quinta-feira, 13 de março de 2014

HOMENAGENS AO SÃO-JOANENSE CAPITÃO BENIGNO PARREIRA


Por Francisco José dos Santos Braga


Benigno Parreira regendo a Orquestra Lira Sanjoanense


I.  INTRODUÇÃO 


Por volta de 1962, quando eu mal entrava no mundo maravilhoso da Música, lembro-me de ter sido convidado pelo amigo Gil Amaral Campos para assistir à apresentação de um quarteto vocal (soprano, contralto, tenor e baixo) entoando o "Venite Adoremus" de Martiniano Ribeiro Bastos ¹, na residência de Aluízio José Viegas, na Rua Santo Antônio, ocasião em que foi feita também uma gravação. Lá estava ele, Benigno Parreira, que me impressionou vivamente por sua voz de baixo profundo. Devo confessar que a mesma admiração, idêntico encantamento perduram até hoje, agora não só pelo grande cantor, compositor, músico profissional, maestro consagrado, mas também pela pessoa lhana e afável que a todos ouve com a maior atenção e frequentemente fala com um sorriso todo peculiar, terno e comunicativo que envolve seus interlocutores.

A razão por que escrevo esta página dedicada ao Maestro Benigno Parreira, a meu ver, está estampada em um texto inesquecível escrito por seu irmão, o violinista José Lourenço Parreira, que nestes termos me confidenciou uma passagem de sua vida: 

"Certa vez, tinha cerca de dezoito anos, fui com um grupo de músicos de São João del-Rei dar um concerto na cidade de Aiuruoca. Os maestros foram os saudosos Pedro de Souza e Maria Stela Neves Vale. Nesse concerto participei como cantor, no coral, e violinista, na orquestra. Integravam a respeitável equipe artística nomes que são verdadeiros ícones da cultura em São João del-Rei: Benigno Parreira, Aluízio José Viegas, Abgar Antônio Campos Tirado, Geraldo Barbosa de Souza, dentre outros. Após a brilhante apresentação, houve agradável confraternização, num clube, a que se deu o nome de "Caju amigo". Um orador, ao louvar o solo que fizera o baixo Benigno Parreira, a maravilha de todo o concerto e atuação dos maestros, disse:

"...um dia, nem a nossa memória será lembrada! 
 Nunca esqueci essa expressão, dura e verdadeira, que me vem à memória neste momento."
 (grifo meu)

Ressoa ainda em meus ouvidos a verdade contida na expressão "um dia, nem a nossa memória será lembrada!" O tempo, se tem a virtude de amenizar o pesar pela perda de nossos entes queridos, por outro lado tem o dom de apagar também a memória dos grandes feitos e das realizações de alguém. Este texto se propõe a não deixar que os portentosos feitos de Benigno Parreira caiam no esquecimento e sejam conhecidos pelas novas gerações.

Neste trabalho dois autores prestam sua homenagem a Benigno Parreira: o Tenente Gentil Palhares, com uma crônica, intitulada "Subtenente Benigno Parreira", e eu, com um texto consistindo de notícias complementares esparsas, coligidas de fontes diversas.


II.  HOMENAGEM DE GENTIL PALHARES A BENIGNO PARREIRA


SUBTENENTE BENIGNO PARREIRA  ²

Por Gentil Palhares



Está todo feliz o nosso Benigno Parreira e contentes todos os seus chefes e ex-chefes, como eu, que o estimamos pelas suas virtudes. É que, naquele seu sorrisozinho, naquele seu andar gingando o corpo, acaba de colocar nas suas ombreiras verde-oliva os dois losangos que identificam o subtenente, na hierarquia militar.

Promovido fora, pois, o nosso ex-comandado da velha Cia. de Comando e Serviços, na qual servi 11 anos, dos 25 passados no seio do Exército, no glorioso Regimento Tiradentes.

Benigno Parreira foi sempre um moço de fina educação e excepcional compostura e, como soldado, cabo e depois sargento da nossa Cia. de Comando, era ele o exemplo da Banda de Música, nos antigos tempos do Ibraim Mattar, Sílvio Padilha, Vicente Ferreira da Silva, Sebastião Florentino, todos já na Reserva.

Disciplinado e com uma forte vontade de progredir e de ir colocando as divisas nos braços, Benigno Parreira não nos enganava de que seria, ainda, com o tempo, um dos esteios da nossa Banda de Música, quando dele viesse ela a precisar, não apenas como militar, senão que também como verdadeiro artista. E foi o que aconteceu, pois que, surgindo a revolução moralizadora de março de 1964, quando houve tantas indecisões em torno de sua movimentação, o então sargento Benigno Parreira não titubeou e permaneceu firme na Cia. Se soube respeitar o pensamento dos seus colegas, posto que sem a eles aderir, não arredou pé do seu Regimento e colocou-se pronto para o cumprimento da missão que receberia de seus superiores, do seu Comandante. E foi por isso que não saía nunca de São João del-Rei, sua Terra natal, onde ocupa lugar proeminente nos nossos meios musicais, especialmente na Sociedade de Concertos Sinfônicos, da qual é um dos baluartes.

Servindo em nossa Cia. — conforme fora dito — na graduação de cabo músico, o nosso Benigno Parreira, certa feita, fora relacionado, de ordem superior, para ser excluído, face a uma determinada redução de efetivo no seio do Exército. Eu era seu sargenteante e por ele nos interessávamos, razão por que fizemos tudo, apelamos por todos os lados, quer junto ao Comandante do Regimento, quer agindo por outros meios, por fora, mas fora o nosso próprio Comandante, o saudoso Cel. Niso de Viana Montezuma, quem deliberara conservá-lo no efetivo, não o excluindo, como a outros que foram atingidos pela determinação superior.

Eis porque, certo dia, o pai do cabo Benigno Parreira, tão contente ficar com a nossa atitude, que acabou nos convidando para padrinho de crisma do filho. E foi com as mãos sobre seus ombros, acompanhando aquele seu passo miúdo e sentindo o bamboleio do seu corpo, aquele gingado que ainda mantém até hoje, que nós o levamos à Paróquia de Dom Bosco, onde Dom Helvécio Gomes de Oliveira lhe ministrara o sacramento da crisma. E o cabo Parreira sorria todo feliz, como se pagasse uma dívida de gratidão. E era justamente isso que faziam pai e filho.

Benigno Parreira nunca esqueceu isso e ainda hoje, já madurão, metido no seu vistoso uniforme, quando passa pelo padrinho, o velho Tenente, primeiro faz a sua continência e depois toma a abênção, naquele seu sorrisozinho matreiro e naquela sua fala mansa.

Benigno Parreira, pelos predicados da arte e mais ainda pelas virtudes do coração, pela sua bondade, seu temperamento amoldável a tudo e a todos, vai varando os anos e vencendo na vida.

Um pesar, todavia, nós sentimos: o velho Parreira não pôde assistir à ascensão do filho! ³


III.  HOMENAGEM QUE PRESTO A BENIGNO PARREIRA


Benigno Parreira nasceu em 1931, em São João del-Rei.


Nós são-joanenses costumamos vê-lo regendo o Coral e a Orquestra da Lira Sanjoanense, todo domingo do ano, na missa das 10 horas, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês. Geralmente Parreira nos brinda com seu solo numa das partes da missa.


Igualmente Parreira rege o Coral e a Orquestra da Lira Sanjoanense na solenidade de Trânsito e Assunção de Nossa Senhora, comemorada pela Venerável Confraria de Nossa Senhora do Pilar, do dia 5 a 15 de agosto. Em 2013, além dele, a regência esteve também a cargo de Aluízio José Viegas, Willer Douglas da Silveira e Modesto Flávio Fonseca. ⁴


CINTRA (1982) noticia que em 19/11/1966 ocorria o começo de um movimento cultural, focado na Música cujo centro catalisador era o dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos, comemorado no dia 22 de novembro. ⁵

Pela sua importância, vou transcrever todo o texto referente ao grande movimento musical, iniciado em São João del-Rei, no ano de 1966, tal como Cintra  o descreve:
"Inicia-se o 1º Festival de Música de São João del-Rei, organizado pelo Serviço de Recreação e Turismo da Prefeitura Municipal, dirigido por Djalma Tarcísio de Assis.
Resumo das festividades:
1º dia: Missa de Requiem, na Igreja do Rosário, com a participação da Orq. Lira S. Joanense; homenagem póstuma aos músicos sanjoanenses e ao Pe. José Maria Xavier, com a cooperação da Banda Teodoro de Faria; no Municipal: coral da Escola Preparatória de Cadetes de Barbacena.
Dia 20: exibição dos alunos do Conservatório Estadual de Música; desfile de bandas, missa festiva na Catedral, com o concurso da Orq. Ribeiro Bastos; exibição da Banda Lira Ceciliana de Prados.
Dia 21: números artísticos pelos alunos do Conservatório de Música.
Dia 22: Missa nas Mercês, com a atuação da Orq. Lira S. Joanense; na Basílica do Pilar, missa com a Orq. Ribeiro Bastos; no Municipal, Concerto da Sinfônica local, sob a regência de Pedro de Souza, tendo como solistas Domingos Cirilo Assunção e Benigno Parreira.
Dia 23: retreta pela Banda Teodoro de Faria; Concerto Musical pela Banda do Batalhão de Guardas da ex-Guanabara.
Dia 24: Coral de Clérigos Salesianos e dos Pequenos Cantores do Colégio S. João.
Dia 25: Concerto pela Orquestra Sinfônica da Polícia Mineira de Belo Horizonte.
Dia 26-11-1966: no Municipal, a opereta Princesa das Czardas, pelo elenco teatral da Sociedade de Concertos Sinfônicos de S. João del-Rei." (grifo meu)

Em 1967, CINTRA ainda anotou no mês de novembro:
"No dia 18: Inicia-se o 2º Festival de Música de S. João del-Rei. Presta-se a homenagem aos músicos sanjoanenses — Culto da Saudade, com a cooperação das Bandas Teodoro de Faria e do Batalhão Tiradentes; à noite, no Teatro Municipal, apresenta-se o Coral da Universidade Federal de Juiz de Fora.
No dia 19 foram celebradas missas solenes nas Igrejas de S. Francisco e das Mercês, abrilhantadas, respectivamente, pelas Orquestras Ribeiro Bastos e Lira Sanjoanense. O tempo chuvoso prejudicou a vinda de várias bandas de música de cidades vizinhas. Foi muito ovacionada pelo povo sanjoanense a Sociedade Musical "Carlos Gomes", de Santos Dumont; no Teatro Municipal, obteve aplausos o Ballet Musical, do Teatro Francisco Nunes de Belo Horizonte, sob a direção do Prof. Carlos Leite.
No dia 20, no Municipal exibição da Lira Ceciliana (Banda e Coral), de Prados, sob a regência do Prof. Adhemar Campos Filho.
No dia 21: no palco do Conservatório Estadual de Música, programa dos alunos do Conservatório, sob a direção do maestro Prof. Sílvio de Araújo Padilha.
No dia 22: concerto sinfônico-coral da Banda do 1º Batalhão de Guardas do 1º Exército, da cidade do Rio de Janeiro, tendo como Regente o Ten. Benoni Rodrigues Nascimento. Na 2ª parte do programa, contou-se com a cooperação artística da pianista sanjoanense Mercês Bini Couto e do Coral da Sinfônica de S. João del-Rei.
No dia 23: realiza-se no Teatro Municipal, em continuação do 2º Festival de Música, concerto pela Orquestra Sinfônica da Polícia Mineira de Belo Horizonte.
No dia 24: concerto pela Associação de Canto Coral, do Rio de Janeiro, sob a direção da Maestrina Cléofe Person de Matos.
No dia 25: espetáculo folclórico do Colégio Clemente de Faria (Grupo Aruanda), de Belo Horizonte, com apresentação de Folcore de Minas, do Rio Grande do Sul, do Líbano e da Hungria. O festival encerrou-se no dia 26-11-1967 com um concerto de gala da Sociedade de Concertos Sinfônicos de S. João del-Rei, regido pelo Maestro Dr. Pedro de Souza. Organizou o Festival o Diretor da Secretaria de Turismo e Recreação da Prefeitura — Djalma Tarcísio de Assis, sob a orientação do Prefeito Dr. Milton Viegas." ⁶

Para exemplificar a intensa atividade do regente e solista Parreira, apenas na Sociedade de Concertos Sinfônicos (ou apenas "Sinfônica", como a tratamos carinhosamente), fundada em 26 de janeiro de 1930, vejamos o que escreveu BISPO (1971). Nesse texto, ele salienta que o ano de 1969 foi marcado pelas comemorações do 150º aniversário do compositor são-joanense Padre José Maria Xavier. Relembra que as homenagens foram especialmente preparadas pela Sinfônica e pelas orquestras Lira Sanjoanense e Ribeiro Bastos. Na mesma ocasião, Benigno Parreira não só pertencia ao Conselho Artístico da Sinfônica, como também era o regente do coral e solista. Ressalta que, naquele mesmo ano, houve inúmeros Concertos da Sinfônica, destacando os principais, a saber:
1) 200º Concerto teve lugar no Teatro Municipal de São João del-Rei, em 21 de junho
2) Em 6 de jullho, teve lugar um concerto de gala no Centro Recreativo Rio Verde, em homenagem à cidade de Conceição do Rio Verde pela comemoração da Semana Eucarística
3) 204º concerto, comemorativo, realizou-se no Conservatório Estadual de Música Pe. José Maria Xavier, no dia 23 de agosto
4) 205º Concerto de gala em homenagem ao dia da Independência realizou-se no Teatro Municipal são-joanense, no dia 7 de setembro
5) 206º Concerto teve lugar no Conservatório Estadual de Música no dia 13 de setembro e homenageou a APAE-Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais  ⁷
6) 207º Concerto, em 10 de outubro, homenageou entidade semelhante, a Associação Barbacenense de Assistência aos Excepcionais, entidade filantrópica fundada em 1962 por um grupo de pais e considerada órgão do governo em 1963, e teve lugar no Teatro do Colégio Estadual de Barbacena
7) 209º Concerto comemorativo, em homenagem a Santa Cecília, padroeira dos músicos, e teve lugar no Conservatório Estadual de Música são-joanense no dia 22 de novembro.

No ano de 1970, BISPO destaca três concertos da Sinfônica: o de nº 216 em comemoração ao 151º aniversário do Pe. José Maria Xavier e teve lugar no adro da Igreja de São Francisco de Assis, no dia 22 de agosto.
No dia 10 de outubro, realizou-se um concerto de gala promovido pela Universidade Federal de Viçosa. Do programa constou obras orfeônicas, música ligeira e de ópera para orquestra e de partes coro-orquestrais com solos vocais.
Por fim, registrou que os esforços da Sinfônica, nos últimos meses do ano, se concentraram na apresentação da opereta "A Viúva Alegre", de Franz Lehar, no Teatro Municipal são-joanense. Essa encenação, que reuniu grande parte dos músicos e amantes da cidade, foi também uma homenagem pela reforma do Teatro Municipal local.

Pela enorme expressão que representou o 402º Concerto de Gala da Sinfônica, em 11 de abril de 2003, cabe aqui salientar o que SACRAMENTO (2013) fez a cobertura  do programa em comemoração ao Dia das Mães e em homenagem às mães são-joanenses, da seguinte forma :

"A impecável regência ficou sob a responsabilidade da batuta do musicólogo e maestro Aluízio José Viegas.
As músicas apresentadas durante a primeira parte foram:
1) abertura da ópera "Tancredi", de G. A. Rossini;
2) "O Morcego", valsa "Dis-moi tu, dis-moi toi", de J. Strauss;
3) Drittes Concertstück (para flauta e orquestra, op. 216), com solo de flauta por Daniel Della-Sávia;
4) abertura de concerto "Ivone", de João Cavalcante, dedicada à sua filha Ivone Cavalcante Lage.
A segunda parte do concerto conteve as seguintes peças:
1) "Hino à Sinfônica", de Maria do Carmo Hilário e João Américo da Costa;
2) "Mon coeur s' ouvre à ta voix", da ópera Sansão e Dalila, de C. Saint-Saëns, com arranjo de João Cavalcante e, tendo como solista, Maria Aparecida Fonseca;
3) "Il Brindisi - Libiamo ne'liete calici", da ópera La Traviata, de G. Verdi, e teve como solistas Márcia Silva e Diemes Evandro dos Santos;
4) Invocação "O Dio degli Aymoré" do 3º Ato, da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, com arranjo de Ademar Campos Filho e tendo como solista Benigno Parreira." (grifo meu)

José Lourenço Parreira, irmão de Benigno Parreira, comentando sobre a conquista de Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945, fez o seguinte relato de outro 21 de fevereiro, desta vez, de 1976: 
"Em 1976, no dia 21 de fevereiro, em São João del-Rei, a solenidade alusiva ao dia foi celebrada no Monumento à Força Expedicionária Brasileira, próximo à Igreja de São Gonçalo e ao famoso Colégio de Nossa Senhora das Dores. O quartel do Regimento fica ali perto e, para chegar ao Monumento, tem-se de passar defronte ao Colégio e à Igreja. Nesse ano, o Mestre da Banda de Música, Tenente Benigno Parreira, teve bela e cívica ideia: passar defronte ao Colégio Nossa Senhora das Dores tocando o Hino do referido Colégio.
Ao longe, descendo a ladeira, lá vem a magistral Banda de Música, à frente do Regimento, as baionetas dos combatentes brilhando ao sol e o belo Hino do Colégio contagiando a todos!
Com incrível rapidez, a irmã Diretora determina que todos os professores, professoras e alunas corram para a frente do Colégio e saúdem com efusivas palmas o Regimento de São João que marcha em direção ao Monumento!
Após a cerimônia, o Comandante, Coronel Aldílio Sarmento Xavier, pergunta ao Tenente Parreira: "Parreira, por que aquela manifestação do Colégio?" Responde o grande Maestro:
"Coronel, tive a ideia de conduzir o Regimento ao som do Hino do Colégio e, pelo jeito, deu certo."
E o Coronel Xavier diz:
"Parreira, conduza, pois, o Regimento, na volta ao quartel, tocando o mesmo Hino! Parabéns pela iniciativa!"
Quando a Banda de Música iniciou a execução do Hino no retorno ao quartel, a tropa desfila com impecável marcialidade, os sinos da Igreja de São Gonçalo bimbalham festivamente e o corpo docente e discente do Colégio Nossa Senhora das Dores mais uma vez aplaude a tropa de heróis!
Muitas pessoas que tinham visto aquela tropa, um dia, partir para a guerra, derramam lágrimas de emoção!
No mesmo dia, o Tenente Benigno Parreira recebeu linda e delicada cartinha da irmã Diretoria. Transcrevo-a abaixo:
"São João del-Rei, 21/02/76
Meu querido Tenente Parreira, que Maria Santíssima o proteja e à sua família. Hoje, foi uma manhã de emoções para quem ama de verdade este Batalhão e este Colégio. Não há palavras para agradecer-lhe seu gesto super delicado em dirigir o desfile ao som do Hino do seu e nosso Colégio Nossa Senhora das Dores. Creia, Tenente Parreira, sua delicadeza nos cativa cada vez mais. Obrigada e Deus o proteja!
SENTI-ME FELIZ EM LEMBRAR-ME QUE ENFEITEI A FRENTE DO COLÉGIO QUANDO ELES VOLTARAM DA GUERRA, POIS SOU UMA ENTUSIASMADA PELO NOSSO EXÉRCITO. COM OS MELHORES VOTOS DE FELICIDADE AQUI FICO SEMPRE GRATA.

Irmã Apoline"
Caro Braga, meu irmão é um gigante cujas pegadas procuro seguir. A vida dele dá um belo livro! A marcha SAUDADES é, ao lado da Marcha da Paixão de Luiz Batista Lopes, a mais tocada no Estado de Minas Gerais, conforme concluiu um músico no seu trabalho de doutorado sobre Marchas Fúnebres. A maioria dos autores que escreveram marcha fúnebre, compuseram apenas uma, raro duas e Benigno Parreira está entre os que compuseram duas." 
De fato, o nome do compositor Benigno Parreira está sempre presente nas missas aniversárias, para as quais contribuiu com duas marchas fúnebres, sendo a mais executada a denominada "Saudades". ⁹

Digno de registro é que a missa de corpo presente do Monsenhor Sebastião Raimundo de Paiva, concelebrada na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar em 4 de março de 2014, às 10 horas, foi iniciada com a audição da marcha fúnebre "Saudades", de Benigno Parreira, sob a regência do próprio autor. Em seguida, as orquestras bicentenárias da Catedral, a Lira Sanjoanense e a Ribeiro Bastos, sob a regência de Aluízio José Viegas, unidas, tocaram os responsórios fúnebres de autoria do compositor são-joanense Pe. José Maria Xavier, por desejo expresso do sacerdote falecido.


Convém ainda lembrar que um ritual muito antigo, originário de Portugal durante a Idade Média, é preservado na Cidade dos Sinos, sob o nome de Encomendação de Almas. Nas noites de sexta-feira da Quaresma, por volta das 23 horas, músicos da orquestra Lira Sanjoanense e cantores acompanham os encomendadores. Observe-se que esse ritual é apenas frequentado e conduzido por leigos.

Benigno Parreira, um dos organizadores do grupo, em entrevista, comentou que "em São João del-Rei, o ritual ocorre apenas três vezes durante a Quaresma.  A Encomendação sai primeiro no centro da cidade, depois acontece no Tijuco e a última vez é no cemitério municipal, na Avenida Leite de Castro. Pela tradição musical de São João, as preces do grupo são endereçadas a todas as almas, mas especialmente a músicos que já morreram." ¹⁰



IV.  NOTAS DO AUTOR



¹  Em São João del-Rei, ao meio-dia da Sexta-feira Santa, é pronunciado o "Sermão das 7 Palavras", ao qual se segue uma celebração litúrgica, às 15 horas, consistindo de 3 partes: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão. A peça coral "Venite Adoremus" é um convite para adorar-se o santo lenho e é cantada no início da Adoração da Cruz, logo após o Bispo cantar "Ecce lignum crucis, in quo salus mundi pependit", ou em sua tradução: "Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo". Como o cântico do Bispo é entoado outras duas vezes, cada vez um tom acima, após cada uma delas o coro responde com "Venite Adoremus", correspondente à nova tonalidade.

²  PALHARES, Gentil: São João del-Rei na Crônica, p. 157-158.

³ O capitão José Lourenço Parreira, irmão do meu homenageado, escreveu-me em e-mail o seguinte texto a respeito dessa crônica e das boas relações existentes entre Gentil Palhares e Benigno Parreira, a saber: 
"Caríssimo amigo Braga, paz! Quanta emoção ao ler os textos da lavra do grande Tenente Gentil Palhares! Maior emoção, vê-lo fardado, postura altiva, elegante, após um desfile! Lembro-me muito bem dele, já na Reserva, sentado junto à janela de sua residência, à rua Resende Costa, 224, hoje Rua Ten. Gentil Palhares, que, ao me ver, saudava-me, sorrindo: "Bom dia, está bonzinho?" Eu era adolescente e, sinceramente, não tinha ideia de estar passando diante de um gigante. Já em Campo Grande há 23 anos, quando escrevi sobre Frei Orlando, buscando dados nas obras de Gentil Palhares, é que meus olhos e coração se abriram para o insigne escritor. Prestei-lhe,  singela homenagem, no CONVERTEI-VOS. Enviei-lhe um exemplar, mas ele já estava muito alquebrado! Em 1964, ele, que lutara na Segunda Guerra mundial, na Itália, apresentou-se ao Comando do 11, desejoso de lutar contra os comunistas! Gentil Palhares é padrinho de Crisma de meu querido irmão, Benigno. Ele era muito amigo de meu pai e seu vizinho, José Venâncio Parreira. 
Quando Benigno Parreira, Capitão e maestro, foi promovido a Subtenente, Gentil Palhares, ao escrever uma de suas belas obras, "São João del-Rei na Crônica", dedicou uma de suas crônicas ao meu irmão com o título "Subtenente Benigno Parreira". 
Ó terra querida, como Deus a abençoa dando-lhe tão ilustres filhos ao longo dos séculos... Tiradentes, Nhá Chica, Abgar Antonio Campos Tirado (meu professor), Luís França (meu primeiro professor de violino), Aluízio José Viegas (meu irmão do coração), Monsenhor Sebastião Raimundo de Paiva, Francisco José dos Santos Braga, Benigno Parreira, Maria Stella Neves Vale (minha saudosa professora) e tantos outros que, ainda que não citados,  formam um grande luzeiro a iluminar a História da Pátria". 

⁴  Cf. http://barrocosaojoaodelrei.blogspot.com.br/2013_07_01_archive.html

  Ressalte-se que o culto a Santa Cecília sempre foi muito intenso em São João del-Rei, tendo os seus principais compositores escrito obras para a santa, a saber, Pe. João de Deus de Castro Lobo (Matinas de Santa Cecília), Pe. José Maria Xavier (Matinas, Credo, Hino e Antífona) e outros.
Segundo FARNESE (2013), 
"novembro é marcado por homenagens especiais aos músicos e aos sacerdotes falecidos, levando as orquestras ao interior dos cemitérios, após a celebração das missas aniversárias (que se repetem todos os anos), executando missas de réquiem e responsórios fúnebres. No cemitério do Rosário, reverenciam a memória do Padre José Maria Xavier (1819-1887), com a sua própria música. No cemitério de S. Francisco, o maestro Ribeiro Bastos é lembrado e, no das Mercês, o sempre saudoso maestro Pedro de Souza é o homenageado. No de S. Gonçalo, o Monsenhor Gustavo Ernesto Coelho recebe as homenagens. O dia 22 de novembro, dedicado a Santa Cecília, padroeira dos músicos, ficará marcado como o dia em que o órgão da Matriz de Santo Antônio de Tiradentes, fabricado em Portugal em 1785, voltou a enriquecer ainda mais o repertório musical dos Campos das Vertentes.
  Cf. CINTRA, S.O.: Efemérides de São João del-Rei, volume II, p. 485-489.

  Em São João del-Rei, a associação e a Escola para Excepcionais, sob a direção de Pe. Luiz Zver, foram criadas em 1965 junto ao Instituto de Psicologia e Pedagogia da Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras. Na ocasião do concerto, Pe. Luiz Zver disse: "A ciência pedagógica moderna provou que também estas crianças são capazes de ser educadas, instruídas e integradas na sociedade. A questão é usar métodos adequados e dispor de recursos necessários. Para isso, criaram-se escolas especiais, com professores especializados, com os quais cooperam educadores e orientadores altamente qualificados, médicos, psicólogos e assistentes sociais."


 Além de "Saudades", marchas fúnebres de outros compositores são normalmente executadas em São João del-Rei, como a de Emídio Machado, João Feliciano de Souza, Pedro de Souza, Geraldo Barbosa de Souza e Luiz Batista Lopes.

BISPO, A.A.: São João del-Rei e sua Tradição Musical, 1971, na Internet in http://www.akademie-brasil-europa.org/Materiais-abe-33.html

CINTRA
, S.O.: Efemérides de São João del-Rei, 2ª edição, Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1982, , 2 volumes (622 p.)

FARNESE,
S.: Anuário Musical, in http://saojoaodelreitransparente.com.br/events/view/1929

PALHARES
, G.: São João del-Rei na Crônica, Juiz de Fora: Esdeva Empresa Gráfica S.A., 1974, p. 157-158.

SACRAMENTO
, J.A.A.: 402ª Apresentação da Sinfônica, site Pátria Mineira, in http://www.patriamineira.com.br/imagens/img_noticias/153335230710_402a_APRESENTACAO_DA_SINFONICA.pdf

28 comentários:

Anônimo disse...

Estimado Francisco Braga,

É muito gratificante para toda São João, estas feitas narradas por você,amigo.Sempre com muita propriedade, principalmente pela lavra de um musicista e compositor e acadêmico nas letras. Tive oportunidade de conhecer Parreira e sempre assistia os concertos em que ele entoava com o seu timbre ímpar de voz.Lembro-me também de ter lido, na ocasião,a homenagem prestada pelo eterno cronista, Gentil Palhares, ora avocada.Muito justa e legítima mas, como você bem ressaltou,"um dia,nem a nossa memória será lembrada", portanto, como está sendo importante para nós as páginas, as quais estão lhe sendo dedicadas, pois, suscita o que não pode ser esquecido, jamais, em nossa terra.

Musse Hallak

Anônimo disse...

Justa homenagem a um baluarte vivo da cultura musical de São João Del Rei.
Na oportunidade, cumprimento o autor pela qualidade da apresentação.
respeitosamente,
Carlos Elcio - presidente do GOFA

Antônio Guilherme de Paiva (Membro da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Confrade Braga

É um prazer ler seus artigos. Além de justa a homenagem ao Cap. Benigno, o confrate escreve muito bem.

agpaiva

Aloísio Garcia disse...

Grato. ótimo e oportuno texto. Att. Aloisio Garcia

Aluízio José Viegas (flautista, violoncelista, regente, historiador e pesquisador musical) disse...

Prezado Francisco,


Cheguei a começar a rascunhar algo sobre o Parreira como um adendo ao que você está fazendo.

Meu computador teve um problema e eu perdi o que já havia escrito. Começarei a escrever e creio que muita coisa será acrescentada sobre ele e suas atividades musicais e a de grande cidadão que é.

Aguarde mais uns dias, pois com a morte de Monsenhor Paiva, fiquei assoberbado de serviços que nessas horas são sempre "prá ontem!"; correspondência para ser respondida e textos a serem redigidos, etc. E mesmo o meu ânimo está muito abalado com falta de concentração.

Tão logo tenha feito, mando para você.

Abraço,

Aluízio

Antônio Molina disse...

Boa tarde !!

Amigo Braga !!

Recebo todos seus e-mails e leio com respeito e carinho pelo seu maravilhoso trabalho, que vc desenvolve com seu talento .

Um forte abraço de seu amigo , Molina

Prof. Fernando Teixeira (Secretário Geral da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Gratíssimo, amigo Braga. Estou lendo com prazer, como faço sempre com tudo que você produz. Muito paz no Senhor da Paz, por intercessão da Rainha da Paz. Fernando Teixeira

Valter de Araújo disse...

Prezado Francisco, meus parabéns pela bela e enternecedora homenagem ao Maestro Capitão Benigno Parreira. Não o conheci pessoalmente, mas pude formar uma idéia, ainda que tênue, da sua competência, através de seu texto.

Com satisfação e surpresa, informo-lhe que estava presente àquela semana da música em São João del Rei, em 1966. Era salesiano, integrava o coral e me lembro muito bem da nossa apresentação. Nela, cantamos, dentre outras canções, o hino da cidade e Va Pensiero. Tempos inesquecíveis.

Um grande abraço
Valter de Araujo

Lucília de Almeida Neves Delgado (poetisa) disse...

Caro Fancisco Braga, sempre leio seu blog com interesse e entusiasmo. Sinto-me assim mais próxima de Sao João Del Rei. Obrigada!!!! Gostaria de ter seu endereço para lhe enviar meu novo livro de poesia, pois São João del-Rei é fonte inspiradora de muitos poemas que compõem a edição. Atenciosamente, Lucilia de Almeida Neves Delgado

Prof. José Lourenço Parreira (violinista, regente e escritor) disse...

Caro amigo Braga, sensivelmente emocionado, li sua homenagem ao meu querido irmão Benigno. Muito lhe agradeço!
Peço-lhe desculpas por não ter lhe enviado mais histórias belas sobre meu irmão, mormente sua triunfal, bela e santa estada no Rio de Janeiro. Lá, caro amigo, ele conseguiu apoio e, no dia 22 de novembro, realizava a fantástica apresentação de quase 700 músicos militares, em honra a Santa Cecília. Aí em casa tem uma foto belíssima de um desses eventos. Pretendo, quando aí for, agora na Semana Santa, contar-lhe essa maravilha.
Sabe, caro amigo, ando meio letárgico para escrever. Tenho tantas coisas para fazer. Com pesar, desisti de uns rabiscos a que me propusera e vou me dedicar a fazer um pequeno arranjo a que darei o nome de Rapsódia Cigana em Viena para meus alunos tocarem, no final do ano.
Você já viu minha turminha de violinistas tocando, no YouTube? Os pais colocaram, eu jamais o faria.
Conto com suas orações. Mais uma vez, muito obrigado!

c050965b disse...
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André Guilherme Dornelles Dângelo (arquiteto e escritor) disse...

Caro Braga, parabens pela excelente materia sobre mais este vulto das artes musicais de Sao Joao del Rei que e Benigno Parreira.

att.

Andre Dangelo

Prof. Ulisses Passarelli (folclorista e Membro da Academia de Letras de SJDR) disse...

Li com imensa satisfação a homenagem ao Parreira. Vejo-o em minha mente com aquele vozeirão estupendo cantando o tocante "Senhor Deus, misericórdia!" , na encomendação de almas. Sua marcha fúnebre Saudades é de arrepiar, bela, bem escrita.
E quanto às questões de memória, vejo que você é um grande especialista no assunto pois as tem registrado de forma útil e criteriosa nas suas biografias.
Pela seriedade e qualidade de seu trabalho dou meus parabéns e desejo toda a força necessária à continuidade.
Grande abraço.
Ulisses.

Sônia Vieira (pianista e Membro da Academia Brasileira de Música) disse...

Prezado amigo,

Bela homenagem, para que pessoas exemplares, como o Capitão Benigno Parreira, não sejam esquecidas.
Obrigada.
Abraços cordiais da
Sonia Maria Vieira

Profª Elza de Moraes Fernandes Costa (gerente do Portal Concertino) disse...

Prezado Braga,

Parabéns pelo excelente artigo.

Um abraço,

Elza

Luiz Antônio dos Santos Braga disse...

Muito bom! Abs., Luiz.

Francisco De Filippo (professor e musicista) disse...

Causa-me profunda admiração a sua capacidade de escrever a respeito de gente de bem da sua terra. Sua admiração por pessoas talentosas, mas de vida humilde, chega a me comover. A propósito, você me dá alguma notícia da professora Jupira, que dirigia corais no tempo em que fui estudante por aí? Encontrei-a mais tarde em Belo Horizonte, com uma ou duas filhas (não sei ao certo), num modesto, mas decente hotel, em que eu morava em Belo Horizonte. Depois disso não tive mais notícias dela. Certamente já faleceu, pois eu tinha mais ou menos a mesma idade de uma das filhas dela. Ela foi muito ligada ao Colégio Santo Antônio. Abraços, Filippão.

Francisco José dos Santos Braga disse...

Caro amigo Braga, muito obrigado pelo carinho com meu irmão Benigno.
Falei com ele, agora cedo, sobre a publicação de seu trabalho na GAZETA. Disse-me ele, então, que, ontem, no Depósito das Dores, estivera com você e sua esposa e que você falara sobre a publicação no dia de hoje.
Ele está muito feliz!
Deus lhe pague!
Lourenço

Jairo Braga Machado (historiador) disse...

Prezado,

Justa homenagem a esta grande figura de São João del-Rei.
Quando servi no 11 º RI, participei do coral da 2ª Cia, regido pela batuta do grande mestre.
Desde então nutro uma amizade e respeito pelo nosso amigo maestro.
Parabéns pelo texto. Belo e justo reconhecimento,
J. Machado

Prof. José Lourenço Parreira (violinista, regente e escritor) disse...

Meu querido irmão está muito feliz, pois seu rico artigo na GAZETA abalou a cidade e ele recebe, a cada passo nas históricas ruas, saudações, cumprimentos!
Falei com ele, ontem, que pretendo mandar-lhe o enfoque da obra dele no Rio de Janeiro e, em especial, a fantástica reunião de músicos militares
(todas as Bandas de Música militares do Rio de Janeiro), cerca de 700 músicos no dia da Música. Muito e autêntico humilde, pediu-me para esquecer, já está bom o que aquele menino (você) escreveu!
Aluízio, escritor fecundo e prodigiosa memória, poderia abranger no seu escrito esse meu desiderato e ficaria muito superior, pois ele é escritor e eu nada mais de lançador de rabiscos. Assim, ganhariam os dois: o seu Blog e o biografado!

Daqui a pouco, na Rasoura do Senhor dos Passos, a Banda do Exército deverá tocar a Marcha Fúnebre de autoria de meu irmão que foi tocada pela primeira vez, creio que há 50 anos, no Depósito das Dores. Essa Marcha, juntamente com a da Paixão, é a mais tocada no Estado de Minas Gerais!

Muito obrigado,

Lourenço

Prof. José Maurício de Carvalho (escritor, Membro da Academia de Letras de SJDR e professor universitário) disse...

Parabéns. Mauricio

Celina Maria Braga Campos disse...

Olá Francisco.
Gostei imensamente do seu artigo. Tenho também muita admiração pelo Parreira como cantor e como pessoa.
Sempre gostei particularmente da Novena de São Sebastião e encantava-me com o solo feito pelo Parreira, "Invicte Martyr". Pena que ele seja curtinho e num instante acaba. Mas sabe aquele enlevamento que provoca na alma e que nos leva para outra dimensão? Assim eu me sinto quando o ouço.
Parabéns e um grande abraço.
Celina.

José Atnônio de Ávila Sacramento (escritor e historiador, Membro da Academia de Letras, do IHG e do Conselho de Patrimônio de São João del-Rei) disse...

Grato, caro Francisco!
Eu também apreciei muito a sua crônica sobre o maestro Parreira, publicada na última edição do Gazeta.
Abraços,
JA

Prof. José Lourenço Parreira (violinista, regente e escritor) disse...

Caro Braga, ainda viva na minha memória sua gentileza, inexcedível carinho com meu irmão. Sua admirável cultura e arrebatadora fé! Estou no aeroporto de Congonhas e estarei em Campo Grande, lá pelas 21 horas. Agradeço ao Cristo Ressuscitado a bênção que foi, após tantos anos - talvez 50 anos! - nosso diálogo coloquial tão edificante para mim. Sursum Corda! Lourenço

Paulo Pedroza disse...

Apesar de um tanto tardio, pois so tomei conhecimento hoje, quero manifestar a minha satisfação em saber que ainda existem pessoas que sabem reconhecer valores tão nobres dos quais é possuidor o meu inesquecível Mestre, Major da Reserva remunerada do Exercito Brasileiro BENIGNO PARREIRA, que tive o privilégio de tê-lo como Maestro na Banda de Música no I Regimento de Infantaria (Regimento Sampaio)-RJ. Seus exemplos, de chefe, amigo, conselheiro, ainda são lembrados e vividos por este discípulo.

Parabéns pela homenagem!

Roberto Braga disse...

Parabéns pela bela reportagem.
É sempre maravilhoso valorizar pessoas que muito fazem pela cidade.
Patabéns!

João Batista de Santana disse...

Muito oportuno e merecido este documentário sobre o ilustre, conterrâneo e amigo Cap PARREIRA. Dignifica com elequência e sabedoria os vibrantes acordes da música. O nosso apreço e admiração e parabéns pela reportagem.. Enaltecido, CORDIALMENTE… João SANTANA

Prof. José Lourenço Parreira (professor, capitão do Exército, violinista, regente, escritor e palestrante) disse...

MEMORÁVEL EFEMÉRIDE (publicada em 15/10/2015)

Foi no dia de hoje, 15 de outubro, no ano de 1980, que o Regimento Sampaio, famoso pela conquista de Monte Castelo na Segunda Guerra Mundial,teve luminoso marco na sua história: O CORAL DO REGIMENTO fez sua primeira apresentação!
Com total apoio de seus superiores, o gênio da música que viera de São João del-Rei, onde deixara vastíssima obra, Tenente BENIGNO PARREIRA, criou o CORAL DO REGIMENTO SAMPAIO.
Constituía-se o CORAL de militares e jovens acadêmicos, rapazes e moças, de Nova Iguaçu, um bairro próximo à Vila Militar. Nessa pujante realização, o Tenente contava com assessoria brilhante do Sargento Pedrosa.
Em pouco tempo, O CORAL DO REGIMENTO SAMPAIO ficou conhecido no Rio de Janeiro pelo alto nível de suas apresentações nos Quartéis e na sociedade carioca.
Dentre as páginas de glória musical, o CORAL tinha no seu repertório, juntamente com a Banda de Música do Regimento, a bela e difícil Invocação Final da Ópera "O Guarani", de Antônio Carlos Gomes. Para sua execução, a batuta ia para as mãos do Sargento Pedrosa que regia a Banda e o Coral, pois, o maravilhoso solo era feito pelo Tenente Benigno Parreira, com belíssima voz!
O CORAL DO REGIMENTO e BANDA DE MÚSICA DO REGIMENTO SAMPAIO fizeram uma excursão a São João del-Rei, cidade conhecida como Terra da Música, apresentando um CONCERTO MUSICAL que obteve retumbante sucesso, na Terra em que nasceu TIRADENTES!
Um Sargento, saxofonista, de confiança do Tenente Parreira, hoje é Tenente, Primeiro Tenente, e está conduzindo com vibração, competência e brilhantismo a Banda de Música do Comando Militar do Oeste. Seu nome: 1º Ten B CARLOS.
O Ten B CARLOS é testemunha viva dos tempos brilhantes do Ten PARREIRA no Regimento Sampaio, e afirma que um dos seus modelos de homem íntegro, humano, militar de escol e artista competente é o Tenente, hoje, Capitão Reformado BENIGNO PARREIRA.
Atualmente, Benigno Parreira, muito estimado pelo Comandante do Regimento Tiradentes, Cel KANAAN, pelo Regimento, por toda São João, é um dos Regentes da mais antiga Orquestra da Américas, a LIRA SANJOANENSE. Com a graça de Deus, Benigno continua com bela voz, no alto de seus 84 anos de vida, de amor à Pátria, ao Exército e à Família!
Fez e faz seguidores!
José Lourenço Parreira