Por Francisco José dos Santos Braga
Ilyá Ehrenburg |
Em 1924, contudo, sua atitude tinha mudado de novo, e foi concedida permissão para seu retorno à União Soviética. Participou de encontros de escritores e de outras atividades literárias em Moscou, e logo depois foi reenviado à Europa, desta vez como editor estrangeiro de vários jornais soviéticos.
Durante a maioria do período de 1936-40, Ehrenburg atuou na Espanha e França como correspondente de guerra para os jornal Izvestiya (trad. Notícias).
Em 1941 voltou à União Soviética, onde lançou A Queda de Paris - um amargo ataque ao Ocidente, ganhando em 1942 o Prêmio Stalin.
Logo após a morte de Stalin (1953), Ehrenburg lançou em 1954 a novela O Degelo (referindo-se ao período entre meado da década de 50 até princípio de 60, um novo tempo de liberalização política e cultural limitada). Essa obra provocou intensa controvérsia na imprensa soviética, e cujo título tornou-se descritivo daquele período na literatura soviética. Ela tratava da vida soviética de uma forma mais realista do que a literatura oficialmente aprovada do período anterior.
Nos anos seguintes, escreveu sua autobiografia no livro "Pessoas, Anos, Vida", onde discorreu sobre muitos tópicos (por exemplo, arte ocidental) e pessoas (por exemplo, escritores perdidos nos expurgos da década de 1930), material normalmente considerado impróprio para autores soviéticos. (No Brasil, essa obra autobiográfica foi publicada pela Editora Civilização Brasileira S.A. como MEMÓRIAS, em 6 tomos, com os seguintes títulos: I - Infância e Juventude; II - Os Primeiros Anos da Revolução; III - A Paz Armada: Os Primórdios do Nazismo; IV - A Europa Sob o Nazismo; V - A Guerra; VI - No entardecer da Vida.) Essa sua atitude acarretou censura oficial sobre ele em 1963, quando "o degelo" começou a reverter.
Mas Ehrenburg sobreviveu e continuou proeminente nos círculos literários soviéticos até sua morte em 1967.
Um comentário:
Prezad@,
Recentemente, o Blog de São João del-Rei publicou uma crônica de 1941, intitulada "A Guerra e a Literatura", por Temístocles Linhares, em que ele questionava sobre o efeito da guerra sobre a literatura. No presente momento, está publicando um artigo que apareceu na revista russa "Estrela Vermelha" em março de 1942, intitulado O SIGNIFICADO DE UMA TRAIÇÃO, por ILYÁ EHRENBURG (trecho do livro A EPOPEIA RUSSA de 1946), em que este mostra os malefícios de uma "colaboração" com o hitlerismo, tomando como exemplo o do escritor norueguês Knut Hamsun que, na sua velhice, deixou-se seduzir pelos discursos de Goebbels, caindo de joelhos em genuflexão diante da "nova ordem", isto é, a sujeição de todo o mundo à Alemanha.
Como bom propagandista, Ehrenburg lembra ao Ocidente que, quando convocado, o Exército Vermelho estará pronto para fazer oposição atroz ao Nazismo e ao Fascismo, como provou no cerco e rendição de Berlim pelos Aliados.
TEXTO
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BREVE BIOGRAFIA DO AUTOR
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Cordial abraço,
Francisco Braga
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