quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

MENSAGEM DO LUDOVICUS - INSTITUTO CÂMARA CASCUDO

Por Daliana Cascudo Roberti Leite, neta do grande gênio brasileiro, Luís da Câmara Cascudo

 
“Queria saber a história de todas as cousas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço.”                                                                                                     Câmara Cascudo, em entrevista ao jornal "A Província". 

 

Historiador, etnógrafo, o maior cientista do folclore do mundo, o maior conhecedor dos folclores de todas as nações, sociólogo, antropólogo, escritor (ensaísta e cronista), crítico literário, tradutor, poeta, professor universitário. 

30 de dezembro: data de nascimento de nosso maior etnógrafo e folclorista

 

No dia 30 de dezembro de 1898, há 122 anos, na Rua das Virgens, bairro da Ribeira, em Natal, nascia LUÍS DA CÂMARA CASCUDO. Segundo ele, era pois um "canguleiro". Foi batizado pelo santo padre João Maria e, em sua adolescência, era chamado de "Príncipe do Tirol". Em jornais potiguares, começou a escrever em 1918 e, no ano de 1921, publicou o seu primeiro livro, Alma Patrícia. Após dez anos de pesquisa solitária e dedicação constante, em 1954, lançou a monumental obra Dicionário do folclore brasileiro, firmando-se como um dos mais importantes folcloristas do Brasil. Foi professor durante toda a sua vida, título do qual tinha mais orgulho. Para nós, que fazemos o Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo, ele representa não apenas a razão da nossa existência institucional, mas o motivo maior de nossa missão, que é perpetuar o seu legado e difundir a sua obra. Hoje, um dia muito especial para nós, comemoramos o seu aniversário e saudamos uma vida inteira dedicada ao estudo, à pesquisa e à valorização da Cultura Brasileira. Feliz Aniversário! Viva Cascudo!!! 

Para JORGE AMADO: “Tão jovem aos setenta anos, Mestre Luís da Câmara Cascudo cada dia redescobre o Brasil num dito popular, numa lenda, na realidade de um instante mágico, na mesa do almoço ante um prato de nossa culinária, na face do homem e na medida de uma existência vivida toda ela em função da cultura, da cultura brasileira. Eis um mestre de Brasil, Cascudo”. “Câmara Cascudo é o brasileiro mais importante do século XX”. 

Para CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: “o mais sábio dos brasileiros, o mais erudito dos intelectuais do Brasil”. 

Para a MÍDIA: “o homem que descobriu o Brasil”. 

CÂMARA CASCUDO sobre ele mesmo: “Eu sou apenas um professor de província”. 

Para CÂMARA CASCUDO: “o melhor do Brasil é o brasileiro”. 

Para MARCELO CÂMARA, seu discípulo: “ele foi o gênio da nossa família, o mais brilhante e produtivo intelectual - cientista e artista do País no século XX, verdadeiro intérprete do Brasil e do seu povo”. 

Deixou quase duas centenas de livros publicados e um legado de ciência e sabedoria, plural e supremo para os brasileiros. 

É, entre os intelectuais, o brasileiro mais laureado e homenageado no País e no exterior, por Universidades, Instituições Culturais e Estados de todo o mundo.

15 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

O Blog de São João del-Rei se associa ao Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo para prestar, nesta data, homenagem à comemoração do 122º aniversário de Luís da Câmara Cascudo, nosso maior etnógrafo e folclorista, convidando seu leitor à leitura atenta da sua Mensagem aos brasileiros.
Sua neta, DALIANA CASCUDO ROBERTI LEITE, neta do escritor e presidente do Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, espaço que resguarda e promove o acervo do pesquisador, funcionando na casa onde ele sempre morou, relembra com saudade: "Ele foi um dos precursores da pesquisa de campo no Brasil, a picada do mato, como ele gostava de dizer. Imagine na década de 20 um professor de História falando sobre bumba-meu-boi e boitatá? Um colega até pediu que vovô fosse demitido por falar coisas dessa natureza.”
E ela continua: “Quando Cascudo começou a estudá-las, coisas consideradas do povo eram de menos valia. Não eram dignas de um olhar acadêmico, de um debruçar estudioso.  Mesmo assim vovô fez e foi pioneiro. Foi ao mangue, escreveu um livro sobre jangada, entrevistou quem a fazia e quem a usava.”

Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2020/12/mensagem-do-ludovicus-instituto-camara.html

Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei

Vamireh Chacon Albuquerque (professor universitário e autor de Os Partidos Brasileiros no Fim do Século XX) disse...

Parabéns pela universalidade mineira ao lembrar-se do nordestino, também grande brasileiro, Luiz da Câmara Cascudo.
Neste último dia de 2020, Ótimo Ano Novo !
De Vamireh Chacon, professor emérito da Universidade de Brasília

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga;
Não apenas justa como também oportuna homenagem, para um momento no qual a civilização brasileira ainda procura entender-se a si mesma, às vésperas de completar seu bicentenário como Estado Nação.
Congratulações.
Cupertino

Luiz Solano (jornalista, membro da Academia de Letras e Artes do Planalto e do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito federal) disse...

Parabéns!

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (professor universitário, ex-presidente do TRE/MG, escritor e membro do IHG e da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Tenho muitas obras de Câmara Cascuda, adquiridas nós sebos de Natal RN
Excelente!
Abs.

Rogério

Prof. Fernando de Oliveira Teixeira (professor universitário, escritor, poeta e membro da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Prezado Braga, bom dia.
Câmara Cascudo, com seu esforço intelectual reconhecido, mergulhou a fundo nas tradições nacionais e nos deixou um legado valioso, que precisa ser melhor conhecido pelas novas gerações.
Parabéns pelo posicionamento de seu blog!
Ao ensejo, quero desejar-lhe e à sua esposa um 2021 pleno de realizações sob as bênçãos da Trindade Santíssima, de Maria e de José, neste ano josefino proclamado pelo Papa Francisco. Pax et bonum.
Fernando Teixeira e família.

Gilberto Mendonça Teles (autor de O terra a terra da linguagem e Hora Aberta-Poemas Reunidos e é membro da Academia Goiana de Letras) disse...

Estimado Francisco Braga,

Com os meus votos de Feliz Ano Bom, informo-o, por causa da leitura de seu Blog, de que por duas vezes, em Natal, visitei Câmara Cascudo; tenho cartas dele e sou um grande admirador do seu trabalho.
Acaba de sair um livro com o título de O Poeta Saci, dissertação de mestrado de Danielle Fardin na Universidade Federal de Viçosa, sobre a minha atuação na literatura popular em Goiás. Luís da Câmara Cascudo é um dos autores mais mencionados pela mestranda.
Se você quiser, posso lhe enviar um exempla.
Abraça-o cordialmente o Gilberto Mendonça Teles

Tarcísio Dinoá Medeiros (nascido em Patos, na Paraíba, residente em Brasília, é autor de, entre outros livros, Ramificações Genealógicas do Cariri Paraibano; é membro dos seguintes Institutos Históricos e Geográficos: Distrito Federal, Paraíba e Rio Grande do Norte; e membro do Instituto Genealógico Brasileiro (São Paulo) e do Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de Janeiro) disse...

Prezado Braga,
parabenizo o seu blog pela homenagem que prestou, ontem, a Luís da Câmara Cascudo, pela passagem do seu 122º aniversário.
Eu tive a sorte de conhecê-lo pessoalmente, e vou contar-lhe como isso se deu.
Eu estudava no Seminário São Pedro de Natal. Em, 1956 (eu estava com dezessete anos de idade), o Reitor, Monsenhor Alair Vilar, chamou-me a seu gabinete, e me disse:
- Dinoá, Câmara Cascudo vem visitar o Seminário, daqui a pouco, vamos reunir a Academia Padre Anchieta e você vai fazer uma saudação a ele. Não há tempo de
preparar discurso por escrito. Concentre-se e prepare uma obra à altura do visitante.
Quinze minutos depois, chegou Câmara Cascudo. Eu já o havia visto e escutado em algumas solenidades.
Aberta a sessão, o Monsenhor Alair chamou-me à tribuna para saudar o ilustre visitante.
Comecei dizendo-lhe que minha primeira boa impressão que tive dele foi quando, com onze anos de idade, li um trecho de um livro dele, no qual dizia:
- O sertanejo não fala errado. Ele fala, ainda, o português do século XVII....
E saí por aí. Disse que ele, gênio, não era tão celebrado no Brasil como outros escritores, porque nunca havia se mudado de Natal para viver no eixo Rio-São Paulo.
E citei vários livros dele e dizendo de que tratava cada um.
Falei uma meia hora e terminei dizendo:
- Hoje mesmo, vou fazer uma carta para meus pais, contando-lhes que estou felicíssimo por haver saudado o maior escritor brasileiro, Câmara Cascudo.
Ele ficou tão emocionado que lacrimejou...
E no seu agradecimento, chamou-me de "Grande Acadêmico do Seminário".
Na sua saída, o Reitor me chamou para, com ele, acompanhar Câmara Cascudo até o portão do Seminário. Claro que o acompanhei.
Na despedida, ele me disse:
- Meu grande acadêmico Dinoá, faço questão que de vez em quando me visite em casa, para conversarmos. Só tem uma condição: nunca
vá pela manhã. Eu passo a noite estudando, lendo e escrevendo, só acordo lá por uma hora da tarde. Vá sempre depois das três ou quatro horas da tarde...
E eu o visitei várias vezes, sempre muito bem recebido.
No final de novembro de 1957, fiz-lhe mais uma visita, de despedida, pois no começo de janeiro eu seguiria para o Mosteiro Cistercience da Santa Cruz, de Itaporanga, (cujo abade atual é seu conterrâneo e amigo).
E me disse Cascudo: - Estamos perdendo um futuro escritor nordestino, mas sei que ganharemos um místico...
Abraços. Feliz passagem de ano. Bom 2021.
Tarcízio Dinoá Medeiros.

Dr. Mário Pellegrini Cupello (escritor, pesquisador, presidente do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, e sócio correspondente do IHG e Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigo Braga

Felicito-o por promover e reverenciar a memória de um grande escritor, na pessoa de Luís da Câmara Cascudo, um profundo conhecedor do folclore do mundo. Um literato notável e polivalente.

Parabéns pelo seu empenho em exaltar personalidades brasileiras, como ele.

Ao ensejo reitero ao ilustre amigo meus votos, e os de Beth, de um Feliz Ano Novo de 2021 que, certamente, trará para a humanidade – através de uma vacina eficaz – a possibilidade de restaurar e garantir a saúde em todas as nações.

Abraços, Maio.

Profª Dra. Patrícia Ferreira dos Santos Silveira (pesquisadora, escritora e doutora em História Social-USP e pós-doutora em História Social da Cultura-UFMG) disse...

Obrigada por partilharem suas pesquisas, saberes, preocupações, expectativas e temores pelo Brasil que temos, com todas as suas mazelas, agruras, dilemas, mas dotado de gente tão linda e guerreira! Gratidão por nos ajudar a pensar realidade tão complexa!

Permaneçamos de mãos dadas em 2021! Fiquemos firmes e saudáveis! Feliz Ano Novo!

Patrícia Ferreira dos Santos Silveira.

Gustavo Dourado (escritor, poeta de cordel e presidente da Academia Taguatinguense de Letras) disse...

Feliz 2021: gratidão, parabéns pelos textos e publicações. Paz, amor, saúde, felicidade, tudo de bom. Feliz Ano-Novo.

Paulo José de Oliveira (presidente da Academia Formiguense de Letras e do Clube Literário Marconi Montoli) disse...

Nobre Confrade! Câmara Cascudo sempre nos suscitou e incitou aventurarmos no preciosíssimo colecionismo. Nossa Forfinute aqui é prova viva da importância desses registros.

Vou republicar essa matéria em nosso espaço.

Parabéns por socializar-nos dos saberes de seu rico e vasto acervo.

Fraterno abraço com gratidão!

Att.,

Paulo José de Oliveira

Paulo Roberto Sousa Lima (escritor, gestor cultural e presidente reeleito do IHG de São João del-Rei para o triênio 2021-2023) disse...

Bom dia, confrade.
Que este ano seja pleno de temas para boas conversas.
Esta mesma, sobre Câmara Cascudo, me lembra que no IHG-SJDR temos informações de uma precursora dessa pesquisa, na figura da patronesse que o Prof. Saúl Martins chamou da primeira folclorista nacional: Alexina de Magalhães Pinto. Pelos idos de 1890, cito de cabeça, a Alexina, professora, musicista e estudiosa das coisas do povo já pesquisava música popular e cantigas de roda que anotava letra e música, transmutava a linguagem popular em linguagem erudita e anotava em pauta a linha melódica que virava material de saraus lítero-musicais para a elite intelectual do Rio de Janeiro e, se não me engano, São Paulo.
Este é um tema que poderia virar uma Galeria Virtual onde a Lucinha expusesse a bibliografia tão especial e quase completa que ela tem da sua patronesse. Cruzes, mais uma ideia que pode virar realidade!
Abraços fraternos pra Rute e vc.
Paulo Sousa Lima

Lúcio Flávio Baioneta (escritor e conferencista, proprietário da Análise Comercial Ltda e ex-aluno do Ginásio Santo Antônio de São João del-Rei) disse...

Meu prezado amigo FJSBRAGA, que oportunidade tive de rever tudo do extraordinario Câmara Cascudo, um brasileiro fantástico!

Miguel Jorge ( poeta, teatrólogo, romancista e contista brasileiro, membro da Academia Goiana de Letras) disse...

Parabéns pela bela homenagem a Câmara Cascudo, grande abraço a todos
Miguel Jorge