Por José Lourenço Parreira *
Conheci-o, desde a minha juventude e, com ele, vivi belos momentos artísticos da querida São João del-Rei.
Seu irmão, Aluízio José Viegas, admirável e respeitável musicólogo, tronou-se, afetivamente, meu irmão Fraternidade que floresceu nas inúmeras Santas Missas, Novenas, Concertos dos quais participamos!
Família Viegas tem presença edificante pelo carisma carmelita. Seus ancestrais, pelo menos um, estão inscritos na Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. Eis que, ainda envoltos pelo perfume da Flor do Carmelo que inundou toda São João del-Rei, dia 16 de julho, Vicente Viegas parte deste mundo. Quem me informou, por primeiro, foi sua sobrinha, Beatriz.
Vicente era cunhado do renomado Professor Abgar Antônio Campos Tirado, gigante intelectual católico, pianista, poliglota, outrora, meu professor, glória de nossa São João del-Rei.
A última vez que ouvi Vicente foi, há dois anos, na Novena da Boa Morte, mês de agosto, quando ele solou o Aplaudatur de uma das Novenas da Boa Morte. Surpreendeu-me! Sua voz de tenor continuava bela e com impressionante volume que ressoou por toda a Catedral-Basílica do Pilar! Sublime saudação à Virgem Maria!
Nesta Elegia, cito, em encômio póstumo, duas reminiscências da História da Música nas quais presente eu estava:
- Geraldo Barbosa de Souza, gênio da música, tinha um Conjunto, Grupo Musical. Esse Grupo foi o que tocou pela vez primeira uma Ave Maria composta por outro gênio, compositor, João Américo da Costa. Obra para dois solistas, tenor e baixo, foi composta pelo autor inspirado nas vozes de Benigno Parreira e Vicente Viegas;
- a outra reminiscência, retumbante, foi no Teatro Municipal de São João del-Rei. O Maestro, Capitão Benigno Parreira, estava regendo, pela primeira vez, o Coro e a Orquestra da Sociedade de Concertos Sinfônicos de São João del-Rei. O último número do Programa foi Nessum Dorma, Ópera Turandot, de Puccini. O solista, Vicente Viegas. A belíssima partitura e a magistral execução dessa página encantaram o público presente. Assim, quando chegamos ao tutti orquestral com pujante coro, estremecendo de emoção o Teatro inteiro, eis que, antes do acorde final, a plateia, de pé, aplaudia e gritava "BIS!". Nunca esqueci e jamais esquecerei tão brilhante página da História da Música da Terra da Música!
Hoje, dia de Santo Elias, às 10 horas da manhã, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a Orquestra Lira Sanjoanense para lá convergiu para tocar nas Exéquias de Vicente Viegas.
De longe, rogo à Virgem do Monte Carmelo e a Santo Elias que intercedam junto de Deus pelo descanso eterno de Vicente, consolo de familiares e amigos!
Em agradecimento à intercessão da Virgem, seja-lhe permitido entoar na eternidade o que fez, com unção, naquela Novena, há dois anos: Aplaudatur beatissima Virgo Maria!
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Família Viegas tem presença edificante pelo carisma carmelita. Seus ancestrais, pelo menos um, estão inscritos na Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. Eis que, ainda envoltos pelo perfume da Flor do Carmelo que inundou toda São João del-Rei, dia 16 de julho, Vicente Viegas parte deste mundo. Quem me informou, por primeiro, foi sua sobrinha, Beatriz.
Vicente era cunhado do renomado Professor Abgar Antônio Campos Tirado, gigante intelectual católico, pianista, poliglota, outrora, meu professor, glória de nossa São João del-Rei.
A última vez que ouvi Vicente foi, há dois anos, na Novena da Boa Morte, mês de agosto, quando ele solou o Aplaudatur de uma das Novenas da Boa Morte. Surpreendeu-me! Sua voz de tenor continuava bela e com impressionante volume que ressoou por toda a Catedral-Basílica do Pilar! Sublime saudação à Virgem Maria!
Nesta Elegia, cito, em encômio póstumo, duas reminiscências da História da Música nas quais presente eu estava:
- Geraldo Barbosa de Souza, gênio da música, tinha um Conjunto, Grupo Musical. Esse Grupo foi o que tocou pela vez primeira uma Ave Maria composta por outro gênio, compositor, João Américo da Costa. Obra para dois solistas, tenor e baixo, foi composta pelo autor inspirado nas vozes de Benigno Parreira e Vicente Viegas;
- a outra reminiscência, retumbante, foi no Teatro Municipal de São João del-Rei. O Maestro, Capitão Benigno Parreira, estava regendo, pela primeira vez, o Coro e a Orquestra da Sociedade de Concertos Sinfônicos de São João del-Rei. O último número do Programa foi Nessum Dorma, Ópera Turandot, de Puccini. O solista, Vicente Viegas. A belíssima partitura e a magistral execução dessa página encantaram o público presente. Assim, quando chegamos ao tutti orquestral com pujante coro, estremecendo de emoção o Teatro inteiro, eis que, antes do acorde final, a plateia, de pé, aplaudia e gritava "BIS!". Nunca esqueci e jamais esquecerei tão brilhante página da História da Música da Terra da Música!
Hoje, dia de Santo Elias, às 10 horas da manhã, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a Orquestra Lira Sanjoanense para lá convergiu para tocar nas Exéquias de Vicente Viegas.
De longe, rogo à Virgem do Monte Carmelo e a Santo Elias que intercedam junto de Deus pelo descanso eterno de Vicente, consolo de familiares e amigos!
Em agradecimento à intercessão da Virgem, seja-lhe permitido entoar na eternidade o que fez, com unção, naquela Novena, há dois anos: Aplaudatur beatissima Virgo Maria!
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* José Lourenço Parreira é capitão do Exército, ex-integrante da guarnição do Forte de Coimbra no período de 1974 a 1984, onde foi Provedor da Bissecular Irmandade de Nossa Senhora do Carmo; professor de música, violinista, maestro, historiador e escritor, além de redator do "Evangelho Quotidiano"; e irmão de Benigno Parreira, atualmente Maestro Honorário da Orquestra Lira Sanjoanense.
8 comentários:
O Blog de São João del-Rei cumpre o doloroso dever de informar a seus leitores que o músico são-joanense VICENTE VIEGAS, que abrilhantou inúmeras cerimônias públicas na cidade de São João del-Rei com sua possante voz de tenor e cooperou para elevar o nome de sua terra com o título de "cidade da música", exalou seu último suspiro na data de ontem, deixando imorredoura saudade. Por seus dons vocais e artísticos e por seu humor contagiante deixa enlutada a velha guarda, os seus contemporâneos, entre os quais me incluo.
Recebi um texto do Cap. JOSÉ LOURENÇO PARREIRA que prima pelo carinho e estima pelo cantor, bem como por seu saudoso irmão, o musicólogo são-joanense Aluízio José Viegas, que também nos deixou há quase quatro anos atrás, e decidi publicá-lo sem pedir autorização ao autor, seguro de que ele se sentirá honrado em colaborar com mais este texto para o Blog de São João del-Rei.
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2019/07/elegia-para-vicente-viegas.html
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Caríssimo amigo Braga, agradeço-lhe a honra de inserir meus rabiscos sobre Vicente Viegas no seu nobre e respeitado Blog.
Foi um suspiro em letras a você que, tão bem sabe, considero um tesouro que o Altíssimo me concedeu.
Meu amigo, há mais de 50 anos, você entende, em profundidade, cada letra que escrevo!
Sursum Corda!
Caro Francisco Braga,
comovido sem palavras.
eric viegas
Prezado Francisco,
Fico consternado com a notícia. Ouvi muitos solos de Vicente Viegas quando frequentei assiduamente as Semanas Santas e outras festividades de São João del-Rei, sem contar sua frequente participação como coralista, que se destacava devido à sua forte presença entre os companheiros. É uma pena perder o Vicente, quando já perdemos Aluízio, Stella, Geraldo Barboza, José Maria e quase toda a velha guarda da música são-joanense, que restabeleceu a prática e o gosto pela música sacra brasileira, que estava quase esquecida nos anos 60. Solidarizo-me com a família e agradeço a sempre atenciosa informação.
Abraço,
Paulo Castagna
Excelente!
Prezado Maestro Francisco, obrigado pela homenagem ao querido Vicente.
Caro Braga:
Vicente foi uma das grandes vozes de nossos palcos
e igrejas. Gostava de seu solo em " POUR LA FÊTE DU NOEL" nos
concertos natalinos, quando , num agudo máximo, elevava aos
céus : NOEL! NOEL! Magnífico aquele grito partindo da alma e
contagiando todos nós. Que ele seja acolhido nos céus por todos
os coros dos anjos.
Bela elegia de Lourenço Parreira. Grande abraço.
Gina
Que lindo! Muito comovente!
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