Por Francisco José dos Santos Braga
GILBERTO MENDONÇA TELES (Bela Vista de Goiás, 30 de junho de 1931) é um poeta e crítico literário brasileiro, conhecido, tanto pela sua produção poética como pelos seus importantes estudos sobre o modernismo e a vanguarda na poesia, tendo produzido trabalhos de pesquisa que apresentaram em ordem cronológica, inclusive, absolutamente todos os chamados "ismos" europeus e seus respectivos manifestos, desde o final do século XIX até
os estudiosos e escritores brasileiros do século XX. Por trabalhos como esse, assumiu importante função na difusão das ideias de vanguarda nas letras brasileiras, não possuindo, no entanto, na sua poesia, uma obra que possa caracterizá-lo como vanguardista, no sentido da vanguarda europeia do início do século XX.
Na sua Retórica do silêncio (1986), vê-se que, para ele, existem dois tipos de vanguarda: uma natural, que provém do experimentalismo tradicional; outra provocada, que, com os seus manifestos, procura destruir a tradição.
No poema "Prece", de Arte de armar (1977), Gilberto brinca com essa diferença entre a teoria e a prática: "Ah! Meu anjo bom,/ meu anjo da guarda,/ livrai-me do mal.../ dos maus da vanguarda".
Gilberto formou-se em Direito e Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Goiás e em Direito pela UFG, sendo professor-fundador dessas duas universidades. Após isso, concluiu o seu doutorado em Letras e Livre-docente em Literatura Brasileira pela PUC-RS. Nessa mesma época, forma-se como professor de Língua Portuguesa pela Universidade de Coimbra, em Portugal. Gilberto é o ocupante, desde 11 de março de 1962, da cadeira de número 11 da Academia Goiana de Letras, que fora originalmente destinada ao Príncipe da Poesia Goiana, Leo Lynce. Por grata coincidência, o próprio Gilberto Mendonça Teles foi eleito como atual Príncipe dos Poetas Goianos.
Em 1970 foi contratado como professor titular de Literatura Brasileira e de Teoria da Literatura pela PUC-Rio, da qual se aposentou em 2005 como professor de graduação, embora ainda se mantenha ministrando aulas de pós-graduação na PUC-Rio e Goiás.
É professor catedrático visitante de literatura brasileira nas universidades de Lisboa, de Haute Bretagne (Rennes) e de Nantes, na França; de Chicago, nos EEUU; e de Salamanca, na Espanha.
Como poeta e crítico literário pertence a várias instituições especializadas, dentre elas, Société de Linguistique Romane, em Paris; Sociedade de Língua Portuguesa, em Lisboa; Asociación de Estudios Lingüísticos, em Montevidéu; Academia Goiana de Letras (em Goiânia), Academia Brasileira de Filologia, Academia Carioca de Letras e PEN Clube do Brasil (no Rio de Janeiro).
É também membro da Academia Brasileira de Filosofia, cujo patrono da cadeira é Gustavo Corção.
Entre os seus prêmios literários contam-se: o “Álvares de Azevedo” [Poesia], da Academia Paulista de Letras, 1971; o “Olavo Bilac” [Poesia], da Academia Brasileira de Letras, 1971; “Sílvio Romero” [Ensaio], da A. B. L., 1971; “IV Centenário de Os Lusíadas” [Literatura Comparada], da Comissão do IV Centenário de Camões, 1972; “Prêmio de Ensaio”, da Fundação Cultural do Distrito Federal, 1973; “Prêmio Banco Bandeirantes, de Minas Gerais, 1976; “Brasília de Poesia”, do XII Encontro Nacional de Escritores, 1978; “Cassiano Ricardo” [Poesia], do Clube de Poesia de São Paulo, 1987; “Machado de Assis” [Conjunto de Obras], da Academia Brasileira de Letras, 1989; “Juca Pato”, da UBE de São Paulo, 2003; “Jabuti”, 2011; e “Fundo de Cultura de Goiás”, 2015.
A 26 de Novembro de 1987 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.
Sua vasta produção literária (livros de poesia e de ensaios críticos) o credencia ao título de escritor goiano mais famoso na Europa, tendo os seus livros traduzidos para diversas línguas.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gilberto_Mendon%C3%A7a_Teles (consulta em 20/01/2021)
No prefácio ao livro Memórias/Entrevistas, o prefaciador Rogério Pereira Borges, jornalista de O Popular, de Goiânia, e professor de Jornalismo na PUC de Goiás, escreve:
“Levar dois 'dedos de prosa' com alguém é um exercício fundamental para nós, humanos. Na conversa, exercitamos algo que nos é fundamental: a linguagem. E, por meio da linguagem, alcançamos o conhecimento. Alcançando o conhecimento, chegamos a outros horizontes. E sobre os novos horizontes podemos conversar com outras pessoas, revalidando esse ciclo virtuoso que embasa o convívio social, que deixa legados e registros para a posteridade, que areja as ideias e impulsiona a criatividade. E uma forma de conversa é a entrevista...”
E o próprio Gilberto Mendonça Teles arremata, logo após o citado Prefácio, no seu texto introdutório "Para uma teoria da entrevista":
“A pouco e pouco, a entrevista tende a adquirir seu status de forma dialógica (...) Bakhtin, com a sua concepção de dialogismo, muda o conceito de sujeito, descentralizando-o e vendo-o agora como vozes sociais, como 'sujeito ideológico'. Assim, o sujeito deve ser concebido em relação com a sociedade, com a ética e a estética, visão que revolucionou a análise dos textos literários. (...)”
2 comentários:
É com enorme satisfação que o Blog de São João del-Rei dá as boas vindas a GILBERTO MENDONÇA TELES, autor goiano de nomeada que dispensa apresentação. Embora isso seja verdadeiro, entretanto, para não prejudicar o formato desse blog, será também apresentada uma breve notícia sobre o autor, como se costuma fazer com todo novo colaborador.
Para inaugurar nessa sua primeira participação, achei por bem escolher uma entrevista ao cronista Danilo Gomes em 1977, em que o entrevistado dá um amplo panorama de suas pesquisas que ele expanda nos livros Arte de Armar (1977) e Retórica do silêncio (1986).
Entrevista de Gilberto Mendonça Teles a Danilo Gomes: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2021/01/a-arte-de-armar-boas-respostas.html
Breve biografia do entrevistado: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2021/01/colaborador-gilberto-mendonca-teles.html
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Prezado Braga, é bom reler esta entrevista de Gilberto Mendonça Teles, um dos mais lúcidos ensaístas e críticos que pude ler. Sua obra, inclusive a poética, merece ser revisitada. Entendo como presente de seu blog esta entrevista a Danilo Gomes. Abraço amigo para você e Rute. Fernando Teixeira
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