terça-feira, 22 de agosto de 2017

Colaborador: MÁRCIO VICENTE SILVEIRA SANTOS














O historiador, escritor e jornalista MÁRCIO VICENTE SILVEIRA SANTOS autorizou o gerente deste blog a publicar, a título de sua Apresentação aos leitores, o relatório da Comissão do IHG de São João del-Rei que recomendou a sua admissão no Quadro de Sócios Correspondentes do sodalício são-joanense, aprovado por unanimidade pela assembleia reunida em 6 de agosto de 2017, tendo em vista a análise fidedigna dos elementos biobibliográficos apresentados pelo candidato, atendendo o que dispõe o estatuto da Casa de Fábio Nelson Guimarães, a saber:

Ilmo. Sr. 
José Cláudio Henriques
DD. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei
Nesta

Prezado Presidente,

Em atendimento à Indicação de Vossa Senhoria, datada de 2 de julho de 2017, temos a informar que, obedecendo às disposições estatutárias que regem este Sodalício, a Comissão por nós constituída pelos confrades Francisco José dos Santos Braga, José Carlos Hernández Prieto e Murilo de Souza Cabral, examinou o currículo e a documentação fornecida pelo historiador, escritor e jornalista MÁRCIO VICENTE DA SILVEIRA SANTOS, que, a pedido de Vossa Senhoria, encaminhou a este Instituto em 20 de junho de 2017, colocando ao mesmo tempo o seu nome e currículo sob análise deste Instituto, visando pertencer ao nosso Quadro de Sócios Correspondentes.



Pelo seu currículo, colhemos informações de que o interessado é natural  de Traíras, distrito de Cordisburgo, hoje município de Santana de Pirapama. Na década de 1950, transferiu-se definitivamente para Sete Lagoas. Na década de 1960, participou ativamente de um grupo de poesia de vanguarda – o VIX – que realizou várias exposições de poemas em Sete Lagoas, Oliveira e Belo Horizonte e publicou dois livros de poemas. Também Márcio Vicente liderou um grupo de jovens que, em 19 de dezembro de 1964, fundou o “Clube de Letras de Sete Lagoas”. Integravam o grupo inicial do Clube de Letras, além de Márcio Vicente, João Carlos de Andrade, Geraldo José de Paula Moura, Ronaldo Gonçalves, Waldir Rodrigues Rocha, Edson Ferreira de Jesus, Fernando Holmes de Lima, Geraldo Elísio M. Lopes e Evaldo Lopes de Alencar. Tal iniciativa, nascida em um cenário de tensão e insegurança proporcionado pela Ditadura Militar nos idos de 1964, surgiu da intenção de unir jovens na busca da valorização da cultura e movimentação das ações culturais da cidade, tendo ganhado a simpatia e o apoio de lideranças locais e conseguido mudar os rumos da cultura sete-lagoana. Segundo Mariza da Conceição Pereira, ex-presidente do Clube de Letras e atual assistente do departamento infanto-juvenil do Clube, nos 48 anos de sua existência, o Clube de Letras lutou para criar a universidade, a Casa da Cultura, a Biblioteca Municipal. Também atuou pela reedificação do coreto da praça Tiradentes, para a reativação do Museu Histórico e para a revitalização do Centro Cultural Nhô Quim Drummond. São ações que contam muito da história cultural de Sete Lagoas e contribuíram para a cultura de outras cidades. Ainda de acordo com Mariza, outros movimentos surgiram através do Clube de Letras, como a Associação Sete-lagoana de Letras e a União Brasileira de Trovadores.  Na mesma década, Márcio Vicente ocupou importantes cargos no Banco Agrimisa (chefe da Carteira de Descontos da Matriz e gerente de agência). No período de 1971 a 1981 residiu em Belo Horizonte, prestando serviços a agências de publicidade. Obteve sua graduação de bacharel em Direito pelo UNIFEMM-Centro Universitário de Sete Lagoas em 1990. No período de 1989 a 1997, trabalhou para o “Diário de Comércio”, de Belo Horizonte, como responsável por sua sucursal em Sete Lagoas. Em retorno a Sete Lagoas, ingressou como funcionário da Prefeitura de Sete Lagoas mediante concurso público e foi diretor de Departamentos, tendo exercido, por três vezes, o cargo de Secretário Municipal. Como presidente da Fundação Histórica e Artística de Sete Lagoas, trabalhou no projeto de tombamento do Solar dos Chassim-Drummond, nele instalando o Centro Cultural Nhô-Quim Drummond. Nas duas últimas administrações municipais, participou da equipe que trabalhou no projeto de tombamento da Estação Ferroviária de Silva Xavier e no projeto de instalação, nesse local, do “Memorial Tiradentes” (2009-2012) e foi nomeado Secretário de Cultura e Comunicação Social e presidente do Conselho Municipal do Patrimônio  Cultural (2013-2016).



Sobre o “Memorial Tiradentes”, dedicado ao Alferes no distrito de Silva Xavier (que tem essa denominação em homenagem ao militar), é sabido que na condição de Secretário Municipal de Cultura (2013-2016), teve a oportunidade de trabalhar na proposta de tombamento da Estação do Distrito de Silva Xavier e na elaboração de seu projeto de restauro, mas essa obra ainda não foi executada. A situação atual é que a planta do edifício já está pronta, sendo possuidor de um bom acervo documental; apesar de seus esforços, o “Memorial Tiradentes” ainda é projeto, para cuja execução e implementação vai apoiar a Prefeitura em busca dos recursos financeiros. 



Tem larga experiência no jornalismo, podendo ser citados os seguintes órgãos para os quais trabalhou: “O Jornal do Centro de Minas”, “A Notícia”, “A Gazeta”, “Hoje-Jornal da Cidade”, revista “Fatoral” e foi também fundador e diretor de Jornalismo da ETV-TV Educativa de Sete Lagoas. Hoje é colaborador do jornal “Tribuna”. Além disso, participou da fundação de vários jornais, dois dos quais ainda circulam: “O Jornal do Centro de Minas” e “Hoje-Jornal da Cidade”.



Participou com brilhantismo do Seminário promovido por este Instituto intitulado “Meandros da Inconfidência Mineira”, pronunciando palestra sobre “a presença e a missão do Alferes em Sete Lagoas”  em 13 de novembro de 2015, com a qual trouxe informações inéditas sobre a presença do Alferes, no período de 22 de abril de 1780 a 23 de junho de 1781, como comandante do Quartel do Sertão, no Registro “das Sete Lagoas”. Segundo ele, Sete Lagoas foi importante entreposto comercial da Capitania de Minas Gerais no século XVIII, por onde trafegavam caravanas de negociantes, fazendeiros e tropeiros que faziam a ligação entre os “sertões” e as áreas de mineração. Essa intensa movimentação motivou a instalação de um Registro para cobrança dos impostos devidos à Coroa, o que aconteceu em 1762. Com essas pesquisas que consignou em livro de sua autoria, intitulado “Tiradentes em Sete Lagoas” lançado em 2010, inscreveu a cidade de Sete Lagoas no cenário da Conjuração Mineira. Fruto de sua pesquisa, ficaram evidenciadas e documentadas quatro missões desempenhadas pelo “Alferes Comandante” no sertão, a saber: 1) defesa e segurança; 2) cobrança de impostos; 3) combate ao contrabando; 4) abertura de uma picada entre Sete Lagoas e Paracatu (pp. 99-113 do livro).



Com a repercussão dessa iniciativa de inscrição de Sete Lagoas no cenário da Conjuração Mineira logrou algumas honrarias, tendo sido agraciado com a “Comenda da Liberdade e Cidadania”, conferida conjuntamente pelos Municípios de Ritápolis, São João del-Rei e Tiradentes; a “Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência Mineira”, em Ouro Preto e a “Medalha Alferes Tiradentes-Mérito Cultural”, do Instituto Tiradentes.



A par disso, o livro foi bem acolhido por pesquisadores da história mineira, cabendo destacar os historiadores Oiliam José e Angelo Carrara, além do escritor Márcio Jardim.



Animado com a boa repercussão do livro e em busca de adesão mais efetiva para o seu projeto do “Memorial Tiradentes”, escreveu, em 12 de abril de 2017, uma carta aos Comandantes Militares de Sete Lagoas, na qual aduziu razões de interesse histórico e turístico justificando o porquê da instalação em Sete Lagoas de um Memorial dedicado ao Alferes de Cavalaria Joaquim José da Silva Xavier. Cópia do mesmo documento foi encaminhado a dirigentes de alguns de nossos principais organismos de Preservação da Memória Histórica (aqui incluído o nosso IHG) e a personalidades que, de alguma forma, se alinham em defesa do projeto de criação, em Sete Lagoas, de um memorial dedicado ao Alferes.



Já tem um novo livro pronto a lançar em novembro, quando Sete Lagoas vai completar 150 anos de sua emancipação: “Sete Lagoas, século XVIII: O Registro e as Estradas Reais”. A obra vem complementar o livro anterior, “Tiradentes em Sete Lagoas”, o que lhe exigiu visitas a centros de documentação, tais como a Casa dos Contos, em Ouro Preto; o Arquivo Público Mineiro e o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, em Belo Horizonte; a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, além de consultas a arquivos particulares em outras cidades.



Além desses dois trabalhos, publicou outros quatro abordando temática histórica:

- “Origens do Casarão” (pesquisa sobre o Solar dos Chassim-Drummond, sobrado do século XVIII que está na Praça Tiradentes e é hoje o Centro Cultural Nhô-Quim Drummond), obra publicada em cerca de 40 artigos semanais no “Hoje-Jornal da Cidade”, em 1980;

- “100 Anos de Imprensa em Sete Lagoas”, publicada em capítulos semanais no “Hoje-Jornal da Cidade” e, no mesmo ano (1994), apareceu em livro patrocinado pela Prefeitura;

- “Dr. Márcio Paulino: Uma História Biográfica (1997);

- “Nossa Terra. Nossa Gente”, história de Sete Lagoas (em fascículos) (2002).



Além desses, participou de diversas antologias e publicou também duas plaquetes (“Amostra” (1965) e “Nhô-Quim-Apontamentos para a Biografia de Joaquim Dias Drummond” (1991)), um livro de poemas (“Pedra Sobre Pedra”, 1ª edição 1966, 2ª edição comemorativa 2006), um livro de cronipoemas (“Sal & Pedra” 1990), um livro de contos (“Debaixo da Magnólia” 1992), um livro-reportagem (“Coragem pra Mudar-Anatomia de uma Campanha Política” 2004) e, finalmente, um livro de crônicas e discursos (“Prezados Amigos” 2009).



Foi agraciado com vários títulos honoríficos, diversos diplomas de mérito literocultural e jornalístico e medalhas por reconhecimento de mérito.



Participa de várias Casas de Cultura, cabendo destacar as seguintes: Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (sócio efetivo, desde 1969), Academia Sete-Lagoana de Letras (sócio fundador, desde 1985), Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (sócio correspondente, desde 1995) e Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa (sócio efetivo, desde 2008). Pertencer ao Quadro de Sócios Correspondentes do IHG de São João del-Rei, será para Márcio Vicente da Silveira Santos um pequeno acréscimo ao riquíssimo e vasto currículo de uma vida inteira dedicada a escrever, desde tenra idade, em jornais, publicando livros memoráveis. Foi político atuante em Sete Lagoas, presidente de fundação, com projeto de tombamentos de grande alcance histórico com acervos documentais dignos de visitações. Não parou por aí na sua brilhante caminhada, galgando degrau por degrau, não desistindo nunca de ser um sonhador buscando novas realizações. É um ser incansável inovador e uma pessoa de uma visão histórica digna de louvores. Continua escrevendo, o que ele faz com maestria, percorrendo as estradas de Minas, passando pelos caminhos desbravados por Tiradentes nos seus périplos por Minas Gerais.



Diante do exposto, esta Comissão emite o parecer favorável a que se acolha a indicação do historiador, escritor e jornalista MÁRCIO VICENTE DA SILVEIRA SANTOS de pertencer ao Quadro de Sócios Correspondentes deste Instituto, ao mesmo tempo que reconhece seus elevados predicados historiográficos e literários. Será um prazer tê-lo conosco e levá-lo a caminhar pelas ruas históricas da cidade onde os sinos falam ao coração da gente.

São João del-Rei, 6 de agosto de 2017.

Ass. Francisco José dos Santos Braga, José Carlos Hernández Prieto e Murilo de Souza Cabral

5 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

O Blog de São João del-Rei tem a grata satisfação de comunicar a seus leitores que recebe de braços abertos o novo colaborador MÁRCIO VICENTE SILVEIRA SANTOS, historiador, escritor e jornalista que se radicou em Sete Lagoas, onde desenvolveu sua carreira literária e historiográfica.
Seu texto inaugural neste blog pode ser considerado o seu "prefácio" de autor do seu livro de 2010: TIRADENTES EM SETE LAGOAS.
Boa leitura!

Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei

Prof. Fernando de Oliveira Teixeira (professor universitário, escritor, poeta e presidente da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Gratíssimo pelo envio. Abraço do Fernando Teixeira

Um São-joanense na Capital de todos os Brasileiros disse...

Caríssimo amigo Francisco José dos Santos Braga,

É sempre com alegria , satisfação , que recebo vossas noticias e notas culturais do Blog de São João Del Rei - MG.
Aproveito para desejar muito sucesso ao Poeta , Escritor , Márcio Vicente Silveira Santos , novo colaborador deste renomado Blog , sob sua batuta.
Com minha admiração de sempre , gratidão.
Ray Pinheiro.
Um São-joanense na Capital de Todos os Brasileiros.
03161 - 98548 - 7809 ( WtatsApp )

Márcio Vicente da Silveira Santos (historiador, escritor e jornalista, sócio-fundador da Academia Sete-Lagoana de Letras, sócio efetivo da AMULMIG e sócio correspondente do IHG-DF desde 1995) disse...

Prezado Amigo Prof. Braga:


Agradeço a gentileza e a "boniteza" de minha apresentação

em seu prestigiado blog. O relatório é uma "conspiração" de amigos,

e até fiquei bonito na foto...

Tentarei ser um colaborador à altura.


Por sorte, encontrei aqui, no "sebo", um transviado (e "chumbado")

volume de "O Mediterrâneo", que enviei ao amigo pelo endereço

do Instituto Histórico e Geográfico. Espero que aprecie.


Um grande abraço do sempre admirador,

Márcio Vicente

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Caro Márcio Vicente,
Não repute a nós o dom que é só seu: o livro de 2010 merece ser divulgado para que os historiadores constatem as lacunas da historiografia brasileira.
Quanto ao "Mediterrâneo", que está a caminho, estou bastante curioso e motivado a lê-lo tão logo chegue.
Abs,
Braga