NOSSO TEMPO NA AGÊNCIA
DE SÃO JOÃO DEL REI
Por meio
deste relato, tentaremos reviver uma parte da história do Banco de Crédito Real
- Agência de São João del-Rei - MG, sito na rua Hermilo Alves, 258,
ainda hoje com o prédio original.
Essa
tentativa de lembranças ocorre durante os anos de 1955 a 1972, período em que
ali trabalhei.
Acredito que
não tenha esquecido nenhum colega daquela época nem de algum acontecimento
ocorrido no período mencionado, mas já faz 46 anos que deixei o banco e
minha memória já vacila um pouco.
Os
funcionários e contínuos eram bastante unidos, colegas e amigos. Pelo menos uma
ou duas vezes por ano, fazíamos um jantar ou festa em comemoração a algo ou
simplesmente estreitar as amizades.
No período
carnavalesco, era montado no terreno, futura agência na Av. Tancredo Neves, um
palanque onde apreciávamos o desfile carnavalesco, com nossas famílias e com
muita tranquilidade.
Era um bom
tempo, principalmente porque éramos jovens.
FUNCIONÁRIOS E
CONTÍNUOS
ALCIDES PEREIRA
Concursado
em Juiz de fora. Veio de Conceição do Rio Verde - MG para esta agência de São
João del-Rei em 1964. Exerceu durante bom período as funções de caixa e depois
tesoureiro. Casado com Virgínia Ramos Pereira, com quatro filhos.
AMARÍLIO MOSQUEIRA
Gerente.
Substituiu o Sr. José Guido. Foi o último gerente neste endereço, Av. Hermilo
Alves.
ANTENOR CHITARRA FILHO
Fez concurso
aqui em São João. Funcionário. Casado com Shirlei Nogueira Chitarra, com quatro
filhos.
ANTONIO FERREIRA DILÁSCIO
Casado com
Lídia Diláscio. Quatro filhos.
ANTONIO DA SILVA
RESENDE (“Toninho”)
Funcionário,
concursado aqui. E aqui ficou. Solteiro.
ANTONIO DE SANTANA
FILHO
Funcionário
aqui concursado. Casado com Luíza Nery Santana. Três filhos.
ANTONIO DOS SANTOS
COELHO (“Didi”)
Contínuo por
indicação do Sr. Roque da Fonseca Braga. Era o encarregado de escrever o livro do ponto.
BERINE BELO DO AMARAL
Funcionário.
Exercia as funções de caixa. Casado, tinha dois filhos.
CLEVES DA COSTA BAHIA
(“Solito”)
Funcionário.
Solteiro.
DIOMEDES TRINDADE
Funcionário.
Casado. Muito alegre e bastante prosa.
EUCLIDES SEBASTIÃO DA
SILVA (“Dinho”)
Funcionário.
Solteiro.
FABIANO DAS CHAGAS
VIEGAS
Funcionário.
Casado com Sra. Iolanda. Concursado em São João. Serviu na agência de Visconde
de Inhaúma -Rio, e também em Juiz de Fora por cinco anos. Veio para esta
agência em troca com seu primo Luiz Viegas. Três filhos homens.
FERNANDO JOSÉ TEIXEIRA
Contínuo.
Solteiro.
FRANCISCO FERNANDES
OLIVEIRA (“Chico Magrelo”)
Contínuo.
Solteiro. Era o encarregado da expedição e prensar os documentos, entre eles o
do caixa. Conforme a correspondência do gerente ele me mostrava. Certa vez era
a respeito de um funcionário colocado à disposição da Matriz. Isso seria sua dispensa,
falei com o gerente e ele cancelou. Acredito que esse colega nunca soube disso.
GONÇALO LARA RESENDE
GERALDO DOS SANTOS
(“Bode”)
Funcionário.
Solteiro. Veio da agência de Carmo da Mata. Era considerado um bom palpite para
o jogo. Certa vez, pediu a José Rodrigues “caixa” que assim que aparecesse o
cambista dos bilhetes da loteria, comprasse o de número tal, já que era vendido
sempre os mesmos. Era um sábado, muito movimentado. Zé Rodrigues não percebeu a
presença do vendedor que deixou uma fração do bilhete. Quando Zé Rodrigues
percebeu mostrou ao “Bode”, que chateado
por ter sido só uma fração, pegou uma das bicicletas que eram estacionadas no
corredor, saiu em disparada à procura do cambista. Não o encontrou, pois havia
entrado na agência do Banco Belo Horizonte. O “Bode” levou um grande tombo,
voltou todo esfolado e o bilhete foi premiado.
GERALDO RODRIGUES
BRACARENSE
Funcionário.
Solteiro. Ficou aqui pouco tempo. Foi transferido para o Rio de Janeiro, onde
morava sua família.
GONÇALO LARA RESENDE
Funcionário
casado com a Sra. Aurélia Lara. Com três filhos.
IVAN DINALI DO
NASCIMENTO
Funcionário.
Casado com Sra. Célia Detomi.
ÍVIS BENTO DE LIMA
Funcionário.
Casado com Sra. Ariana Maria. Tinha o filho Rodrigo Oliveira. Concursado no
Rio. Trabalhava na agência Visconde de Inhaúma. Sempre me pedia para comprar
sua passagem de volta, já que vinha aqui a passeio. Poltrona número 13, a que
não estava em cima das rodas do ônibus.
JAIR VICENTE DE ANDRADE
Vim para
esta agência em 1955, permaneci até 1972 quando pedi demissão. Meus relatos
estão no princípio deste. Sou casado com Ilda Andrade. Tenho dois filhos.
JULIO TEIXEIRA
Gerente em
substituição ao Sr. Alfheu “José”. Quando aqui cheguei, ele era contador. Era
muito conhecido na cidade. Participava de todos os eventos que aparecessem. Na cidade não se costumava dizer "Vou ao banco", e sim "Vou ao Banco do Julinho". Ele me pedia que
assinasse toda a correspondência mais simples.
JOÃO RESENDE
Funcionário.
Fomos concursados aqui em São João. Viajamos juntos para tomar posse no banco, mais
os colegas Nelson e Antonio Veloso. Voltou mais tarde para esta agência. Era um
bom colega, nos entendíamos bem. Cheguei a dar aulas de matemática para seu
filho Joãozinho, com bom aproveitamento. Era casado com Beatriz Felicetti.
Tinha três filhos.
JOSÉ ALFHEU DE CASTRO
Foi meu
primeiro gerente quando aqui cheguei. Era tranquilo, somente não gostava do
alarido dos funcionários, principalmente dos que falavam muito alto, assim como
o Sr. Vavá. Casado, tinha uma filha.
JOSÉ BATISTA ALVES
Funcionário.
Casado. Tinha um filho. Era também jogador de futebol do Atletic. Foi um dos
primeiros a pedir demissão.
JOSÉ GUIDO
Gerente.
Substituiu o Sr. Júlio Teixeira. Era jovem. Um pouco ciumento. Não sei de onde
veio. Ficou pouco tempo.
JOSÉ JOAQUIM PINHEIRO
Iniciou
nesta agência como contínuo. Em seguida ao concurso foi funcionário. Trabalhou
um bom tempo como caixa e mais tarde em outras funções. Casado com Sra. Maria
Lourdes Pinheiro. Tinha três filhos.
JOSÉ ALVES BARBOSA
Contínuo.
Solteiro.
JOSÉ RODRIGUES FILHO
Casado com
Sra. Ângela Paiva Rodrigues, com um filho. Exercia as funções de caixa.
Participou do episódio do bilhete premiado, já relatado com Geraldo dos Santos
“Bode”.
LEVI MAIA
Gerente.
Substituiu o Sr. Júlio Teixeira. Foi ele quem trocou os móveis antigos da
agência por modernos. As tábuas que embalaram os móveis novos ele me deu. Eu
tinha uma pequena fábrica de brinquedos de madeira. Foi ele também que me
promoveu de sub-chefe a chefe de seção.
LUIZ VIEGAS
Casado com
Sra. Maria do Carmo, com duas filhas. Funcionário. Saiu desta agência para Juiz
de Fora na troca com Fabiano, voltando posteriormente à sua agência originária. Era muito inteligente,
muito arrojado. Nasceu para ser rico, assim ele falava. Suas atividades extra
banco eram grandes e arriscadas. Não teve sorte em seus projetos.
MARCELO PARETONI LANA
Iniciou sua
carreira como contínuo. Após concurso interno foi a funcionário. Algum tempo
depois foi transferido para agência de Muriaé como titular.
MARCONI BOSCOLO
Iniciou como
contínuo, mais tarde funcionário e também tesoureiro.
MÁRCIO RANGEL
Contínuo.
Solteiro.
NEWMAN TORGA
Funcionário.
Solteiro. Concursado em São João e nesta agência ficou até servir ao exército.
Quando deu baixa foi transferido para Vassouras-RJ, depois para Belo Horizonte.
Voltou para esta agência em 1957 saindo em 1959 para o Banco do Brasil.
ROBERTO FERREIRA
FELICETTI
Contínuo.
Solteiro.
ROQUE DA FONSECA BRAGA
Quando vim
para São João, o Sr. Roque Braga exercia as funções de caixa. Pouco depois, tesoureiro.
Na primeira vacância, foi promovido a contador, onde permaneceu por muitos anos.
Muito eficiente, amigo e colaborador de todos os funcionários que o consideravam
grande amigo. Eu tinha para com o Sr. Roque uma grande amizade e admiração pelo
seu modo de tratar seus colegas e pela ajuda que ele me concedeu nas épocas do
nascimento de meus filhos. O dinheiro não durava até o fim do mês, então eu
solicitava ao Sr. Roque um empréstimo até chegar o pagamento. Sempre fui
atendido; nunca me cobrou juros. Ele me ensinou com isso a não comprar fiado.
Eu tenho muito a agradecer ao Sr. Roque. Nos impedimentos do gerente Sr. Júlio Teixeira, o
Sr. Roque assumia, mas não gostava de deixar sua função de contador. Então ele
me pedia que atendesse a gerência, sem prejuízo do meu serviço. Aprendi muito
com o Sr. Roque. Era casado com a Sra. Celina dos Santos Braga, tinha oito filhos.
TADEU DE OLIVEIRA
Funcionário.
Casado.
WALDEMIRO DE CASTRO
TORGA (“Vavá”)
Funcionário.
Casado. Duas filhas. O Sr. Vavá era uma figura muito conhecida e amiga de todos.
Parecia ligeiramente nervoso, falava bastante alto e pregava passagens da igreja
católica, da qual era fervoroso. Se irritava com alguns costumes que se iniciavam
naquela época. Certa vez, chegando à agência um pouco mais nervoso do que o
costumeiro, ao lhe perguntar porque estava assim, então ele respondeu que o
vizinho foi conversar com sua esposa despido da cintura para cima.
WALMIR MARTINS
Funcionário.
Casado, tinha uma filha. Ele era encarregado de datilografar diversos modelos
de lançamentos na contabilidade. Eu ficava admirado de ver o vasto volume de cópias
de tais lançamentos. Ele não gravava nenhum. Para tudo
tinha cópia. Possuía uma bicicleta antiga, mas muito bem cuidada. Quando a
vendeu a um dos colegas, ouvi um deles comentar: "Em um mês, ela vai mostrar sua
antiguidade." Comprou uma motinha. Levou um tombo, desistiu, ficou a pé.
7 comentários:
Em conversa com meu confrade, Acadêmico JAIR VICENTE DE ANDRADE da Academia de Letras de São João del-Rei, percebi neste uma grande capacidade de memorizar e fazer observações curiosas sobre pessoas e fatos. Sabedor de que ele tinha sido colega de meu pai, ROQUE DA FONSECA BRAGA, na agência são-joanense do Banco de Crédito Real S.A., provoquei-o com uma sugestão audaciosa: escrever suas memórias sobre os dezesseis anos que viveu em contato com seus colegas dentro daquela agência bancária.
Prometi-lhe que, se terminasse até a data de 15 de abril, seu trabalho faria parte das comemorações programadas para o Centenário de Nascimento de Roque da Fonseca Braga (15/04/1918-15/04/2018), o que foi realizado com plena folga e perfeição.
Assim sendo, estou cumprindo minha promessa de publicar no Blog de São João del-Rei esse belo trabalho, que exibe enorme poder de memória e de análise sociológica de um grupo específico, com o qual conviveu por 16 anos ininterruptos.
Que memória! Gostei muito!
É bom guardar memória nos escaninhos do tempo. Cumprimento o autor e o cumprimento pelo trabalho literário e pela divulgação. Abraço para você e Rute. Fernando Teixeira
Meu irmão Francisco,
Muito grata a lembrança do Sr. Jair, nos faz voltar ao tempo, de nossa infância à adolescência. Lembrei-me de quase todos, alguns de nome; mas embalei-me nas recordações que creio, também são suas. Como esquecer do Berine, do Pinheiro, do Didi nas nossas pescarias? E quando íamos ao banco? Como esquecer do Sr. Alfheu e Dona Vitória, principalmente de nosso querido Tio Julinho e Tia Olga? E do Papai e Mamãe então? Escreveria aqui uma página inteira com lágrimas de saudade. Muito obrigado ao Sr. Jair e a você.
Olá professor Braga!
Li com muita emoção o relato do Sr. Jair e não poderia deixar de me identificar com ele! Também fui bancário - entre 1970 e 77 - em agências de instituições também hoje inexistentes, como o desconhecido Banco "Novo Mundo" e o "Sul Brasileiro". Depois de uma fase heroica de bancos de pequeno porte, que na minha época estava de há tempos já no seu ocaso, o processo de concentração do capital trouxe os oligopólios que hoje conhecemos no setor.
Curiosamente, além da razoável quantidade de funções e oportunidades profissionais que a área oferecia, havia um certo prestígio social e uma certa segurança para os funcionários, bem como relações empregatícias menos impessoais e verticalizadas. A pulverização de seus postos de trabalho e as inovações tecnológicas acabaram por sua vez com essa condição. Talvez isso explique o clima de certa camaradagem que predominava entre a maior parte do pessoal, em especial nas agências. Da mesma maneira como o seu Jair, lembro com muito carinho e saudade dos nomes de cada colega de trabalho e é sempre grande satisfação poder reencontrar algumas dessas pessoas, oportunidade que vai ficando cada vez mais rara.
Aproveito a oportunidade para parabenizar seu pai pelo centenário de nascimento e toda a sua família pela iniciativa da justa homenagem.
Grato.
Cupertino
Parabéns à família Braga pelas homenagens ao centenário de seu nobre patriarca.
Deus os mantenha firmes na tradição, unidos pelo amor e pela fé.
Abraços,
Maria Auxiliadora Muffato
Qual era o número da agência de São João Del rei?
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