ÁUREO Macedo Bringel Viveiros de MELLO nasceu em 15 de junho de 1924, em Santo Antônio do Madeira-MT. Filho de Hugo Viveiros de Mello, maranhense e Elvira Bringel de Mello, cearense. Estudou as primeiras letras em Guajará-Mirim e depois foi morar com a família em Santa Fé, às margens do rio Guaporé. Dali, regressou à Porto Velho e, desta cidade, à Manaus, onde cursou o primário no Grupo Escolar Cônego Azevedo, o secundário e o pré-jurídico no Colégio Dom Bosco e o de Direito na Faculdade de Direito do Amazonas.
Jornalista profissional desde os treze anos, iniciou com uma coluna chamada "Luva de Seda", no Diário da Tarde, de Manaus. Dali, passou a editorialista no jornal de Agnaldo Archer Pinto. Em seguida, foi redator secretário e locutor da Rádio Baré, ambos dos Diários Associados do Amazonas.
Dentre as instituições culturais a que pertenceu, citamos as seguintes: Membro da Academia de Letras de Brasília, Secretário Geral do Sindicato dos Escritores de Brasília, Vice-Presidente da Casa do Poeta Brasileiro (POÉBRAS)-Seção de Brasília-DF, Secretário Geral da Associação de Letras e Música, de Brasília, Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Brasília, membro da Associação de Procuradores Federais do Brasil, representante da União Brasileira de Escritores, em Brasília.
ATUAÇÃO PARLAMENTAR NO SENADO E NA CÂMARA
Eleito Deputado Estadual aos vinte e dois anos, reeleito no quatriênio seguinte, eleito Deputado Federal mais quatro anos depois, sempre pelo PTB, exercendo este último mandato no Rio de Janeiro. Em 1959, foi nomeado Procurador do INIC, hoje INCRA, exercendo este cargo também em Brasília, depois de ter cumprido, ali, o mandato de Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, de 1964 a 1967. Eleito Senador pelo Amazonas tomou parte na Constituinte de 1988, concluindo seu mandato em 1995. Tendo ingressado no PRN foi um dos componentes da chamada "tropa de choque" que defendeu o Presidente Collor das acusações que lhe foram formuladas e que culminaram com a cassação do seu mandato, ao lado de Ney Maranhão e Odacir Soares. Aposentado como Procurador e tendo exercido ao todo vinte e quatro anos de mandatos parlamentares, dedica-se hoje à Literatura, tendo publicado livros de prosa e poesia, além de estudos de Direito Agrário e os seus Discursos Parlamentares do tempo em que esteve no Senado.
Proposições e Emendas da autoria de Aureo Mello: Proposição visando punir com elevada multa os pais ou responsáveis pela colocação de nomes ridículos ou humilhantes em qualquer pessoa; Proposição que permite o uso dos elevadores sociais pelas empregadas domésticas, desde que decentemente trajadas; Emenda estabelecendo bondinhos, plano inclinado (charriots) e esteiras rolantes para todos os morros de alta densidade demográfica do Rio de Janeiro.
Leis mais famosas de autoria de Áureo Mello: a que mudou o nome do Guaporé para Rondônia; a que permite o cônjuge funcionário federal ou autárquico ser lotado na mesma cidade aonde o outro cônjuge foi lotado; a que isenta de qualquer tipo de pagamento o material importado ou adquirido para combater incêndios em todo o território nacional; a que restabeleceu a existência do INCRA, que havia sido suprimido e incorporado ao Ministério da Agricultura; a que criou os Estados de Alto Rio Negro e do Solimões, desmembrados do Estado do Amazonas, tornando órgãos federais; a que criou a administração do arquipélago das Anavilhanas, no Rio Negro; a que regulamentou a atividade de Procuradores autárquicos de todo o país; a do sepultamento das cabeças de Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros que estavam expostas no Instituto Nina Rodrigues, da Bahia; a que estabelece a dublagem para o português de todos os filmes estrangeiros por ventura exibidos no país, exceto em cinemas de arte; a que criou o Palácio da Cultura em Brasília para abrigar todas as instituições culturais não-oficiais da capital federal.
PRODUÇÃO LITERÁRIA
Publicou, entre outros, os livros: Luzes tristes (1945), Claro-escuro (1948), Presença do estudante Inhuc Cambaxirra, As aureonaves (1985), Inspiração em três tomos (1989), O muito bom sozinho (2000), Como se eu fosse um cantador (1999), Onde está Gepeto? (1999), Heliotrópios adamantinos lácteos: suco de estrelas (2004).
Áureo Mello e Francisco Braga, gerente deste Blog de São João del-Rei, na Casa do Poeta |
Áureo Mello, mais jovem admiradora e Léa Sayão, filha de Bernardo Sayão |
Áureo Mello com intelectuais de Brasília, ladeado por Stela Rodopoulos à direita, e, à esquerda, Ofir Comini, filha do escritor Agripa de Vasconcelos, e pianista Neuza França |
Escrevi em "Vivas a Léa Sayão", no Blog do Braga, em 1º de agosto de 2015:
"(...) Tínhamos grande afinidade em virtude de ser ele natural de Santo Antônio do Madeira (MT), mas ter vivido boa parte de sua vida no Amazonas e eu ter servido o governo de Rondônia em 1987 na condição de secretário-adjunto da Fazenda, no governo do amigo comum, governador Jerônimo Santana, o "Bengala", que ele então apoiava. Além disso, tínhamos outro amigo comum, o Deputado José Barbosa, figura pitoresca e original, residente em Nova Friburgo-RJ, poeta como ele.
Anos mais tarde, em nossas alegres reuniões da Casa do Poeta Brasileiro (Poébras) - Seção de Brasília-DF em que ele atuara como sócio-fundador e então seu vice-presidente, costumávamos pedir-lhe que declamasse "aquele" seu longo poema. Estou a vê-lo ainda enchendo de lágrimas os nossos olhos, declamando sua "Poesia da Enchente". Faleceu em 21/01/2015, deixando em todos enorme saudade, desapontado com o monopólio estatal da Petrobrás, que ele, como "intimorato defensor da grande causa nacional", tanto ajudara a firmar, hoje "desfigurada pela corrupção mais espantosa" e vergonha nacional. (...)"
2 comentários:
Tive o prazer de conhecer o Senador e escritor ÁUREO MELLO em 1987 na companhia do Deputado José Barbosa, natural de Cajuru-SP, quando trabalhávamos para a Administração de Rondônia, dirigida pelo governador Jerônimo Santana, o "Bengala", natural de Jataí-GO. Em nossas reuniões, sempre mostrava vivo interesse em nosso trabalho, pois era um dos apoiadores do governador e amigo pessoal de José Barbosa.
Mais tarde, Áureo e eu víamo-nos com frequência na "Casa do Poeta Brasileiro-Seção de Brasília-DF", da qual era sócio-fundador e seu vice-presidente. Naquelas alegres reuniões, costumávamos pedir-lhe que declamasse "aquele" seu longo poema. Estou ainda a vê-lo enchendo de lágrimas os nossos olhos, declamando sua "POESIA DA ENCHENTE".
Áureo Mello faleceu em 21/01/2015, deixando-nos com enorme saudade.
Em abril de 2010, o escritor Gustavo Dourado homenageou-o em seu livro Brasília 5.0 - Antologia de Cordel, destacando em cordel, nesse seu trabalho primoroso, a figura de Áureo Mello nas letras nacionais.
Caro leitor,
Receba, portanto, esta homenagem que também o Blog de São João del-Rei presta a esse grande poeta amazônida.
Breve biografia do escritor ÁUREO MELLO
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2021/05/colaborador-aureo-mello.html
POESIA DA ENCHENTE, acompanhada de minha breve análise literária
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2021/05/a-poesia-da-enchente.html
Cordial abraço,
Francisco José dos Santos Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Meu caro Braga, conheci e convivi com Áureo Mello, pessoa simples, amiga, generosa, poeta e intelectual de grande sensibilidade, um agitador cultural, uma personalidade amazônida. Dois grandes feitos dos quais você não se lembrou de registrar sobre o parlamentar. O primeiro, tive a honra e privilégio de assessorá-lo no Senado, na Comissão do Distrito Federal: o projeto de lei que denominou TEATRO NACIONAL CLAUDIO SANTORO, do Senador Maurício Correia, ideia minha, eu que fui amigo e divulgador da obra de um dos gênios da Música Universal no Século XX, professor, compositor e maestro, também amazônida. Santoro e Villa-Lobos, de quem foi spalla e amigo, são os dois maiores artistas da Música do Brasil. Assessorei Maurício Correia na elaboração da proposta e, depois, Áureo Mello, relator da matéria, que, aprovada, se transformou em lei e hoje é uma realidade: TEATRO NACIONAL CLAUDIO SANTORA. O segundo feito do Senador Áureo Mello: dentro da sua cota pessoal, de que dispunha como parlamentar na Gráfica do Senado, mandou editar uma dos livros de memória biográfica e política mais importantes E primorosos da bibliografia nacional, "O boi e o padre", do erudito e brilhante Brígido Tinoco, várias vezes Deputado Federal pelo RJ e Ministro de Estado da Educação e Cultura, do Governo Jânio Quadros. Brígido foi meu professor na Faculdade de Direito da UFF. Era um notabilíssimo jurista, escritor, poeta, intelectual de primeira grandeza, premiado pela ABL. Parabéns por registrar, no seu prestigioso blog, a terna figura de Áureo Mello. Abr Marcelo Câmara (www.ilhaverde.net)
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