sábado, 27 de julho de 2013

Dor de dente? Cera Dr. Lustosa ou Os 90 anos de um dentista popular

Por Francisco José dos Santos Braga



I.  INTRODUÇÃO


Com idêntico título que utlizei para este post, um artigo da autoria de Gutemberg da Mota e Silva ¹ sobre a Cera Dr. Lustosa, invento do famoso odontólogo Dr. Paulo de Almeida Lustosa, foi publicado na página 4 do Jornal do Brasil, na edição de 24 de outubro de 1977. Na ocasião contava com 90 anos bem vividos o inventor e fabricante da Cera, cuja existência tinha sido profícua e benemérita em benefício especialmente dos brasileiros pobres e desvalidos. Já acamado na época da publicação do artigo sobre seu memorável invento, veio a falecer em 1986 aos 99 anos de idade.

Tenho o prazer de brindar os leitores do Blog do Braga com esse célebre artigo de 1977 sobre a Cera Dr. Lustosa, que é reproduzido aqui nesse espaço, respeitando a sua ortografia. Os comentários são de minha autoria.



II.  Dor de dente? Cera Dr. Lustosa.
Os 90 anos de um dentista popular

Por Gutemberg da Mota e Silva ²


Desde hontem que não dorme
D. Zulmira, coitada
E numa tristeza enorme
tem a cara toda inchada
Vou dar-lhe um remédio ao dente
Que a põe boa incontinenti
Da mais completa eficácia
De eficácia luminosa
Vou comprar-lhe na Pharmacia
A Cera Dr. Lustosa


SÃO JOÃO DEL-REI, MG — Estes versos, escritos ao lado do desenho de um rosto inflamado de mulher, são um dos inumeráveis reclames que, ao longo de mais de meio século, tornaram conhecida em todo o país a Cera Dr. Lustosa, medicamento popular para dor de dentes inventado pelo dentista sanjoanense Paulo de Almeida Lustosa, que no último 12, acamado, festejou 90 anos de idade.  

Aprovada pela Saúde Pública no dia 21 de janeiro de 1922, a Cera Dr. Lustosa completou 50 anos em 1972, quando seu criador recebeu, entre outras homenagens, uma carta de reconhecimento do então Ministro da Saúde, Francisco Rocha Lagoa.

Na carta, o Ministro o cumprimenta "em nome dos milhões de brasileiros que, um dia, encontraram alívio no medicamento de sua fórmula e fabricação." E observa que "dos remédios populares, não se sabe de outro que haja alcançado tanta receptividade, vendi que foi até no Japão."

Acrescenta ainda que "inúmeros produtos, com igual indicação haveriam de ser postos no mercado. Alguns deles tiveram pequena duração. Outros se mostraram mais resistentes. Não houve um só, entretanto, que, durante 50 anos, se mantivesse na preferência das classes pobres tal como a Cera Dr. Lustosa. Grandes, portanto, foram os serviços que o senhor prestou à nossa gente, pelo que há de merecer a admiração e o respeito de todos nós."

O que levou o Dr. Paulo Lustosa a pensar num medicamento barato a que tivesse acesso as pessoas pobres foram as observações que fez em São João del-Rei e arredores no exercício de sua profissão de dentista.

Em suas andanças a cavalo por vilas e povoados, ele ia pensando num remédio mágico que aliviasse a dor de dente das pessoas pobres até que elas resolvessem procurar um dentista para o tratamento. Depois de muita pesquisa, chegou a um medicamento pastoso à base de lidocaína, cera virgem de abelha, óleo de cravo e outras substâncias.

Dessa mistura é feita a Cera Dr. Lustosa, que, como apregoava um dos seus antigos e pitorescos anúncios, tem as seguintes qualidades: não queima a boca; é muito fácil de aplicar; não é líquida e não dissolve na saliva; é muito tolerada pelas crianças e passa a dor em cinco minutos. Seus anúncios não tocam no assunto, a não ser como sugestão, mas os fabricantes revelam que ela também serve para eliminar calos. Se a dor de dente for oriunda de uma infecção, a cera não faz efeito: só serve para os casos de cárie.

Até hoje a cera conserva um dos principais fatores que a tornaram conhecida em todo o país, além da eficiência: o preço baixo. Cada tubinho da cera, de menos de cinco centímetros, custa Cr$ 2,00, ou seja, menos da metade do preço dos seus concorrentes. ³

Com representantes em todos os Estados, o laboratório do Dr. Lustosa vende anualmente uma média de 2 milhões de unidades da cera, apesar de ter um processo ainda bastante artesanal de fabricação: a pouca maquinaria existente foi concebida pelo próprio Dr. Lustosa.

A cera já foi vendida no Uruguai, mas o Dr. Lustosa vem recusando sistematicamente muitas propostas para exportá-la principalmente por causa de problemas alfandegários. Também não aceita as frequentes propostas para a compra da fórmula ou para modernizar o equipamento rudimentar com que é fabricada.

Seu negócio continua sendo feito em bases familiares, embora 15 pessoas, além de quatro filhos, trabalhem no laboratório, que ocupa quase todo o andar de baixo da imensa casa do Largo do Rosário. A presença do laboratório, que inunda todo o ambiente, com o inconfundível cheiro da cera, em nada prejudica a vida da família Lustosa, que mora no andar superior da casa, dotada de 34 cômodos.

O laboratório é dirigido do Rio de Janeiro por um filho do Dr. Lustosa, o Sr. Paulo Rodrigues Lustosa , sucessor da Casa Hermanny, primeiro distribuidor da cera e que ganhava um desconto — como ainda hoje ganham os distribuidores espelhados pelo país — para fazer a sua propaganda. Era ela feita principalmente em cartazes e folhetos distribuídos às pharmacias do país.


Os reclames do Dr. Lustosa marcaram época e serviram de escola aos comunicadores de hoje


Os reclames eram veiculados às vezes pelos jornais e almanaques, mas o Padre Francisco Lustosa, um dos filhos que auxiliam o Dr. Lustosa no laboratório, esclarece que o forte da propaganda sempre foram os cartazes nas farmácias.

Esses anúncios revelam, a despeito da primariedade dos desenhos — ou talvez por causa disso — uma grande criatividade, que certamente ajudou a cera a conquistar o mercado do país. Atualmente, ela é consumida em maior escala na capital de São Paulo.

Um dos reclames mostra um menino apontando um revólver para uma assustada empregada e ordenando que ela vá imediatamente à farmácia comprar a Cera Dr. Lustosa sob pena de "arrebentar-lhe os miolos".

Outro, sob o título "Dois Absurdos", assegura que a metade de 12 é sete e a de 11 é seis. Para demonstrá-lo, o autor corta ao meio, horizontalmente, os algarismo romanos XII e XI e obtém, com a eliminação da metade inferior, um VII e um VI. Rematando, observa que o outro absurdo é acreditar-se que há outros remédios para dor de dentes equivalentes à Cera Dr. Lustosa.

O padre Francisco acredita que este anúncio seja de autoria do seu tio Antônio Lustosa, que foi Arcebispo de Fortaleza e gostava muito de desenhar. Mas outros anúncios que constam do incompleto álbum das propagandas da cera são, comprovadamente, de Dom Antônio, já falecido.

Depois que patenteou o invento, o Dr. Lustosa foi abandonando aos poucos a clientela para se dedicar à sua fabricação, até que, em 1930, fechou definitivamente o consultório do andar térreo de sua casa.

No dia 1º de agosto passado, sofreu um ataque cardíaco, seguido por uma infecção, e foi aconselhado pelos médicos a afastar-se das atividades. O afastamento, porém, em nada prejudicou o laboratório, pois suas filhas Evangelina e Maria Carmem, auxiliadas pelo Padre Francisco e outra irmã, a professora Hilda, há muito trabalham na fabricação da cera, sob o comando de Paulo Rodrigues Lustosa, que todo mês vem a São João del-Rei.

Seis dos 10 filhos do Dr. Lustosa seguiram a carreira religiosa: o Padre Francisco é vigário de uma paróquia nas proximidades de São João del-Rei, um seu irmão, o Cônego Osvaldo, já morreu, e quatro mulheres são freiras.

Frequentemente, o Padre Francisco celebra missa na capela situada no segundo pavimento do casarão dos Lustosa. A capela, que tem o Santíssimo no sacrário, entronizado com autorização do Vaticano, atesta o espírito de religiosidade da família, já comprovada por tantas vocações entre os irmãos.

A casa, que tem 50 metros de fachada e já integra o patrimônio histórico de São João del-Rei, foi comprada em 1812 por Sabino de Almeida Lustosa, avô do Dr. Lustosa. O pai deste, João Batista, ampliou-a, construindo o que é hoje a sua parte do meio, e o Dr. Lustosa completou-a, fazendo a parte de trás.

Sabino Lustosa plantou no seu quintal oito palmeiras imperiais com mudas da palmeira mater que D. João VI trouxe para o país em 1809. Cinco delas adoeceram de modo irreversível e foram cortadas no ano passado. Bombeiros vindos de Belo Horizonte gastaram mais de um mês na tarefa de cortar as palmeiras, que tinham de 30 a 45 metros de altura.

Como as três palmeiras sobreviventes do quintal, que também fazem parte do patrimônio da cidade, tudo é antigo no casarão do Largo do Rosário: a cera, os livros, quadros, os objetos e a empregada Trindade, uma negra que há 55 anos serve aos Lustosa.



III. NOTAS DO AUTOR


¹  Gutemberg da Mota e Silva, natural da cidade de Marcelino Vieira, no Rio Grande do Norte, é formado em Direito pela UFMG, em 1967, tendo obtido, na mesma escola em 1986, o grau de Mestre em Direito Administrativo, com a dissertação Regiões Metropolitanas: Institucionalização.

Exerceu o cargo de primeiro juiz cível de Direito Cooperador Cível do Juizado Especial Cível de Belo Horizonte de 1996 a 1999. Foi juiz titular da 2ª Vara Cível da comarca de Belo Horizonte a partir de 03/11/1999. Também atuou no TRE mineiro como juiz substituto e juiz auxiliar da Corte em 2006 e foi membro e depois presidente da 1ª Turma Recursal Cível, aí atuando desde abril de 2002, como suplente, e a partir de março de 2003 como titular, até dezembro de 2007. Foi Juiz titular da Corte do TRE mineiro, de fins de 2007 a abril de 2009. Desde 16/4/2009 ocupa o cargo de Desembargador do TRJ mineiro.

Trabalhou como jornalista de 1963 a 1980 e foi repórter da Tribuna do Norte, em Natal (RN), e correspondente, em Belo Horizonte, dos jornais O Globo, Jornal do Brasil e Folha de São Paulo.

²  Quero deixar aqui consignado meu agradecimento ao escritor e pesquisador Prof. Evandro de Almeida Coelho por ter-me ofertado uma cópia do artigo da autoria do jornalista Gutemberg da Mota e Silva, constante de seu arquivo.

³  Na sua tese de doutorado, intitulada Uma Fábula no Compasso da História - Estudo para Inferno Provisório em seis atos, Francismar Ramírez Barreto propõe-se a identificar os elementos que fazem do  Inferno Provisório, do mineiro Luiz Ruffato, um romance, abordando em cinco capítulos os cinco volumes que constituem a obra em questão. No terceiro capítulo, que a acadêmica chama de Ferrolhos no Teto (terceiro ato), há uma descrição curiosa nas pp. 219-220 sobre a Cera Dr. Lustosa no seguinte trecho:
"(...) "e agora desprendeu-se a cera-lustosa que tampava a panela-do-dente e já a dor pernilonga os ouvidos ambicionando achegar novamente, ferroa, entojada, arrodeando, infla em fogo a bochecha (...)". E continua um pouco mais embaixo: "Utilizada para interromper o incômodo produzido pelas cáries, a "cera lustosa" foi um anestésico dentário muito utilizado. Abranda temporariamente o mal (quando colocada sobre o ponto exposto da dor), mas não cura o problema. De acordo com o site dos fabricantes, a cera deve seu nome ao trabalho do Dr. Paulo de Almeida Lustosa. O público alvo era a população de baixa renda. Conhecido pelos slogans "alívio seguro na dor de dente" e "acabe com a dor em cinco minutos", o "tubinho vermelho" vendia-se ao longo do território nacional e foi tão bem aceito que passou a formar parte de um seleto grupo de produtos de saúde ("queridinhos" da indústria publicitária) como a Emulsão Dr. Scott, o Biotônico Fontoura, o Elixir Paregórico (tintura de ópio) e as Pílulas de Vida do Dr. Ross. Era a solução para quem a visita ao dentista resultava dispendiosa. Qual o objetivo do leitor abordar o significado de "cera-lustosa"? Dois pelo menos: entender a situação de vida do sargento Narciso — protagonista do trecho — e imaginar uma época.
Ainda que a cena do crime seja recriada, o que importa é a situação social, econômica e profissional desse trabalhador. Por exemplo: utilizar "cera-lustosa" significa que esse homem não dispõe dos recursos para ir ao dentista. O que cai do dente é a "cera" e o que o delegado recomenda mais adiante é tirar o dente ou comprar "uma latinha" do anestésico. A cárie (e o aperto econômico) tem tempo, então. Nas primeiras linhas, o desconforto é comparado com um inseto alado e provido de aguilhão (himenópteros): "a dor pernilonga (...), ferroa (...), infla em fogo a bochecha". (Cf. no endereço eletrônico http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12509/1/2012_FrancismarRamirezBarreto.pdf)

⁴  Hoje o engenheiro Sr. Roberto Fontes Lustosa, filho de Paulo Rodrigues Lustosa, é a terceira geração à frente da Cera Dr. Lustosa, procurando novos rumos para o medicamento inventado por seu avô. No dia 5 de maio de 2013, ele proferiu uma palestra intitulada "A Cera Dr. Lustosa" aos membros do IHG de São João del-Rei. Na ocasião, tomamos conhecimento de que uma professora da UFMG, Ana Luíza Cerqueira Freitas, da área de industrialização, tinha escrito um livro chamado "Cera Dr. Lustosa: A Trajetória de um Produto" (agosto/2006), a qual veio a São João del-Rei, conheceu a história da Cera e identificou a sua invenção e produção com a história da da industrialização do País. Segundo ele, nesse livro, a autora tinha falado sobre a criatividade de seu avô, sobre a sua capacidade como homem de publicidade, sobre o homem responsável pelas áreas da produção, comercial e financeira, ou seja, alguém que exercia simultaneamente todos os cargos gerenciais existentes dentro de uma empresa. Lamentou que a autora tenha tentado publicar esse livro durante anos, tendo a família Lustosa procurado ajudá-la, mas sem sucesso. Além disso, o neto de Dr. Lustosa nos informou que, diante da proibição de fabricação da Cera pela ANVISA em fevereiro de 2009 sob a alegação de que a concentração de fenol presente na composição da Cera era prejudicial à saúde, — embora seja desconhecido um único caso de malefício da Cera nos 90 anos em que operou no mercado nacional, — felizmente está prosperando o processo de tombamento voluntário e genérico do produto e de todo o acervo do Laboratório Cera Dr. Lustosa, conforme recomendara o relator Sr. José Antônio de Ávila Sacramento aos outros membros do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de São João del-Rei, que o aprovaram. Cabe ressaltar que desse processo de tombamento da Cera Dr. Lustosa consta o aval, em forma de declaração, dado pelo IHG local, assinado por seu presidente Artur Cláudio da Costa Moreira. Ainda segundo o relator José Antônio, resta ainda a aprovação de dois novos processos: um, visando ao registro e inventário das práticas e domínios do modo de fazer da Cera Dr. Lustosa, registrando-as como patrimônio imaterial do Município de São João del-Rei, e outro, com o propósito de tombamento das obras constantes da biblioteca do Laboratório Dr. Lustosa, visando inventariá-las e protegê-las, já que algumas delas são raras e abarcam muitos ramos do conhecimento humano no começo do século XX, abrangendo as seguintes ciências: medicina, ortodontia, farmácia, história natural e outras. Na referida palestra, o neto de Dr. Lustosa agradeceu também ao confrade do IHG José de Carvalho Teixeira por ter-lhe sugerido que o processo de tombamento da Cera fosse feito nos mesmos moldes do procedimento que tinha sido adotado para o tombamento do queijo da Serra da Canastra e encaminhado o assunto aos outros membros do IHG. Segundo o palestrante, Teixeira entendia que, com o tombamento, a Cera passaria a ser um patrimônio da cidade, cuja preservação ficaria a cargo de um ente público; além disso, achava que, mesmo que não se conseguisse retornar com a fabricação e comercialização da Cera, pelo menos o fato de ficar registrado o trabalho do seu avô nos anais da História justificava o esforço de tombamento, já que a Cera tinha divulgado, nas suas embalagens durante 90 anos, a cidade de São João del-Rei e o Estado de Minas Gerais. Na mesma memorável reunião, o relator do processo de tombamento, José Antônio, que também é confrade do IHG, manifestou-se dizendo que "a Cera já tinha extrapolado os laços familiares e já era  ou devia ser se nós vivêssemos numa sociedade séria  patrimônio de São João del-Rei, de Minas Gerais e da história da Odontologia no Brasil".



IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BARRETO, F.R.: Uma Fábula no Compasso da História - Estudo para Inferno Provisório em seis atos (tese apresentada na UnB para obtenção do grau de Doutora). No seguinte endereço eletrônico: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12509/1/2012_FrancismarRamirezBarreto.pdf, pp. 219-220

SACRAMENTO, J.A.A.: Tombamento do Laboratório da Cera Dr. Lustosa, no seguinte endereço eletrônico:
http://www.patriamineira.com.br/imagens/img_noticias/150918100413_Cera_dr._Lustosa.pdf

SILVA, G.M.: Dor de dente? Cera Dr. Lustosa. Os 90 anos de um dentista popular,  Jornal do Brasil, edição de 24 de outubro de 1977, p. 4. 


* Francisco José dos Santos Braga, cidadão são-joanense, tem Bacharelado em Letras (Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, atual UFSJ) e Composição Musical (UnB), bem como Mestrado em Administração (EAESP-FGV). Além de escrever artigos para revistas e jornais, é autor de dois livros e traduziu vários livros na área de Administração Financeira. Participa ativamente de instituições no País e no exterior, como Membro, cabendo destacar as seguintes: Académie Internationale de Lutèce (Paris), Familia Sancti Hieronymi (Clearwater, Flórida), SBME-Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica (2º Tesoureiro), CBG-Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de Janeiro), Academia de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei-MG, Instituto Histórico e Geográfico de Campanha-MG, Academia Valenciana de Letras e Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, Academia Divinopolitana de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do DF e Academia Taguatinguense de Letras. Possui o Blog do Braga (www.bragamusician.blogspot.com), um locus de abordagem de temas musicais, literários, literomusicais, históricos e genealógicos, dedicado, entre outras coisas, ao resgate da memória e à defesa do nosso patrimônio histórico.Mais...

16 comentários:

José Egídio de Carvalho disse...

É com muito prazer que tenho lido suas publicações, o que tem me proporcionado ampliar, e muito, meus conhecimentos. Receba meu TFA.
Egídio

Prof. Ulisses Passarelli disse...

Ótimo. Usei em mim mesmo a cera quando de uma pescaria, acampados nos barrancos de Aureliano Mourão, no pesqueiro do Porto Santo. Já meio enebriado pela cachaça, mordi um pedaço de toicinho que estava assando na brasa. A pele estava dura. O dente tinha um amálgama grande e se partiu. A cera era eficiente mesmo, porque tive fortes dores e foi ela que me aliviou até o dia do tratamento de canal.
Noutra oportunidade, e melhor seria no plural, usei várias vezes em meus pacientes no consultório, para casos de dores (pulpite) e especialmente eficaz no tratamento de alveolite. Uma pena ter saído de mercado. Um produto excelente.
Ulisses

Francismar Queiroz disse...

E funcionava, pois vendi muito na
Farmacia Santa Terezinha em Goiatuba (GO).
Isso na decada de 50/60 . kkkkkkkk
Abraços.
Francis

José Rodrigues Dias disse...

Mestre Braga,
Belo trabalho sobre a Cera do Dr Lustosa.
Um folclore! Deixou saudades !
Foi bom enquanto durou! ... até vir a Anvisa e botar o ventilador na farofa do pessoal !!!

abrs. José Rodrigues

José Antônio de Ávila disse...
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José Antônio de Ávila disse...
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José Antônio de Ávila disse...
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José Antônio de Ávila disse...

Belo registro, caro Francisco Braga! Fico agradecido pelo de que o meu modesto trabalho (gentilmente citado por você na bibliografia!) tenha sido útil. Permita-me compartilhar com o amigo um formidável registro memorial da família Lustosa. Trata-se de dados autobiográficos de Custódio de Almeida Lustosa, nascido em São João del-Rei/MG no dia 26.04.1874, e falecido em Belo Horizonte/MG no dia 03.09.1970 (na residência dele, Rua Piauí, nº 217)..
O fragmento que aqui se seguirá está completo em “Memória Histórica – Depoimento de pessoas, gente mesmo”, escrito por Maria Regina e publicado na Revista de História, Vol. LVI, nº 112, ano XXVII, 1977. São Paulo, páginas 443 a 458.
Custódio de Almeida Lustosa narra que o fato que mais o impressionou na sua meninice foi a chegada do comboio inaugural da Estrada de Ferro Oeste de Minas (RMV) a São João del-Rei: “ o trem de ferro havia parado nas Oficinas a 200 metros da Estação. Nessa parada tomaram lugar no limpa trilhos meu tio Sabino Magalhães (que possuía grande parte das ações da Companhia), o dr. Aureliano Mourão (que obtivera a concessão) e o dr. Paulo Freitas de Sá, o construtor da ferrovia. A pequena locomotiva me pareceu um coisa monstruosa, verdadeira maravilha. No carro de luxo vinha a Família Imperial e o Ministério. Estavam programadas grandes festas; foram, porém, reduzidas por haver morrido em viagem o Ministro Buarque de Macedo. A inauguração e deu em 1881, ano que nasceu meu mano Carlos. Minha impressão aumentou quando vi muitos carros puxados por bonitos cavalos. As ruas do percurso estavam cobertas de folhagens. A Família Imperial hospedou-se no palacete da Baronesa de São João del-Rei. O imperador visitou a cadeia, escolas e colégios. Fez depois, em companhia da Imperatriz (D. Teresa Cristina) um passeio a pé pelas principais ruas da cidade. Grande multidão os acompanhava. Lembro-me de que vinha na comitiva imperial o Barão de Macaúbas (dr. Abílio Borges) que tinha excelente colégio em Barbacena. Em São João conheceu o imperador, o professor Aureliano Pimentel que depois foi reitor do Colégio Pedro 2º (no Rio) e catedrático de Português (por concurso).”. O irmão de Custódio, Carlos, que nasceu no ano de 1881 veio a ser, depois, o pioneiro da ortodontia no Brasil. A autobiografia referenciada foi escrita por Custódio em Belo Horizonte, aos 85 anos, em 12 de outubro de 1959.

Carlos Siqueira disse...

Caro Braga, foi um prazer obter notícias suas. Gostei muito do artigo
Dor de dente. Continue a mandar os seus artigos, eles são sempre claros, porque bem escritos e interessantes.E você continua com a alimentação natural? Eu sigo almoçando no Flor de Lotus, na 102 Norte. Parabéns e muita sorte.
Carlos Siqueira

Pe. Ramiro Gregório disse...

Matéria muito interessante. Grato,
Ramiro

Anônimo disse...

Estimado Francisco Braga.

É muito bom a nossa comuna contar com pessoas de sua envergadura, trazendo-nos reminiscências que , jamais, devam ficar ofuscadas pelo tempo e espaço. Eu, pessoalmente, quando menino, só não usei a milagrosa cera "Dr. Lustosa", quanto me relacionei com muitos familiares de seu criador.

Ótima matéria. Que venha a ser republicada sempre.

Abraços.

Musse Hallak

Alfredo Carrara de Melo, SDB disse...

Prezado Braga,

Bom dia.

Interessante o aratigo sobre a Cera Dr. Lustosa. Obrigado.

Pe. Carrara

Fale Conosco-Secretaria de Estado da Cultura de MG disse...

Agradecemos a gentileza de sua mensagem.

Atenciosamente,

Equipe de Atendimento

Assessoria de Comunicação Social

Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais

Profª Dra. Darlene Aparecida de Oliveira Ferreira - Coordenadora do PPGGeografia da UNESP - Rio Claro, SP disse...

Prezado Francisco, segue manifestação do Conselho.
Att
Coordenação

Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS
Programa de Pós-Graduação em Geografia

Ofício IGCE/PPGG Nº 49/2013.
Rio Claro, 13 de agosto de 2013

O Conselho do Programa de Pós-Graduação em Geografia em sua reunião ordinária do último dia 07/08, tomou conhecimento de seu e-mail e
informação da matéria de Vossa autoria "Dor de dente? Cera Dr. Lustosa ou Os 90 Anos de um dentista popular" e deliberou por parabenizá-lo pela publicação.
Atenciosamente
Profª Dra. Darlene Aparecida de Oliveira Ferreira
Coordenadora do PPGGeografia da UNESP

Anônimo disse...

Olá me chamo André Lustosa. Jpa visitei o casarão Lustosa e gostei muito de como ele está preservado. Um abraço forte para os Lustosa de SJ Del Rey.

Anônimo disse...

Hoje, vendo o meu irmão com muita dor de dente, lembrei-me da Cera Dr. Lustosa. Sem saber se ainda existia, procurei no Google e aí soube que a mesma não é mais fabricada. Uma pena!
Quinta Feira Santa, tudo fechado pela quarentena do Covid-19, a dentista que o atende, viajando, como desejei ter em casa essa maravilha!
Que pena que as melhores coisas não durem para sempre!!!