"(...) A história de Paragominas é mais ou menos a de tantas outras: em 1959, imperava ali a jangal amazônica; em 1960, com a trilha pioneira sangrada, instala-se ali uma serraria, destinada a fornecer madeira para as pontes provisórias da estrada. Quase que ao mesmo tempo, chega a ela o primeiro fazendeiro: um mineiro jovem de Uberaba (...) Antônio Fernandes declara-se engenheiro para a caboclada que toma conta das balsas, cruza o Tocantins, e instala-se nas terras férteis que cercam a serraria. (...) Em breve, chegam outros: do Pará, de Goiás e de Minas [dando o nome à cidade]: Paragominas. (...)"
sexta-feira, 28 de maio de 2021
A POESIA DA ENCHENTE
Colaborador: ÁUREO MELLO
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Áureo Mello e Francisco Braga, gerente deste Blog de São João del-Rei, na Casa do Poeta |
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Áureo Mello, mais jovem admiradora e Léa Sayão, filha de Bernardo Sayão |
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Áureo Mello com intelectuais de Brasília, ladeado por Stela Rodopoulos à direita, e, à esquerda, Ofir Comini, filha do escritor Agripa de Vasconcelos, e pianista Neuza França |
terça-feira, 11 de maio de 2021
8 de maio de 1945: DIA DA VITÓRIA
O século XX entrou para a história como aquele que viu surgir dois monstros assassinos que levaram a morte às nações, ceifando milhões de vidas: o nazismo e seu irmão siamês, o fascismo!
Por ter sido covardemente atacado em seu litoral pelo inimigo nazi-fascista, o Brasil declarou guerra às nações que haviam se unido contra o mundo, desencadeando a Segunda Guerra Mundial. Submarinos alemães afundaram 31 navios mercantes brasileiros e um de guerra, acarretando a morte de 374 tripulantes e 398 passageiros, inclusive idosos e crianças! Uma Unidade de Artilharia inteira e seus familiares, a bordo do navio de passageiros Baependi, e todos os demais foram mortos porque esse navio foi um dos torpedeados pelo inimigo!
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Em 2 de julho de 1944 ocorreu a viagem do primeiro contingente da Força Expedicionária Brasileira, sob o comando do general Zenóbio da Costa. O país entrou oficialmente na guerra “e a cobra fumou”. |
Inimaginável foi o esforço de guerra para mandarmos vinte e cinco mil combatentes à Itália, em 1944.
O Comandante da Força Expedicionária Brasileira foi o General João Batista Mascarenhas de Moraes.
Em 1937, pouco antes de ser promovido a General, como brilhante Coronel, Mascarenhas de Moraes comandou a gloriosa 9ª Região Militar, sediada em Campo Grande, no atual Mato Grosso do Sul.
Compondo a Força Expedicionária Brasileira (FEB), partiram quatro mil homens do 11º Regimento de Infantaria, hoje 11º Regimento de Infantaria de Montanha ou 11º BI Mth ("Regimento Tiradentes").
Antes de seguirem para o teatro de operações de guerra na Itália, os soldados assistiram à Santa Missa celebrada para o Regimento, em que o Monsenhor José Maria Fernandes, disse, dentre outras sentenças, no seu Sermão:
“... O Soldado protege a honra nacional, protege a Pátria. E a Pátria o que é? A Pátria é o passado glorioso onde brilham figuras como Tiradentes, os Bonifácios, os Caxias, os Osórios...
O Exército dá exemplos de virtudes cívicas e morais. O Soldado pratica a humildade na obscuridade....
São João del-Rei sabe que os Soldados do seu Regimento são valentes, não voltarão as costas ao inimigo e trarão como provas do seu valor, as cicatrizes das batalhas....”.
“A ORDEM DE CESSAR FOGO ACABA DE SER DADA A TODAS AS TROPAS QUE COMBATEM NA ITÁLIA. GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ ENTRE OS HOMENS DE BOA-VONTADE NA TERRA!”
Conforme o historiador, polemólogo, advogado, Luiz Eduardo Silva Parreira, citando Frank McCann, historiador americano, o Brasil foi convidado pelo Comando Aliado a marchar em direção à Áustria e nela permanecer como tropa de ocupação.
Dispúnhamos de 10.000 homens para efetuarmos essa ocupação.
Não sabemos o porquê de o Brasil ter-se abstido de ter mais essa glória na sua História, na Segunda Guerra Mundial. Que pena!
A HISTÓRIA DA MÃE DE ARLINDO
Em pleno combate, três brasileiros do 11º Regimento de Infantaria se destacaram pelo seu heroísmo. Não se sabe o que houve. O testemunho de sua bravura foi encontrado numa cruz que o inimigo deixou sobre a sepultura deles com a inscrição em alemão: “DREI BRASILIANISCHE HELDEN”
AQUI JAZEM TRÊS HERÓIS BRASILEIROS.
São eles: Geraldo Baeta da Cruz, Arlindo Lúcio da Silva e Geraldo Rodrigues de Souza.
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Placa comemorativa no 11º BI Mth |
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Crédito pela imagem: Pedro Paulo Torga da Silva |
RETORNO TRIUNFANTE DA FEB
Quando o Regimento voltou a São João, toda a população, em festa, foi para as ruas. Armou-se um Arco do Triunfo!
Lá do morro, conhecido como Morro da Forca, viera uma senhora, muito pobre e que sobrevivia lavando roupas dos soldados - efetivo de guerra... Com lágrimas no rosto, aquela mulher pobre ficara louca! Tudo o que ela sabia fazer era mostrar o retrato do seu único filho.
Viúva, ela vira seu filho, o ARLINDO, partir para a guerra. Ao saber que ele estava morto, a punhalada foi forte demais para seu solitário coração materno: ficou louca!
O que essa mãe nunca soube é que seu filho ARLINDO é um dos três brasileiros que o próprio inimigo chamou de HERÓI!
Uma banda heavy metal sueca, Sabaton, há alguns anos, prestou homenagem aos Três Heróis Brasileiros. Caso o leitor queira ouvi-la na sua bela página musical, eis o vídeo no YouTube, intitulado Sabaton - Smoking Snakes (legendado).
Link: https://www.youtube.com/watch?v=1M7sUCElJK0
sexta-feira, 7 de maio de 2021
A PRESENÇA DO HOMEM DE BEM
Há 1806 anos, partia deste mundo Tito Flávio Clemente, conhecido como "Clemente de Alexandria", grego, natural da cidade de Atenas, vindo ao mundo no ano de 150, formou-se na Escola Catequética de Alexandria. Aos 65 anos, em 215, na cidade de Jerusalém, entregou sua alma ao Senhor. Clemente foi fecundo escritor, apologista e teólogo.
Sua visão sobre a verdade na filosofia grega iluminada pela Verdade, que é Cristo Jesus, nos envolve. São Clemente de Alexandria nos diz cristalina verdade:
“A presença do homem de bem, pelo respeito que inspira, torna sempre melhor quem com ele convive...”.
Impõe-se, pois, outra verdade inelutavelmente decorrente desta que ilumina este discurso: quem não é pessoa de bem torna pior, sempre, o outro que com ele convive, destrói o homem e o mundo. Antigo compêndio de Estudo de Problemas Brasileiros afirma que, se existir ateu honesto, estaremos diante de um feliz paradoxo!
A mídia tem revelado ser retumbante verdade as afirmações de São Clemente e do Compêndio!
O Santo Evangelho, desta data, nos faz ouvir as Palavras do Senhor Jesus nos ensinando:
“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos... Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça...”.
Sim, nós não seguimos uma filosofia, nós seguimos uma pessoa: Jesus Cristo.
Há muitos anos, no dia 11 de fevereiro de 1984, o Papa João Paulo II deu ao mundo a Carta Apostólica “Salvici Doloris", o Valor do Sofrimento Humano. Esse documento papal ficou conhecido como o Evangelho do Sofrimento! Tenho-o na minha biblioteca. Nestes dias de pandemia, a dor, o sofrimento, a morte ficaram cruelmente presentes na civilização, no mundo, no Brasil! O caríssimo leitor, ao meditar o Santo Evangelho e a Salvici Doloris de João Paulo II, há de concluir que, realmente, neste Vale de Lágrimas, o Espírito Santo é quem nos dá forças para sermos pessoas de bem. Como se costuma dizer, o Espírito Santo suscita pessoas de bem que fazem a diferença! É também o Divino Espírito Santo quem nos dá o dom do discernimento para conseguirmos separar o joio do trigo: há muitos lobos com pele de ovelha para nos causar males, confundir nossas convicções cristãs, macular nossas famílias! Na linha de frente dos arautos das trevas para combater a civilização cristã, creio, estão alguns programas de televisão, mormente, as encantadoras novelas que teriam elevadíssimo IBOPE nas famosas e pecadoras cidades punidas por Deus, com total destruição: Sodoma e Gomorra!
Jesus Cristo escolheu o caríssimo leitor para dar fruto e fruto perene! Ser homem, ser pessoa de bem, ser amigo! Como há falta de amigos verdadeiros na ótica cristã! Sobretudo na hora da dificuldade, os falsos amigos se vão: eram só de aparência para os momentos de alegria! Por quê admirar? Na Cruz, Cristo Jesus, Verdadeiro amigo que deu a vida pelos amigos, ficou isolado, sozinho...
Que o Divino Espírito Santo suscite, mais e mais, pessoas de bem no querido Brasil, isto é, pessoas que amem a Deus, à Pátria e à Família: o homem de bem evocado, há mais de 1800 anos, pelo sábio e santo Clemente de Alexandria!
À noite ou nos momentos de silêncio ao longo do dia, quanta paz ouvir na alma as Palavras de Cristo Jesus:
“FUI EU QUE VOS ESCOLHI... PARA QUE DEIS FRUTOS E O VOSSO FRUTO PERMANEÇA!” (perícope do Evangelho segundo São João, 15, 12-17, desta data)
sábado, 1 de maio de 2021
MÊS DE MAIO NOS LEMBRA MONSENHOR ALMIR DE REZENDE AQUINO (1917-2001)
Quando se inicia o mês de Maio em São João del-Rei, os da velha guarda, comovidos, lembramo-nos com muito carinho e saudade de Monsenhor ALMIR DE REZENDE AQUINO, querido pároco da então Matriz de Nossa Senhora do Pilar de sua terra natal de 4/4/1948 a 13/1/1967.
Relembra José Lourenço Parreira, no seu Evangelho Cotidiano de hoje (1º de maio):
“Circundada por montanhas e cortada ao meio pelo lendário Córrego do Lenheiro, São João del-Rei conhece, em maio, as fortes neblinas e baixa temperatura. Lembro-me, criança com pouco mais de 8 anos, ao lado de minha saudosa irmã, Luzia, que de manhã cedinho, cinco horas ou cinco e meia, saía da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, a procissão cantando a Ladainha de Nossa Senhora em latim. Ao retornarmos, assistíamos a Santa Missa, também, em latim. (...)”
No Ano Nacional Mariano de 2017, celebrando o 3º Centenário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Paróquia da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar da Diocese de São João del-Rei houve por bem, dentro da programação das solenidades da Semana Santa de 2017, nos seguintes termos, prestar
“homenagem ao Revmo. Sr. Monsenhor Almir de Resende Aquino, na passagem dos 100 anos de seu nascimento; grande promotor da solenidade da Semana Santa, destacando-se seu zelo e admiração pelas nossas mais solenes tradições locais, quando Pároco da então "Matriz do Pilar", de 1948 a 1967.
Descanse em paz!”
Se estivesse entre nós, Monsenhor Almir teria completado 104 anos no dia 24 de fevereiro de 2021. Em nome dos historiadores e pesquisadores quero dizer que reverenciamos a memória desse ilustre são-joanense que tantas benemerências trouxe ao arquivo paroquial e à cidade de São João del-Rei.
Em 12 de outubro de 1951, o pároco da então Matriz de Nossa Senhora do Pilar conseguiu a declaração pontifícia de Nossa Senhora do Pilar como Padroeira canônica e litúrgica da primeira Matriz e primeira Paróquia da cidade e do Município de São João del-Rei. (...)
[CINTRA, 1982, 29] em 12/01/1954 registra ter sido exarado "Breve Pontifício delegando faculdade ao Arcebispo de Mariana para coroar a imagem de N. Sra. do Pilar em nome e com autorização de S. Santidade Pio XII."
No dia 10/10/1954, dia da festa da Coroação Pontifícia de Nossa Senhora do Pilar, concluído o Pontifical, D. Helvécio, em nome e com autoridade de Pio XII, impõe a coroa de ouro na citada imagem, principal padroeira da Cidade e do Município de S. João del-Rei, por força do Breve Pontifício de 26/1/1951.
“Foi o Monsenhor Almir que, em 1954, pediu autorização ao então Papa Pio XII para coroar a imagem de Nossa Senhora do Pilar em nome dele. O Papa nomeou como seu representante Dom Helvécio Gomes de Oliveira, na época arcebispo de Mariana, que coroou a imagem”,
relembra comovido o atual pároco Pe. Geraldo Magela da Silva em entrevista concedida ao jornal local Gazeta de São João del-Rei.
É importante destacar que a Diocese de São João del-Rei só foi instalada a 6 de novembro de 1960, ocasião em que a antiga Matriz (de Nossa Senhora do Pilar) foi elevada à condição de Catedral, tendo na mesma data sido conferida posse canônica a Dom Delfim Ribeiro Guedes, primeiro bispo da Diocese de São João del-Rei, tendo o Cônego Almir, na qualidade de secretário ad-hoc, redigido a ata referente a essa cerimônia.
A 9/2/1963, o Papa João XXIII confere ao Cônego são-joanense Almir de Rezende Aquino, pároco de Nossa Senhora do Pilar, o título de monsenhor, por ter sido um dos maiores batalhadores em prol da Coroação Pontifícia da imagem da Virgem do Pilar e da criação da Diocese de S. João del-Rei.
Ainda, nos últimos tempos como pároco da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, Monsenhor Almir, tomado pela devoção à Virgem do Pilar, teve a ideia de remodelar o entorno da capela do Senhor do Bonfim, erigindo lá no alto da colina um altíssimo pilar encimado com a imagem da padroeira da cidade e do Município de São João del-Rei, concretizado em 2 de janeiro de 1967 e bento por seu idealizador no dia 12 de outubro do mesmo ano.
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Pilar com a imagem de Nossa Senhora do Pilar, padroeira da cidade e do Município de São João del-Rei, elevado no dia 02/01/1967 e inaugurado em 12/10/1967 pelo Monsenhor Almir de Resende Aquino |
Finalmente se devem a Monsenhor Almir a restauração e conservação dos preciosos arquivos da Matriz do Pilar, cujos livros e registros guardam elementos importantíssimos para a história de Minas Gerais e de S. João del-Rei.
III. NOTA EXPLICATIVA
III. BIBLIOGRAFIA