segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Padre José Maria Xavier, sua vida e sua obra, no contexto de sua época >>> Parte 1


Por Abgar Antônio Campos Tirado *

Reconhece-se no Padre José Maria Xavier um dos filhos de São João del-Rei que mais dignificaram sua cidade natal, por seus admiráveis méritos, tanto no campo das virtudes apostólicas como na vastidão de sua cultura e, de modo especial, por suas qualidades de extraordinário musicista, criador, antes de tudo.

Aspectos Biográficos

A vila de São João del-Rei, em princípios do século XIX, já não era mais o esplendoroso centro de mineração que tanto a projetara no século anterior, mas mantinha sua importância como movimentado pólo social e comercial, tendo conseguido diversificar sua economia de tal forma que pôde garantir sua sobrevivência e assegurar seu progresso. No campo religioso era total a proeminência da Igreja Católica, com grande prestígio do clero e das ordens e irmandades religiosas, pertencendo à então Diocese de Mariana, criada em 1745.

Nesse contexto sócio-econômico, no dia 23 de agosto de 1819, nasceu o futuro sacerdote-compositor na já centenária Rua de Santo Antônio, na casa de número 112, filho do casal João Xavier da Silva Ferrão e D. Maria Benedita de Miranda, esta da ilustre estirpe dos Miranda, família de renomados musicistas são-joanenses à qual pertenceu José Joaquim de Miranda, pai da mencionada senhora, o qual no ano de 1776 fundara a velha Companhia de Música, depois Sociedade Musical Lira Sanjoanense, hoje Orquestra Lira Sanjoanense.

Além de José Maria, integravam a prole do casal as irmãs Teresa, Mariana, Maria Lina e Bernarda Luíza. O menino foi levado à pia batismal pelos viúvos, Capitão Jerônimo José Rodrigues e D. Maria Custódia, onde o sacramento lhe foi ministrado pelo padre coadjutor, Alexandre Joaquim do Amaral.

Desde cedo revelando invulgar inteligência, iniciou-se nas Letras com o renomado mestre Guilherme José da Costa e, na música, com seu tio, Francisco de Paula Miranda, que dirigiu a hoje orquestra Lira Sanjoanense, de 1827 a 1846. Nessa mesma orquestra, José Maria atuou como menino-cantor (tiple) e como clarinetista e violinista. Sabe-se que também tocava viola, violão e piano (como clarinetista, em contrato firmado pela Ordem do Carmo com o dirigente da Orquestra, a 09/12/1837, o jovem musicista deveria receber quatorze mil réis anuais). Paralelamente às suas atividades musicais, inicia-se nos segredos da Gramática Latina, que tanto lhe valeriam em sua futura carreira.

Em 1838 conclui seus estudos preparatórios, após cursar brilhantemente a escola pública, sob a orientação dos mestres Reginaldo Pereira de Barros, Dr. Domingos da Cunha e do Cônego José Antônio Marinho, quando freqüentou as chamadas aulas públicas de Latim, Francês, História, Geografia e Filosofia. A 23 de dezembro de 1839 recebe do Delegado Imperial da Instrução Secundária o Diploma de Mérito.

Sem prejuízo de suas atividades escolares, ajudava seus pais no orçamento doméstico, lecionando música, particularmente, nas casas e atuando como escriturário no escritório do advogado José Maria da Câmara, seu cunhado.

Impelido todavia por uma vocação que já dormitava em sua alma e que crescia no contacto direto com as orações e cerimônias da Igreja, parte em 1845 para o Seminário de Mariana, decidido a tornar-se sacerdote. Possuidor de sólida formação humanística, faltava-lhe apenas o estudo da Teologia e aprofundamento na Liturgia. A propósito, convém lembrar que o mui conceituado e respeitado Seminário de Mariana, fundado por seu primeiro bispo, D. Frei Manoel da Cruz, sob o pontificado do notável Bento XIV, com a devida licença de Sua Majestade D. João V passada a 12 de setembro de 1748, vinha sofrendo grandes crises, tendo sido fechado e reaberto por três vezes, ocorrendo o último fechamento em 1842, tendo até mesmo sido transformado em quartel para tropas, durante a Revolução Liberal. Nessa ocasião, residia no seminário apenas um aluno, sem aulas para freqüentar. Parece que funcionava apenas uma aula de Moral, destinada a alunos externos. Quando D. Antônio Ferreira Viçoso tomou posse da Diocese, a 16 de junho de 1844, esta estava vacante já havia 9 anos! Imediatamente procedeu esse grande e santo bispo à reabertura do seminário, providenciando a reforma do edifício e a organização das aulas com os mestres que pôde obter, recebendo os alunos que chegavam, sendo que já em janeiro de 1845 começava a funcionar, sob a direção do padre, depois bispo, João Antônio dos Santos, após ter ficado por breve período, como reitor, o padre Francisco Soares de Faria. Justamente nesse mesmo ano de 1845 ingressa José Maria Xavier no Seminário de Mariana, que, praticamente, estava renascendo para suas atividades. Talvez seja esse o principal motivo de, lá permanecendo apenas por 1 ano, ter José Maria recebido sua ordenação sacerdotal, evidentemente tendo sido considerada a já referida sólida formação humanística e, sem dúvida, religiosa, apresentada pelo seminarista em questão. Assim, já no dia 19 de abril de 1846 é ordenado presbítero por D. Antônio Ferreira Viçoso nos derradeiros dias do pontificado de Gregório XVI. A 23 de maio do mesmo ano, na Matriz de Nossa Senhora do Pilar de São João del-Rei, canta sua primeira Missa.

No ano seguinte, é nomeado Vigário do Rio Preto, cargo esse exercido com grande devotamento, obtendo, contudo, permissão para retornar a sua cidade natal, por motivo de saúde. Nesse mister permanecera de 21/02/1847 a 29/05/1848.

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* Abgar Antônio Campos Tirado é natural de São João del-Rei, MG. Com formação na área das Letras e da Música, é professor, palestrante, comentarista cultural, escritor, pianista e compositor, com obras já executadas no exterior. Foi diretor por vários anos do Conservatório Estadual de Música “Padre José Maria Xavier” de São João del-Rei, onde se aposentou. É sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei e membro efetivo da Academia de Letras da mesma cidade, bem como da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais. Mais...


Fotos:

1 - Busto do Padre José Maria Xavier e Igreja Nossa Senhora do Rosário ao fundo (2008). Crédito: Cris Carezzato
2 -
Casa onde nasceu o Padre José Maria Xavier (2009). Crédito: Cris Carezzato

Padre José Maria Xavier, sua vida e sua obra, no contexto de sua época >>> Parte 2


Por Abgar Antônio Campos Tirado *


Em São João del-Rei, exerceu cargos e funções diversas, a saber: Capelania no Colégio Duval, magistério no mesmo colégio e, mais tarde, em outras escolas; Vigário da vara de São João del-Rei, em 1854, cargo que exerceu por pouco mais de dois anos com extrema dedicação e devido rigor, o que lhe valeu aborrecimentos, mesmo com irmãos no sacerdócio, de quem exigia o integral cumprimento do dever; Definidor da Ordem Terceira de São Francisco, estando seu nome inscrito no Quadro de Benfeitores; Definidor, de 1855 a 1856, da Confraria de São Francisco de Assis e São Gonçalo Garcia, da qual foi extraordinário colaborador; Comissário da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, à qual se dedicou com sumo zelo (Eleição confirmada a 12 de outubro de 1859, pelo Revmo. Provincial Frei Luiz de Santa Bárbara Pereira); eleito em 1879 e 1880 Provedor da Santa Casa da Misericórdia, nesse encargo trabalhando incansavelmente, tanto na assistência espiritual e material aos doentes como, segundo ilustre médico, antecipando de cem anos métodos de administração hospitalar, além de promover a humanização no tratamento dos doentes mentais, levados a efeito nesse pioneiro nosocômio; membro da Conferência de São Vicente de Paulo, à qual tudo fazia para servir, não medindo os maiores sacrifícios; membro da Irmandade de N. S.ª da Boa Morte; Capelão, nos últimos tempos, da Irmandade dos Passos e da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, entidades às quais deu o melhor de si, distribuindo, entre os pobres, parte dos pequenos proventos recebidos, realizando igualmente diversos atos litúrgicos, principalmente funerais, sem remuneração alguma. A propósito, vale lembrar o aborrecimento sofrido, quando Capelão da Irmandade dos Passos, no dia 23/03/1879: Advertindo o Padre José Maria os responsáveis pelo abuso no toque de sinos ao ensejo das comemorações de Passos, foi ele aparentemente obedecido na véspera da festa; todavia, no dia seguinte, os sineiros, num desafio ao respeitado sacerdote, fizeram as campanas soar como bem lhes ditou o alvedrio (cumpre ressaltar que, na época, era forte, sobretudo na Europa, a onda do anticlericalismo ou de indiferentismo religioso, fruto de filosofias estribadas unicamente na razão e que já se vinham insinuando desde séculos anteriores, culminando no século XIX com filosofias antimetafísicas como o Positivismo e o Materialismo, juntamente com a revolução científica e industrial. Todavia, o ambiente em São João del-Rei e em cidades congêneres, era, por assim dizer, acentuadamente teocêntrico, sendo grande a autoridade da Igreja; nesse tipo de realidade, não era incomum, ao lado da extrema submissão às normas eclesiásticas, movimentos, isolados e esporádicos, de grande rebeldia). Em ofício datado de 29/04/1879 o Padre José Maria se dirige à Irmandade, relatando a Lamentável ocorrência, dizendo textualmente: "...........foram as torres d’improviso assaltadas (na Matriz até com arrombamento) por aqueles heróis de campanário, invictos atletas de ........... (empinar sinos) e que se julgam sobranceiros a qualquer coibição legal, máxime da Igreja".

Na política, chegou o Ilustre sacerdote a militar por algum tempo no Partido Conservador, abandonando-o motivado por algumas divergências, mas conservando os princípios.

Possuía o Padre José Maria um caráter irrepreensível e um grande amor à virtude, que o fazia levar uma vida austera, de rigorosa observância dos deveres de estado e de privação de prazeres, exceção feita ao cultivo da música, quando em determinados dias da semana se reunia com alguns amigos, para fazer música de câmera.

Sua sabedoria e prudência faziam-no sempre procurado para a solução dos mais diversos problemas, notadamente em delicados casos de consciência e em questões conjugais. Foram muitos também os que o quiseram como testamenteiro. Segundo seu amigo e biógrafo, Severiano Nunes Cardoso de Resende (08/11/1847 – 13/05/1920), caracterizava-o também certo pessimismo no que tangia a assuntos seculares, sendo comum, em questões secundárias, assumir posição antagônica a seus interlocutores, muito embora, nas causas realmente graves, fosse um eterno conciliador. Principalmente em seus últimos anos, quando levava a vida de simples sacerdote, dedicava-se com afinco ao estudo de línguas e de ciências, também lecionando, gratuitamente, para meninos pobres. Sua grande caridade fez com que, na terrível epidemia de varíola que assolou São João del-Rei em 1878, visitasse com freqüência os doentes, mesmo com alto risco de contágio. Seu amigo e também biógrafo Aureliano Correia Pereira Pimentel (20/11/1830 – 31/12/1908) nos conta que era o Padre José Maria o sacerdote que assistia espiritualmente os condenados à forca, nos instantes que precediam a consumação da pena capital.

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* Abgar Antônio Campos Tirado é natural de São João del-Rei, MG. Com formação na área das Letras e da Música, é professor, palestrante, comentarista cultural, escritor, pianista e compositor, com obras já executadas no exterior. Foi diretor por vários anos do Conservatório Estadual de Música “Padre José Maria Xavier” de São João del-Rei, onde se aposentou. É sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei e membro efetivo da Academia de Letras da mesma cidade, bem como da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais. Mais...

Padre José Maria Xavier, sua vida e sua obra, no contexto de sua época >>> Parte 3


Por Abgar Antônio Campos Tirado *


O compositor


Senhor de vasta cultura, com especial inclinação para as Letras, era todavia na música que o notável clérigo demonstrava os mais elevados dotes, por ela nutrindo o maior interesse.

Correspondeu o período criador do Padre José Maria ao fastígio do Romantismo europeu, quando criava suas obras-primas um Schumann, um Chopin, um Mendelssohn, um Liszt, bem como Rossini, Bellini, Berlioz, Verdi, Wagner e tantos outros, romantismo esse já perceptível na obra de seu patrício e coestaduano, Padre João de Deus de Castro Lobo (Vila Rica, 1794 – Mariana, 1832).

Como compositor, o Padre José Maria revelava, a exemplo de Giuseppe Verdi, uma inesgotável inventiva melódica, sempre revestida de singelas harmonias e discreto contraponto, logrando alcançar belos efeitos com grande economia de meios. É comum em sua música aparecer a melodia principal na orquestra, freqüentemente na flauta, no violino ou clarineta, muitas vezes passando de um instrumento para outro, ou ainda na flauta e clarineta em uníssono, enquanto a massa coral, como num acompanhamento harmônico, apóia a orquestra em blocos de acordes, visando, sem dúvida, a favorecer a compreensão do texto, antecipando, de muito, a prescrição do futuro Papa, S. Pio X. Surgem no coro muitas notas destacadas, quando as palavras são deliberadamente cortadas por pausas, soando cada sílaba isoladamente, como, por exemplo, em: "Et/in/ter/ra/pax/ho/mi/ni/bus/bo/nae/vo/lun/ta/tis", no Glória da Missa da Assunção. Outra característica é o freqüente confronto sucessivo entre uma tonalidade maior e sua relativa menor. Se, no que diz respeito às vozes, o coro exerce amiudadas vezes a função de quase acompanhamento, o mesmo não se dá com os solos, duetos, tercetos e quartetos, que apresentam notável autonomia melódica. São também característicos os "crescendi" nos "tutti", que fazem lembrar o italiano Rossini.

Embora o Padre José Maria tenha assimilado processos utilizados por compositores europeus, principalmente os operistas italianos em voga na época, de quem, em suas primeiras composições, utilizou temas e sobre cujas obras trabalhou, é certo que conheceu bem seus antecessores mineiros, podendo-se ainda na música Xavieriana, tanto em aspectos melódicos como rítmicos, perceber traços nacionalistas, lembrando respectivamente a cantiga popular e ritmos de congada e de batuque, tudo isso, entretanto, dentro de um inconfundível estilo pessoal. Em algumas ocasiões é usada a forma cíclica (com o retorno de temas apresentados, tão largamente utilizada por seus contemporâneos europeus Franz Liszt e César Franck). A orquestração normalmente empregada se constitui de flautas, clarinetas, trompetes, trompas, oficleide, cordas e, às vezes, trombone.

A 27 de outubro de 1872, a 5ª Exposição Industrial Mineira, em Juiz de Fora, concedeu-lhe a Medalha de Prata por suas composições. Vindo o Imperador D. Pedro II a São João del-Rei, em agosto de 1881, para a inauguração da Estrada de Ferro Oeste de Minas, após assistir a uma cerimônia religiosa, anotou em seu diário de viagem: "A música do Te Deum foi a melhor que ouvi em Minas; dizem ser composição do Padre José Maria". O notável poeta satírico e músico barbacenense, Padre Corrêa de Almeida, era também fervoroso admirador das músicas do Padre Xavier, tendo deste recebido peças a ele especialmente dedicadas, como a Última Lição do 3º Noturno de cada um dos Ofícios de Trevas, que o primeiro cantava com esmero, durante a cerimônia própria, em São João del-Rei. Também Hermenegildo José de Souza Trindade, notável baixo e Diretor da Lira Sanjoanense por duas vezes, teve várias composições do Padre-mestre a ele dedicadas.

A obra do Padre José Maria Xavier é vasta, tendo o musicista e pesquisador Aluízio José Viegas (que, por sinal, prepara um livro sobre o compositor) catalogado já mais de cem composições, muitas delas de largas proporções. Considerando os inúmeros afazeres que lhe tomavam quase todo o tempo, depreende-se a enorme facilidade com que compunha.

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* Abgar Antônio Campos Tirado é natural de São João del-Rei, MG. Com formação na área das Letras e da Música, é professor, palestrante, comentarista cultural, escritor, pianista e compositor, com obras já executadas no exterior. Foi diretor por vários anos do Conservatório Estadual de Música “Padre José Maria Xavier” de São João del-Rei, onde se aposentou. É sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei e membro efetivo da Academia de Letras da mesma cidade, bem como da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais. Mais...

Padre José Maria Xavier, sua vida e sua obra, no contexto de sua época >>> Parte 4


Por Abgar Antônio Campos Tirado *


A obra

Dentre as composições do Padre José Maria Xavier, sejam citadas: - Música completa para a Semana Santa – em que a Paixão e Morte de Cristo são sublinhadas de forma pungente, e por vezes, descritiva, como nos exemplos: O 2º Responsório do Ofício de Trevas de Quinta-feira Santa – rezado ao anoitecer de quarta-feira – "Vos fugam capietis" é escrito num fugato que sugere a fuga dos apóstolos; também no 8º Responsório do mesmo Ofício, no trecho "Sed festinat tradere me Judaeis", a música apresenta, nas cordas, desenhos ascendentes rápidos, descrevendo o fato de Judas apressar-se (festinat) para entregar Jesus. No 1º Responsório do Ofício de Sexta-feira Santa no "Velum templi scissum est", o desenho melódico descendente nas palavras "scissum est" sugere o véu do templo se rasgando de alto a baixo; logo a seguir, no "et omnis terra tremuit", a música apresenta um trêmulo, traduzindo o tremer da terra. Já no 7º Responsório do Ofício do mesmo dia, no trecho "Et sicut gigantes steterunt contra me", a voz de trompas de caça lembra os passos de gigantes.

Toda a música do Padre José Maria para os Ofícios de Trevas foi gravada pela Orquestra e Coro dos Inconfidentes, de Belo Horizonte, sob a regência do são-joanense Marcelo Ramos.

1) Matinas do Natal de N. S. Jesus Cristo – para quatro vozes e pequena orquestra. Obra composta em 1866 e impressa em Munique (Alemanha), em junho de 1885. É orquestrada para violino I, violino II, viola, baixos, oficleide, flauta, clarineta, trompete e trompas, além das quatro vozes (tiple, altas, tenor e baixa). Segue a forma geral das Matinas: Invitatório (Christus natus est nobis. Venite adoremus) – 1º Noturno (três Responsórios), 2º Noturno (três Responsórios) a 3º Noturno (dois Responsórios). Essa obra foi gravada integralmente pela orquestra Ribeiro Bastos, sob a regência do Dr. José Maria Neves, que é também autor do instrutivo folheto sobre o autor e obra, que acompanha o disco;

2) Matinas d' Assunção e Novena própria;

3) Matinas de Santa Cecília, da Conceição, do Espírito Santo, do Patrocínio de São José, do Sagrado Coração de Jesus e da Ressurreição;

4) Novenas de Santa Rita, de São Sebastião e de Nossa Senhora do Carmo;

5) Seis missas e cinco credos (na tradição luso-brasileira,a forma Missa compreendia o Kyrie e o Glória; e a forma Credo, o Credo propriamente dito, o Sanctus, o Benedictus e o Agnus Dei). Dentre as Missas, podemos citar a da Assunção (1851), que sugere a forma cíclica, voltando o tema do Kyrie no "Cum Sancto Spiritu". É uma bela composição, assim constituída: 1 – Glória in excelsis Deo (coro, com predominância do uníssono e orquestra); 2 – Laudamus te (terceto: soprano, alto e baixo); Gratias agimus (tenor-solo); Domine Deus e Qui tollis (quarteto vocal); Qui sedes (introdução-cordas/coral a capella/coral e cordas); Cum Sancto Spiritu (tema do Kyrie – coro e orquestra). Outra bela Missa é a do Espírito Santo; e a Missa nº 5, composta em 1880, foi impressa em 1884, em Munique. Essa última foi gravada pela Orquestra e Coro do 14º Inverno Cultural, da UFSJ, sob a regência de Paulo Miranda, sendo ao mesmo tempo lançada, em esmerada edição, a partitura dessa Missa. Também a Missa do Sábado Santo, chamada Missa de Catedral, já está gravada pela mesma orquestra e coro, sob a regência do referido maestro, gravação essa que aguarda reprodução.

6) Para os defuntos: Missa de Requiem – Responsórios Fúnebres – Dois Mementos – Ofício Fúnebre – Encomendação do Carmo e Encomendação de São Francisco;

7) Diversas antífonas, solos, hinos, ladainhas, Veni Domine, Glória Patri para novenas, Tractus, Popule meus, Adoramus te Christe, Bradados;

8) Três Te Deum(s) (o 3º pertencente às Matinas do Espírito Santo);

No campo da música não-sacra instrumental encontram-se valsas, minuetos (seis festivos e três quaresmais) e outras composições, de acordo com o estilo e gosto da época. Aqui poderia incluir-se a Abertura para o dia 14 de agosto (Trânsito de Nossa Senhora).

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* Abgar Antônio Campos Tirado é natural de São João del-Rei, MG. Com formação na área das Letras e da Música, é professor, palestrante, comentarista cultural, escritor, pianista e compositor, com obras já executadas no exterior. Foi diretor por vários anos do Conservatório Estadual de Música “Padre José Maria Xavier” de São João del-Rei, onde se aposentou. É sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei e membro efetivo da Academia de Letras da mesma cidade, bem como da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais. Mais...

Padre José Maria Xavier, sua vida e sua obra, no contexto de sua época >>> Parte 5


Por Abgar Antônio Campos Tirado *


Doença, agonia e morte

Desde jovem, sempre foi delicada a saúde de padre José Maria, exigindo-lhe cuidados especiais. Indo ele certo dia, já sexagenário, podar arbustos em seu quintal, sofreu uma queda de boa altura. Foi o princípio do mal que o levaria ao túmulo.

Estando acamado havia menos de oito dias, percebendo a gravidade de seu estado, pediu fossem-lhe ministrados os sacramentos, sendo ele, em sua agonia, rodeado pelos parentes e pelo povo inconsolável. Perguntando-lhe o Dr. Cornélio Milward, médico que o assistia, sobre como se encontrava, respondeu-lhe: "Sinto-me morrer, doutor". Foram suas últimas palavras.

Precisamente às quatorze horas e cinqüenta minutos do dia vinte e dois de janeiro de mil oitocentos e oitenta e sete, falece o Revmo. Padre José Maria Xavier, presbítero do hábito de São Pedro. Foi dada como “causa mortis” diarréia e "paralesia consecutiva".

Desde o momento em que entrara em coma, os sinos de São João del-Rei faziam ecoar o toque de agonia.

No dia seguinte ao passamento, realizaram-se os funerais, simples na forma, conforme seu próprio pedido, mas riquíssimos no comparecimento das Ordens, das Irmandades e do povo em geral e, sobretudo, no afeto e no imenso pesar por todos demonstrados.

Após a missa de Requiem e encomendações (era o pároco na época o Revmo. Sr. Cônego Francisco de Paula da Rocha Nunan), seu corpo foi sepultado no cemitério da Confraria de Nossa Senhora do Rosário.

Durante muitos anos residiu o Padre José Maria, à Rua da Prata nº 86, em casa ainda hoje existente, a qual exibe um gracioso sótão, e que hoje restaurada, abriga consultórios médicos. Mudando-se posteriormente para uma casa em frente, hoje demolida, ali faleceu.

A humildade, a profunda fé e piedade cristã do ilustre morto se acham evidenciadas em seu testamento, datado de 13 de junho de 1885, em que, entre outras disposições, renova sua solene Profissão de Fé e de fidelidade à Igreja Católica, pede perdão a todos por qualquer ofensa, revela jamais guardar qualquer ressentimento de alguém, distribui entre seus parentes seus poucos bens, pede “toda ausência de pompa e muita simplicidade” em seu sepultamento, o qual se deveria realizar no Cemitério do Rosário, e solicita, principalmente, Missas em sufrágio de sua alma, bem como no de pessoas de sua família, concluindo com o apelo: "Em vez de coroas, marcha fúnebre, mausoléu, flores, poesias e necrológios eu prefiro e peço, pelo amor de Deus e por caridade, alguns Padre-Nossos e outros sufrágios constantes".

Reconhecimento

Além dos biógrafos citados, pesquisaram, entre outros, a vida do notável sacerdote os historiadores Augusto das Chagas Viegas, Sebastião de Oliveira Cintra e Fábio Nélson Guimarães, tendo este publicado um opúsculo especialmente dedicado ao compositor.

A música do Padre José Maria é executada principalmente em São João del-Rei, pelas bicentenárias orquestras Lira Sanioanense e Ribeiro Bastos, assim como em outras cidades mineiras, notadamente Prados e Ouro Preto, sendo que, em ocasiões especiais, tem sido apresentada em inúmeras outras cidades, até mesmo na França e nos Estados Unidos.

Em 1912, o poeta Bento Ernesto Junior idealizou erigir, em uma de nossas praças, um busto do grande musicista. Efetivamente, a 02 de maio de 1915, foi a herma inaugurada bem defronte à Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Discursaram durante a cerimônia o Padre João Batista da Silva e o venerando professor Antônio Rodrigues de Melo, já com 78 anos de idade e bastante doente (faleceria a 15 de julho do mesmo ano), este em latim, assim concluindo sua oração: "Beati qui viderunt et cognoverunt hunc sacerdotem flore aetatis! O felix patria quae germinavit, et docuit, et educavit, et elevavit eum ad apicem gloriae et immortalitatis!".

A Academia Brasileira de Música, fundada em 14 de julho de 1945, declarada "órgão técnico-consultivo para colaborar com o poder público, no estudo e solução dos problemas que se relacionam com o levantamento do nível cultural e artístico do Brasil" e que teve, respectivamente, como primeiro presidente e primeiro tesoureiro os imortais compositores Heitor Villa-Lobos e Oscar Lorenzo Fernandez, escolheu para Patrono de sua cadeira nº 12 o Padre José Maria Xavier. Foi seu primeiro ocupante Octávio Bevilacqua, pertencendo depois ao são-joanense Dr. José Maria Neves, lamentavelmente falecido em 2002, no vigor dos anos e das atividades.

As Leis Estaduais 811 e 825, de 13 e 14 de dezembro de 1951, criaram, em São João del-Rei, o Conservatório Estadual de Música, o qual pelo Decreto 4185 de 06 de março de 1954 se intitulou Conservatório Estadual de Música "Padre José Maria Xavier". A rua em que se situa o Conservatório, a antiga e formosa Rua da Prata, onde residiu e faleceu o emérito musicista, fora a 16/08/1898, rebatizada com seu nome, por força da Resolução nº 176 da Câmara Municipal, por indicação de seu vice-presidente e agente executivo em exercício, padre João Pereira Pimentel, filho do já citado Aureliano Pimentel.

Concluindo, pode-se afirmar ter sido o Padre José Maria Xavier uma pessoa extraordinária: como sacerdote, demonstrou heróicas virtudes (entre outras, modelo de observância do celibato, em uma época de relaxamento de costumes, não sendo incomum sacerdotes reconhecerem oficialmente filhos seus, como, por exemplo, o compositor carioca Padre José Maurício Nunes Garcia, o que, de certa forma, era bem aceito pelo povo); como artista criador, soube o Padre José Maria Xavier tornar profundamente místicas e angélicas melodias, harmonias e ritmos visceralmente humanos.

Para finalizar, com relação ao Padre José Maria Xavier pode-se dizer, parodiando o excelso Padre Antônio Vieira, referindo-se a Santo Inácio de Loyola: Padre José Maria Xavier, artista semelhante a tantos; Padre José Maria Xavier, artista sem semelhante.

Artigo publicado na Revista da Academia de Letras de São João del-Rei, ano II, nº 1 - 2006; páginas 163 - 173




* Abgar Antônio Campos Tirado é natural de São João del-Rei, MG. Com formação na área das Letras e da Música, é professor, palestrante, comentarista cultural, escritor, pianista e compositor, com obras já executadas no exterior. Foi diretor por vários anos do Conservatório Estadual de Música “Padre José Maria Xavier” de São João del-Rei, onde se aposentou. É sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei e membro efetivo da Academia de Letras da mesma cidade, bem como da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais. Mais...


Fotos:

1 - Busto do Padre José Maria Xavier e Igreja Nossa Senhora do Rosário ao fundo (2008). Crédito: Cris Carezzato
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Esquina da Rua Padre José Maria Xavier (2009). Crédito: Cris Carezzato

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Colaborador: Abgar Antônio Campos Tirado

Abgar Antônio Campos Tirado é natural de São João del-Rei, MG. Com formação na área das Letras e da Música, é professor, palestrante, comentarista cultural, escritor, pianista e compositor, com obras já executadas no exterior. Foi diretor por vários anos do Conservatório Estadual de Música "Padre José Maria Xavier" de São João del-Rei, onde se aposentou. É sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei e membro efetivo da Academia de Letras da mesma cidade, bem como da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais. Também pertence ao Conselho Artístico da Sociedade de Concertos Sinfônicos de São João del-Rei e é conselheiro do Centro de Referência Musical, Professor José Maria Neves – CEREM.

Textos de Abgar Antônio Campos Tirado neste Blog:

- Padre José Maria Xavier, sua vida e sua obra, no contexto de sua época
- O Cântico de Zacarias no Ofício de Trevas
- São João del-Rei, por que desprezada?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A agonia do Lenheiro


Por José Antônio de Ávila Sacramento *
“Por fim / a água escorre cada vez mais suja / a História segue o seu curso e, / com um prazer cada vez maior, / nós, Pôncios Pilatos, continuamos a lavar as mãos...”.
Uma relíquia do patrimônio natural são-joanense está na UTI. Para que se tenha uma idéia, nos nossos mais de 300 anos de história, avaliamos que o Córrego do Lenheiro permaneceu belo e praticamente limpo até o início do século passado; foi a partir do início do séc. XX, principalmente, que a poluição do córrego tornou-se um problema sério, agravando-se cada vez mais, até chegar ao estágio atual. O então Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar, fundado por Antônio Garcia da Cunha (o genro de Thomé Portes!) foi crescendo assim meio que desordenadamente e os esgotos foram direcionados para o leito do Córrego, sem nenhum tratamento.

Nos primórdios da Vila, certamente que a água usada na higiene pessoal, na lavagem de utensílios e os dejetos deviam de ser lançados pelas janelas das residências com a única restrição de que a dona da casa ou os escravos gritasse bem alto: "lá vem água!", a fim de se evitar que os distraídos tomassem "banhos" indesejados. Posteriormente, pelas ruas da cidade, a exemplo do que era comum, começaram a existir valas desordenadas e que cresciam meio fedorentas. Decerto que por aqui aconteceu também a imitação de hábitos da Corte pela elite são-joanense, que "importava" todos os costumes da população do Rio de Janeiro: a parte mais malcheirosa dos dejetos era colocada em penicos e jogadas em espécie de fossas sépticas, sendo que a classe menos favorecida, a maioria do povo, "fazia suas necessidades no mato mesmo".

Posteriormente, no Rio de Janeiro, os excrementos eram depositados em potes chamados "tigres", e conduzidos por escravos até às margens da Baía da Guanabara; é bem possível que os dejetos daqui também seriam lançados nos tais potes, os quais seriam carregados por escravos até às margens do Córrego do Lenheiro, onde eram lançados. Devia ser engraçada a situação dos são-joanenses daquela época, quando ao caminharem à noitinha pela Rua Direita ou Rua da Intendência, mal iluminadas por precários lampiões de azeite, temiam esbarrar naqueles escravos conduzindo os "tigres" e serem presenteados com um monte de sujeira. Vale lembrar aqui uma oportuna observação do meu amigo, confrade de IHG e historiador Antônio Gaio Sobrinho: "o termo enfezado, que hoje significa 'pessoa com muita raiva', deriva, certamente, daqueles escravos que, carregando os potes (tigres) cheios de fezes (enfezados), não deviam caminhar alegres, mas com as fisionomias aborrecidas, descontentes com aquela incômoda situação".

A indignação da população com a falta de limpeza da Cidade, como era natural que acontecesse, deve ter começado a surgir juntamente com o aparecimento de epidemias de varíola, febre amarela, cólera, etc, fato que decerto levou o povo a requisitar um serviço de limpeza mais amplo, a canalização dos esgotos e também da água. Começou, assim, a crítica história dos esgotos de São João del-Rei, com a continuação da poluição do Córrego do Lenheiro e, conseqüentemente, a do histórico Rio das Mortes.

Além de poluirmos cada vez mais o Córrego através dos esgotos, por outro lado fomos também responsáveis pela degradação da natureza que o cerca, impedindo a absorção de parte da poluição. Aterros, invasões, obras indevidas, desmatamentos, mudança do curso original da água e outros diversos fatores também ajudaram a tirar a vida do Córrego, diminuindo o nível de oxigênio de suas águas, eliminando-lhe a fauna e flora.

Os mais antigos ainda devem se lembrar do cheiro da lenha de candeia, queimada nos fogões da Rua da Prata: "lenha de primêra, freguesa!!!", anunciavam as lenheiras... A serra, nascente do Lenheiro, era coberta de candeias, finas, elegantes e desaparecidas nos fogões e fornos, tanto caseiros como de hotéis, padarias, fábricas e quartéis. Esse é o nosso passado: antiecológico, um resumo dos nossos crimes coletivos. A falta de espaço d'uma cidade "espremida" num vale, entre-serras e morros, possibilitou também que toda sorte de poluição fosse lançada ao Lenheiro, aproveitando-se da comodidade, e, também, da naturalidade da lei da gravidade.

A situação foi tomando uma forma insustentável a partir de fins dos anos 1950 e início da década de 60, até atingir aos críticos dias atuais. Com a canalização de parte do Córrego foi resolvido um problema estético, mas foi mantido um "esgoto a céu aberto". Os afluentes Rio Acima, Água Limpa e Águas Férreas foram sofrendo, cada vez mais, dos mesmos males. Anos atrás, uma verba federal de mais de meio milhão de reais foi desperdiçada pelo Poder Público Municipal num "emissário de esgotos", que de tão mal planejado e mal executado não chegou nem mesmo a amenizar o problema; e mesmo que tivesse sido diferente, com a falta de uma estação de tratamento, os esgotos continuariam sendo jogados no Córrego um pouco mais abaixo, "in natura", indo poluir o Rio das Mortes.

É necessário, pois, que as gestões em favor da despoluição (ou de se evitar a continuação da poluição) do Córrego do Lenheiro sejam efetivadas. Países como a França e a Inglaterra praticamente já despoluiram os rios Sena e Tâmisa, adotando duras leis ambientais e impostos proporcionais à degradação, além de reformulação da rede de esgotos e tratamento dos mesmos. Assim também se deu na Baía de Tóquio (Japão). Em países do Primeiro Mundo empresas poluidoras já respondem a violentos processos judiciais, com indenizações que são revertidas em favor da recuperação dos cursos d’água. No Brasil são exemplos de ações despoluidoras, ainda que tímidas, as que estão em curso nos Rios Tietê e Paraibuna. Vale mencionar o "Projeto Rio Limpo" que visa salvar a vida do Rio das Mortes, do qual o Córrego do Lenheiro é um dos poluidores.

Guardadas as devidas proporções econômicas e culturais estes são exemplos a serem seguidos antes que o histórico Córrego do Lenheiro, um dos símbolos da cidade de São João del-Rei, continue agonizando sem perspectivas de salvação.


* José Antônio de Ávila Sacramento nasceu em São João del-Rei/MG (distrito de São Miguel do Cajuru). É sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, membro efetivo da Academia de Letras de São João del-Rei, conselheiro titular do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural. Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (Belo Horizonte/MG). Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (João Pessoa/PB). Sócio Correspondente da Academia Bauruense de Letras (Bauru/SP). Sócio Correspondente da Academia Mageense de Letras (Magé/RJ). Mais...

Fotos:
1 - Ponte da Cadeia, sobre o Córrego do Lenheiro, ornamentada com flores em razão da eleição de São João del-Rei com o título de "Capital Brasileira da Cultura 2007". Crédito: José Antônio de Ávila.
2 - Ponte da Cadeia, sobre o Córrego do Lenheiro. Crédito: Cris Carezzato

Veja mais fotos do Córrego do Lenheiro aqui.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Novos recursos


É com grande entusiasmo que abro parênteses no conteúdo regular do Blog para anunciar melhorias estruturais que facilitarão o acesso e assiduidade dos usuários. Um simples recurso chamado RSS, aqui presente desde o primeiro momento, agora teve a sua utilização otimizada.

Esta tecnologia permite que o leitor se inscreva em sites que forneçam os chamados "feeds" (alimentadores) RSS, como é o caso deste Blog, que levam as atualizações em tempo real para qualquer ferramenta que entenda o formato - como o seu navegador de Internet, por exemplo. Ao ser inscrito nele o Feed RSS, é criada automaticamente na seção de favoritos uma pasta que listará os textos do Blog, sempre mostrando quando novos conteúdos forem inseridos.

Como proceder, então, para a inserção do Feed RSS no navegador? Simples, clique no botão de coloração laranja (acompanhado pela a frase "Inscrever RSS"), localizado no topo da coluna direita da página, e uma nova página se abrirá. Nela acesse "Inscrever agora" (para usuários do Mozilla Firefox) ou "Inscrever-se neste Feed" (usuários do Internet Explorer) e pronto, o conteúdo deste Blog será levado automaticamente até a barra de favoritos.

Foi disponibilizada, também, uma forma ainda mais prática para o usuário se manter atualizado. Na barra direita, abaixo do "Arquivo do Blog", existe um campo para cadastro de e-mails. Basta preenchê-lo com um endereço digital válido e confirmar a decisão na nova janela que se abrirá. Em seguida o e-mail cadastrado receberá uma mensagem pedindo que o serviço seja habilitado. Com a realização desse processo, chegará uma notificação na "caixa de entrada" em questão toda vez que um novo texto for postado.

Paralelamente aos assuntos acima tratados, agora o domínio www.saojoaodel-rei.com está devidamente registrado e redireciona diretamente para este Blog. Esta foi a primeira etapa para a criação de um grande portal que englobará todo o conteúdo aqui presente, atual e futuro, como parte de valiosa fonte das mais diversas informações sobre São João del-Rei. Um projeto que tem qualidade e confiabilidade de conteúdo como grandes diretrizes. E sendo o tempo grande descobridor, tudo acontecerá gradativamente com passos pensados e certeiros, e fazendo do São João del-Rei Blog ferramenta indispensável no "durante" e "depois".

O encerramento deste comunicado celebra a valiosa participação dos colaboradores desta página, ilustríssimos membros do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei e da Academia de Letras de São João del-Rei, na variedade temática, riqueza e confiabilidade de informações e forte embasamento crítico encontrados nos textos já publicados. Ainda que jovem, o São João del-Rei Blog já tem muito a oferecer para a valorização e preservação da memória de uma cidade que emana História, Tradições e Cultura.

Cordialmente,


Ricardo Campos e equipe São João del-Rei Blog
E-mail: sjdrblog@gmail.com