terça-feira, 11 de março de 2025

POR QUE O BRASIL NÃO TEM UM ÚNICO PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA?


Por JOSÉ CARLOS GENTILI *
O HOMEM TEM A DIMENSÃO DO SEU PENSAMENTO.
                                                                       José Carlos Gentili
Transcrevemos com a devida vênia do Blogue Comunidades (que atualmente se encontra descontinuado) a parte final da mensagem enviada pelo autor, intitulada Presente para Brasília no dia de seu aniversário e publicada em 29 de abril de 2018.

XXVII Congresso Internacional de Antropologia Ibero-Americana

(...) Por que o Brasil não tem um único Prêmio Nobel de Literatura? – indaga-me o ávido e ilustre leitor destas reflexões, neste momento. 

Quiçá a resposta se encontre nas profundezas ignotas dos meandros político-sociológicos, onde o destino repousa nos braços do acaso, sob as vistas das oportunidades, que regem o universo dos acontecimentos. 

Anos passados, por estes acontecimentos do destino, fui privilegiado por ter sido recebido na Svenska Akademien, na Suécia, pelo ilustre Odd Zschiedrich, que ofereceu o tradicional “chá das cinco” em inesquecível e fidalga visita. Hoje, o norueguês Odd, que me honra com fidalguia e distinção, é o poderoso Mestre de Cerimônias da Casa Real, em Estocolmo. 

A seguir, passei a conhecer esta notável instituição, a qual dediquei o livro de poesias, Universo do Verso, que elenca os poetas agraciados com Prêmio Nobel; obra, também, com edição espanhola, prefaciada pela dirigente da Universidade de Salamanca, a doutora – professora Ascención Rivas Hernández. 

O único escritor da língua portuguesa a ser agraciado com o laurel foi o português José Saramago, literato de indiscutível valor e nomeada, que mereceu apoio e incentivo literário do saudoso Primeiro-Ministro português – Mário Soares, ambos participantes do movimento socialista. 

José Saramago, sempre polêmico, foi lapidar e categórico a respeito das nuances e tênues divergências lexicais e semânticas dos falantes e seus falares no mundo da Língua de Camões: 

“Não existe a língua portuguesa. Existem línguas em português”. 

Seria maravilhoso e emulativo para a cultura brasileira, se um escritor brasileiro viesse a receber o galardão, mormente por tratar-se da maior população de língua portuguesa do mundo. 

Trago à baila afirmativa de Saramago, encontradiça na obra Ensaio sobre a Cegueira, que nos remete ao universo do incognoscível: 

“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”. 

Vejam todos! Reparem todos! 

Inúmeros e extraordinários literatos do Brasil reúnem inigualáveis condições de serem agraciados, pois têm visibilidade internacional e um conjunto de obras com dimensão de notável meritocracia. São muitos, velhos e novos escritores, cuja nominação seria um ato imperdoável e insano, face à viabilidade de omissões ocasionais. 

Costumo afirmar que o tempo é o senhor das ações e o tempo dirá! 

Açores, em 29/04/2018 

 * Gentili é pioneiro da Capital da Esperança, autor de quase 50 obras literárias, Presidente de Honra Perpétuo da Academia de Letras de Brasília, fundador e primeiro presidente da Academia Maçônica de Letras do Distrito Federal e um dos 20 brasileiros membros da Academia de Ciências de Lisboa, dos Institutos Históricos e Geográficos do DF e do Rio Grande do Norte, além de componente do Conselho Executivo do Museu da Língua Portuguesa, em Bragança/Portugal. Único brasiliense a receber um prêmio nacional de literatura, outorgado pela Academia Brasileira de Filologia, da qual, atualmente, é Membro Correspondente Nacional, em face do lançamento de "A Infernização do Hífen", considerado referência no mundo lusófono.

 

Link do Presente para Brasília no dia de seu aniversário: https://acores.rtp.pt/comunidades/presente-para-brasilia-no-dia-de-seu-aniversario-por-jose-carlos-gentilipresente-para-brasilia-no-dia-de-seu-aniversario-por-jose-carlos-gentili/