segunda-feira, 27 de março de 2017

REAÇÃO DO IHG DE SÃO JOÃO DEL-REI A INVERDADES PUBLICADAS PELA IMPRENSA


Por Francisco José dos Santos Braga



O historiador são-joanense Luís de Melo Alvarenga, sócio-fundador do IHG local, não hesitou em reagir à altura a uma matéria inverídica publicada no número 458, de 23 de junho de 1968, do "O Arquidiocesano", em sua primeira página, quando se tratou de repor a verdade a respeito do local onde nascera o Alferes Joaquim José da Silva Xavier ¹. Sua réplica desassombrada saiu publicada na página 3 do número 57, de 7 de julho de 1968, do jornal são-joanense "Ponte da Cadeia", portanto quase dois anos antes da fundação do glorioso IHG local em 1º de março de 1970.

O mesmo espírito intimorato vamos encontrar na matéria que Fábio Nelson Guimarães, então presidente do IHG local, secundado pelo secretário Astrogildo Assis, publicou no próprio veículo de comunicação (edição de 30/10/1972 da "Ave Maria") que, em edição anterior, igualmente faltou à verdade quando se referiu à naturalidade do Tiradentes. 
"Acha-se em nossas mãos o nº 17, do corrente mês, da revista "Ave Maria", excelente informativo católico, que ora caminha para completar 75 anos de bons serviços prestados à coletividade brasileira. Nesse número, apreciamos grandemente a homenagem dedicada ao sesquicentenário da independência pátria, bem como a descrição sumária sobre a cidade mineira de Tiradentes. Cumpre-nos, no entanto, em nome da verdade, esclarecer que o Alferes Joaquim José da Silva Xavier nasceu no segundo semestre de 1746, na Fazenda do Pombal, termo e jurisdição da então Vila São João del-Rei. Apenas em 1755, a referida fazenda passou a integrar o município de São José del-Rei, hoje cidade de Tiradentes, quando o herói da Nacionalidade contava com pouco mais de 9 anos. Servimo-nos do presente para solicitar de V. R. que se digne de mandar fazer a necessária ressalva, a bem da verdade. Pela oportunidade apresentamos os nossos agradecimentos e protestos de elevada estima e distinta consideração.  
Fábio Nelson Guimarães, presidente  
Astrogildo Assis, secretário  
Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, MG 
Fonte: revista católica "Ave Maria", edição de 30/10/1972. Crédito: historiador Fábio Nelson Guimarães (matéria selecionada pelo historiador e colada na página 48 do seu caderno verde)
Dir-se-ia que na ocasião havia uma orquestração da mídia para espoliar São João del-Rei de um direito ("jus soli" ou direito de solo), privativo da cidade, segundo o qual a nacionalidade originária é obtida em virtude do território onde o indivíduo tenha nascido. De acordo com o sistema do "jus soli", o Alferes Joaquim José da Silva Xavier era são-joanense, já que, à época do seu nascimento (1746), a Fazenda do Pombal pertencia ao termo da Vila de São João del-Rei, com base em provas documentais e evidências apresentadas, isto é, estudos cartográficos e historiográficos.

Essas reações de são-joanenses ilustres (Luís de Melo Alvarenga, Fábio Nelson Guimarães, Astrogildo Assis, Osvaldo Santiago Lobosque e outros), em momentos diferentes mas com idêntica atitude pró-ativa, conseguiram atrair o olhar de outros Institutos Históricos do País, motivando a vinda de estudiosos famosos à região litigante, dentre os quais se destacou a do escritor, historiador, ilustrador, geógrafo e cartógrafo Eduardo Canabrava Barreiros, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a convite da Vereadora Alba Lúcia Lombardi de que resultou a produção de seu livro de cunho científico e historiográfico intitulado "As Vilas del-Rei e a Cidadania do Tiradentes" (Rio de Janeiro: José Olympio Editora, convênio com o INL, Brasília, 1976/Coleção Documentos Brasileiros, vol. nº 172). Digna de igual destaque foi a divulgação do seguinte Comunicado do nosso IHG que teve enorme repercussão nacional:
"COMUNICADO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO JOÃO DEL-REI  
— Na sessão conjunta, realizada a 17 do corrente, do IHG de S. João del-Rei com 15 confrades do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Rio) ², um eminente membro do IHGB, copresidente da sessão, declarou que, nos quase 140 anos de sua existência, o IHGB nunca saiu de sua sede, no Rio, para participar de sessão conjunta, com quaisquer outros Institutos Históricos do Brasil. E que, por esse motivo, e outros mais, aquela era verdadeiramente uma sessão histórica.  
— Na tribuna, perante enorme assistência, o eminentíssimo escritor, historiador, geógrafo e cartógrafo, Eduardo Canabrava Barreiros, também do IHGB, autor do livro aqui lançado, "D. Pedro. Jornada a Minas Gerais em 1822", afirmou que S. João del-Rei tem sido espoliada, no que diz respeito à naturalidade do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que confirmou ser, sem dúvida, sanjoanense 
— Na recepção que se seguiu, no salão festivo do Hotel Porto Real, em conversa com o autor deste comunicado, confirmou ter como certa a cidadania sanjoanense de Tiradentes, opinião robustecida ante os argumentos de Fábio Nelson Guimarães, que lançamos em colaboração em 1972 e 3, e será reeditado em 3ª edição, oportunamente.  
— Portanto, é de esperar que, dado o autorizadíssimo parecer do insigne membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, cessem definitivamente, as dúvidas porventura existentes, não havendo mais nenhum motivo para reivindicações, em respeito à memória do Tiradentes, prevalecendo, definitivamente, a verdade histórica, sobre quaisquer interesses, por mais legítimos que possam parecer.  
A. de L. S. C., pelo Setor de Informações   
S. J. del Rei, 18.11.1973" 
Fonte: não citada.                                                        
Crédito: historiador Fábio Nelson Guimarães (matéria selecionada pelo historiador e colada na página 48 do seu caderno verde)   

Graças à rica argumentação histórica e cartográfica desses gigantes que nos precederam dentro do IHG de São João del-Rei e diante do reconhecimento oficial em favor da tese da cidadania são-joanense do Alferes, podemos dizer que se logrou relativa pacificação de um litígio na região do Campo das Vertentes, havendo um reconhecimento tácito de que Tiradentes é inequivocamente cidadão são-joanense.

Modéstia à parte, dei a minha contribuição ao debate de alto nível, quando publiquei na Revista de Cultura Vozes, em janeiro/fevereiro de 1992, dois meses antes do Bicentenário da Morte do Tiradentes e mais de 15 anos antes de ser admitido como membro do IHG de São João del-Rei (3/6/2007), um artigo intitulado "São João del-Rei: A terra natal de Tiradentes" e publicado em 5 partes no Blog de São João del-Rei em 2008 ³, onde mostro que já se firmara a convicção da verdade histórica da naturalidade são-joanense do Tiradentes no começo do século XX, antecedendo em meio século essas reivindicações suscitadas à época da fundação do IHG local e aqui analisadas. Em meu trabalho resta evidente que, pelo menos desde 1920, Basílio de Magalhães já sustentara a tese da cidadania são-joanense do Alferes, tendo publicado artigos no "Minas Gerais", sob o nome singelo de "O Tiradentes é Sanjoanense", o que deu azo a que a Revista do Arquivo Público Mineiro, em 1933, publicasse sua tese que constitui o fulcro dos Estudos Históricos (Controvérsias), com réplicas e tréplicas de Teophilo Feu de Carvalho, então diretor da referida Revista (Revista do Arquivo Público Mineiro, Ano XXIV (1933), pp. 405-436 ), com evidente superioridade da argumentação de Basílio.


NOTAS EXPLICATIVAS



  ¹  Blog de São João del-Rei: "Tiradentes é Sanjoanense", por Luís de Melo Alvarenga.

²   Ata da Sessão Solene Extraordinária do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, realizada em 17 de novembro de 1973:
Aos dezessete dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e setenta e três, reuniram-se em sessão conjunta, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal, o Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei e a Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas do IHGB, sob a presidência inicial do presidente Fábio Nelson Guimarães e depois, sob a presidência de Manuel Xavier de Vasconcelos (Pedrosa), na função interina de presidente da CEPHAS. Às 18,00 horas, iniciaram-se os trabalhos com a presença de vinte e oito confrades do IHG e grande número de convidados. Pelo secretário foi anunciada a presença das seguintes autoridades: Ministro Tancredo de Almeida Neves, Ministro Adauto Lúcio Cardoso, Desembargador Cristovão Brainer, Dr. Guilherme Vidal Ribeiro, membro do Conselho Econômico da Confederação da Indústria, dr. Alfredo Marques Viana Góis, presidente da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, Dr. Altair Savassi e outras. Com a palavra o confrade Luiz Fernando Mendes Salomon saudou de maneira brilhante e poética os membros da CEPHAS (Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas) do IHGB. O secretário confrade Astrogildo Assis apresentou uma síntese das atividades do IHG, desde sua fundação até a presente data. Em seguida o Quarteto de Câmara Pró-Música, integrado pelos confrades Carmélio de Assis Pereira e Jorge Chala Sade, executou o Minueto de Mozart, o qual foi vibrantemente aplaudido. O confrade vice-presidente Altivo de Lemos Sette Câmara falou sobre a conscientização do IHG em São João del-Rei e preservação da cultura histórica. O presidente Fábio comprovou de maneira cabal que o Alferes Tiradentes é filho de São João del-Rei e não de outro município, tendo, no fim de suas palavras, passado a presidência da sessão ao dr. Manuel Xavier de Vasconcelos Pedrosa, que se encontrava na presidência interina da CEPHAS, por motivo de seu presidente efetivo dr. Marcos Carneiro de Mendonça ter se afastado da caravana e embarcado para Itabirito, onde foi assistir aos funerais de pessoa de sua amizade. Ao assumir a presidência da sessão, o dr. Xavier Pedrosa informou sobre a presença da CEPHAS na presente solenidade e declarou que: "POR VÁRIOS MOTIVOS ESTA É UMA SESSÃO HISTÓRICA, BASTANDO LEMBRAR QUE O IHGB, OU QUALQUER DAS SUAS COMISSÕES, JAMAIS HAVIA SE AFASTADO DA SEDE, NO RIO DE JANEIRO, PARA PARTICIPAR DE SESSÃO CONJUNTA, COM OUTRO IHG, EM QUALQUER CIDADE DO BRASIL, DESDE A SUA FUNDAÇÃO EM OUTUBRO DE 1838, PORTANTO HÁ 135 ANOS". Com a palavra o dr. Raul do Rego Lima fez oferecimento ao IHG de fotografias e documentos inéditos para a história de São João del-Rei. Em seguida o dr. Mário Barata falou sobre a influência da arquitetura do Norte de Portugal nas igrejas de São João del-Rei. Pelos visitantes drs. Eduardo Canabrava Barreiros e Plínio Doyle da Silva foram oferecidos livros e documentos importantes para a história local, tendo o dr. Eduardo Canabrava Barreiros declarado, entre outras palavras,  "que na verdade, São João del-Rei vem sendo espoliada no que diz respeito à naturalidade são-joanense do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes". Assumindo novamente a presidência da sessão, o confrade presidente Fábio Nelson Guimarães anunciou a execução de novo número de música pelo Quarteto. Em continuidade foi mandado registrar em ata a relação abaixo dos componentes da Caravana do I.H.G.B. presentes à sessão: Gen. Edmundo de Macedo Soares e Silva — Sócio Honorário do IHGB; Dr. Eduardo Canabrava Barreiros — Cartógrafo — Membro da Comissão Permanente de Fundos e Orçamentos do IHGB; Dr. Fernando Monteiro — Secretário da CEPHAS e Fundador do Museu do Banco do Brasil; Dr. Herbert Canabarro Reichardt — Membro da Comissão Permanente de História; Dr. Luiz de Castro e Souza — Membro da Comissão Permanente de Admissão de Sócios; Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha — Profª Chefe da Seção de Iconografia da Biblioteca Nacional; Dr. Marcos Carneiro de Mendonça — Presidente da CEPHAS; Almirante Mário Ferreira França — Membro da Comissão Permanente de Admissão de Sócios; Dr. Manuel Xavier de Vasconcelos Pedrosa  Primeiro Secretário do IHGB; Dr. Mário Barata — Prof. Catedrático de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Prof. Orlando Sattamini — Lente da Universidade do Estado da Guanabara; Dr. Raul do Rego Lima — Diretor do Arquivo Nacional; e Dr. Waldemar Cavalcanti — Crítico de literatura e jornalista — convidado especial. Nada mais havendo a tratar, foi a sessão encerrada pelo sr. presidente, agradecendo a presença de todos e convidando-os para o lançamento do livro do Dr. Eduardo Canabrava Barreiros e coquetel a serem realizados no salão do Hotel Porto Real. Após encerrada a sessão, mas ainda presentes no Salão o presidente, membros da diretoria e dez confrades, foi aprovado inserir em ata um voto de pesar, proposto pelo confrade Vice-Presidente Altivo de Lemos Sette Câmara, pelo falecimento de pessoa estreitamente ligada a Marcos Carneiro de Mendonça, em Itabirito. E para constar, eu ASTROGILDO ASSIS, lavrei a presente ata. (grifo meu)

Fonte: jornal "Ponte da Cadeia", edição de 9.12.1973. A mesma ata foi reproduzida na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, vol. II, 1974-1975, pp. 132-3.        
Crédito: historiador Fábio Nelson Guimarães (matéria selecionada pelo historiador e colada na página 48-verso do seu caderno verde)

Informo, outrossim que entrei em contato com IHGB, através de sua Chefe da Biblioteca, sra. Maura Corrêa e Castro, que me transmitiu a seguinte informação em 15/9/2016 por e-mail: "Informo que a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, v. 305, out./dez. 1974, p. 134-135, transcreve a ata da Sessão solene extraordinária (17 de novembro de 1973) - Presidência: Fábio Nelson Guimarães, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rey e Manuel Xavier de Vasconcelos Pedrosa, primeiro secretário do IHGB. - Frequência: 12 sócios. 12 visitantes."

³   Artigo "São João del-Rei: a terra natal de Tiradentes", por Francisco José dos Santos Braga, em 5 partes:




AGRADECIMENTO


Deixo aqui registrada minha gratidão à Acadêmica e historiadora Profª Betânia Maria Monteiro Guimarães que me permitiu acesso ao acervo de seu saudoso esposo, Dr. Fábio Nelson Guimarães.
 

5 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...
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Dr. Lúcio Flávio Baioneta (escritor, autor do livro "De banqueiro a carvoeiro", conferencista e proprietário da Análise Comercial Ltda) disse...

Prezado amigo, FJSBraga,
em diversas oportunidades tive o prazer de conversar com meu dileto amigo, conterrâneo e parente, Eduardo Canabrava Barreiros, sobre o assunto que você mencionou em seu brilhante artigo:-
"Reação do IHGSDR, a inverdades publicadas pela imprensa",
e lembro-me claramente de uma manhã, bem cedo ainda, na minha sala de trabalho, na rua do Ouvidor, 90, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, quando ele, Eduardo, inquiriu-me sobre o local de nascimento do Tiradentes.
Respondi-lhe que era a cidade de Tiradentes.
Respondeu-me :- Ledo engano, meu jovem, Tiradentes nasceu em São João Del Rey!
Daí, discussão daqui, discussão dali, nasceu a ideia de colocar em livro toda a pesquisa que provaria, de forma irrefutável, a cidadania do ilustre mineiro. Depois deste livro as discussões sobre o tema da cidadania de Tiradentes são pueris.
Nascia o livro "As villas Del Rey e a cidadania de Tiradentes". Um livro definitivo.

Um abraço.

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...
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Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Foram turbulentos aqueles anos (1968-1973) que precederam a instalação do IHG de São João del-Rei e mesmo nos primeiros anos após a fundação dessa Casa de Cultura em 1º de março de 1970.

Este artigo mostra que já em 1968 começou a esboçar-se, nos meios de comunicação, uma tentativa de quebra da identidade da terra natal do Tiradentes, plantando a não-cidadania são-joanense do maior herói brasileiro. Alguns são-joanenses ilustres se contrapuseram a essa tese malsã. Mais recentemente, em 1992, por ocasião do bicentenário da morte do Tiradentes, assistimos em rede nacional à mesma ladainha, numa tentativa de desvirtuar a realidade dos fatos históricos e comprováveis em arquivos paroquiais, tanto aqui em São João del-Rei quanto em livro da paróquia da Matriz de Nossa Senhora do Pilar de São João del-Rei disponível na Biblioteca Nacional, sem falar dos Autos da Devassa, onde o próprio Tiradentes, "sendo perguntado como se chamava, de quem era filho, donde era natural, se tinha alguas ordens, se era casado, ou solteiro, e que ocupação tinha:
Respondeo que se chamava Joaquim José da Silva Xavier, filho de Domingos da Silva dos Santos, e de sua mulher Antônia da Encarnação Xavier, natural do Pombal, termo da Villa de S. João de El Rey Capitania de Minas Geraes, que tinha quarenta e hum annos de idade, que era solteiro, q não tinha ordens alguas; e com effeicto, vendo-lhe eu o alto da Cabeça, vi que não tinha tonsura algua, e que era Alferes do Regimento da Cavallaria paga de Minas Geraes".

Embora não seja tratado neste artigo, convém lembrar ainda que a fundação do IHG são-joanense parece ter sido também uma motivação de alguns são-joanenses ilustres quando sentiram que a demolição da capela do Senhor Bom Jesus do Matosinhos — templo tombado pelo SPHAN e célebre por constar da tela de Rugendas, quando de sua passagem por São João del-Rei — era não só uma ameaça mas uma dura realidade, necessitando arregimentar todos quantos quisessem esboçar uma reação a esse projeto inepto.

Jota Dangelo (diretor, ator, dramaturgo e gestor cultural, cronista e escritor) disse...

Indiscutível a cidadania de Tiradentes: são-joanense de nascimento. Mas, até hoje, estamos esperando a portada da Igreja de Matosinhos...Dangelo