Quando se inicia o mês de Maio em São João del-Rei, os da velha guarda, comovidos, lembramo-nos com muito carinho e saudade de Monsenhor ALMIR DE REZENDE AQUINO, querido pároco da então Matriz de Nossa Senhora do Pilar de sua terra natal de 4/4/1948 a 13/1/1967.
Relembra José Lourenço Parreira, no seu Evangelho Cotidiano de hoje (1º de maio):
“Circundada por montanhas e cortada ao meio pelo lendário Córrego do Lenheiro, São João del-Rei conhece, em maio, as fortes neblinas e baixa temperatura. Lembro-me, criança com pouco mais de 8 anos, ao lado de minha saudosa irmã, Luzia, que de manhã cedinho, cinco horas ou cinco e meia, saía da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, a procissão cantando a Ladainha de Nossa Senhora em latim. Ao retornarmos, assistíamos a Santa Missa, também, em latim. (...)”
No Ano Nacional Mariano de 2017, celebrando o 3º Centenário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Paróquia da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar da Diocese de São João del-Rei houve por bem, dentro da programação das solenidades da Semana Santa de 2017, nos seguintes termos, prestar
“homenagem ao Revmo. Sr. Monsenhor Almir de Resende Aquino, na passagem dos 100 anos de seu nascimento; grande promotor da solenidade da Semana Santa, destacando-se seu zelo e admiração pelas nossas mais solenes tradições locais, quando Pároco da então "Matriz do Pilar", de 1948 a 1967.
Descanse em paz!”
Se estivesse entre nós, Monsenhor Almir teria completado 104 anos no dia 24 de fevereiro de 2021. Em nome dos historiadores e pesquisadores quero dizer que reverenciamos a memória desse ilustre são-joanense que tantas benemerências trouxe ao arquivo paroquial e à cidade de São João del-Rei.
Em 12 de outubro de 1951, o pároco da então Matriz de Nossa Senhora do Pilar conseguiu a declaração pontifícia de Nossa Senhora do Pilar como Padroeira canônica e litúrgica da primeira Matriz e primeira Paróquia da cidade e do Município de São João del-Rei. (...)
[CINTRA, 1982, 29] em 12/01/1954 registra ter sido exarado "Breve Pontifício delegando faculdade ao Arcebispo de Mariana para coroar a imagem de N. Sra. do Pilar em nome e com autorização de S. Santidade Pio XII."
No dia 10/10/1954, dia da festa da Coroação Pontifícia de Nossa Senhora do Pilar, concluído o Pontifical, D. Helvécio, em nome e com autoridade de Pio XII, impõe a coroa de ouro na citada imagem, principal padroeira da Cidade e do Município de S. João del-Rei, por força do Breve Pontifício de 26/1/1951.
“Foi o Monsenhor Almir que, em 1954, pediu autorização ao então Papa Pio XII para coroar a imagem de Nossa Senhora do Pilar em nome dele. O Papa nomeou como seu representante Dom Helvécio Gomes de Oliveira, na época arcebispo de Mariana, que coroou a imagem”,
relembra comovido o atual pároco Pe. Geraldo Magela da Silva em entrevista concedida ao jornal local Gazeta de São João del-Rei.
É importante destacar que a Diocese de São João del-Rei só foi instalada a 6 de novembro de 1960, ocasião em que a antiga Matriz (de Nossa Senhora do Pilar) foi elevada à condição de Catedral, tendo na mesma data sido conferida posse canônica a Dom Delfim Ribeiro Guedes, primeiro bispo da Diocese de São João del-Rei, tendo o Cônego Almir, na qualidade de secretário ad-hoc, redigido a ata referente a essa cerimônia.
A 9/2/1963, o Papa João XXIII confere ao Cônego são-joanense Almir de Rezende Aquino, pároco de Nossa Senhora do Pilar, o título de monsenhor, por ter sido um dos maiores batalhadores em prol da Coroação Pontifícia da imagem da Virgem do Pilar e da criação da Diocese de S. João del-Rei.
Ainda, nos últimos tempos como pároco da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, Monsenhor Almir, tomado pela devoção à Virgem do Pilar, teve a ideia de remodelar o entorno da capela do Senhor do Bonfim, erigindo lá no alto da colina um altíssimo pilar encimado com a imagem da padroeira da cidade e do Município de São João del-Rei, concretizado em 2 de janeiro de 1967 e bento por seu idealizador no dia 12 de outubro do mesmo ano.
Pilar com a imagem de Nossa Senhora do Pilar, padroeira da cidade e do Município de São João del-Rei, elevado no dia 02/01/1967 e inaugurado em 12/10/1967 pelo Monsenhor Almir de Resende Aquino |
Finalmente se devem a Monsenhor Almir a restauração e conservação dos preciosos arquivos da Matriz do Pilar, cujos livros e registros guardam elementos importantíssimos para a história de Minas Gerais e de S. João del-Rei.
III. NOTA EXPLICATIVA
III. BIBLIOGRAFIA
8 comentários:
Estamos no ano de 1948. Triunfante, chegava a São João del-Rei, sua cidade natal, Padre Almir de Rezende Aquino para substituir o Padre Mário de Faria como vigário da então Matriz Nossa Senhora do Pilar.
Vamos relembrar aqui a presença de Padre Almir na Paróquia, embora saibamos que o que será tratado é o mínimo da labuta diária daquele enviado de Deus.
Além do que se escreveu, pessoalmente me lembro do carinho e esmero com que Padre Almir tratava os coroinhas, treinando-os para servirem como acólitos competentes na Santa Missa, tendo eu sido um desses coroinhas.
Meninas e meninos eram diligentemente preparados para a Primeira Comunhão com cuidado supremo.
No mês de Maio, é inesquecível a sua dedicação no preparo das meninas para a Coroação de Nossa Senhora do Pilar.
Saiba, Monsenhor Almir, que São João del-Rei lhe é sumamente grata por todas as suas benemerências em favor de sua cidade natal.
Que a luz perpétua o ilumine! Descanse em paz, Monsenhor Almir!
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2021/05/por-francisco-jose-dos-santos-braga-i.html
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Eu o visitei nos idos do final dos anos 90, em Carmópolis, quando viajava como juiz auxiliar da Corregedoria de Justiça e tive de inspecionar um cartório lá.
Abs.
Gratidão, confrade Francisco Brags, saúde e prosperidade, tudo de bom.
Caro professor Braga;
Merecido tributo à memória do Monsenhor Almir.
Grato pela leitura.
Cupertino
Caríssimo e ilustre escritor, historiador e amigo, Francisco Braga, emociono-me, já o declarei muitas vezes, quando leio seus preciosos textos nutridos com o mais profundo amor a São João del-Rei, à Santa Igreja na qual fomos batizados e da qual fazemos parte no belo e insondável mistério da Comunhão dos Santos!
Honra-me, profundamente, quando você transcreve algum trecho dos meus escritos, como o fez, hoje.
Realmente, tenho terna lembrança das Ladainhas que, "de madrugada", em procissão, cantávamos respondendo ao querido Padre ALMIR: "ora pro nobis!".
Hoje sua querida esposa, Rute Pardini, enviou-me a terna canção que ela cantava, outrora, na Coroação de Nossa Senhora, tesouro mariano esquecido!
Sabe, Braga, ler seus preciosos textos é como solfejar uma partitura. Suas palavras, expressões, são como melodia da Terra de Tiradentes, a nossa Terra Natal, aos meus ouvidos!
Salve, Maria! Muito grato!
J Lourenço Parreira
Ficaram também nas nossas lembranças as festas no dia do Natal para as crianças do catecismo na então Congregação Mariana, no final das quais ganhávamos uma maçã. ESSA É UMA DAS MUITAS LEMBRANÇAS.
Caro amigo Braga, Bom dia.
Agradecemos pela gentileza do envio de seus dois últimos e-mails, sobre a lembrança do Monsenhor Almir de Rezende Aquino e sobre a Senhora Nídia Maria da Costa Reis.
Ambas as mensagens, muito interessantes.
Abraços, de Mario e Beth.
Caro Francisco Braga
Graça e paz!
Gratidão pela remessa, convidando-nos a lebrar-nos de Pe. Almir de Resende.
Abraço,
Pe. Sílvio
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