terça-feira, 8 de julho de 2014

HOMENAGEM À MINHA MÃE CELINA DOS SANTOS BRAGA (1928-2014)


Por Elizabeth dos Santos Braga


Celina dos Santos Braga (1928-2014)



Nossa querida Mamãe,


tem sido muito difícil não vê-la mais entre nós. Cada objeto, cada canto da casa fazem com que pensemos na sua dona. Mas o que nos conforta é que a senhora foi em paz. E nos deixou a paz.

Suas palavras estarão sempre conosco. Muitas vezes citando pensadores ou velhos parentes, nos trazia ensinamentos preciosos, nos fazendo ver que:
“Não há nada como um dia atrás do outro.”
Ou que:
“Nesse mundo não há duas glórias.”
Conselhos:
“É sempre bom jogar uma carta de menos.”
“Perdoe o ignorante. Ele não teve a luz que iluminou o seu caminho.”

Gostava de mencionar frases históricas na língua em que foram pronunciadas que ela tanto apreciava:
“Tu quoque, fili mi Brute?” (“Até tu, meu filho Brutus?”)
Essa e outras citações costumavam expressar ou introduzir comentários espirituosos sobre o cotidiano:
“Diante do adeus tudo se embeleza.”
Nossa Mãe era uma sábia.

Gostava de citar os poetas. Entre seus versos prediletos, de Vicente de Carvalho:
”[...]
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos,
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim; mas nós não a alcançamos,
Porque está sempre apenas onde nós a pomos,
E nunca a pomos onde nós estamos.”

Nossa mãe era uma pessoa apaixonada pela vida.

Gostava de música e ensinou a todos nós o amor por essa arte maravilhosa. Incentivou-nos no aprendizado de instrumentos, inclusive com seu exemplo, iniciando as aulas de piano já adulta e com oito filhos. Gostava de cantar, desde os tempos do canto orfeônico do Colégio Nossa Senhora das Dores, e foi sua voz afinada que moldou nossos bons ouvidos. O conservatório, o coral, a música clássica, o barroco mineiro... nossa Mãe amava a música e até seus últimos dias pediu aos filhos que tocassem para ela o velho piano.


Gostava de cozinhar. Quem não se lembra do famoso pão de queijo da Dona Celina? Dos bolos, biscoitos, rocamboles, empadões? Da carne muito bem temperada, da comida mineira feita com primor, muito apreciada pelo Sr. Roque? A herança de sua mãe cozinheira ela legou a muitos de nós. Nossa mãe sempre soube temperar a vida.


Uma pessoa simples, sem vaidades, mas dona de uma dignidade ímpar, mesmo que estivesse calçando chinelos.


Uma de suas pérolas era a imaginação. Autora de frases inusitadas que nos arrancavam da mesmice do pensamento estereotipado, estava sempre às voltas com “a louca da casa” – a imaginação. Deu-nos asas e nos permitiu sermos crianças e depois adultos que arriscaram e transgrediram o já posto. Como ela gostava de dizer quando interrogada sobre sua feição distraída: “O que é bom na vida é que ninguém sabe o que a gente está pensando.”


Era divertida. Embora rígida e muitas vezes brava, tinha sempre uma pitada de bom humor. Outras vezes isso lhe vinha em forma de trechos de músicas antigas, marchinhas de carnaval, que caíam perfeitamente bem numa dada situação.


Outra pérola foi a sua memória. Por ela, sabíamos detalhes de outros tempos, fatos históricos, casos de família. Mesmo não tendo conhecido nosso avô que faleceu cedo, era como se o conhecêssemos, pela riqueza de seus relatos. Essa memória a acompanhou também até os últimos dias, na minúcia da descrição das tarefas cotidianas, na lembrança de nomes e histórias.


Há ainda uma coisa importantíssima: o amor. Mamãe tinha um coração de ouro. Era caridosa e acolhedora. Nossa casa foi sempre referência na Rua das Flores, referência de solidariedade aos necessitados. Amava as pessoas e amava a Deus, lembrando sempre que Ele estava em primeiro lugar.


Agora a senhora está mais perto d’Ele, Mamãe. Passou por aqui vivendo intensamente. E ficará em nossos corações, nos quais plantou força e alegria.


Obrigada, Mamãe. Somos gratos pela sua vida, pelas nossas vidas. Nós a amamos.

44 comentários:

Luzia Rachel dos Santos Braga (arquiteta e pianista) disse...

Querido Francisco,
Agradeço a você por nos presentear com esta postagem onde as belas palavras de nossa irmã Elizabeth nos trazem, tão vivamente à lembrança, cenas de nossa querida e saudosa mãe.
Beijos,
Luzia

Benjamin Batista (músico, escritor e Presidente da Academia de Cultura da Bahia) disse...

Dona Celina, exemplo de vida...
BB

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (desembargador, escritor e Membro da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

MAGNÍFICO, FRANCISCO.
É UM CONSOLO A LEMBRANÇA DE QUEM PODEMOS ENALTECER COM ORGULHO.
ABS.
ROGÉRIO

Betânia Maria Monteiro Guimarães (Membro da Academia de Letras e do IHG de São João del-Rei) disse...

Confrade Francisco Braga:
Muito bonita a homenagem da Betinha a sua mãe e o seu elogio a ela também. Conheci D. Celina no Conservatório. É merecedora de todas as homenagens e reconhecimento por parte não somente de seus filhos, mas de todas as pessoas que puderam com ela conviver.
Um abraço fraterno,
Betânia

Wilma Pizza (gerente de vários blogs e escritora) disse...

Francisco, obrigada.
Amei a homenagem da Betinha. Adoro ler as postagens do seu blog. Não deixe de me mandar as novidades. Abs. Wilma

Adirson Vasconcelos (escritor e Membro do IHG-DF e de inúmeras Academias) disse...

Tenha a minha solidariedade. E um abraço fraterno do Adirson.

José Lourenço Parreira (escritor, professor, violinista e regente) disse...

Caríssimo amigo Braga, por imperativos familiares, estou em Sumaré.
Li, neste amanhecer, as palavras de sua querida irmã sobre sua amada mãe. Emocionou-me, profundamente, esse retrato falado cuja moldura é o amor filial, profundo, contagiante e edificante. Aquela casa, afirma Elizabeth, era referência na Rua das Flores! Sim, Braga, era referência, pois, até eu dela me lembro por causa de você: os frutos não são diferentes da árvore-mãe!
Na Rua das Flores havia um perfume que atingia os corações: ele era a síntese das virtudes que exornavam sua mãe! Meu querido irmão e modelo, Benigno, falou-me com enternecedoras palavras sobre a presença da senhora Celina na Missa das 10, Igreja das Mercês, quando ela sempre lhe perguntava qual o programa musical que a Lira apresentaria.
Querido amigo, cumprimente sua irmã, em meu nome. A ambos digo que a bela rosa que perfumava a Rua das Flores, hoje, vive ao lado da Virgem Maria, a Rosa Mística, lançando do Céu sobre vocês o perfume do amor e da paz que os tornam, também, espargidores daquele peculiar perfume da Rua das Flores que a todos inebria.
Lourenço

Jota Dângelo (médico, diretor, ator, teatrólogo, gestor cultural, fundador da escola de samba Qualquer Nome Serve e escritor) disse...

O texto de sua irmã transborda uma afeição que só existe entre mãe e filha. A morte, como se vê, não é o fim das relações familiares: a presença de Dona Celina Braga está fixada nas palavras de Elizabeth. Parabéns pelo texto de sua irmã. Dangelo

Eduardo Oliveira (ex-salesiano são-joanense) disse...

Francisco e demais amigos "Braga",


Que bom recordar Da. Celina, cada instante convivido com ela ou pela simples lembrança. Lendo a Bete, revivo momentos felizes da infância e juventude que tanta saudade teima em ficar. Obrigado!
Edu

Alzira Agostini Haddad (produtora cultural, escritora e gerente do portal São João del-Rei Transparente) disse...

Bom dia, Francisco,
fiquei muito triste com o falecimento de sua querida mãe, doce, elegante, culta e querida pessoa.
Não me manifestei pq fiquei sem ação, me desculpe.

Saudades!
Que Deus o abençoe sempre!
Alzira

Musse Hallak (pianista e Membro da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigão e ilustre Braga.

Bom dia!

Em primeiro lugar, gostaríamos muito, eu e Sônia, de consternar, profundamente, com o falecimento de sua grande e magnífica mãe, nossa mestra, Celina dos Santos Braga, figura notória de nossa São João del-Rei. Confesso-lhe que, só soube de seu passamento, através do se e-mail recebido pela homenagem a ela prestada no seu blog. Portanto, muito me causa estranheza de nossa Academia de Letras não ter comunicado aos seus sócios. Que DEUS a tenha no mais conforto de sua alma!

Abraços.

Paulo disse...

Surpreso pela notícia do falecimento de Dona Celina Braga. Lembro me bem, quando trabalhando em uma drogaria da cidade, ia pessoalmente entregar os medicamentos na casa dela sem recorrer aos motoqueiros da empresa. Sempre nos recebia com alegria! Uma grande perda para a cidade!

Bernardo Leôncio Moura Coelho disse...

Francisquinho,
convivi com a minha sogra por toda a minha vida pois nossas famílias já se encontravam unidas há mais tempo, seja pela proximidade de paredes, seja pelo contato diário, mesmo que nas férias. Como disse a Bethinha, a dona da casa se foi, mas ficou. Ficou no logado que deixou a todos nós, filhos, netos, bisnetos, genros e noras, de que vale a pena viver, que se ame a vida pela preciosidade deste bem que nos foi dado. Sentirei sempre a falta da minha sogra, aquela que sempre, prestativa, queria agradar o seu, agora, único genro. Muito bonita homenagem. Abraços, Bernardo

Fabiana disse...

Lindo texto, realmente muito inspirado.
Nós aqui também muito nos lembramos da Dona Celina, sempre com carinho.

Que sua memória viva nas lembranças de todos nós!

PS: Ah, os pães de queijo! Delícias das quais seremos saudosos!

Elizabeth dos Santos Braga (professora, orientadora de monografias e teses na área da Educação e escritora) disse...

Querido Francisco,

minhas palavras, tenho certeza, estão entre muitas outras, suas, de nossos irmãos e amigos, pronunciadas ou apenas pensadas, de gratidão e carinho.
Grata pela oportunidade, com afeto,
Elizabeth

Dolores Olívia Ferraz de Oliveira disse...

Oi, Francisco,
lindas palavras da Betinha!!!!!
Palavras ternas e cheias de amor filial, emocionante!!
Palavras que confortam e recordam o aconchego do lar!!
Betinha, como sempre, a meiguice personificada!!
Parabéns e receba o meu abraço, Dolores Olívia

Cynthia M. Coelho Costa disse...

Muito lindo e emocionante seu texto, Bethinha! Percebe-se que foi escrito com o coração. D. Celina realmente foi a pessoa que vc descreveu e um pouco mais. Bj,
Cynthia

Celi de Almeida disse...

Obrigada pela lembrança, Francisco!
Muito bonita a homenagem - parabenize sua irmã por mim.
Um abraço,
Celi de Almeida

Dr. Lúcio Flávio Baioneta (conferencista e proprietário de Análise Comercial Ltda) disse...

Meu prezado amigo, FJSBRAGA,
tem um dito do Guimarães Rosa que eu gosto muito e do qual eu me lembrei quando acabei de ler os escritos de sua irmã:
-os grandes homens não morrem nunca, eles ficam encantados.
Faça, por favor, chegar a sua irmã os meus respeitosos cumprimentos pelo belíssimo escrito.
Abs do Lucio Flavio

Dr. Mário Pellegrini Cupello (escritor, Presidente do Instituto Cultural Rio Preto-Valença, RJe sócio correspondente do IHG e da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigo Braga

Foi bom ter lido uma carta tão singela sobre a senhora sua mãe, que deixou um legado de bons princípios, de amor ao próximo e de grande experiência de vida. Um exemplo para todos os seus filhos e descendentes.

Junto aos nossos renovados agradecimentos, receba o abraço
Do amigo Mario.

Eduardo Lanna disse...

só quem conheceu Dona Celina, sabe da grandeza do ser humano, que descanse em paz, a nós só resta, as boas recordações.

Maria Szucko (Pedagoga de São Paulo) disse...

Beth, que privilégio poder ter convivido com uma pessoa tão especial! Não a conheci, mas enquanto lia parecia que estava ao seu lado ouvindo o que ela dizia. Muito inspirado e bem escrito o seu elogio à sua mãe. Ela cumpriu sua jornada terrena, mas sua obra ficou nos filhos, e nas pessoas que a conheceram, e que com ela conviveram. Um exemplo que não poderá ser esquecido. Que linda a foto! Bjs

Maria de Fátima Teixeira (filha de Júlio Teixeira e Olga Braga Teixeira, sobrinha de Roque e Celina Braga) disse...

Betinha, li o texto e achei emocionante e aconchegante. A maneira como você descreveu a sua mãe, suas expressões, a dedicação e carinho para com os filhos foi realmente muito singela. Meus parabéns! Gostava muito de sua mãe e sentirei falta agora em minhas viagens da lembrancinha que sempre trazia para ela. Beijos

Cris Carezzato disse...

Oi Bethinha e Francisquinho,

Li o texto assim que a Bethinha me passou o link... Está lindo!!! Tudo que vem do coração é lindo e abençoado. Parabéns aos dois pela homenagem!!

A mãe de vcs faz muita falta!!!!

Felizmente tive o privilégio de conviver com ela e ganhar muitos conselhos que levarei no coração com muita saudade! (Até as broncas pelo meu cabelo bagunçado sentirei falta).

Um beijo à toda a família ;)

Marta Maria Kokubu, Marcos Miranda, Caio Jo e Cíntia (pais e alunos do Colégio Waldorf Micael de São Paulo) disse...

Querida Beth! O seu texto foi lido em família, lindo e quando terminei o Caio suspirou e disse: -Escreve bem!

Linda declaração de amor que você fez para sua Mãe, e uma pena não termos conhecido a Dna Celina da Rua das Flores! Beijo no seu coração,
Marta, Marcos, Caio e Cíntia

Diva Maria Ferreira Rios disse...

Betinha, muito lindo o texto que você escreveu para homenagear sua mãe, através dele fiquei conhecendo muitas qualidades que eu desconhecia.

Que sua memória permaneça viva nas lembranças de todos nós! Um abraço!

Isabela Teixeira disse...

Oi, Betinha... Lindo o texto. Vc descreveu muito bem a Tia Celina... Beijos em todos.

Luciana Lopes disse...

Que lindo, Betinha! Senti muito pelo falecimento da tia Celina, ela sempre esteve e sempre estará no meu coração, nas minhas memórias, na influência da minha educação, uma referência pra mim, assim como o tio Roque. Nunca vou me esquecer dos momentos gostosos da minha infância com eles, na casa de vocês, quando eu pulava o muro da tia Maria pra casa da tia Celina rsrsrs, das palavras delicadas que ela falava comigo, dos incentivos e do seu interesse e orgulho com a minha pessoa. A gente gostava muito uma da outra. Me ensinou, assim como a vovó Anita, a ter fé e a rezar. Amo muito a tia Celina. E o que mais me confortou foi como ela faleceu: isto foi uma graça! Desejo isto a todos nós! Que Deus conforte os corações da sua família pela perda da nossa querida. Bjs com carinho, Luciana

Yone Rogerio (Pedagoga da UFSJ) disse...

Querida Beth, parece que senti sua mãe ao ler seu texto. Acredito plenamente na eternidade, sua mãe agora está no plano que Deus destinou a todos nós, ela está em paz.
Obrigada por ter enviado o texto para mim, me sinto lisonjeada por poder lê-lo. Sinto um imenso carinho por você; mesmo de longe, desejo-lhe tudo de bom que a vida possa lhe oferecer e lembre-se: agora você em uma grande aliada no céu. Beijos e forças, amiga.

Mari Bezerra (mãe da Rafaella, bisneta da D. Celina) disse...

Muito emocionante e tocante... O importante foi a paz que deixou nos corações de todos e o amor. Beijos, saudades...

Fernanda Monteiro (Fisioterapeuta de D. Celina) disse...

Que lindo, Betinha! Até me emocionei...

Marylandes Faria (amiga residente em Lisboa) disse...

Olá, Betinha! Linda homenagem e tenha certeza que estes ensinamentos que ela passou aos filhos, ficarão eternizados juntamente com ela. Não a conheci, mas consoante as suas palavras, certamente era uma mulher sábia e maravilhosa.
Bjnhs e saudades.
Quando li [a frase abaixo], pensei... acho que é a sua Mãe!!!
"Somos as coisas que moram dentro de nós. Por isso, há pessoas que são tão bonitas, não pela cara, mas pela exuberância do seu mundo interno." (Rubem Alves)

Anete Braga Lovatto (filha de Antônio Lovatto e Maria das Mercês Braga Lovatto, sobrinha de Roque e Celina Braga) disse...

Ei, Betinha, muito linda a sua homenagem, li para minha mãe e ela também gostou e não quis falar nada porque ficou emocionada, bjs!!!!

Raquel Salek Fiad (Professora da UNICAMP, amiga em comum do saudoso Milton Madeira de Arruda) disse...

Lindo o que você escreveu, Beth! Convivi menos do que gostaria com D. Celina, mas parecia que a conhecia há muito tempo, pois gostava muito dela. Beijos

Maria do Carmo Lopes de Oliveira Braga (escritora e romancista) disse...

Muito me emocionaram as palavras que Bethinha, minha querida prima e cunhada, escreveu sobre Tia Celina. Como ela mesma citou, " tem sido muito difícil não mais vê-la entre nós". Concordo, mas tenho certeza de que a lembrança de suas palavras continuarão sempre em nossas mentes e nossos corações. Recordo sempre dos deliciosos cafés na Rua das Flores, onde pães de queijo feitos por Tia Celina eram saboreados ao som das histórias de sua infância, lembrando sempre os casos de seus pais, de seus sogros, familiares e amigos. Era gostoso vê-la feliz ao lado de seus cinco filhos e três filhas. Como ela se orgulhava deles! Tia Celina foi realmente uma pessoa muito especial na vida daqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la.
Meus parabéns a Bethinha pelas lindas palavras dirigidas à sua querida Mãe.
Com o meu abraço, Maria do Carmo

Unknown disse...

Prezada, jamais conheci sua maezinha, mas procurando, com o coração em prantos por um poema que minha mãe sempre gostava de recitar, a felicidade, visitei seu blog, por acidente, pois la estava essa poesia transcrita. Sinto por sua perda. Também perdi, ha menos de um mês, minha maezinha, que desde 1918 esteve neste mundo e por 56 anos me deu a alegria de te-la junto a mim. Emocionou-me o carinho, a doçura e a beleza interior que sua mãe tinha, por suas belas palavras demonstradas. Também minha mãe tinha tais atributos. Espero que essa sonhada arvore, que por tantos anos esteve diante de mim, um dia volte, na forma de outra benção de Deus, pois ate então os funestos pomos da saudade martirizarão meu coração.
Que Deus lhes de conforto e alegria.
Bruno Sandin, Sao Paulo

Audrey Vieira (Ex-aluna de Elizabeth do curso de Magistério da Escola Carlos Gomes, fonoaudióloga em Campinas) disse...

Que linda homenagem, flor! Você herdou toda essa imensa alegria de viver e fazer diferente que ela tão sabiamente lhe mostrou! A gratidão por cada momento vivido junto às pessoas queridas ilumina os corações e leva à alma a certeza dos laços de amor construídos e fortalecidos pelo tempo! Um beijo enorme no seu coração lindo, querida Beth!

Flávia Coelho (filha de José Leôncio e Alaíde Coelho) disse...

Que texto carinhoso! Sua mãe sempre foi de uma gentileza comigo... Meus pais estiveram em SJDR poucos dias antes. Bjs

Cupertino Santos (Professor de História aposentado da Rede Pública do Município de São Paulo) disse...

Há um trecho no qual você se refere ao hábito de sua mãe no uso de citações. Curiosamente, minha mãe é exatamente assim. Imagino que, em sua época de infância e juventude, ela que completou seus 89 aninhos, usava-se de aforismos para cada situação da vida. Fascinado por essa prática, herdei esse hábito também. Ela os trouxe de Portugal, sendo que, mesmo lá, muitos caíram em desuso. Vejo que temos isso em comum também, além da grande admiração que temos por nossas mães. Sua mãe viveu intensa e dignamente. Talvez a paz com a qual tenha partido, tenha vindo da consciência de uma vida que valeu a pena. Grato por compartilhar esse sentimento tão importante. Beijos.

Luís Fernando Venegas (Poeta, São Paulo) disse...

Que ato amoroso!
Sabida, e que mão pra temperar: "Como ela gostava de dizer quando interrogada sobre sua feição distraída: “O que é bom na vida é que ninguém sabe o que a gente está pensando.”
Faria um esforço enorme pra ser adotado por ela... rsrsrs...
Grande mulher a "nossa" mãe Celina, e muito bonita, não resta dúvida.
Se me permite, querida: "Obrigada, Mamãe. Somos gratos pela sua vida, pelas nossas vidas. Nós a amamos."
Ótima semana e inté.

Larissa Andrade (Aluna do curso de Pedagogia da USP) disse...

Beth, que lindo o texto! Sua mãe parece ter sido uma excelente pessoa, amiga e mãe! Lindas palavras e bela homenagem!

Roseli P. Simões (mãe do Colégio Waldorf Micael de São Paulo) disse...


Olá, Beth! Muito emocionante e linda a homenagem! Realmente dá para ter uma vaga ideia do quanto vocês estão sentindo sua partida. Gostaria de ter conhecido esta pessoa tão ímpar. Sempre que quiser um ombro para encostar e um ouvido para ouvir pode contar comigo. Beijos para toda família!

Milena Moretto (Professora da Universidade São Francisco, Itatiba) disse...


Lindo texto, Beth! Adorei e até me emocionei. Eles fazem mesmo muita falta, mas com certeza estão na paz do Senhor.

Antônio de Oliveira (cronista, autor de "Sou cronista e não sabia..." e ex-presidente da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Caro Francisco Braga,

Palavras de amizade e simpatia você já as recebeu de frei Basílio o.f.m. Foi bom ter reenviado o texto "Reminiscências de Dr. Tancredo de Almeida Neves em 1944" que sua mãe deixou para nossa reflexão. Nessa altura, o que lhe dizer? Por coincidência, ontem à noite, Isa e eu vimos, pela televisão, o Stabat Mater, de Rossini, executado pela Orquestra da Academia de Santa Cecília, de Roma, regência de Antonio Pappano. Claro que você conhece a peça. Mas ainda me sinto impregnado do alcance ascético-místico da mensagem. E é com esse espírito que lhe apresentamos, e a toda a família, os nossos pêsames. Família nossa que assim vai cumprindo sua missão no tempo... Grande abraço. Antônio