Por Francisco José dos Santos Braga
Guilherme de Almeida ( ✰ Campinas, 24/07/1890 - ✞ São Paulo, 11/07/1969) |
Meu homenageado foi um advogado, jornalista, heraldista (tendo criado o brasão das cidades de São Paulo, Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e Embu (SP)), crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro, tendo sido, além disso, o responsável pela divulgação do poemeto japonês HAIKAI no Brasil. Também Guilherme de Almeida foi ainda um dos fundadores da Revista Klaxon, que visava a divulgação da ideias modernistas, tendo realizado sua capa, assim como os arrojados anúncios da Lacta, para a mesma Revista. Elaborou igualmente a capa da primeira edição do livro Paulicéa Desvairada, de Mário de Andrade. Também é notória sua participação no grupo verde-amarelista; em suas colaborações com a Revista de Antropofagia, publicou poemas-piada à moda de Oswald de Andrade.
Combatente na Revolução Constitucionalista de 1932 e exilado em Portugal, após o final da luta, Guilherme de Almeida foi homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Sua obra maior de amor a São Paulo foi seu poema Nossa Bandeira, além do Hino dos Bandeirantes – a Lei nº 337, de 10 de julho de 1974, revoga o artigo 3º da Lei n. 9854 de 2 de outubro de 1967, e institui o poema "Hino dos Bandeirantes", como letra do Hino Oficial do Estado de São Paulo – e da letra do hino da Força Pública (atual Polícia Militar do Estado de São Paulo).
Canção do Expedicionário é o título de uma música composta por Spartaco Rossi com letra de Guilherme de Almeida, referente à participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial, e foi originalmente interpretada pelo cantor Francisco Alves, tendo-se tornado mais conhecida que o próprio hino oficial da Força Expedicionária Brasileira (FEB), nome das tropas que lutaram na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.
Escreveu o poema Moeda Paulista, a pungente Oração Ante a Última Trincheira, a letra do "Hino Constitucionalista de 1932/MMDC", bem como d'O Passo do Soldado, com música da autoria de Marcelo Tupinambá, pseudônimo de Fernando Lobo, com interpretação de Francisco Alves. O poema Nossa Bandeira serviu de inspiração para o dobrado Treze Listras do compositor e maestro Pedro Salgado.
Sobre o poema Nossa Bandeira, tenho ainda a acrescentar que foi escrito no calor da Revolução de 1932, quando foi resgatado o projeto de 1888 de Júlio Ribeiro, mineiro de Sabará radicado em São Paulo a partir de 1865, para a bandeira do Brasil republicano, a fim de servir de símbolo por um Brasil melhor saído da instalação de uma nova Constituinte. A estrutura do poema utilizou uma comparação das listas pretas e brancas alternadas da bandeira com aspectos encontrados na História paulista, o que deu um sabor pitoresco ao poema. O esquema dos versos em redondilha maior aproxima-o dos ritmos mais populares, o que também vale para a organização das estrofes em quadras, com esquema de rimas ABAB.
Por todas essas realizações, Guilherme de Almeida é proclamado "O poeta da Revolução de 32". Em todas elas, sobressaiu sempre o artista do verso, que o poeta Manuel Bandeira considerou o maior em língua portuguesa.
Compôs também os versos do hino a Brasília, lido no dia da inauguração da nova capital, pelo autor, defronte ao marco histórico da cidade, na presença do presidente Juscelino Kubitschek. Neste hino, Guilherme de Almeida inicialmente conceitua Brasília como "Encruzilhada Tempo-Espaço", ao conciliar o passado e o futuro e concentrar os caminhos partindo de todos os pontos cardeais e todos os quadrantes – caminhos que se cruzam "pelo sinal da Santa Cruz". O trecho final do poema natalício mantém o tom épico e mítico:
'Rosa-dos-ventos
Portal do sertão
Corda de arco
Farpa de flecha
Bateia de garimpo
Diadema de esmeraldas
Crisol de raças
Ara da liberdade
Vive por nós!'
O poema “A Carta Que Eu Sei de Cor”, de Guilherme de Almeida, publicado em seu livro Era uma vez, foi, em 1930, declamado na Faculdade de Letras de Coimbra na importante conferência “Poesia Moderníssima do Brasil”, que foi posteriormente publicada na revista Biblos [Faculdade de Letras de Coimbra), Vol. VI, n. 9-10, Coimbra, Setembro e Outubro de 1930], bem como no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, em 1931.
Guilherme de Almeida foi o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras, justamente em 1930 (terceiro ocupante da Cadeira 15, eleito em 6 de março de 1930, na sucessão de Amadeu Amaral e recebido pelo Acadêmico Olegário Mariano em 21 de junho de 1930). Em 1958, foi coroado o quarto “Príncipe dos Poetas Brasileiros” – concurso promovido pela revista Fon-Fon –, depois de Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano.
Foi presidente da Comissão Comemorativa do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.
Encontra-se sepultado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932, no parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, ao lado de Ibrahim de Almeida Nobre, o "Tribuno de 32", dos despojos dos jovens conhecidos pela sigla M.M.D.C. (Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade), e do caboclo Paulo Virgínio.
[ULRICH, 2007, 8-14] baseou-se no estudo de Antônio Celso Ferreira exposto em A Epopeia Bandeirante: letrados, instituições, invenção histórica (1870-1940) sobre a produção de contos, romances, poemas e estudos bandeirantistas, para mostrar como Guilherme de Almeida, após a primeira fase modernista, enveredou por esse campo da literatura paulista histórica do Estado paulista.
Segundo a autora da dissertação apresentada ao Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, intitulada Guilherme de Almeida e a construção da identidade paulista, “as concepções acerca da raça do bandeirante e a sua contribuição para a construção do Estado de São Paulo foram trabalhadas por grupos letrados da intelectualidade paulista ligados a importantes instituições intelectuais de São Paulo, como, por exemplo, o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e o Museu Paulista. Nas primeiras décadas do século XX, esses grupos inverteram a tese de que o sertanejo constituía uma 'raça híbrida e impura', cujo nome não deveria ser confundido com o dos paulistas do início do século XIX.
Rebatendo teorias racistas, esses grupos não aceitaram a tese de inferioridade dos mestiços, pelo menos os do Estado de São Paulo, e valorizaram o surgimento de um 'subgrupo racial superior' representado pelo bandeirante (A.C. Ferreira, 2002, pág.18). (...)
Essa literatura regionalista sobre o bandeirante nasceu também pela necessidade de apropriar a imagem do crescimento econômico de São Paulo durante a modernidade. Assim, o objetivo dos intelectuais e escritores das primeiras safras literárias pós-romantismo, baseado na predominância do positivismo e do evolucionismo, foi também o de projetar o Estado de São Paulo culturalmente dentro do quadro nacional (A.C. Ferreira, 2002, págs. 32 e 33). (...)
Além disso, essa literatura regional paulista, nascida para reinventar o sertanista colonial, experimentou visões nacionalizantes para a construção textual que proliferava de seus projetos. Para os membros do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, por exemplo, os estudos, narrativas e poesias de cunho histórico-nativista representavam a história de São Paulo como a própria história do Brasil (A.C. Ferreira, 2002, pág. 110). (...)
A constante procura do exame e, mais tarde, da mitificação da raça paulista, foi o centro da literatura regional paulista do início do século XX, que se debateu, constantemente, sobre a influência dos negros, índios e brancos na relação com nossos mamelucos e as conseqüências dessas fusões na cultura e progresso do Estado de São Paulo. A esse extremo de importância da raça na constituição do paulista, verifica-se, com as letras da Revolução de 32, o direcionamento de letras produzidas para o advento da guerra paulista, como a obra de Alfredo Ellis Jr. (...)
Na tarefa de incrementar, a partir de 1929, a frivolidade da elite paulista, na coluna Sociedade n'O Estado de S. Paulo, Guilherme de Almeida, influenciado pela linha de escritores tradicionalistas, mergulhou nas questões da identidade paulista. De imagens progressistas como "cidade cosmopolita e sem raízes profundas, por suas transformações sociais intensas e velozes, de arranhas-céus cinzentos e luminosa", Guilherme de Almeida optou passar para o oposto, como uma "São Paulo cafeeira, colonizada pela fidalguia portuguesa, digna de apreciar no passado todo o seu ciclo de conquistas". Designa-se amadurecida esta linha de pensar sobre São Paulo porque ele manteve a linha regionalista paulista até o fim de sua obra, sem se influenciar por outras tendências ou modos de pensar sobre o Estado.”
_____________________________
No Fórum dos Leitores do jornal O Estado de S. Paulo, edição de 09/07/2019, encontrei uma referência a Guilherme de Almeida, assinada por José D'Amico Bauab, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, nos seguintes termos:
“Este 9 de julho marca também o cinquentenário da ausência física de Guilherme de Almeida, o poeta de 32. Numa predestinação que só a musa Clio poderia cometer, julho, mês da epopeia paulista, é também o de nascimento e morte de Guilherme. De polivalência renascentista, foi também advogado, tradutor, compositor, crítico cinematográfico, teatrólogo, roteirista, publicitário, desenhista e durante anos cronista do Estado. O Museu Casa Guilherme de Almeida e o Colar Guilherme de Almeida, instituído pela Câmara Municipal de São Paulo como premiação cultural da cidade a partir de 2015, perpetuam sua memória e sua obra. Em 1946 Guilherme de Almeida escreveu sobre a bandeira paulista:
'Volta a nós vigilante, / mãe, esposa, irmã, amante, / noiva e filha, volta, pois. / É preciso que proves/ que existiu um nove/ de julho de trinta e dois.'”
(Versos extraídos do poema "À Santificada", por Guilherme de Almeida)
E, na mesma coluna, sobre a Revolução Paulista de 32, escreveu José Roberto Cersosimo:
“Comemoremos esta emblemática data, relembrando em poucas palavras os fatos da época, quando São Paulo lutou bravamente pela elaboração e aprovação de nova Constituição para o nosso país. O movimento iniciou-se no dia 9 de julho de 1932 na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Por marchas, contramarchas e traições de aliados, após muitas mortes, terminou em 2 de outubro do mesmo ano, quando as forças federais depuseram o então governador de São Paulo, Pedro de Toledo. Ao revés do que parecer possa, a luta perdida por falta de armas e de estrutura marcou uma vitória consagradora, de vez que poucos meses depois, em 3 de maio de 1933, houve eleições para a Constituinte, tendo-se promulgado em 16 de julho daquele ano uma nova Carta Magna, retornando a vigorar plenamente o regime democrático no Brasil. Como soam os versos imortalizados por Guilherme de Almeida: "Bandeira da minha terra, / bandeira das treze listas"...
Ao ensejo, envio meus sentimentos à família do dr. Paulo Bomfim, príncipe da poesia brasileira, falecido no domingo. Por pouco sua morte não foi em 9 de julho, que ele tão bem comemorou e representou por meio de seus poemas memoráveis.”
IV. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA_____________________________
No Fórum dos Leitores do jornal O Estado de S. Paulo, edição de 09/07/2019, encontrei uma referência a Guilherme de Almeida, assinada por José D'Amico Bauab, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, nos seguintes termos:
“Este 9 de julho marca também o cinquentenário da ausência física de Guilherme de Almeida, o poeta de 32. Numa predestinação que só a musa Clio poderia cometer, julho, mês da epopeia paulista, é também o de nascimento e morte de Guilherme. De polivalência renascentista, foi também advogado, tradutor, compositor, crítico cinematográfico, teatrólogo, roteirista, publicitário, desenhista e durante anos cronista do Estado. O Museu Casa Guilherme de Almeida e o Colar Guilherme de Almeida, instituído pela Câmara Municipal de São Paulo como premiação cultural da cidade a partir de 2015, perpetuam sua memória e sua obra. Em 1946 Guilherme de Almeida escreveu sobre a bandeira paulista:
'Volta a nós vigilante, / mãe, esposa, irmã, amante, / noiva e filha, volta, pois. / É preciso que proves/ que existiu um nove/ de julho de trinta e dois.'”
(Versos extraídos do poema "À Santificada", por Guilherme de Almeida)
E, na mesma coluna, sobre a Revolução Paulista de 32, escreveu José Roberto Cersosimo:
“Comemoremos esta emblemática data, relembrando em poucas palavras os fatos da época, quando São Paulo lutou bravamente pela elaboração e aprovação de nova Constituição para o nosso país. O movimento iniciou-se no dia 9 de julho de 1932 na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Por marchas, contramarchas e traições de aliados, após muitas mortes, terminou em 2 de outubro do mesmo ano, quando as forças federais depuseram o então governador de São Paulo, Pedro de Toledo. Ao revés do que parecer possa, a luta perdida por falta de armas e de estrutura marcou uma vitória consagradora, de vez que poucos meses depois, em 3 de maio de 1933, houve eleições para a Constituinte, tendo-se promulgado em 16 de julho daquele ano uma nova Carta Magna, retornando a vigorar plenamente o regime democrático no Brasil. Como soam os versos imortalizados por Guilherme de Almeida: "Bandeira da minha terra, / bandeira das treze listas"...
Ao ensejo, envio meus sentimentos à família do dr. Paulo Bomfim, príncipe da poesia brasileira, falecido no domingo. Por pouco sua morte não foi em 9 de julho, que ele tão bem comemorou e representou por meio de seus poemas memoráveis.”
ULRICH, Aline: Guilherme de Almeida e a construção da identidade paulista, dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Literatura Brasileira do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para a obtenção do título de Mestre em Letras, 2007, 180 p.
Link: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-03042008-132431/publico/DISSERTACAO_ALINE_ULRICH.pdf
Link: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-03042008-132431/publico/DISSERTACAO_ALINE_ULRICH.pdf
13 comentários:
Nesta data de 9 de julho de 2019, julguei ser muito digno homenagear postumamente o poeta GUILHERME DE ALMEIDA, por suas enormes realizações artísticas, em especial a sua participação no movimento paulista iniciado em 9 de julho de 1932 e a sua produção de inúmeros poemas reverenciando este fato histórico exemplar.
Assim sendo, escrevi para o Blog de São João del-Rei algumas anotações sobre a riquíssima biobibliografia do poeta paulista, destacando pelo menos duas fases de sua vida.
POEMAS DE GUILHERME DE ALMEIDA
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2019/07/poemas-de-guilherme-de-almeida.html
MINHA CONTRIBUIÇÃO ÀS HOMENAGENS A GUILHERME DE ALMEIDA
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2019/07/colaborador-guilherme-de-almeida.html
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Bom dia, Francisco
Vou te contar uma história que aconteceu comigo.
Quando eu estudava no Colégio Batista de SP, curso primário, 4. ou 5. série, fizemos um trabalho da matéria língua portuguesa, em literatura e poesia sobre Guilherme de Almeida.
Tive a ousadia de telefonar para ele e dizer que nós – 5 meninas de 10 ou 11 anos, precisávamos falar com ele!
E não é que ele nos recebeu? Fomos até sua casa da Rua Macapá no Pacaembú, que depois se tornou um espaço público e é linda.
Estava bem idoso, pois isso deve ter acontecido em 1968 ou 1969.
Ele faleceu em 69.
Fizemos uma entrevista de uma hora, ele nos serviu café com bolachinhas e nos recebeu como se fossemos grandes autoridades da área cultural de SP.
Imagino que se eu procurar vou encontrar alguma coisa relativa a esse encontro – mas minhas coisas são muitas e não sei agora onde poderia encontrar esse documento...
Foi um momento inesquecível que marcou muito minha forma de ler e entender poesia.
Sua gentileza e generosidade foram comoventes.
Abraço, tenha um bom dia
Elisa
Bom dia
Francisco.
Muito obrigado.
Diamantino Bártolo
Prezado mestre Braga,
Bom dia!
É sempre honroso para nós o descortinar de sua sabedoria e quem não te conhece perde uma oportunidade de ouro.
Sua amizade é extremamente valiosa.
Que Deus lhe conceda vida em abundancia e a sua amada Rute!
Excelente homenagem, Francisco.
Abraços,
Anderson
http://www.youtube.com/watch?v=b1JarxNR7W4
Prezado Braga, já que você falou em Guilherme de Almeida, ouça, através do link acima, o Hino dos Bandeirantes que escrevi sobre poema do nosso amigo. Abração !!!
Amigo e mestre Francisco Braga, bela e oportuna homenagem você presta ao grande poeta e patriota Guilherme de Almeida.
Parabéns! Gostei também da lembrança de Elisa Freixo, por muitos anos a mestre do órgão Arp Schnitger, da Sé Catedral de Mariana, minha terra. Você tem o endereço postal da Elisa? Quero mandar correspondência para ela. Ou o e-mail, caso não tenha a primeira direção. Obrigado. Seu livro de Alaor está seguindo. Ando num aperto danado. Mas vai chegar aí. Abraço do Danilo Gomes.
Caro amigo Braga.
Parabéns por esta homenagem a um grande poeta.
Sempre me interessei pela obra de Guilherme de Almeida, este escritor e ensaísta de rara sensibilidade poética, de grande musicalidade frasal, além de um ritmo verbal cadenciado e respeitoso quanto à métrica.
Não por acaso, pertenceu à Academia Brasileira de Letras, entre tantas outras instituições culturais.
Lembro-me de um soneto dele, onde se ressalta uma simplicidade quase ingênua:
Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.
Fazia, de papel, toda uma armada;
e, estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada...
Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são feitos de papel, são como aqueles,
perfeitamente, exatamente iguais...
- Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!
Certa vez, no ano 2002, ao saudar um Novel Acadêmico, na AVL, fiz um discurso todo ele em decassílabo, contando um pouco de sua biografia.
Lembrando aqui o meu dileto amigo, Prof. Oyama de Alencar Ramalho: “um dia com calma eu te conto ...”!
Forte abraço, do amigo Mario.
Obrigado, Francisco, pelo envio do email. Muito justa a homenagem prestada ao poeta Guilherme de Almeida. Dom Barroso.
Parabéns, confrade, pela merecida homenagem.
Abraços,
Paulo
Prezado BRAGA, tentei anexar o meu Hino dos Bandeirantes, sobre poema do Guilherme de Almeida, mas, parece que não consegui, por essa razão, deixo abaixo o link. Basta clicar nele que poderá ouvir o nosso hino para São Paulo.
http://www.youtube.com/watch?v=b1JarxNR7W4
Caro confrade, bom amigo e ilustre mestre Francisco Braga, bom dia, bom trabalho! Muito grato pelo e-mail da grande Elisa Freixo, a paulista que adotou Minas via Mariana.Ela ainda mora lá? Seria mesmo uma maravilha se ela localizasse a derradeira (ou uma das derradeiras) aula do grande poeta Guilherme de Almeida. Vou reforçar para ela tentar mais uma vez vasculhar suas canastras e baús memorais. Seu prestante blog daria, sim, um furo jornalístico notável! Façamos torcida, mestre! Muito grato! Abraço do marianense Danilo Gomes, saudoso de São João del Rey, Tiradentes e o trem de ferro que as une num delicioso passeio turístico e histórico. Eta, saudade de Minas, sô! E aqui também tá um frio danado. E não temos os nossos sinos de bronze daí...
Foi um movimeto separatista. Por isso o rejeito.
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