domingo, 10 de março de 2019

BIOBIBLIOGRAFIA DE BASÍLIO DE MAGALHÃES


Por Francisco José dos Santos Braga



BASÍLIO DE MAGALHÃES nasceu no local conhecido por "Cangalheiro", no Arraial de Sant'Ana de Barroso, freguesia da Borda do Campo em 1º/06/1874 (município de Barbacena) ¹, e faleceu na cidade de Lambari, MG, em 14/12/1957, aos 83 anos de idade, vítima de hemorragia cerebral. A respeito de Basílio, Fábio Nelson Guimarães, em extenso artigo no jornal Ponte da Cadeia, assim se manifestou: "Sua obra rescende a de um verdadeiro polígrafo: poeta, jornalista, folclorista, historiador, psicólogo, geógrafo, filósofo, educador, filólogo e esteta."

Basílio era mestiço e oriundo de classes sociais menos favorecidas economicamente. 

Um aspecto nebuloso da vida de Basílio diz respeito à sua ascendência paterna. No seu registro de batismo consta que era filho de Antônio Inácio Raposo e de Francisca de Jesus ² ; e seus padrinhos de batismo, Ladislau Artur de Magalhães e Belisandra Augusta de Meireles. Ocorre que seus pais (Antônio Inácio e Francisca) eram empregados na Fazenda Venda Grande, de propriedade de Ladislau, seu padrinho, para quem ambos prestavam serviços. O fato de levar o sobrenome (Magalhães) do padrinho pode indicar a possibilidade de Basílio ser filho biológico de Francisca de Jesus com o "padrinho" dele. Segundo o jornal Barroso em Dia, edição de 13/04/2015, Ladislau tinha chegado ao Brasil aos 15 anos de idade conforme passaporte expedido no distrito de Braga, em 22/05/1867. Em Barroso, Ladislau casou-se com Belisandra, com quem teve 6 filhos, todos residentes na Fazenda Venda Grande, enquanto criava seu afilhado Basílio no "Cangalheiro", pois os pais deste não possuíam condições financeiras favoráveis para tal. Em Barroso, Ladislau ocupou o cargo de inspetor escolar, nomeado em 28/11/1923. Participou do primeiro jornal de Barroso, "Atualidade", onde mantinha uma coluna literária. Participou ainda da criação do primeiro cinema de Barroso, o Cine Ideal. Ladislau faleceu em 31/07/1935.

Consta que, na ocasião da inauguração da Estrada de Ferro, mais tarde EFOM-Estrada de Ferro Oeste de Minas, ocorrida no dia 28/08/1881, Basílio, com apenas sete anos de idade, proferiu um discurso para recepcionar a comitiva imperial que passava pela estação da cidade de Barroso, com o qual impressionou a todos, atraindo para si não só credibilidade, mas também bolsa de estudos concedida por um membro da família imperial, que provavelmente tenha sido a Princesa Izabel. A partir desses acontecimentos, Basílio de Magalhães iniciou sua trajetória escolar exitosa.

Estudou preparatórios em São João del-Rei, matriculando-se na Escola João dos Santos ³, que era uma escola que oferecia ensino gratuito, além de livros e demais materiais didáticos necessários aos estudos, fundada e mantida nessa cidade pelo são-joanense Dr. João Batista dos Santos, Visconde de Ibituruna. Conforme noticiou o jornal local Gazeta Mineira (edição nº 19 de 17/04/1884, Anno I, p. 3), aos dez anos de idade, Basílio, como aluno, ia bem: 
"Dos 120 alunnos que frequentam a Escola João dos Santos obtiveram distinção Basílio Ladislau de Magalhães, Polyana Maria de Andrade e Antenor Marques Pinto. O primeiro prêmio Reginaldo de Barros medalha de ouro com o busto de S. M. o Imperador e a respectiva inscrição, coube ao alunno Basílio Ladislau de Magalhães."
[PINTO, 2005, 203] atribui o acréscimo do segundo nome (Ladislau), que era de seu padrinho, ou suposto pai, a uma possível interferência do mesmo na entrada de Basílio para a escola, fator determinante da sua ascensão social. Continua a autora: 
"Contudo, importa ressaltar que, independente de ser ou não filho natural de seu padrinho, o fato de Basílio de Magalhães ter sido criado até certa idade por ele pode ser considerado como um forte aspecto favorável a sua ascensão social, pois foi em companhia de seu padrinho que ele teve acesso às primeiras letras, fato fundamental para o prosseguimento nos estudos." 
Aqui já começa a se delinear uma qualidade do seu caráter, que pode ser considerada como favorável à trajetória de Basílio: a autodeterminação. Nos seus escritos pode-se ainda constatar a presença contante de autoconfiança, firmeza na expressão das ideias e busca insistente por seus ideais. 

No jornal monarquista são-joanense Gazeta Mineira (que circulou de 1884 a 1894), iniciou-se na arte tipográfica e nos trabalhos de auxiliar de redação, aos 15 anos de idade. Com o advento do jornal republicano A Pátria Mineira (1889-1894), fundado por Sebastião Rodrigues Sette Câmara, passou a colaborar com o citado jornal, emprestando-lhe seus conhecimentos tipográficos e jornalísticos; aí teve os primeiros contatos com as ideias republicanas que influenciariam sua obra. Paralelamente às atividades nesse último jornal, manteve o pequeno jornal A Locomotiva em parceria com Altivo Sette.

Por volta de 1892, seguiu para São Paulo, em busca de novos campos de trabalho. Obteve licença do Tribunal de Justiça, mediante provas de habilitação, para advogar no fórum de Campinas. Na mesma época foi revisor e colaborador do Diário Popular de São Paulo.

Por volta do ano de 1900, foi aprovado em concurso público para professor no Ginásio do Estado, em Campinas. Aí fundou e presidiu o "Clube de Comemorações Cívicas". Em Campinas, fundou e dirigiu o jornal Correio de Campinas, foi eleito vereador e exerceu o cargo de Delegado de Polícia.

Entre 1909 e 1910, Basílio atuou na Campanha Civilista, liderada por Rui Barbosa que alertava e alentava os espíritos liberais contra as práticas políticas viciadas que a República fora, aos poucos, adotando.

Em 1911, o Governador do Estado de São Paulo encarregou-o de fazer pesquisas no Arquivo Nacional e no Instituto Histórico, no Rio de Janeiro. Tais pesquisas foram mais tarde publicadas em oito volumes sob o título de "Documentos Interessantes para a História e Costumes de São Paulo".

No mesmo ano de seu ingresso no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1914), como sócio correspondente estreante, vamos encontrá-lo proferindo uma conferência em três sessões (de sexta-feira, 20/03, sábado, 21/03 e segunda-feira, 23/03)  no Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo (IHGSP), cujo tema era "O bandeirismo paulista", publicada pelo Correio Paulistano, edições nº 18.199, de sábado, 21/03/1914; nº 18.200, de domingo, 22/03/1914 e nº 18.202, de terça-feira, 24/03/1914, sempre na p. 2, na coluna "Instituto Historico". Curioso observar que o conferencista, dando início à sua fala, antes de entrar propriamente no assunto da sua palestra, na primeira sessão dirigiu-se ao auditório nos seguintes termos, em tom de memorialista: 
"Srs.: Desde annos muito em flor, quando, em geral, nos cerebros ainda em incipiente formação para a grande labuta da existencia predomina apenas o vivaz e dispersivo pendor para as doidivanices, peculiares dos que nasceram e se criaram no conforto e na fortuna, — a necessidade, de quem muito bem disse eminente pensador que é "ama de seios magros, porem que dá aos seus rebentos leite são e fortificante", arrojou-me ao trabalho, antes mesmo de haver attingido ao extremo da segunda edade.
Eu mal havia transposto os 13 annos, quando busquei conciliar os estudos de humanidades com o ganha-pão, e o conhecimento da arte typographica abriu-me emprego no primeiro orgam republicano que repontou no berço do meu conterraneo Tiradentes , "A Patria Mineira", onde um pugillo de crianças, das quaes é já viageiro do Além o nobre espírito de Altivo Sette, e aqui estamos apenas dois, Sertorio de Castro e eu, bebíamos sofregamente as lições de sciencias e letras e os altos ensinamentos de civismo que nos ministrava Sebastião Sette, hoje septuagenario, solida cultura e caracter sem jaça, e condemnado pela politicagem nefasta e mesquinha e estrabica ao ostracismo injusto, que elle suavisa num lar feliz, no remanso bucolico do tradicional Capão da Traição, o Mattozinhos de agora.
"A Republica Federal" de Assis Brasil, o primeiro livro politico que me cahiu em mãos para uma constante e proveitosa leitura e a propaganda dos novos ideaes, indefessa e acendradamente realizada por Sebastião Sette, fizeram-me preferir à promettida protecção da herdeira do throno de d. Pedro II, — da qual recebi, com gratidão, que sempre lhe guardo, uma bibliotheca de estudos propedeuticos, o mourejar de cada dia, a ardua conquista do pão material e do pão espiritual, e, simultaneamente, a audaciosa interpresa de combater o grande combate pela radical transformação politica de nossa Patria.
A crise auroral de 15 de novembro, — infelizmente não transmudada ainda na perenne luz de paz, de serena e inamolgavel justiça, e, emfim, de vera e civil democracia, que ajudei a pregar, — achou-me de atalaia, no baluarte da 'Patria Mineira', como a pequenina sentinella intimorata que servia de avisar, lá do alto do torreão onde scintillava a almenara, quer a apparição do inimigo, quer as alviçaras da victoria.
Norteou-me a vida, de então para cá, um consciente, um esclarecido, um ardoroso amor patrio, que não cede o passo a nenhum outro dos meus sentimentos. E, para maior felicidade minha, o restante da formação de meu espirito, — vim fazel-o aqui, nesta gloriosa Athenas brasileira, onde vivem e rebrilham, na imprensa, nos institutos scientificos e literarios, nas cathedras das escolas, e até nas tão requestadas posições da politica, os meus mestres, os meus camaradas e os meus discipulos.
Dizia sempre, e sempre escrevia de mim, quando gentilmente me offertava as suas producções poeticas, o velho satirico e bondoso padre que foi Corrêa de Almeida, — que eu era um 'mineiro apaulistado'.
É verdadeiro o asserto, — ouso proclamal-o alto e bom som.
Sem nunca olvidar o torrão natal, sem nunca perder as affeições que lá me redouraram a infancia e me acompanham como um resplendor saudoso e suggestivo, — aqui foi que completei a minha educação social e aqui, força é que eu pronuncie o termo necessario, foi que 'yankeezei' o meu espirito, plasmado pela febre de progresso, de praticidade, de arrojo, de perseverança, que uns restos do sangue dos bandeirantes punha na enfibratura desta gente hospitaleira, fidalga e emprehendedora, coadjuvada e cada vez mais impellida para deante pelo braço extrangeiro, que trouxe energias novas a se juntarem às energias deste admiravel povo paulista.
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Passado o prurido das pugnas jornalisticas e dos arroubos poeticos, — apanagio daquella 'primavera della vita' de que fala Metastasio, — fui, pela porta larga de um concurso, assentar em Campinas a minha tenda de certamen, no ensino publico.
Surprehendeu-me lá, srs., a eleição com que me honrastes.
Nunca me fiz lembrado para os cenaculos quaesquer, nunca aspirei a frivolas galas inexpressivas e infecundas; mas tambem nunca recusei a minha parcella de actividade aos que trabalham sèriamente, aos que se votam sèriamente ao bem geral.
O Instituto Historico de S. Paulo, fundado pelos homens que mais se dedicaram aqui ao culto das gloriosas e venerandas tradições da terra dos intrepidos pioneiros da nossa civilização, dos triplicadores da área territorial do Brasil, e contendo no seu illustre gremio o escól da intellectualidade paulista, bem merece, pela somma opulenta dos serviços já prestados ao estudo da nossa evolução, que eu lhe offereça, no estricto limite da minha capacidade, a exigua contribuição que ora lhe trago, e, mais do que ella, o preito da minha profunda admiração e do meu inequivoco reconhecimento.
O autor inglez de interessante obra, vinda a lume em meados do seculo findo, com o titulo Costumes da India, conta que, no reino de Onde, impunha o soberano, a quem por elle quisesse ser recebido, lhe apresentasse 500 moedas de ouro a luzirem sobre rendilhado lenço de fina seda.
Maior, por sem duvida, é o tributo que merece se lhe renda este sodalicio por parte dos a quem foi galardoada a subida honra de ter o nome inscripto no seu quadro social e de ser aqui acolhido com tanta benevolencia e com tanto carinho.
Não é o fulvo metal, srs., que ostento nas mãos, neste momento, para testemunho de meu apreço para comvosco.
É, sim, a historia documentada dos que o descobriram nos virgens recessos do sertão patrio e o arrancaram das entranhas fecundas do Brasil que me vae sahir dos labios, como prova do desejo sincero que tenho de collaborar comvosco neste augusto ministerio de reevocar e engrandecer cada vez mais o culto do passado, para que melhor nos guiemos no presente e melhor preparemos o futuro.
Creio que só assim posso corresponder, embora muito aquem do vultuoso penhor a que me obrigastes, à distincção de que me fizestes alvo e à affectuosa acolhida que acabaes de dar-me no Instituto Historico de S. Paulo, — templo em hora boa erguido pelos descendentes dos bandeirantes àquella a que Cicero chamou 'luz da verdade, testemunha do tempo e mestra da vida'.
E, ao concluir este rapido agradecimento, devo tambem consignar que profundamente me sensibilizaram, tanto as palavras bondosas do sr. dr. Luiz Piza, como a presença do digno representante do dr. Secretario do Interior, como ainda a presença de tão selecto auditorio. (...)"

Cinco meses depois, foi eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (de acordo com o site do IHGB, onde consta ser natural de São João del-Rei: desde 27/8/1914, sócio correspondente; depois de premiado pelo IHGB com a Medalha D. Pedro II em 1917, passou a ser sócio efetivo; benemérito em 22/12/1931 e grande-benemérito em 21/10/1944).   

Foi ainda membro da Academia Paulista de Letras, inaugurada em 27/11/1909 (eleito para a Cadeira nº 2 patroneada por Visconde de São Leopoldo) e da Academia Mineira de Letras (sócio honorário).
 
No ano de 1917, o IHGB conferiu-lhe o prêmio "D. Pedro II" — medalha de ouro, pela apresentação da monografia "Expansão Geográfica do Brasil até os Fins do século XVII", prêmio que foi concedido também a Roquette Pinto e Capistrano de Abreu.

No Prefácio deste livro de Basílio, Taunay faz um elogio cabal a seu colega historiador. A extensa citação de Taunay confere um beneplácito ao trabalho árduo que Basílio desenvolveu preparando sua monografia, nos seguintes termos: 
"O livro que verdadeiramente vem sintetizar uma multidão de estudos esparsos foi a monografia de Basílio de Magalhães, apresentada ao Primeiro Congresso de História Nacional, realizado em 1914 no Rio de Janeiro, a monumental Expansão geográfica do Brasil até fins do século XVII, fruto de labor tão exaustivo, que, como a meditação acerca de tal esforço, nos causa a impressão de que nos vai trazer real cansaço cerebral. Formidável massa de leitura exigiu, trabalho insano realizou para a confecção daquele mosaico, composto de milhares de peças. São 150 páginas in-octavo que resumem bibliotecas, fazem o extrato de longas controvérsias, examinam numerosos problemas obscuros, aventam soluções, opõem contestações a afirmativas dúbias, constituem, enfim, um repositório de jamais assaz louvado mérito. Apegado ao estudo do bandeirismo, prosseguiu Basílio de Magalhães nas suas pesquisas, coletando documentos inéditos e comentando-os. Mananciais imensos e quase virgens existem no país: os do Arquivo Nacional e da Biblioteca Nacional. Do primeiro obteve volumosos tomos de papéis inéditos e importantes, de que já uma parte foi impressa no tomo XVIII da Revista do Instituto Histórico de São Paulo, conservando-se ainda datilografadas, infelizmente, centenas de cópias de outros papéis. Do acervo da Biblioteca Nacional nada ainda veio à luz. Os verbetes do catálogo de manuscritos mostram, contudo, quanto é importante o material que ali se acha."
Cabe ainda citar que a referida monografia de Basílio de Magalhães, inserta no vol. II dos "Anais do Primeiro Congresso de História Nacional", saiu em separata no mesmo ano (Imprensa Nacional, 1915, in-4º de 147 p.) e em 1917 foi premiada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por proposta do sr. Max Fleiuss, digno secretário perpétuo, tendo recebido parecer favorável, em 27 de agosto do mesmo ano. Concluiu o parecer que, na memória que Basílio da Magalhães apresentou ao 1º Congresso de História Natural, os fatores da nossa história gradual foram "tratados em admirável resumo, com vasta erudição e grande senso crítico", constituindo, por isso, a referida monografia, "a todos os respeitos, notável e copioso manancial de ensinamentos". O prêmio consistiu numa medalha de ouro, denominada "D. Pedro II".

Em 1935, quando Basílio já era reconhecido como historiador emérito, foram acrescentados a parte relativa ao século XVIII e mais alguns capítulos, ou seja, a sua monografia originalmente premiada foi ampliada e refundida, de modo a cobrir agora todo o período colonial, ao mesmo tempo que seu título passou a ser Expansão Geographica do Brasil Colonial e a obra foi incluída na Coleção Brasiliana (vol. 45).

Desdobramento de uma monografia apresentada pelo autor no I Congresso de História 
Nacional (1914), originalmente publicada em 1915, no volume II dos Anais do referido congresso.

Cabe aqui salientar que o historiador Basílio de Magalhães recebeu esses louros dignos de preeminentes figuras nacionais, cinco anos antes de exercitar-se na política partidária, o que só sucederá no período de 1922-1927.

Foi também advogado e professor do Instituto de Educação e do Colégio Pedro II. Na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, lecionou História da Pintura e da Escultura. No biênio de 1917-1918, foi diretor interino da Biblioteca Nacional, que dirigiu com alto tirocínio.

De volta a São João del-Rei, foi eleito Senador Estadual Mineiro em 1922 e,  em 1923, foi eleito presidente da Câmara Municipal, exercendo cumulativamente o cargo Agente Executivo Municipal (atual prefeito) de São João del-Rei. Em 1924 elegeu-se para Deputado Federal, sendo reeleito para o mesmo cargo no ano de 1927 por Minas Gerais. Dois de seus projetos legislativos merecem ser destacados: a proposta de voto secreto e obrigatório e a extensão de voto às mulheres (através do Projeto de Lei nº 247/1924). Na ocasião, colaborou com entusiasmo com o jornal local A Tribuna.

Pouco antes da Revolução de 1930, fez oposição a Getúlio Vargas, candidato à Presidência da República, pois fazia parte da corrente política liderada por Raul Soares, tendo este apoiado Basílio nas eleições já citadas. Com a morte de Raul Soares, Basílio passou a ser apoiado por Artur Bernardes. Porém, como Bernardes apoiava a candidatura de Getúlio Vargas para presidente, este fato contribuiu para o fim da carreira política de Basílio. Portanto, em 1930 abandonou a política, dedicando-se inteiramente ao magistério, à pesquisa histórica e ao jornalismo.

Então, Basílio passou a dedicar-se ao magistério, tendo reassumido suas funções na Escola Normal do Distrito Federal. Na mesma ocasião, foi convidado pelo Ministério das Relações Exteriores a examinar candidatos à carreira diplomática no Instituto Rio Branco.

Pertenceu a muitas instituições culturais, de acordo com [CINTRA, 1994, 57], sendo 27 nacionais e 17 estrangeiras. De acordo com [PINTO, idem, 17], Basílio pertenceu a 26 associações culturais, sendo 17 brasileiras, dentre as quais destaco ter sido eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Paulista de Letras e da Academia Mineira de Letras  (como sócio honorário), e 9 estrangeiras.

Mestre do folclore brasileiro, foi um dos primeiros a aprofundar seu estudo e a atribuir-lhe significação erudita.

Entre abril de 1941 e agosto de 1942 escreveu em Cultura Política, Rio de Janeiro, uma série de artigos sob o título “O povo brasileiro através do folclore”.

No título "Sócios Falecidos Brasileiros" no site do IHGB, verbete "Basílio de Magalhães", consta a sua seguinte bibliografia nas áreas de particular interesse do Instituto: A Circular de Teófilo Ottoni, RJ, 1916; Lições de História do Brasil, 1895; O café na História, no Folclore e nas Belas-Artes, Rio de Janeiro, 1937 (2ª. ed., aumentada e melhorada, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1939); Expansão Geográfica do Brasil colonial, talvez sua maior obra (2ª edição aumentada, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935); O folclore no Brasil (com uma coletânea de contos organizada por João da Silva Campos), Rio de Janeiro, 1928 (2ª. ed., Rio de Janeiro, 1939; 3ª. ed., revista por Aurélio Buarque de Holanda, Rio de Janeiro, 1960); 


História da Civilização; História do Comércio; Esboço biográfico e crítico de Bernardo Guimarães, RJ, 1926; O suplício de Caneca e a revolução pernambucana, 1896; Os Jornalistas da Independência, RJ, 1917; Manuel Araújo Porto Alegre, Barão de Santo Ângelo, RJ, 1917; Quadro de História Pátria, RJ, 1918; O municipalismo e Minas Gerais, S. João del-Rei, 1924; Em defesa do índio e da sua propriedade, Rj, 1924; Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro, RJ, 1928; O Aleijadinho: Antônio Francisco Lisboa, RJ, 1930, além de vários compêndios para o ensino secundário; e A lírica de Stecchetti e Patrimônio do Brasil.

Os conhecimentos de Basílio na área médica e pedagógica ficaram patentes com a publicação de dois livros intitulados:
1) Tratamento e Educação das Crianças Anormaes de Inteligência: contribuição para o estudo desse complexo problema científico e social, cuja solução urgentemente reclamam - a bem da infância de agora e das gerações porvindouras - os mais elevados interesses materiais, intelectuais e morais da Pátria Brasileira, editado primeiramente sob forma de artigos no Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, posteriormente ampliado e também editado pela Tipografia do mesmo periódico, Rio de Janeiro, 196 p. (1913); e
2) A Educação da Infância Normal e das Crianças Mentalmente Atrasadas, na América Latina: apreciação sumária dos modernos sistemas pedagógicos europeus e modificações indispensáveis que devam sofrer no ambiente físico-social do novo mundo. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 24 p. (1917) .

Cabe destacar que Basílio participou da Coleção Brasiliana com os seus seguintes livros: 
・ Expansão Geográfica do Brasil (vol. 45)
・ Viagens pelo Amazonas e rio Negro (vol. 156)
・ Estudos de História do Brasil (vol. 171)

 
・ O Café na História, no Folclore e nas Belas-Artes (vol. 174)


Outro ponto nebuloso apresenta-se na certidão de óbito de Basílio ,  envolvendo sua filiação, constituindo um segundo desafio para os historiadores. Vimos, no começo desta matéria, que Basílio faleceu na cidade de Lambari, MG, em 14/12/1957, aos 83 anos de idade, vítima de hemorragia cerebral. Para fins de análise do leitor, reproduzo a seguir a cópia autêntica da Certidão de Óbito de Basílio de Magalhães, lavrada pelo Cartório de Registro Civil de Lambari, MG.
Certidão de óbito de Basílio de Magalhães - Crédito: José Passos de Carvalho, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei
Transcrição da certidão de óbito:
Sexo: masculino
Cor: branca
Estado civil e idade: casado, com 83 anos de idade
Naturalidade: São João del-Rei
Documento de identificação: sem informação
Eleitor: não era eleitor
Filiação e residência: Antônio Inácio Raposo de Magalhães e Francisca Leonarda do Nascimento Magalhães - Rua Paulino Fernandes nº 17, Rio de Janeiro-RJ
Data e hora de falecimento: quatorze de dezembro de mil novecentos e cinquenta e sete às 03:30 horas
Dia/mês/ano: 14/12/1957
Local de falecimento: em domicílio em Lambari-MG
Causa da morte: hemorragia cerebral
Sepultamento/cremação município cemitério se conhecido: Cemitério Municipal desta cidade de Lambari-MG
Declarante: José Malaquias de Oliveira
Nome e número do documento do médico que atestou o óbito: Dr. José Benedito Rodrigues
Anotações de cadastro: (nihil)
REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS
Oficial: Lucas dos Santos Nascimento
O conteúdo da certidão é verdadeiro. Dou fé.
Lambari-MG, 03 de julho de 2018.
Assina o oficial Lucas dos Santos Nascimento

Cabe aqui fazer algumas observações sobre o documento em questão. Primeiro, a respeito do médico que atestou o óbito. [PINTO, idem, 200] relata que, na entrevista que fez com o Dr. José Benedito Rodrigues, no dia 04 de junho de 2005, na cidade de Lambari, ouviu dele que exercia a medicina desde 1947 nessa cidade. Declarou ainda que, "além de ter atendido a Basílio de Magalhães na ocasião de sua morte, foi seu médico por alguns anos e mantiveram uma estreita relação de amizade". No seu depoimento, declarou ainda que "o próprio Basílio de Magalhães afirmava ter nascido em um povoado perto de São João del-Rei". Segundo, há uma divergência entre a filiação no assento do batismo (Antônio Inacio Raposo e Francisca de Jesus) e a constante da certidão de óbito (Antônio Inácio Raposo de Magalhães e Francisca Leonarda do Nascimento Magalhães). Por oportuno, [PINTO, idem, 201 e 216] pesquisou também o registro de casamento do casal, tendo verificado o assento na folha 167, do livro nº 27 da Paróquia de Tiradentes, onde constam os seguintes nomes: Antônio Inácio Raposo e Francisca Leonarda de Jesus. A alteração do nome dos pais de Basílio pode ter-se dado em virtude de ele ter o sobrenome "Magalhães", que, como vimos, é do padrinho e não do pai que o registrou. Em terceiro lugar, na certidão de óbito de Basílio consta a cidade de São João del-Rei como sua terra natal, enquanto, conforme vimos, o assento de seu batismo às folhas 44 do 1º Livro de Batizados da Paróquia de Sant'Ana, em Barroso,  pode ser considerado um sólido argumento de seu nascimento ter ocorrido nesta cidade. Quarto, outro detalhe curioso é a cor da pele que é omitida no assento de batismo e, na certidão de óbito, aparece como de cor branca. Por fim, não vi qualquer outra referência ao declarante José Malaquias de Oliveira na monografia da pesquisadora, que foi aquele que procurou o cartório para fornecer as informações constantes da certidão de óbito. [PINTO, idem, 201] destaca o sobrenome Magalhães, que alterou o nome dos pais de Basílio, aparecendo apenas no registro de óbito, "que foi feito com base nos documentos pessoais de Basílio de Magalhães, aos quais não teve acesso."

Basílio foi um dos mais cultos e ilustres filhos adotivos de São João del-Rei, razão por que seu nome foi dado ao Salão Nobre da Prefeitura Municipal dessa cidade, durante a administração de Lourival Gonçalves de Andrade. 

Digno de destaque é o fato de seu nome figurar numa rua do Bairro do Segredo em nossa cidade, não por seus méritos indiscutíveis, mas por maquinação urdida por alguém que alterou o nome da rua, de "Baptista Caetano de Almeida" (1797-1839), natural de Camanducaia e grande benfeitor são-joanense, substituindo-o por "Basílio de Magalhães", em flagrante desrespeito à Lei Municipal nº 190, de 08/08/1951, registrada no Livro 15. [RAMALHO, 2005] relembra: 
"Trocada a placa da rua, o novo nome foi incorporado aos catálogos telefônicos, aos cadastros da companhia de força e luz, do correio e aos costumes dos moradores, mas não houve discussão alguma sobre o assunto. (...)" 
Se por um lado houve um descaso na aplicação da lei e um crime foi cometido ao benfeitor Baptista Caetano de Almeida, por outro lado aqui se constata mais uma vez a expressão com que Santo Agostinho se referia ao pecado de Adão e Eva como "felix culpa", que nos mereceu tão grande Redentor  (Cristo). Ou seja, quem urdiu a trama de prejudicar Baptista Caetano de Almeida, de maneira surpreendente, beneficiou a municipalidade com um nome igualmente glorioso: o de Basílio de Magalhães.

Em comemoração ao centenário do nascimento de Basílio, em reunião em 2 de junho de 1974, na qual discursou o Dr. Altivo Lemos de Sette Câmara, Basílio foi escolhido patrono do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, conforme a Resolução nº 9, da mesma data, desse sodalício. Além disso, é patrono da Cadeira de nº 7 da Academia de Letras de São João del-Rei.


AGRADECIMENTO

A Rute Pardini Braga pelas fotos que tirou e editou para os fins desta matéria. 





NOTAS  EXPLICATIVAS 



¹   A monografia de Jacqueline das Mercês Silva Pinto, intitulada Basílio de Magalhães: trajetória e estratégias de mobilidade social 1874-1957, foi apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História de Minas nos séculos XVIII e XIX da UFSJ. Numa segunda etapa,  a autora condensou sua monografia em artigo, com idêntico título, publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, Ano 2005, pp. 196-220, cujo trecho sobre "a naturalidade e a suposta paternidade não assumida" do seu biografado reproduzo abaixo: 
"Nas biografias de Basílio de Magalhães lidas, há controvérsias quanto a sua naturalidade. Algumas apontam a cidade de São João del-Rei como sua terra natal; porém, seu batismo, ocorrido em 28 de julho de 1874, encontra-se assentado às folhas 44 do 1º Livro de Batizados da Paróquia de Sant'Ana, em Barroso, o que pode ser entendido como um sólido argumento de seu nascimento ter ocorrido nesta cidade. Vale ressaltar que os registros de batismo eram os únicos utilizados para registrar nascimentos na época. Na tentativa de explicar esse imbróglio, foi feito um mapeamento de Barroso como distrito, a fim de detectar se esta cidade havia pertencido à cidade de São João del-Rei, na época do nascimento de Basílio de Magalhães. Segundo Napoleão de Souza (1979, p. 10-11), Barroso provavelmente foi elevado à categoria de distrito em 1831 e permaneceu anexado ao município de Barbacena até 1890, quando passou a pertencer ao município de Prados. De 1894 a 1938, Barroso pertenceu ao município de Tiradentes e, a partir de 1939, passou a integrar o município de Dores de Campos até a sua emancipação que ocorreu em 1º de janeiro de 1954. Dessa forma, foi possível constatar que Barroso nunca pertenceu a São João del-Rei. (...) No caso de Basílio de Magalhães, não há referência a esse respeito no seu registro de batismo; já em outros registros, ocorridos na mesma época e assentados no mesmo livro, consta a referência de pertencimento à freguesia de Barbacena. Dessa forma, mesmo que não haja tal referência em todos os registros de batismo, pode-se afirmar que Barroso pertencia a Barbacena na época abordada". 

²   O registro de casamento dos pais de Basílio de Magalhães acha-se assentado na folha 167, do livro nº 27 da Paróquia de Tiradentes, conforme [PINTO, idem, p. 201 e 216]. Aí, os nomes registrados são Antônio Inácio Raposo e Francisca Leonarda de Jesus.

³   Segundo [PINTO, idem, p. 31], "a Escola João dos Santos, inaugurada em 25 de agosto de 1881, foi extinta em 1911, com a morte de seu fundador João Batista dos Santos. Em 5 de outubro de 1907 foi criado o Grupo Escolar de São João del-Rei que, a partir de 1920, passou a se chamar Grupo Escolar João dos Santos, sendo hoje denominada Escola Estadual João dos Santos, não contendo, portanto, nenhuma documentação da época em que Basílio estudou."

⁴  Aqui Basílio se refere a São João del-Rei, terra natal de Tiradentes, a quem chama "conterrâneo". Todo o parágrafo pode ser considerado um tributo a feitos históricos e personalidades ilustres são-joanenses.

⁵  Esta monografia de Basílio (revista e ampliada) pode ser lida online in http://www.brasiliana.com.br/brasiliana/colecao/obras/239/expansao-geografica-do-brasil-colonial


  Este livro resultou de uma conferência apresentada por Basílio de Magalhães na Argentina, no Primeiro Congresso Americano da Criança, em 1916, com o mesmo título. O evento e o seu discurso foram relatados no Jornal Correio Paulistano, de 19 de fevereiro de 1917, de onde se retirou o seguinte fragmento, apud [CAMPOS & SANTOS, 2015, p. 671]
"Passando em revista o progredir da pedagogia, condena o ilustre intellectual patricio (Basílio de Magalhães) a adopção, in totum, em nosso paiz, dos processos pedagogicos applicados na America e na Europa, pois que acha que devem ser introduzidas nelles as modificações particulares, sobretudo ethnico-ethicas de cada uma das nacionalidades que a compõem. Entrando no estudo desses processos peculiares de pedagogia, diz que dentre os modernos systemas de ensino apparecidos na Europa, o mais util à educação da infancia normal é o das casas dei bambini, da dra. Maria Montessori. Affirma mesmo o professor dr. Basilio de Magalhães que esse systema deve ser adoptado nos meios latino-americanos, às escolas elementares communs, às escolas profissionaes, às escolas out-door, às escolas ruraes e às escolas de férias. De facto, o autor está com toda a razão, é esse um dos systemas melhores ao nosso meio, e, diga-se de passagem, S. Paulo já tem ahi a sua escola nesse typo de iniciativa particular, que, segundo nos consta, tem dado excellentes resultados. Referimo-nos à Casa da Infância, baseada nesse systema, da srta. Professora Maria Buarque, filha do distinto educador paulista Manuel Ciridião Buarque, lente de nossa Escola Normal Secundaria." 
E [CAMPOS & SANTOS, idem, pp. 671-2] continua sua apreciação do conteúdo da conferência proferida por Basílio: 
"A abordagem realizada por Basílio de Magalhães pode ser considerada moderna para a sua época e indica que possuía conhecimento abrangente das teorias educacionais, psicológicas e sociais para fazer uma explanação que contemplasse a América Latina, continente vasto, recém libertado oficialmente do domínio europeu, mas que ainda buscava diretrizes para a sua civilidade. Indicar a educação montessoriana para os treze países participantes do Congresso Panamericano denota tanto a maestria apresentada por Magalhães ao ter seu trabalho aprovado para expor na conferência, como também a confiança no método Montessori que, por sua vez, foi divulgado para as delegações enviadas por cada país. (...)
Em relação ao seu conhecimento pedagógico, inferimos que Basílio de Magalhães deva ter entrado em contato com a obra montessoriana ao escrever seu livro sobre crianças "anormais", já que a médica italiana havia criado uma proposta de educação que foi utilizada inicialmente com as crianças da Escola Ortofrênica e mais tarde adaptada às Casas dei Bambini, produzindo encantamento e ânimo com os resultados obtidos com as crianças de Roma."
  O óbito de Basílio de Magalhães encontra-se registrado no livro C-08 de Registro Civil de Óbitos, na folha 151, sob o nº 4122, no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, na cidade de Lambari, MG.





BIBLIOGRAFIA  CONSULTADA




BARROSO EM DIA: Um velho professor na rua da Lagoa, in http://barrosoemdia.com.br/um-velho-professor-rua-da-lagoa-barroso/ 

CINTRA, Sebastião de Oliveira. Galeria das Personalidades Notáveis de S. João del-Rei, pp. 56-58. Belo Horizonte: FAPEC, 1994, 270 p.  
           — Efemérides de São João del-Rei, 2 vol., 2ª edição revisada e aumentada, Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1982, 622 p. 

CAMPOS, Simone Ballmann & SANTOS, Ademir Valdir: Institucionalização do método Montessori no Brasil: Perspectivas com base em acervos digitais da imprensa escrita e da radiodifusão. In HERNÁNDEZ DÍAZ, José María (Coord.): La Prensa de los Escolares y Estudiantes. Su contribución al patrimonio histórico educativo. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, 2015, p. 669-680.

GUIMARÃES, Fábio Nelson. A vida de Basílio de Magalhães, jornal Ponte da Cadeia, São João del-Rei, edições de 9/6/1974, nº 326 (p. 1), de 16/6/1974, nº 327 (p. 4), de 24/6/1974, nº 329 (p. 2), de 1º/7/1974, nº 330 (p. 2), de 8/7/1974, nº 331 (p. 2), de 21/7/1974, nº 332 (p. 3), de 28/7/1974, nº 333 (p. 2) e de 4/8/1974, nº 334 (p. 2). 

MAGALHÃES, Basílio de. A educação da infância normal e das creanças mentalmente atrasadas na America Latina. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1917. 

PINTO, Jacqueline das Mercês Silva. Basílio de Magalhães: trajetória e estratégias de mobilidade social 1874-1957, monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História de Minas nos séculos XVIII e XIX da UFSJ, in https://ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/pghis/monografias/basilio.pdf
           — Basílio de Magalhães: trajetória e estratégias de mobilidade social 1874-1957 (parte de sua monografia  com o mesmo título), publicada na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, Ano 2005, pp. 196-220. Quase todas as referências feitas no presente trabalho foram retiradas desta publicação resumida. 

RAMALHO, Oyama de Alencar. O esquecimento de BASÍLIO DE MAGALHÃES e as tentativas de rememorá-lo, palestra proferida no Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, em 04/09/2005. Postada no Blog de São João del-Rei em 3/6/2010, in http://saojoaodel-rei.blogspot.com/2010/06/o-esquecimento-de-basilio-de-magalhaes.html 

SOUZA JÚNIOR, Thiago de. Basílio de Magalhães: um pouco de vida outro pouco de sociabilidade intelectual, palestra apresentada no XXVIII Simpósio Nacional de História, ocorrido no período de 27 a 31 de julho de 2015 em Florianópolis in http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1434409886_ARQUIVO_ANPUH-2015-BasiliodeMagalhaesumpoucodevidaoutropoucodesociabilidadeintelectual.pdf

13 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

A respeito de Basílio de Magalhães (1874-1957), Fábio Nelson Guimarães, em extenso artigo no jornal Ponte da Cadeia, assim se manifestou: "Sua obra rescende a de um verdadeiro polígrafo: poeta, jornalista, folclorista, historiador, psicólogo, geógrafo, filósofo, educador, filólogo e esteta."

Basílio era mestiço e oriundo de classes sociais menos favorecidas economicamente.

Um aspecto nebuloso da vida de Basílio diz respeito à sua ascendência paterna.

Outro ponto nebuloso apresenta-se na certidão de óbito de Basílio, envolvendo sua filiação, constituindo um segundo desafio para os historiadores.

No seu mister de jornalista, escritor e historiador, o seu brilho foi inexcedível por onde passou: São João del-Rei, Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.

Deixou-nos obra vastíssima nas áreas de literatura, folclore, política e história, principalmente.

https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2019/03/biobibliografia-de-basilio-de-magalhaes.html

Cordial abraço,
Francisco Braga

Prof. José Lourenço Parreira (capitão do Exército, professor de música, violinista, maestro, historiador e escritor, além de redator do "Evangelho Quotidiano") disse...

Caríssimo amigo Braga, suas palavras, hoje, fizeram-me lembrar de minha saudosa mãe, Olira.
Lembro-me, a despeito de haver partido tão cedo desta vida (tinha eu apenas 14 anos), que ela se referia muito a um tal Dr. Basílio, luminar de São João del-Rei.
Agradeço-lhe, caro amigo, pelo artigo em si e pela lembrança que me suscitou!
Forte abraço!

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (professor universitário, desembargador do TJMG, escritor e membro do IHG e da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Belo registro biográfico!

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga.
Confesso que, apesar de professor de História, jamais li qualquer obra de Basílio de Magalhães e desconhecia sua biografia. Agradeço-lhe muito pelo envio de seu trabalho sobre esse admirável polígrafo. Parabéns pela sua elaboração e divulgação.
Cumprimentos.

Gustavo Dourado (escritor, poeta de cordel e presidente da Academia Taguatinguense de Letras) disse...

Obrigado, Braga, parabéns, tudo de bom, abraços.

Passos de Carvalho disse...

Prezado confrade Francisco Braga
Seu artigo acerca de nosso Patrono Perpétuo Basilio de Magalhães, nada mais é do que uma perfeição e conhecimento juntado para as próximas gerações.
Essa material muito contribuirá para nossos trabalhos, perpetuando o intelectual mineiro Basilio de Magalhães como perpétuo patrono do IHG, embora sua imagem e suas obras sempre foram esquecidas pelos nossos governantes, ora por ingerência política, ora por absoluto conhecimento sobre o lendário professor Basilio.
Muito obrigado pela lembrança.
Saudações basilianas,

Passos de Carvalho - Sócio Efetivo
2º Diretor-Tesoureiro do IHG

Prof. Fernando de Oliveira Teixeira (professor universitário, escritor, poeta e membro da Academia Divinopolitana de Letras, onde é Presidente) disse...

Muito grato, prezado Braga, pela matéria e informação. Fernando Teixeira

Dr. Alaor Barbosa dos Santos (advogado, escritor, jornalista, autor de contos, romances e ensaios, membro da Academia Goiana de Letras) disse...

Grande figura, Basílio Magalhães.

Jota Dangelo (diretor, ator, dramaturgo e gestor cultural, cronista e escritor) disse...

Matéria excelente sobre Basílio de Magalhães. Parabéns!

Paulo Roberto Sousa Lima (escritor, gestor cultural e presidente eleito do IHG de São João del-Rei para o triênio 2018-2020) disse...

Prezado confrade Francisco Braga,
boa noite. Venho agradecer, penhorado, a valiosa parceria que construímos no cotidiano do funcionamento do IHG. Suas contribuições são marcantemente valiosas e fico feliz com o material que vc agora disponibiliza sobre Basílio de Magalhães.
Também a sua lembrança sobre o Visconde (é assim mesmo?) do Rio Preto e suas ligações com Valença-RJ. Quem sabe conseguimos abrir espaço para entronizarmos/homenagearmos esse e outros patronos de cadeiras perpétuas em nosso IHG? Conte comigo no que puder contribuir para que isso aconteça.
Abraços fraternos para vc e Rute Pardini.
Paulo Sousa Lima

João Pinto de Oliveira (presidente do Sicoob Credivertentes, membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico e membro efetivo da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigo, confrade Prof. Braga,

Muito grato, uma vez mais, por sua atenção, com o encaminhamento do
excelente trabalho biobibliográfico - de sua sempre proficua e
envolvente lavra - sobre Basilio de Magalhães. Sem dúvida, um projeto
instigante de pesquisa, e que muito enriquece a nossa cultura e memória.

Entendo ser necessário um esforço junto a instituições universitárias,
acadêmicas e principalmente a midia no sentido de darmos publicidade a
trabalhos excepcionais de pesquisa como este, de produção do ilustre
confrade, permitindo-nos, por conseguinte, reconhecer vultos
exponenciais de nossa literatura e história - e dar-lhes o devido valor
no panteão de inolvidáveis personalidades de nossa região e País.

Um renovado PARABÉNS e abraços,
João Pinto de Oliveira

Diamantino Bártolo (professor universitário Venade-Caminha-Portugal, gerente de blog que leva o seu nome http://diamantinobartolo.blogspot.com.br/) disse...

Muito obrigado, prezado amigo, pela sua generosidade.

Bom fim de semana.

Abraço.

Diamantino Bártolo

Wellington Tibério disse...

Trabalho primoroso e de síntese das biografias do ilustre Basílio de Magalhães . Parabéns por resgatar a dinâmica e entusiasmante vida deste brasileiro que desapareceu há mais de meio século porém, ainda nos instiga o ofício de pesquisar e sobretudo refletir .