Por ROQUE (José de Oliveira) CAMÊLLO *
Livro de Waldemar de Moura Santos prefaciado por Prof. Roque José de Oliveira Camêllo, 1º volume, 2ª edição (2012), impresso pela Editora Dom Viçoso-Mariana/MG (cortesia da família Moura Santos) |
WALDEMAR DE MOURA SANTOS
O Prof. Waldemar de Moura Santos nasceu em 16 de maio de 1906, em Guaranésia (MG). Filho do Prof. José Pedro Claudino dos Santos e Carlota Odorica de Moura Santos, veio para Mariana com a idade de nove meses transportado em cargueiro de burros, pois a estrada de ferro tinha o seu ponto final em Ouro Preto.
Aos sete anos, entrou para o Grupo Escolar Dr. Gomes Freire. Concluído o curso primário, entrou para o Externato Marianense do Cônego Francisco Vieira Braga, onde estudou durante quatro anos. Fundado o Ginásio Arquidiocesano, sob a direção do Monsenhor Nogueira Duarte e, depois, sob a orientação do Padre José da Silveira Lobo, feito o exame de admissão, passou a frequentá-lo, concluindo o curso em exames parcelados em vista da mudança do ginásio para Ouro Preto.
No Externato Marianense "Padre Cornagliotto", dirigido pelo Cônego Braga, fundou o jornal "0 Porvir", dedicado aos interesses da mocidade de seu tempo, preparando-o para a Escola de Jornalismo, sua grande paixão e seu grande ideal.
Já casado, entrou em concurso para funcionário do Banco Comércio e Indústria, sendo aprovado. Saindo do banco, dedicou-se ao jornalismo, trabalhando também na arte tipográfica com seu tio Agripino Claudino dos Santos, antigo proprietário da famosa Folhinha de Mariana.
Fundou e dirigiu, em Mariana, em 1929, durante seis anos, o jornal "O Cruzeiro", órgão combativo pela fé e moral cristã.
Ingressou na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) por proposta formulada pelo seu então presidente, Dr. Herbert Moses.
Católico por índole e por educação, vicentino, franciscano,trabalhador incansável que foi, e muito piedoso, deu mostras de sua religiosidade fundando em Mariana a "União de Moços Católicos".
Em 1955, fundou e dirigiu o "Folha de Mariana", jornal de feitio moderno, combativo, crítico e de ideais novos. Os escritos esparsos em diversos jornais do país, reunidos, dariam para a publicação de vários volumes. Publicou também trabalhos de crítica literária, abordando temas de grande importância para a cultura geral.
Foi correspondente do jornal "A Noite", do Rio de Janeiro. Foi ainda colaborador de vários jornais de Minas e do Brasil, assinando os trabalhos sob o registro de "Moura Santos". Entre os muitos jornais, citamos: "Jornal do Povo", de Ponte Nova; "0 Diário", de Belo Horizonte; "Diário de Minas", de Belo Horizonte; "Correio da Manhã", do Rio de Janeiro; "Correio Imperial", do Rio de Janeiro; "A União", do Rio de Janeiro; "Diário Popular", de São Paulo; "O Globo", do Rio de Janeiro: "O Germinal", de Mariana; "O Município", de Caratinga; "O Espeto", de Passagem de Mariana; "A Comunidade", de São João del-Rei; "A Voz do Prata", de São Domingos do Prata; "O Arquidiocesano", de Mariana; "A Voz do Município", de Mariana; "O Império de Fortaleza", do Ceará; "Jornal de Mariana", de Mariana; "A Tribuna", de Belo Horizonte; "Diário da Tarde", de Belo Horizonte; "Gazeta da Mata", de Ponte Nova; "Gazeta de Ponte Nova", de Ponte Nova; "Voz de Diamantina", de Diamantina; "Tribuna", de Raul Soares; "Tribuna de Ouro Preto", de Ouro Preto, "Folha do Povo", de Ubá; "Correio do Dia", de Belo Horizonte; "Escola Normal", de Uberlândia; "O Alfinete", de Mariana; "A Matraca", de Mariana.
Grande colaborador do "Estado de Minas", de Belo Horizonte, publicou muitos artigos históricos e literários. Waldemar de Moura Santos foi, sem dúvida, uma gigante na Imprensa em Mariana, em todos os tempos. Inigualável.
No princípio da década de 80, estudou e organizou o Arquivo da Câmara Municipal de Mariana.
Dentre suas obras publicadas em livro, é de sua autoria um opúsculo "In Memoriam", biografia de seu pai José Pedro Claudino dos Santos.
Escreveu ainda os seguintes livros: "Lendas Marianenses", "Sessenta Tempos", "Discursos e Conferências" e "Planos de Aula de Português, História Geral, Literatura e Retórica", aplicados quando lecionava no Colégio Alfredo Baeta, em Ouro Preto e no Externato Marianense, em Mariana.
Waldemar de Moura Santos era aposentado como Postalista no antigo D.C.T., hoje Empresa Brasileira de Correios.
Foi Agente Municipal de Estatística, deixando o cargo para exercer a direção do Serviço Nacional de Recenseamento, como Delegado do IBGE.
Casado com a Srª Hélia Teixeira Santos, já falecida, deixou sete filhos: Maria Geralda Teixeira Santos; Frederico Ozanan Teixeira Santos: Maria Aparecida Santos; José Eustáquio Santos, já falecido; Rafael Arcanjo Santos; Francisco Assis Santos e Antonio Marmo Santos; quatro netos: Patrícia Sergio Augusto, Ana Beatriz e Karine.
O Prof. Waldemar de Moura Santos foi membro da Associação Mineira de Imprensa e do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.
Pertenceu à Academia Ouro-pretana de Letras.
Como membro efetivo da Comissão Mineira de Folclore, realizou várias pesquisas sobre "Usos e Costumes da Gente Marianense", que mereceram o seu ingresso nessa Comissão.
Foi membro da Academia de Letras da Faculdade de Letras de Direito do Centro Acadêmico "João Mendes Júnior", da Universidade Mackenzie de São Paulo.
Foi, ainda, agraciado com a medalha do "Dia de Minas Gerais", outorgada pelo Município de Mariana; Medalha de Ouro "Honra ao Mérito" do Minas Tênis Clube de Belo Horizonte; Medalha do Mérito Cultural pela Casa de Cultura de Mariana e Medalha de "Honra ao Mérito" dos Artistas Plásticos de Mariana e da Corporação Musical "União XV de Novembro".
No dia 28 de outubro de 1962, fundou a Academia Marianense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 11, cujo patrono é o Padre José Severiano de Ressende, do qual escreveu esplêndida obra literária.
Desde sua fundação até sua morte, por 24 anos, exerceu o cargo de presidente da Academia Marianense de Letras.
No dia 18 de julho de 1969, promoveu a criação da primeira Casa de Cultura de Minas Gerais, auxiliado pelos ilustres acadêmicos Raul Bernardo Nelson de Sena e Prof. Roque José de Oliveira Camêllo, no governo de Israel Pinheiro.
No dia 28 de outubro de 1978, data em que se comemorava o 16º aniversário de fundação da Academia Marianense de Letras, a Câmara Municipal de Mariana concedeu ao Prof. Waldemar de Moura Santos o título de cidadão honorário pelos relevantes serviços prestados à comunidade marianense.
Num misto de alegria e tristeza, o ano de 1986 foi marcante na vida da Família Moura Santos: no dia 02 de fevereiro, a celebração das Bodas de Ouro Matrimoniais de Hélia e Waldemar; no dia 16 de maio, a comemoração festiva dos 80 anos de vida do Prof. Waldemar; no dia 25 de dezembro, já enfermo em avançado estágio, mas lúcido, a confraternização natalina em homenagem aos 50 anos em que o casal preparava o presépio do Menino Jesus; e no dia 30 de dezembro, a data em que cumpria a missão do Prof. Waldemar de Moura Santos na Terra. Começava nesse dia a sua trajetória rumo à casa do Pai.
10 comentários:
Prezad@,
O Blog de São João del-Rei honra-se de compartilhar com seus leitores o prefácio que Dr. ROQUE CAMÊLLO escreveu em 1966 para a 1ª edição do 1º volume do livro LENDAS MARIANENSES, da autoria de WALDEMAR DE MOURA SANTOS, o principal entre os fundadores da Academia Marianense de Letras.
Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2024/01/prefacio-do-livro-lendas-marianenses.html 👈
Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei
Sócio efetivo da AML-Academia Marianense de Letras, ocupante da Cadeira nº 23
Patrono: Dr. Roque José de Oliveira Camêllo
Feliz 2024
Paz
Amor
Saúde
Felicidade
Prosperidade
Tudo de bom
Muito bom
Como está, amigo?
Há outros posts que não li.
Estão aqui me esperando.
Não foi descaso, amigo
Andei relendo: A SEMIOLOGIA DE UM MITO
A INSISTÊNCIA SEMÂNTICA
NO DISCURSO DA CONTEMPORANEIDADE DE TANCREDO NEVES
Na pasta, encontrei este livro do qual, confesso, nem lembrava: O PACIENTE: o caso Tancredo Neves, Ed. de Cultura por Luís Mir.
Não o comprei nem o li.
Agradeça ao Dr. Braga pela iniciativa de publicar o texto de Roque. Ficou ótimo.
Dr. Francisco Braga,
Nossos agradecimentos por compartilhar com seus leitores o prefácio que o nosso saudoso e querido ROQUE CAMÊLLO, escreveu para a 2ª edição do livro LENDAS MARIANENSES, da autoria de WALDEMAR DE MOURA SANTOS, o principal entre os fundadores da Academia Marianense de Letras.
Merania Oliveira
Muito bom, cara Merania Oliveira !
Como eu poderia conseguir um exemplar? Me responda no privado, por obséquio!
Caro professor Braga
Notável exposição de dados biográficos de não menos notável personalidade! Excelente prefácio!
Saudações,
Cupertino
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