segunda-feira, 6 de julho de 2020

SONETOS DO EXÍLIO, POR IMPERADOR DOM PEDRO II


Por Francisco José dos Santos Braga


I. INTRODUÇÃO 



O COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA-CBG, do qual sou membro há 30 anos, enviou-me suas Cartas Mensais nº 153 e 154 (mar/jun 2020), que trouxeram matéria interessantíssima com o título “Brasileiro falecido em Fontainebleau, 1916”, cujo tema central é a publicação, em Paris em 1898, de um livreto de sonetos do Imperador Dom Pedro II, intitulado Sonetos do Exílio - Recolhidos por um brasileiro (responsável pela publicação e objeto da matéria, que se identifica como “Um Brasileiro” que considera o ano de 1898, o 67º do Império e o 9º do “grande crime”, que foi a proclamação da República). Imediatamente tive minha curiosidade despertada por qual teria sido esse brasileiro leal, bravo e intimorato defensor da Monarquia e disposto a arrostar a ira dos republicanos. 
Sempre me interessei pelo grande estadista brasileiro, Dom Pedro II, tendo lido sobre ele, pelo menos, os seguintes livros que mantenho ainda em minha biblioteca::
A maldição do Imperador (Cem anos de República) 1889-1989, por Francisco Luiz Soares; Exílio e Morte do Imperador, por Lídia Besouchet e As Barbas do Imperador, por Lília Moritz Schwarcz.

Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1975.


Divinópolis: Gráfica Sidil, 2000.

São Paulo: Companhia das Letras, 1998
Além disso, publiquei no Blog do Braga em 28/04/2019 "Exposição Fotográfica: "Uma Viagem ao Mundo Antigo Egito e Pompeia" nas fotografias da Coleção D. Thereza Christina Maria, para a qual contribuí com minha tradução de um trecho de uma carta de Plínio, o Jovem (61-114 d.C.) ao historiador romano Tácito, narrando as circunstâncias em que morreu seu tio Plínio, o Velho (23-79 d.C.), portanto aos 56 anos de idade, por ocasião da erupção do Vesúvio, quando o naturalista se lançou ao mar, para salvar outros habitantes da região.







Que exposição foi essa? Essa exposição foi organizada pela Fundação Biblioteca Nacional-FBN para possibilitar que os brasileiros conhecessem a Coleção D. Thereza Christina Maria, assim nominada em atendimento à vontade do Imperador, o qual, em seu exílio parisiense, decidiu doar sua biblioteca ao IHGB e à BN, consistindo de 25.000 fotografias. Dessas, cerca de 220 bem como retratos pintados a óleo pertencentes à família real integraram a exposição exibida entre 30/10/2017 e 30/01/2018 e o sucesso deve ter sido tão grande que a BN decidiu estendê-la por três longos meses! 
Portanto, eis o texto publicado pelo CBG e que aqui reproduzo na íntegra (itens II e III):



II. Brasileiro falecido em Fontainebleau, 1916 




CBG recebeu e-mail de genealogista francês, Sr. Jean Cousin, com registros sobre a morte de um brasileiro, carioca (nascido na cidade do Rio de Janeiro), falecido na França, em Fontainebleau, em 1916. Os declarantes foram o Barão de Muritiba, Manoel Vieira Tosta (filho) e o Conde de Araguaia, Amadeu José. Eis a transcrição da correspondência recebida: 
.......................................... 
Bom dia, 
Sou vice-presidente de um clube de genealogia na França. 
Durante uma pesquisa, encontrei a certidão de óbito, na cidade de Fontainebleau, de um homem nascido no Rio de Janeiro. Pensei que vocês poderiam estar interessados. Anexo a foto da certidão de óbito, sua transcrição e a tradução que fiz para o texto. 

"Le 23 août 1916, à quatre heures trente minutes du soir, Francisco Luiz SOARES de SOUZA e MELLO, né le sept septembre 1856 à Rio de Janeiro (Brésil), fils de père et mère dont les noms ne nous sont pas connus, célibataire, domicilié à Paris, 1 rue Scribe, huitième arrondissement, est décédé 43 boulevard Magenta. Dressé le 24 août 1916 à onze heures du matin, sans autres renseignements, sur la déclaration de Manoel VIEIRA TOSTA, baron de Muritiba, soixante ans, ancien magistrat, domicilié à Boulogne-sur-Seine (Seine), 10 rue Alsace-Lorraine, et Amédée, comte d'Araguaya, 57 ans, ancien secrétaire de la légation du Brésil à Paris, domicilié à Paris, 127 boulevard Haussmann, huitième arrondissement, qui, lecture faite, ont signé avec nous Charles SATIN, adjoint au maire de Fontainebleau, officier de l'état civil par délégation". 

"Em 23 de agosto de 1916, às quatro horas e trinta minutos da tarde, Francisco Luiz SOARES de SOUZA e MELLO, nascido em 7 de setembro de 1856 no Rio de Janeiro (Brasil), filho de pai e mãe cujos nomes não são conhecidos por nós, solteiro, domiciliado em Paris, rua Scribe, nº1, oitava divisão administrativa, morreu na avenida Magenta, 43. Ato escrito em 24 de agosto de 1916, às onze horas da manhã, sem mais informações, conforme declaração de Manoel VIEIRA TOSTA, Barão de Muritiba, 60 anos, ex-magistrado, domiciliado em Boulogne-sur-Seine (Seine), rua Alsace-Lorraine, 10 e Amadeu, Conde de Araguaya, 57 anos, ex-secretário da legação do Brasil em Paris, domiciliado em Paris, Avenida Haussmann, 127, oitava divisão administrativa, que, feita a leitura, assinaram conosco Charles SATIN, vice-prefeito de Fontainebleau, oficial de registro civil por delegação".


Encontrei um artigo no jornal local de Fontainebleau "L'Abeille de Fontainebleau" datado de 1º de setembro de 1916 que relata a morte. Anexo um recorte deste diário, e também transcrição e tradução. Eis o link para o jornal (página 3, 4ª coluna, parte inferior)

"M. de Souza E Mello, riche brésilien, grand ami de la France, espérant trouver à Fontainebleau une amélioration de son état de santé, était arrivé au commencement de la semaine dernière dans notre ville. Il y est mort mercredi soir; son corps a été transporté à Paris dans la nuit de vendredi à samedi. Les obsèques de M. de Souza e Mello ont été célébrées hier, mercredi, à Paris en l'église de la Madeleine." 

"O Sr. de Souza E Mello, um brasileiro rico, um grande amigo da França, na esperança de encontrar uma melhora em sua saúde em Fontainebleau, havia chegado no início da semana passada em nossa cidade. Ele morreu na noite de quarta-feira; seu corpo foi transportado para Paris na noite de sexta-feira para sábado. As exéquias do Sr. de Souza e Mello foram celebradas ontem, quarta-feira, em Paris, na Igreja da Madeleine." 


Saudações 
Jean COUSIN 

Adendo do Colégio Brasileiro de Genealogia-CBG 

MURITIBA. (2º Barão com grandeza de) Manoel Vieira Tosta Filho. 
Arquivo Nobiliárquico Brasileiro – de Rodolfo e Jayme Smith de Vasconcelos. (1918) 
Nasceu na Capital da Província da Bahia, em 14 de outubro de 1839 e e ainda vive em Boulogne sur Seine, França. Filho do Marquês de Muritiba e de sua mulher, falecida Viscondessa desse título. Casou a 17 de novembro de 1869 com D. Maria José Velho de Avellar, filha dos Viscondes de Ubá; Dama Efetiva de S. Majestade a Imperatriz e de S. A. Imperial a Senhora Condessa d′Eu. 
Bacharel formado em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de S. Paulo em 1860, Desembargador aposentado da Relação da Corte, tendo sido o último Procurador da Coroa, Soberania e Fazenda Nacional. Do Conselho de S. M. o Imperador. Veador de S. M. a Imperatriz; Grande do Império; Grã Cruz da Ordem de S. Gregório Magno, de Roma; Dignitário da Ordem Romana de Pio IX; Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1904, e Sócio do Instituto Histórico de S. Paulo, etc. 
Criação do título: Barão com grandeza por decreto de 13 de julho de 1888. 

Amédé / Amadeu José Gonçalves de Magalhães - Conde de Araguaia (título concedido pela Santa Sé) 
Filho de Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811-1882), Visconde de Araguaia (título brasileiro), nasceu em Paris. Casou com Maria Eugênia Breves Cornélio dos Santos, filha do comendador João Martins Cornélio dos Santos e de sua esposa Cecília de Souza Breves, filha do “rei do café”. 
“A chegada do conde a Paris com fins profissionais é noticiada pelo Le Figaro, em abril de 1889. (...) O endereço residencial parisiense do conde consta em documentos distintos, no “Annuaire du grand monde parisien et de la colonie étrangère” ¹ do ano de 1908, no “Annuaire de la curiosité et des beaux-arts” ², nos anos de 1912 e 1920, no “Annuaire des grandes cercles” ³, dos anos de 1899 até 1906, 1908 a 1910, e em 1914. Ou seja, durante a maioria dos anos em que o conde viveu em Paris, ele manteve o mesmo endereço fixo: Boulevard Haussmann, 127, 8ª divisão administrativa“ 

¹  Tradução livre da autora: Anuário do grande mundo parisiense e da colônia estrangeira. 

²  Tradução livre da autora: Anuário da curiosidade e das belas artes. 

³  Tradução livre da autora: Anuário dos grandes círculos.

* Barbosa, Thalita Moreira – “Os Dissidentes da República: o caso da família Araguaya” – in Anais da XXXIII Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“Representações artísticas brasileiras: do Segundo Reinado à Era Vargas” / organização Paulo Henrique Silveira Damião. Juiz de Fora, 2017. 6 a 20 de outubro de 2017.

A publicação gerou outra correspondência, desta vez do confrade Luís Severiano Soares Rodrigues, de Mesquita-RJ, indicando matéria do historiador de Nova Iguaçu-RJ, Ney Alberto, já falecido, publicada no jornal online Folha do Iguassu, em novembro/2015. O texto se refere àquele brasileiro falecido em terras francesas no século passado.



III. O “MENINO DE OURO” TERIA REUNIDO E PUBLICADO SONETOS DO IMPERADOR 

Por Ney Alberto**
Contribuição de Luís Severiano Soares Rodrigues


O iguassuense Francisco Luiz Soares de Souza e Mello é o mais interessante personagem da história da Vila de Iguassú. Nasceu em 1856 (17 de setembro), filho de Manoel José de Souza e Mello - Luiza Angélica Soares (filha do futuro Comendador Soares).
Estudou em Iguassú, no Rio de Janeiro e formou-se em Direito em São Paulo. Ainda novo, herdou grande fortuna, sendo apelidado de “Menino de Ouro” (não só por ficar milionário, mas, também, por suas qualidades humanistas).
Foi Promotor Público em Juiz de Fora, MG, abandonando a função para dedicar-se a estudos linguísticos (falava e escrevia, fluentemente, Português, Latim, Francês, Inglês, Italiano, Espanhol e Alemão). Na Europa, o poeta iguassuense colaborou com vários jornais (da França, Bélgica, Suíça, Itália, Espanha, Portugal, Inglaterra, Áustria, Alemanha). Foi à Europa para acompanhar “a Família Imperial desterrada”, convivendo, com Dom Pedro Segundo.
Findava-se o século dezenove quando apareceu, em Paris, um livreto intitulado - "Sonetos do Exílio recolhidos por um Brasileiro" - obra poética, do Imperador destronado. O "folheto" foi dedicado "À Sua Majestade a Senhora D. Isabel". Na dedicatória, depois de carinhosas palavras: "Rio, 1º de outubro de 1898, 67º do Império e 9º do “grande crime”. Um Brasileiro". O “grande crime” é uma referência à Proclamação da República (queda da Monarquia).
Abolicionista e monarquista convicto, o “Menino de Ouro”, por testamento, deixou para a Santa Casa "da Capital Federal", quatro fazendas (São José, Tinguá, Morro Agudo e Madureira). Há fortes indícios ligando-o ao recolhimento e publicação dos referidos sonetos.
O milionário faleceu em Fontainebleau (França) a 24/08/1916.
_______________________________________

** Ney Alberto Gonçalves de Barros. Professor, advogado, historiador e arqueólogo, era considerado a memória viva da Baixada Fluminense (isto é, do Estado do Rio de Janeiro). O Dicionário Cravo Albin o descreve também como “Escritor. Letrista. Poeta. Jornalista. Professor de História”. Defensor da preservação da história da Baixada, na década de 1990 exerceu o cargo de presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu IHGNI. Em 1996 recebeu o título "Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro”. Nascido a 27.09.1940 em Mesquita-RJ, faleceu aos 72 anos, a 22.06.2012 em Nova Iguaçu-RJ.

Fonte: Cartas Mensais do Colégio Brasileiro de Genealogia-CBG nº 153 (mar/abr 2020) e 154 (mai/jun 2020)

Portanto, até aqui a matéria contida nas duas Cartas Mensais do CBG.




IV. AMOSTRA DO LIVRO SONETOS DO EXÍLIO


 
Dos sete sonetos do livro, serão apresentados os de nº III e V: À Imperatriz e Grande povo!
(Primeiro, vem uma descrição, em prosa, da circunstância em que o Imperador escrevera seu soneto.)

Descrição do soneto A' Imperatriz (p. 16):

Não ha quem não tenha lido nos Vultos e Factos do Sr. Dr. Affonso Celso as paginas maviosas em que se descrevem as angustias do Imperador, quando no Porto lhe morreu a sancta esposa *, tão justamente cognominada Mãe dos Brasileiros. Echo desta immensa dôr é o presente soneto, repassado do mais fundo sentimento e, por assim dizer, escripto com as lagrymas que o venerando banido sabia occultar com imperturbavel compostura.
Relembra o 4º verso amantissima expressão de Horacio, applicada a Virgilio: Animæ dimidium meæ (Odarum L, I, 3.)
O original foi lançado, com lapis e em lettra quasi inintelligivel, à margem de um jornal portuense, onde se leem pormenores do funeral.

* Thereza Christina Maria, princesa do Reino das Duas Sicílias e "a Mãe dos Brasileiros", nasceu em  Nápoles em 14/03/1822, filha do rei Francisco I e da infanta Maria Isabel da Espanha. Patrocinou estudos arqueológicos na Itália e apoiou a imigração italiana para o Brasil. Dois dias depois da proclamação da República, a família real partiu para o exílio, na Europa, a bordo do vapor "Alagoas", chegando a Lisboa em 7 de dezembro de 1889. A família imperial recebeu a 24 de dezembro a notícia oficial de que haviam sido banidos para sempre do Brasil. Até aquele momento, fora pedido que eles partissem sem nenhuma indicação sobre quanto tempo teriam que ficar no exílio. A "notícia aniquilou a vontade de viver de D. Tereza Cristina", escreveu D. Pedro II no seu diário em 28 de dezembro. Em seu leito de morte, ela teria dito à Baronesa de Japurá: "Não posso abençoar pela última vez o Brasil, terra linda... não posso lá voltar." A imperatriz faleceu no mesmo dia, na cidade do Porto.

E na página seguinte, o soneto nº III do Imperador (p. 17):

A' Imperatriz 

Corda que estala em harpa mal tangida,
Assim te vais, ó doce companheira
Da fortuna e do exilio, verdadeira
Metade de minha alma entristecida!

De augusto e velho tronco hastea partida
E transplantada à terra Brasileira,
Lá te fizeste a sombra hospitaleira
Em que todo infortunio achou guarida.

Feriu-te a ingratidão no seu delirio;
Cahiste, e eu fico a sós, neste abandono,
Do teu sepulchro vacillante cyrio!

Como foste feliz! dorme o teu somno...
Mãe do povo, acabou-se-te o martyrio;
Filha de reis, ganhaste um grande throno!

       ♧               ♧               ♧

Descrição do soneto Grande povo! (p. 20):

Em Maio de 1888, na cidade de Milão, o Imperador, jazendo em leito de dores, onde pouco antes quasi que exhalara o ultimo suspiro, recebeu a grata noticia de haver sido, em 13 desse mez, promulgado o decreto que aboliu a escravidão no Brasil. Grande povo! exclamou, commovido e mal retendo as lagrymas.
Sobre este facto discorreu eloquente o Snr. Barão de Ramiz na já citada Polyanthéa, em artigo incerto a pag. 49-50 desse interessante repositorio do loyalism brasileiro.
Pouco mais de um anno depois, deixava o povo que a guarnição do Rio deportasse o velho Imperador; mas este não mudou de opinião, e na apathia de 15 de Novembro nunca viu desfallecimento de qualidades varonis, mas antes um desses momentos de estupor, com que mythicos deuses feriam as victimas da fatalidade.

E na página seguinte, o soneto nº V do Imperador (p. 21):

Grande povo! 

Desfallecido, errante, forasteiro,
Já das sombras da morte circumdado,
Subito ouvi: “Resurge!” que extirpado
Foi no Brasil p'ra sempre o captiveiro.

Presto a fugir, o alento derradeiro
Volveu-me ao coração quasi parado:
“Grande povo!” exclamei, “povo adorado!
Entre os demais da terra és o primeiro!”

Traguei depois meu calix d'amarguras;
Mas da verdade a lei não ha quem mude:
Grande povo! eu dissera entre torturas.

Grande povo no brio e na virtude!
Sê feliz, gosa em paz as mil venturas
Que deparar-te quiz e que não pude!




V. BIBLIOGRAFIA



BRAGA, Francisco José dos Santos:  "Exposição Fotográfica: Uma Viagem ao Mundo Antigo — Egito e Pompeia", Blog do Braga, publicada em 28/04/2019.
Link: https://bragamusician.blogspot.com/2019/04/exposicao-fotografica-uma-viagem-ao.html


PEDRO DE ALCÂNTARA, Dom. Sonetos do exílio. Recolhidos por Um Brasileiro. Editado por scp. Paris 1898.
Link do livro: https://digital.bbm.usp.br/view/?45000017592&bbm/7149#page/12/mode/2up

Notícia transcrita do jornal L’Abeille de Fontainebleau, edição de 01/09/1916, conforme link fornecido acima no texto, p. 3, coluna 4, seção “Décès”:
23 août Francisco-Luiz Soares de Souza E Mello, 59 ans, rentier, domicilié à Paris, 1, rue Scribe, décédé boulevard Magenta, 43.
Trad. “Óbito”: 23 de agosto – Francisco-Luiz Soares de Souza E Mello, 59 anos, vivia de renda, domiciliado em Paris, rua Scribe nº 1, falecido na Av. Magenta, 43.

25 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Tenho o prazer de reproduzir no Blog de São João del-Rei um texto que gostei imensamente, que me foi enviado, através das Cartas Mensais nº 153 e 154, pelo COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA-CBG, a respeito de um livreto SONETOS DO EXÍLIO, por nosso saudoso Imperador "Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil" (02/12/1825-05/12/1891), grande sábio e poliglota, reverenciado por todos os povos e governantes de então.
A grande novidade da matéria não são os sonetos sobejamente conhecidos do nosso Imperador, mas sim os dados biográficos pela primeira vez dados a conhecer do grande benfeitor FRANCISCO LUIZ SOARES DE SOUZA E MELLO ("Iguassu", 07/09/1856-Fontainebleau, 23/08/1916), carinhosamente conhecido por "Menino de Ouro", que "foi à Europa para acompanhar a Família Imperial desterrada", razão pela qual conviveu com Dom Pedro II no exílio, e, após a morte deste, teve a glória de publicar os referidos Sonetos do Exílio em Paris em 1898.

https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2020/07/sonetos-do-exilio-por-imperador-dom.html

Cordial abraço,
Francisco Braga

Gustavo Dourado (escritor, poeta de cordel e presidente da Academia Taguatinguense de Letras) disse...

Gratidão, nobre confrade Braga, parabéns, compartilho, abraços.

Rute Pardini (cantora lírica e escritora) disse...

Ehhh, meu querido esposo.
Termino leitura do seu texto com um sentimento meio triste ao pensar quanto este nobre Imperador amou a nossa terra, o nosso povo e teve que se exilar com toda sua família deixando para trás só saudades.
E como foi triste para ele ficar sem a sua amada pouco tempo depois na cidade do Porto.
O que lhe restou foi a inspiração para tão linda criação em forma de sonetos e que hoje podemos ler através da coleta pelo "Menino de Ouro", um anjo na vida e história da família do nosso Imperador no além-mar.
Parabéns, meu querido, por este relato, em que você expôs aqui no blog, os últimos momentos do nosso D. Pedro ll. Relato de testemunho de Um Brasileiro que você identifica tão bem no belo texto.

Diamantino Bártolo (professor universitário Venade-Caminha-Portugal, gerente de blog que leva o seu nome http://diamantinobartolo.blogspot.com.br/) disse...

Bom dia,
meu grande amigo Francisco
Muito obrigado.
Abraço.
Diamantino

Gilberto Mendonça Teles (autor de O terra a terra da linguagem e Hora Aberta-Poemas Reunidos e é membro da Academia Goiana de Letras) disse...

Muito obrigado, conhecia outros poemas de D. Pedro II, não me lembrava de ter lido esses. Abraço Gilberto Mendonça Teles

Paulo Roberto de Sousa Lima (escritor, gestor cultural e presidente eleito do IHG de São João del-Rei para o triênio 2018-2020) disse...

Bom dia, prezado confrade Francisco Braga.
Parece que a vida me considera carente de rimas e motes pois vc é o quarto que me passa poemas neste final de semana. Obrigado pelo envio de textos tão alusivos e explicativos. Fiquei animado, depois de ler "As Barbas do Filósofo", a ler "As Barbas do Imperador", referência do confrade e monarquista José Carlos Hernandez Prieto. Um dia, lerei.
Abraços fraternos,
Paulo Sousa Lima

João Bosco (Ten. Bosco) disse...

Olá, meu ilustre amigo Francisco Braga.
Gostei muito do artigo sobre D. Pedro II e de seus sonetos no exílio.

Parabéns.

Continue divulgando nosso cultura e nossa história.


Com um sincero abraço do Ten. Bosco (João Bosco da Silva).

Prof. Fernando de Oliveira Teixeira (professor universitário, escritor, poeta e membro da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Uma preciosidade, caro Braga, esta matéria de importância histórica e literária mesmo. Gratíssimo pelo envio. Abraço, com a distância “covídica”, para você e Rute. Laus Deo. Fernando Teixeira

Dr. Mário Pellegrini Cupello (escritor, pesquisador, presidente do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, e sócio correspondente do IHG e Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigo Braga

Agradecemos por sua mensagem sobre o Imperador D. Pedro II, pessoa pela qual sempre tivemos uma grande admiração e uma respeitosa lembrança, pelos grandes benefícios – especialmente socioculturais – que ele proporcionou ao Brasil. Seu reinado de 58 anos (1831/1889) foi de grande progresso e de enorme prosperidade para o nosso País.

Parabéns por sua constante preocupação em ressaltar os valores históricos de personalidades, como D. Pedro II, que contribuíram para construção de nossa nacionalidade.

Abraços, dos amigos Mario e Beth.

Frei Joel Postma o.f.m. (compositor sacro, autor de 5 hinários, cantatas, missas e peças avulsas) disse...

Mui interessante, Francisco.
Obrigado!
Continuemos trabalhando por um mundo melhor, sem nenhum tipo de escravidão! Grande abraço,
f. Joel

Vamireh Chacon Albuquerque (professor universitário e autor de Os Partidos Brasileiros no Fim do Século XX) disse...

Os Sonetos do Exílio de Dom Pedro II dizem muito da inteligência e do sentimento do grande estadista e grande brasileiro Dom Pedro II.

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga;
Importantes notas complementares à biografia e à sensibilidade do nosso notável imperador. Excelente!
Muito grato.
Cupertino.

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (professor universitário, presidente do TRE/MG, escritor e membro do IHG e da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Muito bom!

Benjamin Batista (Advogado, escritor, produtor cultural, presidente da Academia de Cultura da Bahia. idealizador de mais de 90 academias de letras , artes e cultura na Bahia, no Brasil e no mundo. Editor e cantor lírico.) disse...

Beleza. Abrs.

Marlene Santos disse...

Prezado Braga,
Muito obrigada por compartilhar este excelente texto, uma verdadeira aula.
Um abraço cordial.

João Carlos Ramos (poeta, escritor, membro e ex-presidente da Academia Divinopolitana de Letras e sócio correspondente da Academia de Letras de São João del-Rei e da Academia Lavrense de Letras) disse...

Fantástico!
Parabéns, mestre Braga!

Unknown disse...

Digna homenagem ao Imperador Dom Pedro II, brilhante personalidade à frente do seu tempo.Gosto de " A TERRA DO BRASIL". Aprecio poesias na forma do soneto, com rimas bem elaboradas . Maria Auxiliadora Muffato

Moisés Mota (presidente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette-ACLCL) disse...

Estimado Francisco Braga,

Suas mensagens são um deleite para nós. Quantos achados preciosos?! Obrigado!

Cordial abraço!

Moises Mota

Presidente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette-ACLCL

Suely Campos Franco (participa da Escola de Música / Programa de Pós-Graduação em Música Universidade Federal do Rio de Janeiro) disse...

Querido amigo, parabéns!! Muito interessante! Abraços, Suely

José Carlos Hernández Prieto disse...

Caro confrade e amigo Braga;
Mais uma vez, meu muito obrigado pela oportunidade que me oferece de enriquecer meu conhecimento sobre a vida e obra de nosso maior estadista de todos os tempos. Pedro II é, ainda hoje, uma referência de idealismo, virtude e entrega ao Brasil, diante do cometimento que lhe foi imposto, já desde terna infância. Não conhecia seus sonetos e a bela história de "Um brasileiro", Francisco Luis Soares de Souza e Mello. Tenho um dos livros que cita: "As barbas do Imperador", obra essa que recomendo sua leitura a todos que puderem. Abraço fraterno.

Anônimo disse...

Muito boa a publicação. Tenho guardado comigo a obra original que pertenceu ao finado professor Ney Alberto que era um grande amigo. Ele me presenteou com ela antes de morrer e guardo com muito cuidado e carinho. Junto com ela, tenho a anotação de próprio punho sobre a relação da obra com o menino de ouro.

Anônimo disse...

Perdão. Não me identifiquei. Sou o professor iguacuano Marcos Paulo Mendes Araújo, residindo atualmente na cidade de Manaus.

Aylê-Salassié disse...

Braga, você é um semeador da brasilidade. Desenterra marcas históricas que a política vai apagando . A imagem do Brasil como país soberano e admirado , ambiguamente, deve muito ao perfil de D. Pedro II. Ele era, inclusive, um admirador da República. Os republicanos foram injustos com ele.

Anderson Braga Horta disse...

Acho excelentes os dois sonetos. O primeiro abre com uma metáfora original, forte, consubstanciando-se num decassílabo impactante, e é conduzido com segurança até o final. O segundo, mais homogêneo, comove pela amorosa admiração manifestada com foco no homem brasileiro, em forma também segura e harmoniosa. Nosso Imperador, homem altamente qualificado em planos de múltipla abrangência, faz boa figura até no âmbito da Poesia.
Parabéns, Francisco Braga, pela boa divulgação.

Francisco José dos Santos Braga disse...

Pe. José Raimundo Batista Bechelaine (escritor e acadêmico da Academia Divinopolitana de Letras-ADL) disse...
Obrigado, caro Francisco Braga(nça).
Eu não tinha conhecimento desse livro. só conhecia aquele soneto que está no vitral da Catedral de Petrópolis, sobre os túmulos imperiais. Minha opinião pessoal é que teria sido melhor, se o Brasil continuasse a ser a monarquia constitucional que era.
Boa tarde.
JRBBechelaine