segunda-feira, 15 de novembro de 2021

POESIA DE CORDEL "DOSTOIÉVSKI: 200 ANOS"


Por Francisco GUSTAVO de Castro DOURADO
 
Fiódor Dostoiévski (✰ Moscou, 11/11/1821 ✞ São Petersburgo, 09/02/1881) - Crédito: Constantin Shapiro
 

Eis Fiódor Dostoiévski 
A dissecar a alma humana 
Do funesto ao solitário 
De uma realidade insana 
Beleza e humanitismo 
Com uma ação des.umana 
 
Os Irmãos Karamazóv 
Dostoiévski em ação 
Dilemas da humanidade 
Com a mente em ebulição 
O dinheiro que avassala 
Mundos em transformação 
 
Smierdiákov, Raskolnikov 
Em estilo arrevesado 
De compreensão difícil 
O tempo desarticulado 
Entre o tosco e o natural 
Que soa multifacetado 
 
Tem tensão na narrativa 
Com o diálogo cultural 
Há interação no romance 
Tem a dialógica crucial 
O filosófico-religioso 
E o psicológico-social 
 
 Linguagem cheia de vida 
Tem arte, engenhosidade 
O movimento do tempo 
Com pressa e agilidade 
O drama da sobrevivência 
Luta, universalidade 
 
Urdidura inteligente 
E temática universal 
Do Socialismo Utópico 
À dominação do capital 
O sentimento de culpa 
Com os conflitos da moral 
 
 A Rússia dos Karamazóv 
De subversão, filosofia 
O diabo que em pessoa 
Na trama mal se anuncia 
Justiça que cega, incrimina 
Tem bebedeira e orgia 
 
 Do evangélico ao satânico 
Os ecos da duplicidade 
As contradições do ser 
A constante dualidade 
Vai da pureza à heresia 
Conflitos da humanidade 
 
A crítica ao capitalismo 
Com desejos de utopia 
O socialismo distante 
Que o sonho prenuncia 
Contradições, paradoxos 
Que falam na polifonia 
 
Foi Fiódor Dostoiévski 
Romancista-Escritor 
Retratou o povo pobre 
Com o seu gênio criador 
Foi preso e perseguido 
Pelo tirano czar-ditador 
 
"O Idiota" e "Os Possessos" 
Também de "O Jogador" 
"O Duplo", "Crime e Castigo" 
E de "Diário de um Escritor" 
De Irmãos Karamazov 
Dostoievski é grande autor 
 
"Memórias do Subterrâneo" 
"Noites Brancas", "Pobre Gente" 
"Humilhados e Ofendidos" 
A verve de "O Adolescente" 
"Memórias da Casa dos Mortos" 
Dostoievski ferve a mente 
 
Mestre russo do romance 
Leu Vítor Hugo e Cervantes 
Byron, Shakespeare, Homero 
Schiller e Balzac triunfantes 
Leu teatro, mil romances 
Foi de Édipo às Bacantes... 
 
Polifonia romanesca 
A dor e prisão sexual 
Há dicotomia na trama 
A peleja do bem e do mal 
Com a dialética presente 
O romance fundamental

10 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

"Chamam-me de psicólogo: não é verdade. Sou apenas realista no sentido mais elevado. Ou seja, retrato todas as profundezas da alma humana”. (extraído de um caderno de notas de Dostoiévski de 1880)

Considerado precursor do pensamento de Sigmund Freud, sobre quem o psicanalista comentou: “Os Irmãos Karamázov é o romance mais magistral que alguma vez se escreveu, e nunca seremos capazes de apreciar devidamente o episódio do Grande Inquisidor, que é uma das maiores realizações da literatura mundial.”
A obra de Dostoiévski trata de questões e dilemas éticos, bem como das grandezas e baixezas da pessoa humana, razão por que é tido por seus críticos como atemporal por tratar dos principais sentimentos humanos com a profundidade que o tema requer.
O escritor russo vivia endividado e escrevia a uma velocidade impressionante, ameaçado por prazos e adiantamentos feitos pelas editoras. Chegava mesmo a não ter tempo para rever o texto que ditava à estenógrafa. Por fim, acabou por viciar-se no jogo, dependência bem patente na sua obra O Jogador (1866), obra não-ficcional por tratar-se da autobiografia dele.
A estenógrafa de Dostoiévski, sua segunda e última esposa, Anna Grigórievna Snítkina, conhecida por Anna Dostoievskaia (1846-1918), não só ajudou o escritor a se reerguer de uma terrível fase pessoal e financeira, mas também foi a primeira mulher russa a ter uma editora própria e a estabelecer um padrão de publicação e distribuição de livros que mexeu com o mercado editorial. Apesar de sua bem-sucedida carreira ao lado do marido famoso, Anna acabou relegada pela história. Deixou o livro "Meu marido Dostoiévski", obra autobiográfica e de memórias, em que se pode conhecer os instantes mais íntimos de seu marido, sua relação com a família e amigos, sua personalidade, suas preferências, seus afetos e desafetos, sua perplexidade diante de inimigos, seus vícios, defeitos e virtudes, seus impulsos e suas relações com outros escritores, com a Rússia de então, com a sua obra, com a vida e com a morte.

Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2021/11/poesia-de-cordel-dostoievski-200-anos.html

Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei

Cordel disse...

Gratidão, Francisco Braga.
Viva Dostoiévski
Viva a Literatura Brasileira.
Viva a Literatura de Cordel.

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga.

Excelente cordelista, o Sr. Gustavo ! Pena que, propriamente para um russo, o prazer do sentido de sua leitura seria difícil ou improvável.
Cumprimentos.
Cupertino

Elizabeth dos Santos Braga disse...

Parabéns pela matéria, Franz!
Dostoiévski, o eterno, o duplo de Bakhtin, o autor do romance polifônico, o que atingiu como ele próprio o disse, "as profundezas da alma humana".
Lindo cordel que traz o russo Fiódor um pouco mais perto de nós!
#Dostoiévskipresente!
Abraço,
Petete

Elizabeth dos Santos Braga disse...

Em tempo: muito bom saber da importância da autora e editora Anna Grigórievna Snítkina!

Raquel Naveira (membro da Academia Matogrossense de Letras e, como poetisa publicou, entre outras obras, Jardim Fechado, antologia poética em comemoração aos seus 30 anos dedicados à poesia) disse...

Ano para refletirmos sobre a impressionante obra de Dostoiévski, sintetizada nos versos de Gustavo Dourado.
Obrigada pelo envio, caro Francisco Braga.
Abraço grande,
Raquel Naveira

Prof. Fernando de Oliveira Teixeira (professor universitário, escritor, poeta e membro da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Grato pelo texto, que leio sempre com prazer. Abraço amigo para você e Rute.

Braz Chediak disse...

Maravilha! Obrigado pelo Cordel e pelo comentário sobre o gigantesco Dostoievski!

Pe. Sílvio Firmo do Nascimento (professor, escritor e editor da Revista Saberes Interdisciplinares da UNIPTAN e membro da Academia de Letras de SJDR) disse...

Caro Francisco
Gratidão pela remessa da mensagem anexa.
Abraço,
Pe. Sílvio

anne disse...

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