RAUL POMPEIA: O GÊNIO FEITO HOMEM > PARTE 1

Por Marcelo Câmara 

 

Raul Pompeia: o Gênio feito homem.

 

“A arte que não tem apoio na convicção da própria força sucumbe; a hesitação atrofia e anula; a arte forte cresce de si mesmo, organicamente”. 

Raul Pompeia (Glória latente, in Obras Raul Pompeia – Vol. VII – Crônicas 2 - pág. 122 – Ed. Civilização Brasileira, OLAC e MEC/FENAME, Rio, 1983) 

RAUL POMPEIA, filho de um magistrado, vereador em Angra dos Reis, proprietário rural, cafeicultor e fabricante de Cachaça, era sobrinho-bisneto de Tiradentes. Formado em Direito, foi jornalista, contista, cronista, novelista e romancista; pensador de Filosofia da Arte e Ciência Política; professor, historiador e crítico de Artes Plásticas e Literatura; desenhista, caricaturista, escultor e dirigente de instituições culturais. Nacionalista, republicano e abolicionista militante. Certamente, um dos mais fulgurantes artistas da Língua Portuguesa e, no seu tempo, um dos homens mais sábios e eruditos do País. Faleceu a 25.12.1895 em Botafogo, Cidade do Rio de Janeiro, aos 32 anos, vítima de suicídio. 

I. OBRAS DE RAUL POMPEIA (primeiras edições em livro) 

Uma tragédia no Amazonas (romance, edição do Autor, Typ. Cosmopolita, Rio de Janeiro, RJ, 1880) 

O Ateneu (romance, Ed. da Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, RJ, 1888) 

Canções sem metro (poesia em prosa, edição post mortem, Typ. Aldina, Rio de Janeiro, RJ, 1900) 

 

II. EDIÇÕES DE INÉDITOS EM LIVRO E REEDIÇÕES DEFINITIVAS

 

Raul Pompeia – Obras 

 

Coleção de 10 volumes – Organização de Afrânio Coutinho, com assistência de Eduardo de Faria Coutinho, 1981-4. Reúne toda a obra de Raul Pompeia, classificada por gênero e data de criação. A maioria dos trabalhos – dispersa em jornais, revistas e folhetos – era inédita em livro. Coedição: Ministério da Educação e Cultura (patrocinador da edição, na gestão do Ministro Eduardo Portela)/FENAME, Oficina Literária Afrânio Coutinho – OLAC, Editora Civilização Brasileira. O Volume X, também organizado por Afrânio Coutinho, com assistência de Eduardo de Faria Coutinho, foi editado pela Prefeitura Municipal de Angra dos Reis em 1991. 

Os dez volumes reúnem: 

Uma tragédia no Amazonas e As joias da Coroa; 

O Ateneu (primeira edição do texto verdadeiro, fidedigno, revisto por Pompeia, segundo a vontade autoral); 

Contos, Canções sem metro e Outros Poemas em Prosa (primeiro brasileiro a criar e publicar obras do gênero poesia em prosa); 

Novelas 

Escritos Políticos; 

Crônicas; 

Miscelânia (Perfis; Crítica Literária e Artística; Em torno da Biblioteca Nacional; Correspondência; Poesia; Notas e Pensamentos; Cartas para o Futuro – Alma morta; Passeio ao Silvestre; Niomeu e Hygdar; A Mão de Luís Gama e Dispersos); e 

Fotobiografia (ilustrações, desenhos, caricaturas, fotografias). 

 

Excursão Ministerial (reportagem jornalística para a Gazeta da Tarde, do Rio de Janeiro, RJ) in Alma Morta e Excursão Ministerial – Introdução, Cronologia e Notas de Camil Capaz, Edição da Gazeta de Angra (Alípio Mendes), Angra dos Reis, RJ, 1990. 

 

De 1880 a 1895, portanto dos dezessete aos trinta e dois anos, Raul Pompeia publicou artigos políticos, crônicas, reportagens, crítica literária e de artes plásticas, e literatura (romances, contos, poesia em prosa), em trinta e nove jornais e revistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. 

 

Raul Pompeia é o patrono da Cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras, atualmente ocupada por Evanildo Bechara. No Ateneu Angrense de Letras e Artes, é o patrono da Cadeira nº 1, e, na Academia Fluminense de Letras, da Cadeira nº 37. De ambas, Marcelo Câmara é o titular. 

 

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As informações acima foram extraídas do trabalho de autoria de Marcelo Câmara, intitulado Projeto Celebração dos 150 anos do maior dos angrenses - Raul Pompeia volta à sua terra (Rio, 2013).