Por Frei Fabiano Aguilar Satler, o.f.m.
“A irmã morte não é um tema que agrade a Frei Joel. Seus confrades, sabedores disso, sempre o provocam com temas ligados à morte, para que ele ponha fim ao assunto com o seu convite clássico: "Vamos falar de flores?" A exceção nesse assunto ocorre quando ele se refere ao carinho que nutre em relação ao Ofício Divino das Comunidades, tratado como um filho querido. Ele afirma que, no seu sepultamento, deseja ter, entre suas mãos, essa obra singular.”
Esta é uma homenagem que o Blog de São João del-Rei, através de seu gerente, o pianista Francisco Braga, presta ao maestro e organista Frei Joel Postma (8/3/1929-30/10/2024) pela dedicação de toda a sua vida à música litúrgica.
CNBB agradece ao legado de frei Joel Postma em publicação de 30/10/2024 |
Prelúdio
No dia 8 de março de 1929 nascia Frederik Otto Postma em Haia, Holanda. (...)
Era o 3º filho da Sra. Foekje Tienstra com seu segundo esposo, André Postma, oficial de polícia em Haia. Em um tempo em que a religião era um forte identificador social, o lar do Sr. André Postma e da Sra. Foekje Tienstra não fugia a essa regra: era o típico lar de uma família de tradição católica. Desse ambiente familiar católico, três filhos do casal trilharam o caminho da Vida Religiosa Consagrada. O primeiro filho do segundo casamento da Sra. Foekje, Jan, frequentou o noviciado dos Padres Brancos (Sociedade dos Missionários da África). Após deixar o noviciado, foi ordenado padre diocesano na Diocese de Nelson, próxima a Vancouver, Canadá. Deixou o ministério e casou-se com uma sul-coreana. Outro irmão, Otto Johannes, seguiu os passos de Frederik: ingressou na vida franciscana: foi missionário no Paquistão; fundou um semi-internato para filhos de famílias católicas pobres, cujos pais eram quase sempre, sweepers (varredores de rua), e faleceu no dia da invasão americana no Afeganistão, em 7 de outubro de 2001. (...)
Primeiro movimento: formação franciscana e musical
Além do ambiente familiar religioso, o menino recebeu em sua casa a influência e a presença de seu tio-avô paterno, Frei Columbanus Postma, o.f.m., muito importantes para o despertar de sua vocação para a vida franciscana. Frei Columbanus foi missionário na China e, após a Revolução Comunista de Mao Tsé Tung, em 1949, passou a trabalhar na Indonésia, onde faleceu. Após desejo manifesto pela vida franciscana, os pais de Frederik acompanharam-no, para um primeiro contato com o Seminário Menor Franciscano São Willibrordus, em Katwijk, próximo a Haia. (...)
O adolescente, nessa altura com 13 anos, iniciou seus estudos no Seminário Franciscano, que estava funcionando provisoriamente em Haia. (...)
No dia 7 de setembro de 1949, com 20 anos, e juntamente com outros 29 candidatos, ingressou no noviciado franciscano em Vlodrop e recebeu o nome pelo qual se tornou conhecido: Frei Joel. No dia 8 de setembro de 1950 professou os primeiros votos. Após o noviciado, ele foi cursar Filosofia em Venray, seguida de dois anos de estudos de Teologia em La Verna e os dois últimos anos em Weert. Depois de sua profissão solene em 8 de setembro de 1954, foi ordenado presbítero no dia 11 de março de 1956 em Weert, por Dom Guillaume Lemmens (1884-1960), bispo de Roermond. (...)
Juntamente com a sua formação para a vida franciscana, Frei Joel teve sua iniciação em música ainda na casa de seus pais, no piano de sua irmã mais velha, Antônia. Tocava o piano dela "de ouvido". Somente em 1948, último ano do seminário menor, começou a tocar utilizando partitura. Um dos frades do seminário menor, Frei Engelmundus Beker, iniciou Frei Joel na arte da escrita e da leitura da gramática musical. As aulas prosseguiram durante o noviciado, sobretudo para acompanhamento do canto gregoriano, e tiveram continuidade durante os estudos de Filosofia e Teologia.
Por coincidência ou pela providência divina, Frei Odulfo van der Vat (1900-1966), que viera para o Brasil em 1932, regressou a Holanda em 1947, lá permanecendo até 1958, para tratamento de saúde. Durante esse período, exerceu a função de Secretário das Missões Franciscanas e, antes de voltar ao Brasil, foi nomeado lente do Teologado em Divinópolis.
Este, conhecedor do talento musical do jovem Frei Joel, indicou-o ao Ministro Provincial para que ele fosse para o Brasil atuar como mestre de canto em Divinópolis. Convite aceito, Frei Joel tratou de preparar-se, da melhor forma possível, para a missão que lhe fora confiada. Após sua ordenação presbiteral, em 1956, e durante 3 anos (1957-1959), Frei Joel estudou no conceituado Instituto Holandês para Música Sacra, em Utrecht. Nesse instituto, fundado por um franciscano, Frei Joel teve como professores: de órgão, Albert de Klerk (1917-1998); de harmonia, Herman Strategier (1912-1988) e de piano, Job Wilderbeek. Os dois primeiros anos foram cursados em regime de internato no Instituto e, no terceiro ano, Frei Joel residiu no convento dos frades perto da mesma instituição. Findos os 3 anos de curso, Frei Joel partiu, finalmente, para a missão para a qual fora indicado 4 anos antes.
Segundo movimento: Terra Brasilis
Em outubro de 1959, Frei Joel e outros 5 frades embarcaram de navio para o Brasil, entre os quais se achavam os Freis Eliseu Tijdink e Rufino Peeters (1899-1986), este fumante de cachimbo. Frei Joel trazia na sua bagagem um clavicórdio, feito especialmente para ele por um amigo, e um gravador Philips de rolo, presente de seu pai. Esse instrumento musical foi utilizado mais tarde por ele para compor, a cantata O Peregrino de Assis, sua obra mais conhecida.
Dezessete dias depois de deixar a Holanda, o navio aportou no Rio de Janeiro e os freis se dirigiram à Província Santa Cruz no bairro Cascadura. Logo em seguida, Frei Joel viajou para Divinópolis, seu destino no Brasil, ali permanecendo do fim do ano de 1959 até abril de 1964.
Chegando a Divinópolis, a primeira tarefa confiada a ele foi substituir Frei Paulino Bouwmeester na função de mestre de canto dos frades estudantes de Teologia. Havia nesse tempo muitos clérigos na cidade e alguns deles eram holandeses, a saber: Frei Diogo Reesink, Frei Justino Burgers, Frei Tiago Kamps, Frei Ronald Zwinkels, Frei Paciano van Schaik, Frei Cornélio van Velzen, Frei Eliseu Tijdink e Frei Lourenço Tollenaar.
Os primeiros meses foram dedicados ao aprendizado da língua portuguesa, iniciado ainda em Utrecht, durante o último ano no Instituto, onde teve a oportunidade de estudar a gramática da língua portuguesa. Mas falar e compreender o que é dito numa língua, requer mais do que a gramática da língua. Esse aprendizado foi possibilitado por meio de um dos trabalhos confiados a Frei Joel: dirigir o Coral dos Meninos Cantores da Cruz de São Damião, criado por Frei Paulino, que atuava nas Missas e festas do Santuário Santo Antônio. Com as crianças e adolescentes desse coral, o aprendizado do português tornou-se mais fácil para o novo mestre de música. Simultaneamente, Frei Joel foi auxiliado por uma professora de uma escola pública local.
Em Divinópolis, realizou uma proeza que o tornou muito conhecido na ocasião: a gravação dos salmos do jesuíta Pe. Joseph Gelineau (1920-2008), em português. Frei Joel tivera contato com o trabalho do Pe. Gelineau ainda durante seus estudos no Instituto. No Brasil, o cônego Amaro Cavalcanti de Albuquerque, da Arquidiocese do Rio de Janeiro e Presidente da Comissão Nacional de Música Sacra, havia publicado uma pequena brochura com uma seleção das composições do Pe. Gelineau, com a letra dos salmos e dos cânticos traduzidos e metrificados para o português. De posse desse material e de seu bom gravador Philips de rolo, as versões para o português do Cônego Amaro foram sendo gravadas por Frei Joel em Divinópolis. Para essa tarefa de gravações artesanal, feitas na sala do coral da paróquia e no coro do Santuário, pois não havia estúdios à disposição, contou com os diferentes corais à sua disposição: Coral dos Meninos Cantores da Cruz de São Damião, Coral do Santuário Santo Antônio, Coro dos Frades Franciscanos, e algumas gravações foram executadas em modo solo por ele próprio. Esse trabalho perdurou ao longo de 1962 até 1963. Com a gravação em mãos, Frei Joel e Frei Eliseu, foram ao Rio de Janeiro apresentá-la ao Cônego Amaro, que se surpreendeu com a qualidade da obra e autorizou, prontamente, a divulgação da gravação. A prensagem dos dois LPs dessas gravações ficou a cargo da gravadora RCA Eletrônica Brasileira, de São Paulo. A divulgação foi feita pelo Instituto de Catequese da Província Santa Cruz, o Informac-Catequista, em Belo Horizonte.
Esses dois LPs foram pioneiros no seu segmento de música litúrgica em língua vernácula. A gravação recebeu uma acolhida vibrante. Toda uma geração de religiosos, religiosas e seminaristas, acostumada a cantar gregoriano em latim, podia, finalmente, cantar música litúrgica de qualidade na sua própria língua. Com justiça, Pe. Joseph Gelineau pode ser chamado o patriarca da música sacra conciliar, em vernáculo, com a colaboração de Frei Joel.
A gravação desses salmos e cânticos proporcionou a Frei Joel o reconhecimento do seu talento e sua sensibilidade na área da música litúrgica e religiosa. Ele passou a ser convidado por Cônego Amaro Cavalcanti para assessorar os Cursos de Canto Pastoral, que ocorriam nas diferentes regiões brasileiras. Em função disso, aconteceu o início da sua projeção na Igreja do Brasil.
Em 2011, a Paulus Música lançou uma versão em CD dos 2 LPs originais, com uma gravação profissional executada pelo Coral Voz Ativa Madrigal. O motivo principal para essa regravação foi o uso da tradução atualizada e oficial dos salmos usados nos livros litúrgicos da Igreja no Brasil. (...)
Cantata Peregrino de Assis
No início de 1963, com a transferência de Frei Davi Ruigt para Belo Horizonte, o Seminário Seráfico, em Santos Dumont-MG, ficou sem o professor de música. Frei Joel Postma pediu, então, ao Ministro Provincial Frei Jerônimo Jansen (1917-2000) transferência para Santos Dumont. A transferência, autorizada e publicada em 8 de abril de 1964, foi efetivada pouco depois. (...)
Ao chegar a Santos Dumont, a primeira tarefa de Frei Joel foi assumir, de maneira provisória e emergencial, o cuidado pastoral da paróquia, para o qual não estava preparado. Nessa tarefa, foi auxiliado por Frei Pedro Schretlen (1896-1972), que residia em Ubá. Com a nomeação de Frei Jorge para a paróquia, Frei Joel pôde, finalmente, passar a residir no Seminário Seráfico e dedicar-se ao trabalho para o qual fora originalmente designado nessa cidade.
O Seminário Seráfico (seminário menor) em Santos Dumont contava, nessa altura, com cerca de 120 meninos, distribuídos no curso ginasial (4 anos) e curso médio (3 anos). Para o maestro e músico, a presença dessa faixa etária de meninos era oportuna: tinha à disposição os principais tipos de vozes dentro do Seminário, sem precisar recorrer a pessoas de fora. Foi uma época de muita vibração musical e cultura, reflexo do que ocorria na Igreja de uma maneira geral. Nessa altura, alguns frades já se aventuravam a andar sem o hábito religioso.
Frei Joel teve o apoio, durante a execução do trabalho dele, de Frei Justino (1932-2016) e Frei Patrício (1931-2016) Nessa altura, o coral do seminário fez um tour de apresentações em cidades próximas, cantando exclusivamente músicas religiosas compostas pelo Pe. Jocy Rodrigues, posteriormente publicadas em 3 volumes, sob o título Evangelho em Ritmo Brasileiro. Os dois primeiros volumes foram publicados pela Seção Brasileira da Universa Laus, em 1967, e o terceiro, pelas Edições Paulinas, em 1971.
O primeiro contato de Frei Joel com Pe. Jocy ocorreu em um encontro de liturgia, no Rio de Janeiro, onde Pe. Jocy apresentou a Frei Joel uma brochura manuscrita com suas composições, posteriormente publicadas pelas Edições Paulinas. Reconhecendo imediatamente a qualidade das composições, durante a noite e com a autorização do Pe. Jocy, Frei Joel copiou, à mão, todas elas. Essas partituras manuscritas, antes da edição impressa, foram utilizadas pelo coral do Seminário.
É desse período, em Santos Dumont, a primeira e, talvez, a mais significativa composição de Frei Joel: a cantata O Peregrino de Assis. O motivo da sua composição foi a comemoração dos 25 anos do Seminário Seráfico, celebrados em 1966. A iniciativa de verter a cantata francesa Le Pélerin d'Assise para o português ocorreu no ano anterior ao jubileu, em 1965.
O texto da cantata é de autoria do teatrólogo francês Léon Chancerel (1886-1965).
Teatrólogo francês, Léon preocupou-se com a renovação da arte teatral por meio da formação da juventude. Já no final da sua vida, fundou e presidiu a ASSITEJ (Association des Amis du Théâtre pour l'Enfance et pour la Jeunesse). Viajou pela Itália, o que o inspirou a escrever O Peregrino de Assis, texto poético que narra a experiência custosa de um poeta, perdido na vida, que se reencontrou em Assis.
O ponto de partida para a versão em português foi o LP Messire François, com músicas compostas pelo suíço Pierre Kaelin. Frei Urbano Plentz (1931-2000) encarregou-se de traduzir o texto poético para o português. À medida que Frei Joel ia compondo as músicas, elas eram apresentadas à sua amiga e também maestrina Maria Alice de Azevedo Sad, que foi a primeira pianista a executar a cantata junto com o coral, formado exclusivamente por alunos do Seminário Seráfico. Da composição original de Pierre Kaelin, foi aproveitada apenas a melodia do refrão da canção "Água Fresca". A primeira melodia para a canção de abertura - "Embaixada do Desesperado" -, composta por Frei Joel, era, originalmente, mais sóbria. Depois, inspirado pelo ritmo vibrante e imperativo da música "Vem, vem, Senhor Jesus, vem! Vem, bem-amado, Senhor!", de Pe. Geraldo Leite, foi composta uma segunda melodia, de tom e ritmo mais brasileiro, que prevaleceu sobre a primeira. A mudança atendia a uma característica forte desse período: a "inculturação".
O resultado foi muito fluido pela qualidade do texto original de Léon Chancerel e pela tradução primorosa de Frei Urbano Plentz, que conseguiu preservar a densidade poética do texto original. Trata-se daquela feliz união entre a poesia do texto com a poesia das notas musicais. Esse mesmo resultado não foi possível de ser obtido com uma segunda cantata, composta em parceria com o mesmo Frei Urbano, um ano depois, em 1967: "Francisco, Jogral de Deus". O texto, de autoria do próprio Frei Urbano, não dispunha do lirismo poético da cantata de Léon Chancerel.
A cantata é dividida em três atos, intercalando declamação, canto e breves solos instrumentais. Inicia-se com uma vigorosa e alegre saudação aos presentes e introduz o seu protagonista, Francisco de Assis, com quem o autor sente-se profundamente identificado e irmanado. Pelos olhos de Francisco, o autor irmana-se com as paisagens da Toscana, de Siena e do Brasil. Percorre o pequeno jardim de Clara em São Damião e prova da água do fontanário em Assis. Entretanto, toda alegria rasa é efêmera. Das alturas do êxtase inicial, o peregrino é puxado pelas mão do Tentador para a baixeza da sua própria realidade. E, confrontado com suas trevas interiores e ainda sem experimentar a misericórdia divina, seu rosto perde as feições humanas em decorrência da tristeza: "Perdoai-me, Senhor, esta tristeza amarga, este riso malvado que deforma a boca, este desgosto da vida, e esta preguiça e este abatimento em que me comprazi". E, então, ao unir-se ao Cristo Ressuscitado na eucaristia, o peregrino reencontra a alegria. Contudo a plena ressurreição e alegria definitiva só são possíveis após uma última e definitiva reconciliação: abraçar e saudar a irmã morte, como o fez Francisco: "Que a nossa irmã, a Morte, seja bem acolhida, como a gente acolhe o sono, depois de um dia bem ocupado". E, assim, desponta a verdadeira alegria: a grande confraternização dos filhos e das filhas de Deus na praça da nossa cidade definitiva: a Jerusalém celeste. Nesse momento, todo o público, atendendo ao convite do peregrino, com palmas, une-se em um único canto alegre, experimentando, por meio da música final, um pouco da alegria e da comunhão trinitária a que chegaremos um dia: "Dancemos na praça da nossa cidade, dance, dança, dancemos a dança, a dança alegre dos Filhos de Deus!".
A força dessa pequena obra-prima talvez esteja no fato de traduzir, de maneira poética e musical, tão cordialmente reconhecível, nossas próprias experiências de libertação interior, quando passamos do canto de "Perdoai-me, Senhor, esta tristeza amarga..." para "Dancemos na praça da nossa cidade!".
Depois da sua apresentação inaugural em 1966, após repetidas execuções pelo coral Trovadores da Mantiqueira e depois de a partitura ter sido transcrita para o formato eletrônico, em 1966, pelo músico-liturgista Frei Joaquim Fonseca o.f.m., a cantata foi gravada em um CD, em 1997, pelo Coro de Câmera Pró-Arte, sob a regência do maestro Carlos Alberto Figueiredo e publicada pelas Edições Paulinas (COMEP). (vide link abaixo)
A coroação da versão orquestral dessa obra de arte, pelas mãos do maestro Sérgio Di Sabbato, ocorreu no ano de 2008, por ocasião da abertura da Comemoração Latino-Americana e Caribenha do Oitavo Centenário do Movimento Franciscano, em Brasília, de 17 a 19 de outubro de 2008, organizada pela FFB-Família Franciscana do Brasil. A execução instrumental foi feita pela Orquestra de Cordas da Universidade de Brasília, cuja coordenadora artística era Glêsse Collet. O coral Cantus Firmus, cuja fundadora e regente titular era Isabella Sekeff, cantou o texto. O regente do conjunto era o maestro Emílio de César. O Teatro Nacional de Brasília foi o palco dessa execução memorável. (vide link abaixo)
Sinfonia: um regente, vários músicos
O período de Frei Joel em Santos Dumont (1964 a 1984) corresponde à sua fase mais produtiva como compositor. Todo esse trabalho fecundo, além da sua participação nas diversas edições dos cursos de canto pastoral, Brasil afora, tornaram-no a pessoa apropriada para assumir um serviço importante na Igreja do Brasil: assessor do Setor de Música Litúrgica da Comissão para a Liturgia da CNBB.
O convite para trabalhar na CNBB partiu de Dom Geraldo Majella Agnelo. Outros bispos com que Frei Joel trabalhou estreitamente próximo na CNBB, e com quem manteve uma grande amizade foram Dom Clemente José Carlos de Gouvea Isnard (1917-2011) e Dom Luciano Mendes de Almeida (1930-2006). Frei Joel foi indicado para esse trabalho por Pe. José Weber, SVD, que ocupara, até então, essa função por 16 anos. Frei Joel já havia trabalhado intensamente com Pe. Weber na metrificação dos salmos para uso na Igreja do Brasil. (...)
Indicação aceita e malas prontas, Frei Joel mudou-se da Serra da Mantiqueira para o Planalto Central. Passou a residir junto com os frades da Paróquia Santo Antônio na Asa Sul de Brasília, permanecendo nessa função de 1984 a 1997, quando regressou a Santos Dumont. Nessa fraternidade, Frei Joel foi prontamente acolhido e atuou muito próximo a eles e às irmãs franciscanas que trabalhavam no Colégio Santo Antônio, junto à paróquia.
Pouco tempo depois de chegar a Brasília, Frei Joel recebeu um feliz pedido dos antigos membros de um coral fundado por Frei Beraldo José Hanlon o.f.m., propondo continuar a atuação do coral na Paróquia Santo Antônio. O coral, então, renasceu com o nome de Trovadores do Planalto. Além de cantar semanalmente na missa dominical da paróquia, o coral atuava, frequentemente, na catedral de Brasília, no tempo do Arcebispo Cardeal José Freire Falcão.
Na CNBB, rapidamente Frei Joel precisou adequar-se ao ritmo do trabalho diário, com as constantes reuniões e a organização dos cursos de canto pastoral, que continuavam sendo oferecidos. Viajava muito, visitando e assessorando as diferentes dioceses. O fruto de todo esse trabalho era um enriquecimento permanente, à medida que ia estabelecendo contato com diferentes realidades e agentes litúrgicos.
O Setor de Música Litúrgica, a exemplo de outros setores da Igreja no Brasil, viveu um período florescente do ponto de vista da reflexão, produção e animação desde os tempos do Concílio Vaticano II (1962-1965). Contribuiu para isso o fato de que o primeiro documento conciliar a ser realizado e publicado, logo ao fim da primeira sessão do Concílio, em 1962, a Sacrosanctum Concilium, tratava justamente da renovação litúrgica da Igreja. A conclusão ágil desse documento, por sua vez, indicava que o movimento de renovação litúrgica já estava razoavelmente amadurecido por ocasião da abertura do Concílio. No Brasil, não foi diferente. Já foi mencionado anteriormente Cônego Amaro Cavalcanti de Albuquerque, protagonista de primeira hora nesse processo. Os cursos de canto pastoral, sob a inciativa do seu grupo de trabalho, foram um meio eficaz de animação e formação teórica e prática de toda uma geração de talentosos compositores de música litúrgica e sacra no Brasil. (...)
Outro elemento importante desse período foi a presença de missionários holandeses, alemães, franceses e italianos que chegaram ao Brasil com uma mentalidade distinta da consciência colonizadora de costume. (...)
Sabia-se tudo da música clássica europeia e da liturgia romana e não eram percebidas as riquezas da nossa música de raiz, menos ainda da música religiosa de raiz, como os benditos populares. Os únicos brasileiros que claramente trilharam caminho distinto foram Pe. Jocy Rodrigues e Pe. Geraldo Leite Bastos. Pode-se afirmar, sem exagero, que estrangeiros ajudaram os brasileiros, nesse período, a descobrirem os valores da própria cultura.
Frei Joel fez parte desse grande grupo de músicos formado por brasileiros e estrangeiros, como o Cônego Amaro Cavalcanti (o líder dessa turma), Pe. Nicolau Vale (holandês que fez uma importante pesquisa sobre as características da música nordestina e utilizou essa pesquisa para criar músicas que tivessem essas características), Pe. José Alves (um grande amigo de Frei Joel), Domingos Sanchis (francês de pele morena, falava muito bem o português, conhecia a cultura brasileira, sobretudo a literatura e a música popular brasileira que florescia nessa época; teve um papel muito importante nesse grupo de músicos litúrgicos ao oferecer critérios para ajudar a perceber valores da nossa própria cultura, para os quais não se tinha a devida sensibilidade), Frei Francisco van der Poel, Sílvio Milanez, Frei Tito (carmelita), Pe. Jocy Rodrigues e Reginaldo Veloso (presbítero das CEBs).
No meio desse grupo, é importante ressaltar a figura ímpar do Pe. Geraldo Leite Bastos, da Arquidiocese de Olinda-Recife-PE, uma das figuras de maior importância nesse processo de criação de uma música nordestina, não somente do ponto de vista da criação musical, mas de todas as linguagens artísticas: arquitetura, teatro, poesia, música e coreografia. Todas essas manifestações da arte somaram-se para tomar parte na criação de um liturgia de um povo que, em sua grande maioria, é afrodescendente. Padre Geraldo Leite soube reconhecer essa realidade negra na cultura brasileira, a ponto de dizer que, enquanto muita gente no Brasil de pele negra definia-se como "preto de alma branca", ele se definia como um "branco de alma negra". Padre Geraldo Leite realmente se aproximou da cultura do Candomblé, da Umbanda e dos benditos populares. Ele transitou entre a tradição do catolicismo popular e a música negra proveniente dos terreiros. Juntamente com Pe. Jocy Rodrigues, foram grande amigos e colaboradores de Frei Joel, em um enriquecimento mútuo. (...)
De Profundis: a oração e o canto dos empobrecidos
Três frutos concretos dos 13 anos em que Frei Joel esteve à frente do Setor de Música Litúrgica da CNBB merecem ser destacados.
O primeiro deles é o Celmu-Curso Ecumênico de Formação e Atualização Litúrgico-Musical. O curso foi concebido para formar e preparar compositores, letristas, animadores de canto, regentes e instrumentistas que estivessem engajados no ministério litúrgico-musical. Foi, em certo sentido, uma evolução natural dos antigos cursos de canto pastoral. No curso, organizado na modalidade de curso de verão, durante três janeiros seguidos, eram ministradas aulas de canto coral, canto gregoriano, ecumenismo, educação musical, harmonia e contraponto, história da música na liturgia cristã, iniciação musical (metodologia para o ensino), liturgia e pastoral da música litúrgica, percepção musical, prática instrumental, prosódia, regência, religiosidade popular e liturgia, técnica vocal e teoria musical. Pela lista dos temas oferecidos, pode-se ter uma ideia da qualidade do curso. Nove entidades (entre elas a CNBB) já chegaram a estar envolvidas nesse curso, dado o seu caráter ecumênico.
O segundo fruto nasceu como uma iniciativa direta do Setor de Música Litúrgica da CNBB, no entanto, teve em Frei Joel um grande colaborador e incentivador: o Ofício Divino das Comunidades (ODC). A gênese dessa obra está ligada à pessoa de Pe. Geraldo Leite, que, ao regressar ao Brasil, depois de uma experiência junto com os Irmãos de Taizé, na França, tomou a iniciativa de reunir a sua comunidade eclesial no Morro da Conceição, no Recife, para rezar os salmos. Conhecedor da cultura dos empobrecidos, sabia que o texto cantado é fixado com mais facilidade do que o texto falado. Começou a ganhar forma, ali, aquilo que viria a se tornar uma rica experiência da Igreja no Brasil. (...)
Cotidianamente, o Ofício Divino das Comunidades era cantado no Seminário Seráfico, em Santos Dumont, onde Frei Joel se encontrava após sua passagem pela CNBB, de 1997 em diante. A qualidade poética melódica dos salmos e cânticos do ODC abre, com mais facilidade, a porta de entrada para a rica espiritualidade dos salmos e a realidade existencial do salmista original, estabelecendo a comunhão entre aquele que canta e aquilo que é cantado, seja a alegria do louvor ou o sofrimento físico e existencial presente nas súplicas. (...)
Finalmente, um terceiro fruto do trabalho de Frei Joel na CNBB é o conjunto de Hinários Litúrgicos, iniciado durante o seu trabalho no Setor de Música Litúrgica. A gênese desse trabalho está ligada aos diversos cursos de canto pastoral, quando eram apresentadas e conhecidas diversas composições, algumas delas muito boas do ponto de vista da poesia, da harmonia, do acento nas palavras, do caráter bíblico e litúrgico. Outras, entretanto, eram de pouca qualidade. Assim, gradativamente, foi surgindo a necessidade de fazer uma seleção nessa miríade de composições e organizá-las para um melhor uso na Igreja do Brasil.
Formalmente, entretanto, a ideia de organização de um repertório litúrgico-musical surgiu na CNBB, motivada por Frei Joel. O primeiro passo nesse sentido foi estabelecer uma comissão formada por músicos de diferentes partes do Brasil. Em seguida, essa comissão traçou os critérios para a seleção do repertório. Entre outros critérios bem conhecidos e expostos no 2º volume da coleção de hinários, deu-se primazia à letra das músicas em diferentes aspectos, principalmente no aspecto poético e bíblico. (...)
Reginaldo Veloso, membro dessa comissão, era enfático nesse aspecto. Frei Joel ficou responsável por estabelecer uma seleção inicial de cantos, que ele recolheu durante os cursos de canto pastoral. A definição da organização inicial dos volumes partiu de Pe. Geraldo Leite: um volume para o Advento/Natal, um segundo para Quaresma/Páscoa, um terceiro para o Tempo Comum e um quarto para os santos. (...)
Todas as edições dos quatro volumes contaram com o trabalho artesanal de Frei Joel na composição das partituras (escritas manualmente) e das letras (datilografadas à máquina elétrica). (...)
Uma das alegrias e surpresas de Frei Joel, ao chegar ao Brasil e começar a tomar contato com as musicas populares do Nordeste brasileiro, foi constatar a presença de tons modais na tradição musical dessa região. Os primeiros migrantes que vieram para o Brasil e estabeleceram-se no litoral do Nordeste brasileiro eram provenientes da Península Ibérica, que durante sete séculos fora ocupada pelos muçulmanos. Não havia, nessa região, instrumentos melódicos como a guitarra, apenas instrumentos de ritmo. Os tons modais, provenientes do oriente, trazidos para o Brasil pelos primeiros colonizadores, foram preservados na cultura musical e na tradição nordestina. Representam uma grande riqueza para a música em relação às composição na escala única de Dó Maior ou Dó Menor que se fixou na tradição ocidental e europeia. O canto gregoriano também preservou os tons modais. O compositor Reginaldo Veloso é um exemplo típico dessa tradição, que compõe um tom modal de Ré mesmo sem se dar conta disso. "Artesão musical", como ele mesmo se define, compõe "de ouvido". (...)
O fato é que, pouco a pouco, o repertório dos hinários litúrgicos estão se firmando Brasil afora, educando toda uma geração de fiéis nas assembleias litúrgicas a uma poesia e música de qualidade.
"Vocês são o sal da terra"
(...) Essa metáfora pode ser aplicada à vida e à missão de Frei Joel nos seus 96 anos de vida e 57 anos de atuação no Brasil. A vida e o talento dele, feitos sal, dissolveram-se na vida da Igreja no Brasil e na vida de tantas pessoas que com ele conviveram. Basta pensar o grande número de candidatos à vida franciscana que passaram pelo Seminário Seráfico, em Santos Dumont, e foram iniciados na teoria e na prática musical, nos instrumentos e no canto. Ou, então, ter em mente todos aqueles talentosos compositores que foram incentivados e projetados por Frei Joel em direção ao atual papel que eles desempenham na Igreja do Brasil. Adicionalmente, escutar toda uma multidão de fiéis que, de norte a sul do Brasil, entoam suas composições no momento da celebração eucarística.
A Província Santa Cruz, de um modo especial, é devedora e grata a esse irmão franciscano. Pode-se afirmar, com clareza, que ela é portadora de uma tradição litúrgica e musical, fruto do trabalho incansável e persistente desse irmão menor. Por tradição litúrgica entenda-se a beleza e a simplicidade do canto, que mais eficazmente abre o espírito humano para a mensagem revelada. É a via pulchritudinis, o caminho da beleza que leva a criatura ao Criador, na forma do canto e do lamento dos empobrecidos. É a tradição franciscana mais autêntica, radicada no Cântico das Criaturas, de Francisco de Assis, outra das composições mais famosas de Frei Joel.
São muitos os que tiveram as suas vidas salgadas pela vida e pelo talento desse irmão franciscano. Com a alegria do dom dessa vida feita sinfonia em nosso meio, o espírito faz aquilo que, naturalmente, é impelido a fazer: cantar alegremente, como o peregrino na praça da cidade.
Fonte: FREI JOEL POSTMA: Composições e Arranjos, vol. 1, "Frei Joel Postma: uma vida sinfônica", por Frei Fabiano Aguilar Satler, o.f.m., Belo Horizonte: Gráfica do Colégio Santo Antônio, pp. 7-23. Direitos autorais: Província Santa Cruz. A coleção completa consiste de 15 volumes, contendo o vol. 2 (cantata O Peregrino de Assis), vol. 3 (cantata Francisco, Jogral de Deus, vol. 4 (opereta Legenda de Santa Clara), vol. 5 (cantata Os Louvores de São Francisco), vol. 6 (Missa João XXIII), vol. 7 (Missa em honra de São Francisco), vol. 8 (Missa do Matrimônio), vol. 9 (Missa do Coração de Jesus), vol. 10 (Missa da Ressurreição (Exéquias), vol. 11 (Missa da Páscoa-Ressurreição do Senhor), vol. 12 (Cantos Quaresmais), vol. 13 (Cantos para a Semana Santa), vol. 14 (Missa de Pentecostes I), vol. 15 (Missa de Pentecostes II).
Links disponíveis:
A morte de São Francisco de Assis (Orquestra e coro/cantata O Peregrino de Assis)
https://www.youtube.com/watch?v=EwGFFT5NkXE (Coro de Câmera Pró-Arte/cantata o Peregrino de Assis)
Embaixada do Desesperado (Orquestra e coro / cantata O Peregrino de Assis)
Cântico das Criaturas (Coral Trovadores da Mantiqueira)
O Senhor é meu Pastor (Salmo 23/solista Frei Joel)
Missa S. João XXIII (Glória)
Fotos selecionadas:
Regente Frei Joel e seu Coral Trovadores da Mantiqueira, num dos famosos Encontros de Corais promovidos pelo Seminário Santo Antônio de Santos Dumont-MG / Crédito: Cristina (cantora) | |
Coral Trovadores da Mantiqueira durante uma apresentação |
Frei Joel analisa a partitura sob supervisão coletiva |
15 comentários:
Danilo Gomes ((escritor, jornalista e cronista, membro das Academias Mineira de Letras, Marianense de Letras e Brasiliense de Letras) disse...
Prezado mestre Braga,
Frei Joel Postma cumpriu bem sua fecunda vida apostólica.
Está na paz de Deus. Abraço do Danilo Gomes.
Artur Cláudio da Costa Moreira (escritor e presidente do IHG de São João del-Rei) disse...
Braga, boa noite! Pela sua ligação a ele ( você, sempre, me falava bem deste caríssimo franciscano. Então, a ele( agora de retorno à pátria espiritual), posso dirigir uma prece sincera. Sou Espírita, como bem sabe , sempre tive a impressão de que, em alguma encarnação, fui frei franciscano ( beneditino, jamais). Quase o fui nesta! Então, mesmo entendendo, sob o viés Espírita, que Frei Joel Postma retornou à verdadeira vida, dirijo a você, prezadíssimo amigo, os meus sentimentos, extensivos aos nossos irmãos franciscanos. Abraço fraterno em você e Rute!
Rafael dos Santos Braga (pesquisador e graduado em Filosofia) disse...
Lamento pela partida do Frei Joel ! Um grande ser humano ! Que Deus o receba em sua glória ! 🙏🙏🙏🙏
Pedro Rogério Moreira (jornalista e sócio da Gracián Telecom, cronista e memorialista brasileiro) disse...
RIP frei Joel🙏
Prezad@,
É com imenso pesar que venho comunicar, através de matéria no Blog de São João del-Rei, a partida do holandês FREI JOEL POSTMA, o.f.m. (1929-2024) para a casa do Pai, depois de sua vida bem ocupada com ações sociais, dedicada ao apostolado e à música litúrgica.
Gostei muito dum artigo escrito por frei FABIANO AGUILAR SATLER, o.f.m., intitulado FREI JOEL POSTMA: uma vida sinfônica, que, com a devida vênia, transcrevo como uma homenagem e reconhecimento dos grandes benefícios recebidos da convivência com o biografado na matéria em questão.
Basicamente, frei Joel residiu em Divinópolis-MG durante 4 anos, em Brasília por 13 anos e, principalmente, em Santos Dumont-MG, onde ensinava inglês, latim e música, inclusive canto gregoriano aos seminaristas do Seminário Seráfico Santo Antônio.
Conheci frei Joel trabalhando como assessor do Setor de Música Litúrgica da CNBB por indicação de meu saudoso cunhado Gil Amaral Campos que me sugeriu contactá-lo em Brasília e logo me associei ao Coral Trovadores do Planalto, dirigido pela Irmã Diva, sua assistente, e ele, para acompanhá-lo na missa dominical e outras festas religiosas..
Em 1998, frei Joel se despediu de Brasília com um grande evento: o Coral Trovadores do Planalto, então dirigido por frei Joaquim Fonseca, e o Coral Trovadores do Planalto, regido por frei Joel, se apresentaram no anfiteatro de Colégio Franciscano de meninas, com o meu acompanhamento ao piano.
Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2024/10/hoje-o-ceu-esta-em-festa.html 👈
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Parabéns, Sr. Francisco Braga, pelo Blog sobre o talento de Frei Joel. Parabéns pela excelência do texto e pelas fotos memoráveis.
Caro professor Braga
Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...
É mesmo de lamentar a perda para nós de pessoa tão valorosa. Daí a falta que fará e as saudades da sua presença entre os que ficam. Parabéns pela homenagem através da excelente publicação da sua marcante biografia.
Saudações,
Cupertino
Márcio Lara (escritor e membro da Academia Divinopolitana de Letras) disse...
Parabéns, Francisco!! Uma bela homenagem para o Frei Joel.
Lourdes Inácio Lima (professora e proprietária do Centro Pedagógico Catavento) disse...
Meus sentimentos a você e Francisco que conviveram tanto com ele.
Celso Eduardo Lopes de Oliveira (administrador) disse...
Compartilho com vocês a partida do Frei JOEL POSTMA.
DEUS está recebendo Frei Joel em clima de festa🙏🙏
Lúcio Flávio Baioneta (autor do livro "De banqueiro a carvoeiro", conferencista e proprietário da Análise Comercial Ltda em Belo Horizonte) disse...
Meu querido amigo FJSBRAGA,
Fico triste com a partida deste servo de Deus.
Creio que estará regendo o Coral dos Querubins nas estrelas.
Um abraço com muitas saudades,
Lúcio Flávio Baioneta
Caro amigo Braga
Que a bondosa alma do Frei Joel descanse em paz!
Abraços, meus e de Beth.
Mario P. Cupello
Anizabel Nunes Rodrigues de Lucas (flautista, professora de música e regente são-joanense) disse...
LAMENTO A MORTE DO FREI JOEL QUE VAI DEIXAR RICAS E SAUDOSAS LEMBRANÇAS. LEMBRO AGORA DE UM DITADO QUE MINHA MÃE SEMPRE DIZIA QUANDO O FALECIMENTO DE UMA PESSOA QUERIDA DEIXAVA GRANDE PESAR : "DEUS TAMBÉM GOSTA DO QUE É BOM".
SINCEROS PÊSAMES A TODOS OS AMIGOS DE FREI JOEL, BEM COMO A TODOS OS FRANCISCANOS.
Ozório Couto (advogado, jornalista, escritor mineiro e membro do IHG-MG) disse...
Lamentável, meu amigo!
Grande abraço,
Ozório Couto.
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