sábado, 14 de janeiro de 2017

Colaborador: MARCELO Nóbrega da CÂMARA Torres


Perfil profissional no universo da Música  

Marcelo Câmara é jornalista, ensaísta, produtor fonográfico, editor e consultor cultural.

Filho do jornalista, educador, advogado e político José Augusto da Câmara Torres e da professora Gertrudes Nóbrega da Câmara Torres. O trabalho dos pais e o parentesco com Luiz da Câmara Cascudo o conduziram desde bem cedo aos livros e à pesquisa. Na juventude, chegou a compor, amadoristicamente, algumas canções, sozinho e em parceria. Graduou-se em Direito e em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense.

Desde 1965 vem atuando, como criador, crítico e realizador, em diversas áreas da cultura. Escreveu nos jornais "O Fluminense", "Diário de Notícias" (RJ), "Jornal do Brasil", "Jornal de Brasília" e "Jornal do Commercio" (RJ), nas revistas "Espelho" (DF), "Manchete" e "Fatos" (Bloch, RJ), colaborando, ainda, em outros veículos do Rio, São Paulo, Brasília e Europa.

Em 1972, recebeu o título de "Sambista Quatrocentão", do G. R. Escola de Samba Caçadores da Vila, pelos serviços prestados ao samba de Niterói.

Dois anos depois, trabalhou com Johnny Alf no projeto do show "Acorda Ulysses", assinando o roteiro e o texto do espetáculo, que permanece inédito. Ainda em 1974, promoveu o I Festival Fluminense do Folclore (música e dança), através da Comissão Fluminense do Folclore/Flumitur (Niterói), tendo assinado reportagem-memória oficial do evento, publicada pela revista da Comissão.

Entre 1985 e 2000, atuou como consultor legislativo do Senado Federal, tendo sido, nesse período, o único assessor para os assuntos da cultura do Congresso Nacional e da Assembléia Nacional Constituinte (1987-1998), desenvolvendo, pela primeira vez no país, tese sobre os direitos culturais, absorvida pela Constituição Federal.

Integrou o Conselho Consultivo do Centenário da Abolição da Escravatura (MinC, 1988).

Concebeu o projeto da lei que deu o nome de Teatro Nacional Claudio Santoro ao antigo Teatro Nacional, de Brasília, assessorando a sua tramitação (1989).

Redigiu o estatuto constitutivo de entidade cultural matriz que deu origem à Associação Claudio Santoro, com sede em Brasília.

Criou e editou, com Darcy Ribeiro, de quem foi assessor legislativo e político, a revista de cultura "Carta do Senador Darcy Ribeiro" (1991-1993, Senado Federal).

Redigiu, dirigiu e apresentou, no Rio de Janeiro, os shows "A bênção Newton Mendonça" (1997), com os filhos do compositor; "Encontros" (2000), com a cantora Geny Martins; e "Caminhos Cruzados" (2008), primeiro e único show comercial sobre a vida e a música do pianista de vanguarda e genial compositor, com o músico e cantor Alan Vergueiro, sobrinho de Newton Mendonça (1927-60).

Como pesquisador e escritor no campo da música, atua nas áreas da história, sociologia, antropologia e estética. Possui centenas de trabalhos publicados sobre estética, música popular, folclórica e erudita, entre os quais: "A festa do divino: folclore e devoção", "O folclore do Vale do Jequitinhonha", "O sucesso discreto de Johnny Alf", "Chopin e a música popular brasileira" (distribuído na Europa), "O negro no folclore fluminense"(idem, na Europa e África), "Chopin sempre contemporâneo", "O assassinato de Claudio Santoro", "Ser negro no Brasil", "Mestre Maestro" (sobre Claudio Santoro) e "Chopin: Lições estéticas de uma morte". 



Criou e lidera, desde 2009, o Movimento Parque Newton Mendonça, que pretende homenagear a memória do mais importante compositor da Bossa Nova, dando seu nome ao grande espaço cultural, projeto de Jaime Lerner, que o Governo do RJ quer construir na Zona Sul do Rio de Janeiro. O Movimento já conta com o apoio de dezenas de artistas e intelectuais de todo o País.

É autor de "Crítica à cultura brasileira - Uma reflexão sobre universos e manifestações culturais na sociedade brasileira" (Coronário, 2ª ed. 1986), "Direitos sociais: Cultura" (Senado Federal, 1987) e "A vida, a obra e o tempo de Newton Mendonça", primeira parte do livro "Caminhos cruzados - A vida e a música de Newton Mendonça" (Mauad, 2001).

Escreveu, com Mário Peixoto, "Ipanema de A a Z - Dicionário da vida ipanemense" (Cohen, 1999).

Em 2002, depois de vários anos de pesquisas, concebeu e fez a produção executiva do CD "Caminhos cruzados - Cris Delanno canta Newton Mendonça" (Ilha Verde), que lançou, numa tiragem não comercial, a obra de autoria exclusiva do compositor, primeiro e fundamental parceiro de Antonio Carlos Jobim, bem como divulgou músicas raras, quase desconhecidas, da dupla mais importante da Bossa Nova. Assinou os textos do álbum, cuja produção musical, direção artística e arranjos couberam a Roberto Menescal, que tocou violão e guitarra em todas as faixas.

Em 2003, o álbum foi lançado comercialmente, no Brasil e Europa, com o título "Cris Delanno canta Newton Mendonça", pela Nikita Music.

É membro da Associação dos Escritores, Pesquisadores e Divulgadores de Música Popular Brasileira do Rio de Janeiro, da Sociedade Brasileira Frederico Chopin e da Sociedade Brasileira de Eslavística e do Ateneu Angrense de Letras e Artes, ocupando a cadeira patronímica de Raul Pompeia.

Vive no Rio, onde mantém Escritório de Consultoria, atendendo a diversas áreas da Cultura, como faz desde 1973. Além de proferir palestras e participar de eventos sobre Música Popular, publica, regularmente, artigos e ensaios sobre a Cultura Brasileira.
(texto levemente atualizado)

Além disso, Marcelo Câmara é cachaçólogo, autor dos seguintes livros: 

• "Cachaças bebendo e aprendendo - Guia prático de degustação / Drinking and learning - Practical guide to tasting" (Mauad, 2006; e-book, 2017), primeiro livro sobre aspectos sensoriais do destilado brasileiro; 
•  "Cachaça - Prazer Brasileiro" (Mauad, 2ª ed. 2017), primeira obra dirigida ao mercado, ao consumidor real e potencial da bebida nacional, considerada "a pequena bíblia da Cachaça"; e 
• "Ficha de Degustação de Cachaças Marcelo Câmara" (Mauad, 2017), obra igualmente de vanguarda, única no mercado. Pingófilo desde a juventude, foi o primeiro Degustador de Cachaças a se profissionalizar no mundo, exercendo o ofício desde 1994.

Gerencia o Blog do Marcelo Câmara in http://blogmcamara.blogspot.com.br/  



Bibliografia Crítica:



ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Edição Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 

2 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Em 30 de dezembro de 2016, sabendo do estreito parentesco do meu ex-colega de Senado, Consultor Legislativo, Marcelo Câmara, com o grande Câmara Cascudo, escrevi-lhe um e-mail rememorando a data de nascimento de seu primo ilustre (30 de dezembro de 1898), em Natal-RN. No breve comunicado comentei ainda que ele "tinha estudado como ninguém as raízes latinas, africanas e indígenas do povo brasileiro."
Qual não foi minha surpresa quando me deparei com sua resposta, singela e definitiva, que recebi no primeiro dia do Ano Novo.
Apreciei tanto o que ele escreveu que decidi disponibilizá-lo aos leitores do Blog de São João del-Rei.

Prof. Fernando Teixeira (professor universitário, escritor e membro da Academia Divinopolitana de Letras, onde é Secretário Geral) disse...

Muito grato pelo envio do texto. Há gestos que marcam nossa história, não é? Fernando Teixeira