Por Francisco José dos Santos Braga
José Murilo de Carvalho (1939-2023) |
JOSÉ MURILO DE CARVALHO foi um cientista político e historiador mineiro, membro da Academia Brasileira de Letras, de 2004 a 2023.
Foi o sexto ocupante da cadeira 5 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 11 de março de 2004 na sucessão de Rachel de Queiroz. Foi recepcionado em 10 de setembro de 2004 pelo acadêmico Affonso Arinos de Mello Franco.
A partir da investigação inicial sobre o Império, José Murilo de Carvalho expandiu sua investigação para as relações cidadãs no Brasil, de que resultou, entre inúmeras publicações relevantes, o livro "A construção da cidadania no Brasil", publicado pela Civilização Brasileira e com o qual conquistou o prêmio Casa de las Americas em 2004. Na sua opinião, “o cidadão vota racionalmente, mas preso ao mundo da necessidade". E acrescenta: "É um voto que tem limitações decorrentes da desigualdade social”, "há uma questão de dependência do Estado”.
Em 2022, Murilo se desencantara com o seu país: "O Brasil não será um grande país. Não há nada a celebrar nos 200 anos da Independência..."
Recebeu os seguintes prêmios: de melhor livro em ciências sociais de 1987 da ANPOCS por seu livro Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987; e o Prêmio Jabuti, em duas ocasiões: em 1991 por sua obra A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990 e em 2008, com Dom Pedro II: ser ou não ser.
Dentre suas muitas obras, vale lembrar que escreveu ainda os seguintes livros:
A construção da ordem: a elite política imperial. Rio de Janeiro: Campus, 1980; Cidadania no Brasil: O longo caminho. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2001; Dom Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007; Nação e cidadania no Império: novos horizontes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007; Histórias que a Cecília contava. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008; A Academia Brasileira de Letras, subsídios para sua história (1940-2008). Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2009; O Pecado Original da República. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2017.
Eis o depoimento de Arnaldo Niskier sobre José Murilo de Carvalho, seu colega de ABL: "Sou testemunha do quanto o acadêmico José Murilo de Carvalho trabalhou pela cultura do nosso país, como historiador excepcional que foi, mas também no âmbito da Academia Brasileira de Letras, o quanto ele coordenou, com paixão, o nosso arquivo.
Ele deu vida ao arquivo da Academia Brasileira de Letras e, sempre presente, emprestou o brilho da sua inteligência e da sua cultura à casa de Machado de Assis. Nós estamos sofrendo muito a perda dele: ele na verdade é insubstituível."
4 comentários:
Prezad@,
Este Blog de São João del-Rei ficou mais rico com fotos e texto sobre a missa campal de ação de graças pela abolição da escravatura no Brasil, celebrada quatro dias depois da sanção da Princesa Isabel (13/05/1888). No registro fotográfico de Antônio Luiz Ferreira, um fato curioso: bem ali, perto da Princesa Isabel, uma pesquisadora descobriu a imagem de MACHADO DE ASSIS. A identificação do escritor brasileiro, cuja presença está agora confirmada na foto, dá um destaque especial ao documento histórico que agora se reveste da maior importância.
O historiador mineiro JOSÉ MURILO DE CARVALHO, certo do uso da fotografia como documento de pesquisa, tece sobre essa descoberta uma saborosa e fina crônica.
TEXTO DA CRÔNICA
Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2023/08/machado-de-assis-vai-missa.html 👈
BREVE BIOGRAFIA DO AUTOR
Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2023/08/colaborador-jose-murilo-de-carvalho.html 👈
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Mas a esquerda ignorante quer desconstruir o Machado, porque seria um negro "embranquecido".
Gostam do Zumbi, negro e gay.
Tristes tempos.
Abs.
Francisco,
Bom dia e Bom fim de semana;
não consigo ter acesso ao texto integral de José Murilo de Carvalho.
Logo que possível, agradeço o favor de me enviar.
Tudo o que é Machado e sobre Machado interessa – me muito.
Abraço grato do António Valdemar
Caro professor Braga
Sintomático que a Abolição tenha sido pouco registrada em termos de documentação fotográfica ? Sem dúvida uma Causa Popular para a qual o nosso maior escritor teve a grande sensibilidade de anotar "o único dia de delírio público" que lembra ter visto. Até compareceu à missa; por Deus!
Excelente texto de Murilo de Carvalho!
Saudações!
Cupertino
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