domingo, 19 de outubro de 2014

AMOSTRA DA PRODUÇÃO POÉTICA DE DR. RIBEIRO DA SILVA COM COMENTÁRIOS DE FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA



Por Dr. Ribeiro da Silva

Presidente do "Clube Artur Azevedo" em 1918 
e feliz autor das revistas VER PARA CRER e 
MEU BOI FUGIU [GUERRA, 1968: 153]

I.  INTRODUÇÃO POR FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA

No post anterior deste Blog de São João del-Rei ¹, mencionei que a produção poética de Dr. Ribeiro da Silva se encontrava esparsa por periódicos nacionais e nunca fora transformada em livro. Apesar disso, adiantei que já possuía em mão poemas maravilhosos coletados no periódico são-joanense A TRIBUNA e em outras fontes de pesquisa, compostos por ele e ainda desconhecidos de muitos. Citei dois deles ("Jerusalém" e "Civilização Latina"), cuja declamação constituíam pontos altos de suas revistas teatrais intituladas "MEU BOI FUGIU" e "VER PARA CRER", respectivamente. Venho então cumprir a promessa de publicar alguns poemas de sua autoria. De sua imensa produção poética coletei apenas cinco, que – tenho certeza – vão dar ao leitor a exata noção da genialidade de Dr. Ribeiro da Silva. 

Para não retirar os poemas do contexto em que foram produzidos, achei por bem conservar tudo o que lhe foi aderente, quando de seu aparecimento no referido periódico são-joanense ou em qualquer outra fonte que consultei para esse fim. Assim sendo, aqui se lerá, além do poema em si, tudo o que possa estar relacionado com a sua publicação.

Observam-se, nesses poemas (quer em prosa, quer em verso) de Dr. Ribeiro da Silva, características marcantes do seu trato com a poesia: a riqueza vocabular de seu autor, a sua enorme erudição englobando mitologia, história e geografia, a sua capacidade de criar neologismos, o que pode fazer que as ditas características soem estranhas para as modernas audiências, mas que, na realidade, constituem os rasgos mais distintivos desse poeta.

Em todos os textos aqui publicados é respeitada a grafia da época em que foram produzidos. 


II.  CINCO ESPÉCIMES DA RICA PRODUÇÃO POÉTICA DE DR. RIBEIRO DA SILVA


1) "Dr. Ribeiro da Silva


Transcorreu a 31 do passado, a data anniversaria do sr. Dr. Antonio Ferreira Ribeiro da Silva.
Na pessoa do anniversariante rutilam, de uma maneira admiravel, as mais peregrinas qualidades de espirito e coração. Talento omnimodo, servido por vastissima erudição, que elle, dia a dia, mais avolumada faz pelo estudo pertinaz e inteligente, é o Dr. Ribeiro da Silva, alem do medico insigne, cujo elogio não está mais por se fazer, tão incontrastavel se revela sua competencia, sobredoirada pela dedicação e caridade, com que o provecto clínico exerce seu nobre ministerio, é o typo do verdadeiro intelectual, assistindo nelle os mais lidimos predicados de orador, poéta e publicista do mais inconfundivel valor.
Cavalheiro de linha impeccavel, como cidadão, profissional e chefe de familia, para bem e fulgor desta, tendo em acção todo seu empenho e carinho, o Dr. Ribeiro da Silva conta o mais amplo circulo de amizades e admirações, para seus amigos e admiradores, em cujo numero todos os desta Casa com prazer se vêm alistados — a data de seu anniversario foi um dia festivo.
Registrando-a aqui, com summo prazer, emitimos votos ardentes pela felicidade do excellente amigo e distinctissimo confrade.


CIVILISAÇÃO  LATINA

Dr. Ribeiro da Silva

Sou de origem celeste e de estirpe divina,
Sou a civilisação, sou a cultura latina.

Na liberdade vejo uma sagrada herança,
Amo a paz, a concordia, a fraternal aliança

Aos homens prego o amor, detesto o despotismo
E vivo sempre absorta em nobre liberalismo

Quero o respeito ao velho, à mulher como ao infante
Quero ver em todo o orbe a justiça triumphante

Revolta-me a maldade, a crua tyrannia
Aborreço a doblez da torpe hypocrisia.

Pontifico no immenso altar da Humanidade
Meu rito é a litania austera da piedade.

Não viso escravisar os povos do Universo
Humilhar as nações sob um jugo perverso.

Si alguem me diz haver raças fortes, eleitas
A que devem as demais permanecer sujeitas,

Indignada, conclamo a egualdade das gentes
Às fracas nivelando as ricas e potentes.

Vejo um flagello hediondo, um delicto na guerra
Possa a guerra eu banir para sempre da terra.

E si combato agora é em nome de Justiça
Que não pode ficar a um despota submissa.

Respeito a fé jurada... enxergo no tratado
Que firmo, um compromisso, um pacto consagrado.

Não constituo em lei a só necessidade
E não calco jamais aos pés a dignidade.

Para os vencidos, sou bondosa, compassiva
E o meu peito lhes abro em ancia lenitiva.

Ó vós, que lançais mão do infando bombardeio
De templos e hospitaes. Oh! Como vos odeio!

Submarinos fataes! Traidores aeroplanos!
De instrumentos servis a monstros deshumanos.

Maldições sobre vós, ó gazes asphyxiantes
De armas vis não passais, bombas lacrimejantes.

Vós, ladrões, que fingis apostolar a sciencia
Mas que aspirais somente o eclypse da consciencia,

Jamais conseguireis com processos infames
Do homem a cerviz dobrar a ultrajantes vexames.

Vós sois da humana especie a lepra, o cancro, o fungus
Tendes a alma dos crueis heroes dos Nibelungos.

Para o jugo abater dos barbaros modernos
Accorrem do Direito os cultores eternos.

Dos bandidos a horda atroz, sanguisedenta,
Que os pregoeiros da paz anniquilar intenta,

Como fera domada, ainda ha de vir, um dia,
Rojar aos pés do Povo e da Democracia.

Sobre ella descerá o Paracleto fulgente
Da lídima Moral, da Justiça Immanente.

Então deixando o gladio, o canhão, a metralha,
O homem ha de profligar o fragor da batalha.

Hão de ser-lhe a esse tempo os prazeres dilectos
Dar-se ao culto da sciencia e aos labores mansuetos

Quando o mundo reger o doce e casto aceno
Da flor do Lacio expansa às auras do Tyrrheno,

Será findo o soffrer, finda a humana odysséa
E exsurgirá da vida a grandiosa epopéa."

Fonte: A TRIBUNA, S. João d' El Rei, Anno V, 4 de agosto de 1918, nº 214, p. 1.

Na efeméride do dia 19 de julho de 1918, [GUERRA, 1968: 154] registra: "Primeira representação da aparatosa revista local VER PARA CRER, escrita pelo Dr. Ribeiro da Silva e Oscar Gamboa, na qual a grande amadora do "Clube Artur Azevedo", Carmen Melo, recitava com geral agrado a linda poesia "Civilização Latina". Reprise da mesma revista em 24 e 28 de julho de 1918. "



2)  Na efeméride do dia 18 de março de 1918, [GUERRA, 1968: 151] registra: "Foi apresentada ao público, pela primeira vez, a revista local MEU BOI FUGIU, de autoria do Sr. Dr. Ribeiro da Silva e do Sr. Oscar Gamboa, a qual foi encenada pelos artistas da Companhia Liana d' Iff e pelos amadores da cidade, e que, como era de esperar, dada principalmente a projeção do autor Dr. Ribeiro da Silva, causou extraordinário sucesso. A montagem foi luxuosa, sendo os autores, com muitos aplausos, chamados inúmeras vêzes ao palco. A linda poesia do Dr. Ribeiro da Silva, "JERUSALÉM" foi magistralmente interpretada pela primeira amadora do "Clube União Popular", Srta. Alcídia Parizzi, que, em tôdas as representações, era sempre alvo de estrondosa salva de palmas. Esta revista foi reprisada a 18 (?) e 22 de março; a 12 e 20 de abril; a 29 de maio, em 6ª representação e em benefício do Hospital N. Sra. do Rosário e, a 7 de junho, em festa artística de Lindinha Melo. A crítica teatral teceu sempre elogiosas referências, não só pela verve e chiste a valer, destacando a cena do "Cigarro", pela delicadeza do número, e "Jerusalém Libertada", quadro patriótico, oferecido à Colônia Síria, pela justiça da atualidade e beleza dos versos.

Fonte: [GUERRA, 1968: 151]



JERUSALÉM

Dr. Ribeiro da Silva

(poesia recitada na revista "O MEU BOI FUGIU", pela senhorita Alcídia Parizzi, representando a colônia síria de S. João del-Rei)

Nos teus muros sagrados resplandece
O fulgurante sol da liberdade;
Vibra de amor, de jubilo estremece
O coração de toda a humanidade.

Por oito longos séculos escrava
Vivêste sob a signa da Crescente;
Tu, o fanal que o Universo iluminava
E a mais valiosa pérola do Oriente.

Nas campinas em flôr da Galiléa,
Do Líbano na fralda esmeraldina,
Nas poéticas devezas da Judéa,
Onde inda ecoar parece a voz, divina,

Em Josafá, no Cedron, onde a arágem
Beija de manso os ramos dos salgueiros,
Como núncia a levar-lhes as homenagens
O tributo dos crentes verdadeiros,

A natureza frême de alegria;
Entôa cada ser uma balada;
Tudo é canção... é tudo sinfonia,
Um "laus perene" a ti de Deus amada. 

Levanta-te, ressurge, ó Sião formosa!
Contempla o ceu, os horizontes fita,
Tu, que tens a beleza donairosa,
E o inefável condôr da Sulamita,

Não mais de Elehim, é terra incomparavel,
Sob o gladio estarás do infiel profano;
Tens liberta a cerviz do abominável
Jugo do fero e abjeto musulmano.

Cidade de profetas e Patriarcas,
Empunha o cetro, veste o régio manto;
Déste ao mundo o monarca dos monarcas,
O Homem-Deus, o Senhor três vezes Santo.

Viste Jesus de Gethsémani no horto, 
O cálice esgotando de amargura,
Depois inanimado, frio, môrto,
Viste-o ser conduzido à sepultura.

Mas tambem viste-o, de terror transida,
Do tumulo emergir de luz radiante,
Viste a morte vencida pela vida
Da Aleluia no excelso e angustiante instante.

É por isso que, em meio dos escolhos,
Dos embates, das lutas da existência, 
É para ti que se convergem os olhos,
És bússola ao amor e à inteligência.

Salve! Jerusalem cristianisada,
Salve! cidade mistica e gloriosa,
Possamos ver-te sempre celebrada,
Possamos ver-te sempre vitoriosa!

 Fonte: [GUERRA, 1968: 152-153]



3) No Album de São João del-Rei, publicado em 1913 por Tancredo Braga em comemoração ao bicentenário da elevação a vila, Dr. Ribeiro da Silva colaborou com artigo intitulado "A São João del-Rei", hino de louvor a esta cidade, em prosa. Antes do artigo, estampa-se o clichê do autor na seguinte formatação: 



A S. JOÃO D'EL-REY

Quando, ó formosa S. João d'El-Rey, pela vez primeira pisei o teu solo ditoso, experimentei a mesma ineffavel emoção que aos touristes proporcionam as velhas cidades do Occidente, que serviram de theatro a scenas grandiosas da Historia da Humanidade.

As verdes serranias que te orlam, as varzeas que te circumdam, o teu firmamento de um azulino diaphano, aquella ribeira marulhosa que, com languidez de odalisca, se espreguiça docemente em teu seio amoravel – tudo apresentava-se-me aos olhos toucado de uma poesia indizivel, despertando-me saudades de cousas jamais vistas, uma como nostalgia de um passado longinquo, remoto, apenas entrevisto nas paginas dos annaes patrios.

Percorrendo as tuas ruas antigas, aquellas de mais accentuada feição colonial, eu me sentia entrado de profundo recolhimento, lembrando-me de que por ellas havia transitado a geração que, primeiro, sonhara a formação da Patria Brazileira, numa epocha em que profligar o despotismo e aspirar a liberdade era o mais hediondo, o mais negregado de todos os delictos.

Parecia-me ainda ouvir, atravez das paredes dos seus templos de rara magnificencia, as derradeiras melodias das preces, que os teus habitantes alçavam ao Deus dos Exercitos, implorando-lhe forças e assistencia para levarem a termo a sacrosanta cruzada da redempção da sua terra.

Como fallaste à minha alma, como fizeste vibrar o meu coração, desde o primeiro instante em que te vi, ó aprazivel, ó encantadora S. João d'El-Rey?

Mas, tambem, quem é que, conhecendo-te, não fica ao mesmo tempo extatico diante das magnificencias de que tão prodiga foi a natureza para contigo?

Do teu ambiente, como do da Hellade divina, pode-se, em verdade, dizer que é tão doce como o leite e o mel.

A feracidade das tuas terras, a excellencia da constituição geologia do teu chão, a vastidão infinda dos teus horizontes, donde se desvendam as mais deliciosas paragens, cuja conquista foi, em luctas cruentas, disputada pelos bandeirantes, avidos de esgotarem os filões de ouro que, em todas as direcções, singram o teu sub-solo, constituem outras tantas galas permanentes de que vives adornada e pelas quaes, em mais de uma circumstancia has sido posta em fóco, como digna de ser erigida em capital de Minas e mesmo dos Estados Unidos do Brasil.

A tua população faz timbre de guardar, de modo estricto, as velhas tradicções de honra, affabilidade e hospitalidade que, em todos os tempos, foram o traço caracteristico do povo mineiro.

E o surto que nos ultimos annos vais tomando e que se traduz no teu rapido progredir material, vale o mais eloquente dos attestados de que é um facto e conceito referente ao resurgir de Minas, exarado pelo inesquecivel João Pinheiro.

Eis porque eu te rendo a homenagem da minha mais enthusiastica admiração, ó princeza grandiosa da Oeste de Minas.

Les lieux ont leur déclin aussi bien que les hommes – disse Delille.

Eu, porém, assim não penso.

Lugares ha que são imperituros, pelo menos tanto quanto o seja a propria Humanidade.

Tenho para mim que entre esses figuras tu, ó S. João d'El-Rey; tu, em cujo porvir tenho a fé mais vivaz; tu, a quem poder algum conseguirá jamais arrancar os primores, que fazem o teu orgulho e que raro se encontram conjugados em qualquer torrão do globo.

E é abundando em taes sentimentos que eu me associo ao coro harmonioso dos teus filhos dilectos, os quaes possuidos do mais nobre e elevado jubilo, entoam a ti um hymno de louvor pela data festiva do teu segundo centenario.

S. João d'El-Rey – 1913.

Dr. Ribeiro da Silva  




4) Dr. Ribeiro da Silva é colaborador do Almanack de S. João del-Rei, organizado em 1924 por Horácio de Carvalho, com um longo poema "As Duas Palmeiras do Bonfim" (segundo ele, local destinado ao enforcamento de condenados por delitos praticados) e o belo soneto intitulado "Médicos São-joanenses".

As Duas Palmeiras do Bomfim

Sergio Guido (Dr. Ribeiro da Silva)

(para o Horacio Carvalho) 




São duas atalaias da cidade,
Firmes no escampo e solitário monte;
Erectas, em perenne mocidade,
A vigilar constantes o horizonte.

Quem as plantou? Ninguém o sabe ao certo...
São irmãs... são inconhas... pois tão perto
Uma da outra fica... 
Quem as plantou? Talvez uma alma rica
Dos affectos mais santos da existencia,
Um cinzelado escrinio de bondade,
Que saiba cultuar, por excellencia,
O sentimento da fraternidade...

Ellas pompeiam no alto da collina;
O casario em baixo se reclina:
É a cidade, onde vivem, lado a lado,
O sacrosanto amor e o odio acirrado,
A sã verdade e a negra fellonia,
A fé vivaz e a torpe hypocrisia,
O iris alviçareiro da esperança,
E a treva dos anhelos de vingança...

Não lhes importa o perpassar dos annos
Nem os destinos varios dos humanos...

Si se desencadeia 
Infrene a rumorosa tempestade;
Si o tufão, como adversa potestade,
Num amplexo a copada lhes ondeia, 
Sacudindo-as até aos fundamentos,
Bracejam aos vortilhões dos elementos,
Como Titans de indomita braveza
Que embalde quer prostrar a natureza,
Pois sempre colhem do triumpho a gloria,
São dellas sempre as honras da victoria,

Si irrompe a primavera sorridente, 
Tressuando esplendor; si o dia é alcyonio
E das bandas do oriente
Chegam as caricias meigas do Favonio,
Então, nas suas comas de rainhas,
As palmeiras abrigam um córo alado:
É que saudais, chilreando, o sol dourado,
Filhas de Progne, ó negras andorinhas.

Quantas vezes, palmeiras, de um baraço
Vistes pendente, a bambolear no espaço,
O arroxeado cadaver de um precito!
Para a forca era a vossa praça a eleita...
Depois, tombava o corpo do maldito...
Justiça fora feita...

E quantas vezes o infeliz escravo,
Num desafogo do almo peito bravo,
À sombra generosa da folhagem,
Que vos empresta um singular encanto,
Verteu, de dôr transido, amargo pranto,
Da liberdade à feerica miragem!

Vistes quarenta e dois... toda a odysséa
Dos rebeldes, a toques de rebate
Chamando a campo os seus irmãos de idéa,
E impavidos lançando-se ao combate.

A festa do Bomfim... Quanta luzerna!
Que ruidosa alegria
A tumultuar na placidez eterna, 
Na doce quietação da serrania...

Porque não soluçais de dor, palmeiras,
Quando testemunhais do homem as fallazes
Juras de amor, promessas vãs, mendazes,
Que o animo conturbam das romeiras,
Taes como os filtros de infernal magia,
Que de prazer mascaram a agonia?

                         ⭐︎
                   ⭐︎        ⭐︎

Nessa vossa perpetua juventude,
A desafiar os vendavaes da sorte, 
Sois as allegorias do ente forte,
Sois lidimos emblemas da virtude.

Alçapremando ao ceu as verdes palmas,
Aos homens dais uma lição sublime:
"Para o alto o olhar! Na terra habita o crime...
Sursum corda!" – bradais às nossas almas.

Ó do Bomfim palmeiras magestosas,
De porte altivo, soberano, augusto,
As de Cades não são mais donairosas,
Nem os cedros de tronco mais vetusto.

Quando a qualquer de vós me acosto um instante,
Bem nitido ouço no amago do caule
Um rythmico pulsar, qual si elle enjaule
O nobre coração de um bandeirante. ²

S. João del-Rey, JANEIRO de 1924.


Medicos sanjoannenses

Dr. Ribeiro da Silva

Esculapio de grande tirocinio
Da Medicina faz o que deseja.
Na clinica tem grande raciocinio
E quando raciocina não graceja.

Conhece tudo referente a egreja,
Si duvida, leitor, pois, examine-o.
Dos estudos entrega-se à peleja
Contra da morte o tetrico exterminio.

Jornalista de força, emfim, se atreve
A tudo... Escreve o que lhe vem à mente
Mas não mente, sou franco, quando escreve.

E si mentisse não diria, então,
– Que o medico receita inutilmente
Para os males de um joven coração... 

                                                X. 

 

III.  NOTAS EXPLICATIVAS POR FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA


¹   http://saojoaodel-rei.blogspot.com.br/2014/10/release-e-analise-literaria-do-livro-o.html 

²   Dr. Ático Vilas Boas viu, nesta última estrofe, as marcas da goianidade do poeta.
Cf. in http://saojoaodel-rei.blogspot.com.br/2013/07/prefacio-do-academico-dr-atico-vilas.html 



IV.  BIBLIOGRAFIA CONSULTADA


A TRIBUNA: São João del-Rei, Anno V, 4 de agosto de 1918, nº 214, p. 1

BRAGA, Tancredo: Album de São João d'El-Rey, em comemoração à data de 8 de dezembro de 1913, [S.I.], [s.n.], 1913

CARVALHO, Horácio de: Almanack de S. João del-Rey, [S.I.], [s.n.], 1924

GUERRA, Antônio Manoel de Souza: Pequena História de Teatro, Circo, Música e Variedades em São João del-Rei - 1717 a 1967, Juiz de Fora: Sociedade Propagadora Esdeva-Lar Católico, 1968, 327 p.

GUIDO, Sérgio: O Apóstata (reedição pelo Instituto Histórico e Geográfico de Goiás), Goiânia: Editora Kelps, 2012, 164 p.



V.  AGRADECIMENTOS 


Gostaria de expressar aqui minha gratidão a todos os funcionários da Biblioteca Municipal Baptista Caetano de Almeida, de São João del-Rei, pela colaboração à realização desta pesquisa. 

Também gostaria de mencionar meu agradecimento à minha esposa Rute Pardini, que colaborou para a perfeita postagem das imagens que ornam este post.

Não menos importante foi a colaboração do presidente do IHG de São João del-Rei, Sr. Artur Cláudio da Costa Moreira, que me enviou uma imagem do meu biografado com a maior fidelidade possível e aqui postada, já que obtida através de mídia de última geração. A ele meus agradecimentos.

Last but not least, gostaria de lembrar que só foi graças à colaboração do historiador Silvério Parada, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, que foi possível publicar os poemas de Dr. Ribeiro da Silva constantes do Album e do Almanack de São João del-Rei, os quais ele possui em seu arquivo particular e me permitiu compartilhar com o leitor do Blog de São João del-Rei.





* Francisco José dos Santos Braga, cidadão são-joanense, tem Bacharelado em Letras (Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, atual UFSJ) e Composição Musical (UnB), bem como Mestrado em Administração (EAESP-FGV). Além de escrever artigos para revistas e jornais, é autor de dois livros e traduziu vários livros na área de Administração Financeira. Participa ativamente de instituições no País e no exterior, como Membro, cabendo destacar as seguintes: Académie Internationale de Lutèce (Paris), Familia Sancti Hieronymi (Clearwater, Flórida), SBME-Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica (2º Tesoureiro), CBG-Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de Janeiro), Academia de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei-MG, Instituto Histórico e Geográfico de Campanha-MG, Academia Valenciana de Letras e Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, Academia Divinopolitana de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, Academia Taguatinguense de Letras e Academia Barbacenense de Letras. Possui o Blog do Braga (www.bragamusician.blogspot.com), um locus de abordagem de temas musicais, literários, literomusicais, históricos e genealógicos, dedicado, entre outras coisas, ao resgate da memória e à defesa do nosso patrimônio histórico.Mais...

3 comentários:

Jota Dângelo (médico, diretor, ator, teatrólogo, gestor cultural, fundador da escola de samba Qualquer Nome Serve e escritor) disse...

Braga: não conhecia a poesia de Ribeiro da Silva. Sabia de suas incursões na área teatral por causa do livro do Niquinha Guerra. É mais um que se junta a Bento Ernesto e Asterack. Dangelo

Prof. Fernando Teixeira (professor universitário, escritor e Secretário Geral da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Como sempre, você pesquisa seriamente coias e figuras de sua terra. Saudações do amigo, extensivas à esposa. Fernando Teixeira

Prof. Mário Celso Rios (professor, escritor e Presidente da Academia Barbacenense de Letras) disse...

Caro BRAGA,
Tudo bem aí?
Agradeço pelos últimos c-es
e pelas matérias sempre a resgatar nossa
memória sanjoanense! Avante!
Abraço, M. Celso