sábado, 24 de novembro de 2012

RELATO DA MINHA EXPERIÊNCIA NESSES 10 ANOS DA SOLENIDADE DO DIA DA LIBERDADE


Por João Bosco da Silva *




Ilustre confrade e amigo Francisco Braga,

Depois da emocionante solenidade por nós realizada no dia 12 de novembro de 2012 – Dia da Liberdade –, a qual mais uma vez teve como núcleo central sua brilhante participação, gostaria de tecer algumas considerações sobre 10 anos da nossa comemoração do batismo/nascimento do Tiradentes, tanto junto à estátua desse grande herói, à Avenida Tancredo Neves, em São João del-Rei quanto junto às ruínas da Fazenda do Pombal. 

Como você sabe, capitaneados e inspirados pelo Coronel Adalberto Guimarães Menezes, desde 2002 toda uma plêiade de pessoas que se preocupa em cultuar nossos vultos históricos, especialmente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, vem lutando arduamente pelo reavivamento da Fazenda do Pombal, seu local de nascimento. 

Essa luta se traduziu, desde aquele memorável ano de 2002, em solenidades que têm sempre se realizado naquela Fazenda exatamente no dia 12 de novembro, data do batismo/nascimento desse grande herói que, inclusive, é o Patrono Cívico da Nação Brasileira. Relembrando as palavras do próprio Coronel Adalberto Menezes, em seus escritos, naquele memorável ano de 2002, ele procurou o então Presidente do IHG-SJDR, José Antônio de Ávila Sacramento, que o levou à presença das autoridades constituídas presentes no Município e de pessoas envolvidas  com o civismo no Campo das Vertentes, tais como prefeitos, vereadores e muitos outros e que, depois, se juntou a eles Dr. Wainer de Carvalho Ávila, também do IHG-SJDR, no trabalho de divulgação da futura promoção cívica. E finalmente, ainda segundo ele, "mesmo que tentasse, não conseguiria mencionar todas as pessoas que o incentivaram e se dispuseram a apoiar a jornada cívica que culminaria com a construção de um parque ou memorial dedicado ao herói Tiradentes".

Por outro lado, cabe registrar que, a partir de determinado momento, aquelas solenidades passaram a ser abrilhantadas com a participação de sua digna esposa, a talentosa cantora lírica Rute Pardini. Como você sabe, a participação dela tem sempre se dado, em meio às ruínas do Pombal, com uma bela interpretação do poema “As Pombas”, de Raimundo Correia, musicado por Chiquinha Gonzaga.
  
E foi, sem dúvida, essa estimulante participação de Rute que me inspirou a escrever o poema “Ruínas do Pombal”, um poema dedicado aos participantes da Conjuração Mineira e, de modo especial, ao Tiradentes e às ruínas da fazenda que se fez seu berço natal. 

Ao concluir o poema, em agosto de 2011, tive a ideia de entregá-lo a você e sua esposa, meus dois diletos amigos, com a intenção de vê-lo recitado (ou até, quem sabe, musicado) para ser declamado ou cantado naquelas solenidades do dia 12 de novembro.  

Com a criação da Comenda da Liberdade e Cidadania, em 6 de setembro de 2011, percebi que aquelas nossas solenidades se tornariam, como realmente se tornaram, um evento de grandes proporções. Devido a isso, acabei desistindo do sonho de, por assim dizer, ver meu modesto poema sendo  apresentado lá naquela histórica fazenda à qual ele foi dedicado, apesar de saber que continuava contando com a apreciação e a boa vontade, tanto sua quanto de Rute em relação a ele.

Entretanto, para minha grande surpresa, na reunião da Academia de Letras de São João del-Rei ocorrida no final do mês de outubro de 2011, fui procurado pelo nosso confrade e caminhante Major Murilo Geraldo de Souza Cabral, o qual me trazia uma proposta interessante, apesar de singela.  Não concordando com a mudança da solenidade para o domingo mais próximo do dia 12 de novembro, sua proposta era no sentido de que um pequeno grupo se reunisse junto à Estátua do Tiradentes, à Avenida Presidente Tancredo Neves, em São João del-Rei, exatamente no dia 12 de novembro. Ali seria realizado um pequeno e oficioso ato cívico que teria como cerne a recitação do meu poema, seguido de uma caminhada até a Fazenda do Pombal, local onde se realizaria novo ato cívico nos mesmos moldes do realizado junto àquela estátua de nosso Herói-Mor.  

De pronto aceitei a proposta dele, mas com algumas condições. Uma dessas condições seria a comunicação e, se possível, a aquiescência da Chancelaria da Comenda Liberdade e Cidadania, da qual você fazia parte à época como Secretário. Isto porque eu não desejava que o evento então proposto, apesar de bastante simples, viesse a conotar qualquer forma de protesto relacionado à criação da referida Comenda. Outra condição seria a sua própria aquiescência, ou seja, sua aquiescência pessoal, uma vez que eu já havia confiado meu poema a você e Rute e não desejava que ele fosse declamado por qualquer outra pessoa que não fosse um de vocês dois. E, finalmente, que nosso ilustre confrade José Egídio de Carvalho, então coordenador da “Solenidade da Comenda” pelo Município de São João del-Rei, fosse também cientificado a respeito do assunto, uma vez que eu não desejava, também, desrespeitar o hercúleo trabalho que ele vinha realizando nesse sentido.

Diante de tudo isto, tendo o confrade Murilo Cabral ido à sua procura, você, para minha agradável surpresa, não apenas acolheu a ideia como se propôs a recitar meu poema naquela pequena “solenidade informal”, imaginada pelo nosso confrade-caminhante.     

Por outro lado, nosso amigo e confrade José Egídio, além de aceitar a ideia, lutou para que a solenidade fosse realizada de forma bem mais abrangente do que imaginávamos. Tendo-a colocado, por assim dizer, nas mãos da Maçonaria local e regional, conseguiu adesão de autoridades importantes (como, por exemplo, o Tenente-Coronel Alan Elias da Silva, Comandante do 38º BPM e o Juiz de Direito Dr. Auro Aparecido Maia de Andrade, nosso incansável companheiro nas lutas em prol do Tiradentes e da Fazenda do Pombal).

Por tudo isso, posso dizer que, graças a uma singela ideia do confrade Murilo Geraldo de Souza Cabral, à indispensável adesão de sua pessoa e de sua esposa, bem como do confrade José Egídio de Carvalho, pude realizar o sonho de ver meu poema recitado. Além disso, para minha alegria, ele foi recitado exatamente por você e exatamente no dia 12 de novembro, e não apenas lá naquele sítio sagrado onde nasceu nosso Herói Maior, mas também junto à estátua deste, localizada à Avenida Presidente Tancredo Neves, na cidade de São João del-Rei. 

E, mais que isto, tendo o evento se repetido no dia 12 de novembro de 2012 com a mesma grandiosidade de que foi portador no ano passado, inclusive com a participação de nosso grande inspirador, o Coronel Adalberto Guimarães Menezes, é impossível não estar certo de que ele tem tudo para seguir adiante e, mais ainda, tornar-se tradicional em nossa cidade e região, sempre em prol do enaltecimento de Joaquim José da Silva Xavier,  o Patrono Cívico da Nação Brasileira, e do reavivamento nas mentes e corações de todos, são-joanenses e brasileiros, do solo sagrado onde ele nasceu, a Fazenda do Pombal.

Com meu sincero e agradecido abraço,

João Bosco da Silva


Fotos:
1) Francisco Braga declamando o poema "Ruínas do Pombal", ao lado de seu autor, João Bosco da Silva, junto à Estátua do Tiradentes, na solenidade à Avenida Tancredo Neves, em São João del-Rei (foto de Rute Pardini)
2) Rute Pardini cantando "As Pombas" na solenidade junto às ruínas da Fazenda do Pombal (foto de José Antônio de Ávila Sacramento)
3) Maçons, entre outros, prestam homenagem ao Tiradentes, à Avenida Tancredo Neves (foto de Silvério Parada)
4) Da esq. para a dir.: Francisco Braga e sua esposa Rute, policial do 38º BPM e maçons, tendo ao fundo a Banda do 11º Batalhão de Infantaria de Montanha, o "Regimento Tiradentes" (foto de Silvério Parada)
5) Dr. Auro Aparecido Maia de Andrade proferindo seu discurso como Orador Oficial da solenidade, junto à Estátua do Tiradentes, à Avenida Tancredo Neves (foto de Silvério Parada)
6) Rute cantando "As Pombas" na solenidade junto às ruínas da Fazenda do Pombal, de mãos dadas com o Cel. Adalberto Guimarães Mezes (foto de José Antônio de Ávila Sacramento)


* João Bosco da Silva nasceu em São João del-Rei, MG, a 13 de julho de 1952, tendo passado boa parte de sua infância no campo. Ingressando na então denominada Escola Agrícola Padre Sacramento, escola pública rural localizada nas imediações de São João del-Rei, ali concluiu o chamado “Sexto Ano Profissionalizante – Arte em Madeira”. Naquela escola, aos treze anos de idade, recebeu seu primeiro prêmio “literário” ao escrever um texto intitulado Por Que Gosto de Minha Família, considerado “a melhor composição sobre a família” num concurso realizado entre alunos de escolas públicas de São João del-Rei e adjacências. Ao sair daquela escola, tendo que voltar à vida do campo, somente regressou definitivamente a São João del-Rei no ano de 1972, para prestar o serviço militar obrigatório, ingressando no Regimento Tiradentes, o que lhe possibilitou continuar seus estudos. No ano de 1980, concluiu o Curso de Ciências Físicas e Biológicas pela antiga Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, tendo, porém, seguido carreira no Exército Brasileiro. Mais...

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Colaborador: João Bosco da Silva


JOÃO BOSCO DA SILVA nasceu em São João del-Rei, MG, a 13 de julho de 1952, tendo passado boa parte de sua infância no campo. Ingressando na então denominada Escola Agrícola Padre Sacramento, escola pública rural localizada nas imediações de São João del-Rei, ali concluiu o chamado “Sexto Ano Profissionalizante – Arte em Madeira”. Naquela escola, aos treze anos de idade, recebeu seu primeiro prêmio “literário” ao escrever um texto intitulado POR QUE GOSTO DE MINHA FAMÍLIA, considerado “a melhor composição sobre a família” num concurso realizado entre alunos de escolas públicas de São João del-Rei e adjacências. Ao sair daquela escola, tendo que voltar à vida do campo, somente regressou definitivamente a São João del-Rei no ano de 1972, para prestar o serviço militar obrigatório, ingressando no Regimento Tiradentes, o que lhe possibilitou continuar seus estudos.  No ano de 1980, concluiu o Curso de Ciências Físicas e Biológicas pela antiga Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, tendo, porém, seguido carreira no Exército Brasileiro. 

Terminado o Curso de Ciências, ingressou no Curso de Letras da mesma IES, o qual, porém, não pôde concluir. Enquanto fazia  esse curso, no entanto, conseguiu sua primeira publicação literária ao participar, juntamente com universitários do Rio de Janeiro, de uma pequena antologia poética intitulada O QUE CABRAL NÃO DESCOBRIU, promovida pela extinta Hossana Editora e Artes.

Mais tarde chegou a ser nomeado Professor de Ciências concursado da Fundação Educacional do Distrito Federal (Brasília/DF), para onde fora transferido em 1988; tendo também lecionado em alguns cursinhos preparatórios. Na mesma ocasião, teve poemas classificados e publicados em duas antologias (uma promovida pela Bibliex/Rio de Janeiro e outra pela Cultura Gráfica e Editora, Rádio Jornal FM e Sindicato dos Escritores do Distrito Federal). 

Tendo que desistir do cargo de professor por continuar no Exército, foi mandado servir em Washington/EUA, chegando a publicar uma crônica em inglês, intitulada Creatures of God (Criaturas de Deus) em um jornal escolar das Escolas Públicas do Condado de Montgomery. 

Voltando para Brasília e, depois, para São João del-Rei, aposentou-se da carreira militar. Como Oficial da Reserva, continuou a escrever, sendo autor das seguintes publicações: O último Lobisomem (pequena antologia de contos e poemas); Trilogia do Lobisomem (romance); História da Loja Charitas II, Volumes I e II (obra de historiografia maçônica) e, por último, Contos da Tribuna (coletânea de contos publicados no jornal Tribuna Sanjoanense). Possui contos e poemas publicados em diversas antologias e revistas como: Revista da Academia de Letras de São João del-Rei, anos 2005, 2006 e 2009; Antologia Lafaiete em Prosa e Verso, anos 2007 a 2012 (organizada pela Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Laffayette, da qual é membro correspondente). Na área de História da Filosofia, seu artigo intitulado ENCYCLOPÉDIE: SÍNTESE E LEGADO DO ILUMINISMO foi publicado na revista Filosofia, Edição Especial, ano I, nº 5 (Editora Escala: São Paulo, 2007) e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, ano 2007, Volume XII.

Sua formação acadêmica atual inclui (além dos cursos acima mencionados) um Curso de Formação em Filosofia, um Bacharelado em Filosofia e, como pós-graduação, duas especializações, sendo uma delas em Língua Inglesa e outra em Letras: Português e Literatura.   

Possui o Certificado de Proficiência em Inglês da Universidade de Michigan/EUA, tendo sido também credenciado junto ao Exército Brasileiro em inglês e espanhol. Nos Estados Unidos da América, chegou a proferir palestra no Takoma Education Center, em Washington/DC, sobre o tema BRAZIL: PEOPLE AND GEOGRAPHY.  Membro efetivo da Academia de Letras de São João del-Rei e da União Brasileira de Escritores, é também membro efetivo licenciado do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, além de pertencer a outras entidades culturais e filosóficas.   

Por suas atividades profissionais e intelectuais, recebeu vários prêmios e condecorações, podendo ser destacados: Medalha do Pacificador (Exército Brasileiro); Diploma da Ordem da Acácia (Grande Loja Maçônica de Minas Gerais); Medalha Honorífica Antônio Carlos Fernandes Leão (Loja Maçônica Charitas II); Diploma de Honra ao Mérito (Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette; por vários anos consecutivos); Diploma da Ordem do Compasso e do Esquadro (Grande Loja Maçônica de Minas Gerais); Comenda da Ordem da Águia (Grande Loja Maçônica de Minas Gerais); Diploma de Honra ao Mérito (Loja Maçônica Charitas II); Certificado de Reconhecimento (Jornal Tribuna Sanjoanense), Comenda da Liberdade e Cidadania (S. João del-Rei, Ritápolis e Tiradentes/2011); entre outras.  

É casado com Dinéia Maria Ladeira da Silva, tendo dois filhos: Júlio César da Silva, professor e pequeno empresário, e Otávio Augusto da Silva, bacharel em Sistemas de Informação.