Por Francisco José dos Santos Braga
É com muita alegria que hoje, dia 28/06/2025, a partir das 10 h, estive participando do 14º FELIT-FESTIVAL DE LITERATURA DE SÃO JOÃO DEL-REI, expondo, na entrada da Biblioteca Municipal Baptista Caetano d'Almeida (com 198 anos de existência [1827-2025], a primeira biblioteca de Minas Gerais], meu livro NO REINO DA MÚSICA, que acaba de ser editado pela Editora Gulliver de Divinópolis-MG, com 509 páginas.
Tenho o prazer de reproduzir neste Blog do Braga a Apresentação que fiz na minha obra para esclarecer o meu propósito ao produzir esse livro, a partir de textos dos meus blogs, devidamente atualizados, revistos e ampliados para facilitar o trabalho de pesquisadores de ciências sociais, musicólogos, melômanos e interessados no tema musical.
O que dizer a respeito deste livro intitulado “No Reino da Música”?
É obra de um melômano, amante da música, ou de um historiador? Possivelmente de ambos, tendo em vista a formação do seu autor que, desde seus 13 anos, se viu envolvido e completamente apaixonado pela música. Este livro é fruto de alguém que busca, um buscador, que se propõe a rastrear, investigar e identificar os feitos, fenômenos e proezas de natureza musical cujas manifestações se verificaram ao longo de séculos na história da música.
A mitologia atribui a Euterpe, uma das nove musas, a invenção da música, da poesia lírica e da flauta dupla que proporcionava duplo prazer musical àqueles que a ouviam.
Seriam os músicos seres inspirados pela musa Euterpe, ou, por outro lado, dominados por humano anseio de glória e fama? Quase sempre, nem uma coisa nem outra. Se formos verificar o dia-a-dia desses compositores e instrumentistas ilustres, veremos que eles se destacam mais por sua transpiração (luta diária disciplinada) do que por sua inspiração. O aprendizado e a prática de instrumentos e a sua orquestração consomem-lhes todo o tempo, sacrificando a serviço da Arte o seu bem-estar e o de seus mais próximos.
A Natureza é pródiga e presenteia cada geração com músicos especialmente dotados que maravilham os seus contemporâneos com sua habilidade incomum para a música.
Quase toda a tradição musical está permeada também pelo mito de Orfeu. Acreditava-se que esse personagem era capaz de encantar ao som de sua lira todos os seres vivos e até inanimados como as pedras. Como um arquétipo do cantor inspirado, é uma das figuras mais significativas na recepção da mitologia clássica na cultura ocidental, retratada ou mencionada em inúmeras formas de arte e cultura popular, incluindo poesia, cinema, ópera, música e pintura. O poeta Píndaro o chama “pai das canções”, identificando sua descendência do rei trácio Eagro e da musa Calíope.
Todos os compositores, artistas e instrumentistas que aparecem neste livro são propostos para atender uma metodologia chamada de “análise fenomenológica musical”, uma expressão que parece complicada, mas que é relativamente simples de explicar. Inicialmente cabe definir o que se entende por fenomenologia. Para Heidegger, trata-se de “um método de investigação... significa, antes de tudo, um conceito de método.” Para Merleau-Ponty, fenomenologia é o “estudo das essências”, sendo necessária a reflexão a fim de se poder observar as coisas da forma como elas se manifestam.
Ao trazer a fenomenologia como abordagem para um estudo musical, o foco está na escuta e na reflexão resultante. Mas não se trata de uma mera experiência de escuta, mas aquela em que se atente para os detalhes da obra musical, sendo esse ouvinte capaz de comentá-la, de identificar e discutir o que ouve, estando apto a compará-la com sua própria experiência, interligando também o processo do autor da obra com o seu olhar.
No seu livro O Ouvido Pensante, Murray Schafer (1991, 295), ao falar da música na escola, recomenda que o aprendizado musical leve os alunos a mentalizarem uma noção de Universo, sentindo-se parte dele. Segundo ele, “a música existe porque nos eleva, transportando-nos de um estado vegetativo para uma vida vibrante... a música existe para que possamos sentir o eco do Universo, vibrando através de nós.”
Foi pensando nisso que organizei o presente livro, através de seções, investigando e expondo sobre o compositor/instrumentista e, em geral, propondo um ou mais vídeos para escuta e fruição do material musical ao final de cada leitura.
Com esse propósito em mente, o presente livro cobre os seguintes tópicos:
1. Compositores, músicos e musicólogos são-joanenses
— “Eu sou João da Matta” (monografia apresentada ao IHG de São João del-Rei)
— Ilustres músicos e musicólogos são-joanenses
2. Classicismo: Mozart
— Gênio Mozart, segundo Norbert Elias
3. Romantismo
— Lied “Rei dos Elfos”, de Franz Schubert, composto sobre poema homônimo do poeta Johann Wolfgang von Goethe
— Alusão da “Ave Maria” de Franz Schubert (1825)
— Franz Liszt em Milão (1837-38)
— Dança Macabra-Paráfrase do “DIES IRÆ” de Franz Liszt (1859)
— “MOSCOU”, cantata de Tchaikovsky sobre libreto de Apollon Maykov
— Alexandre Levy, precursor no uso de motivos folclóricos e tradicionais na sua obra
4. Ópera brasileira
— Aos 125 anos da morte do maior operista das Américas
— Carlos Gomes em Milão (de 1864 a 1896)
— Odaléa/Côndor (1891): última ópera de Carlos Gomes
— O Sertão, grande ópera de Fernand Jouteux
5. Grandes intérpretes brasileiros
— Oriano de Almeida: uma vida dedicada a Chopin
— Tudo por uma vida dedicada ao bel canto: Niza de Castro Tank
— O legado do pianista brasileiro Roberto Szidon (1941-2011)
O autor
II. AGRADECIMENTO
À minha amada esposa Rute Pardini Braga pela formatação de todos os registros fotográficos utilizados neste trabalho.
À minha amada esposa Rute Pardini Braga pela formatação de todos os registros fotográficos utilizados neste trabalho.
III. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BRAGA, Francisco J.S.: NO REINO DA MÚSICA, Divinópolis: Gulliver Editora Ltda., 1ª edição, 2025, 509 p.
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