quarta-feira, 1 de maio de 2019

110 ANOS SEM O COMPOSITOR JOÃO F. DA MATTA


Por Francisco José dos Santos Braga



Em memória do Sr. Múcio Lo-Buono, Juiz de Paz de Oliveira-MG, professor do Ginásio Prof. Pinheiro Campos, fundador da Lira Municipal Oliveirense (05/05/1973), executante do harmônio e regente do Coral Múcio Lo-Buono, coordenador dos atos externos da Semana Santa e do Setenário das Dores e responsável pela organização de procissões e do Desfile de 7 de Setembro (✰ 1929 ✞ 30/04/2019).

João Francisco da Matta (foto restaurada pelo historiador 
Silvério Parada em 2009) a pedido de Aluízio José Viegas






“Eu sou o João da Matta.” 

Em artigo assinado por Asterack Germano de Lima, intitulado “A nossa Música e o seu Passado”, publicado em O Correio, São João del-Rei, edição de 28 de julho de 1938, lê-se:
“No grande acervo da arte que palpita scintillante e immorredoura nos annaes desta historica cidade que pomposamente festeja o seu centenario, a 28 do corrente, a grandeza do seu passado artistico mais se accentúa, quando se manuseam as paginas que registam os fastos da arte musical, tão soberbamente cultuada pelos nossos maiores, nas partituras que nos legaram. (...) No domínio da música sacra (...) João da Mata – o preto tropeiro – que daqui sahia acompanhando cargas destinadas ao interior do oeste mineiro, por vezes, em interessantes peripecias, deixava à mostra o seu grande talento artistico.
Em certa occasião aportara à cidade de Pitanguy, descalço e com uma indumentaria mais que humilde. Assentara-se à porta de uma casa de abastado senhor, afim de ouvir a execução de uma sua partitura. O violino cantava o texto, tendo por acompanhamento um piano. Tal era a deturpação do que estava escripto, que João da Matta não se conteve – bateu à porta, pediu licença às senhoritas executantes e disse-lhes:
“Ha um engano, as senhoras não estão acertando no compasso”.
– Que! Você tem coragem de dar opinião sobre musicas de João da Matta?!... Tanto insistiu, que lhe deram o violino; ficaram então scientes de que o tropeiro era um grande musico, e mais ainda, que era o João da Matta. (...)” 
Esse episódio envolvendo João Francisco da Matta tornou-se muito conhecido por ter sido citado por diversos biógrafos. A última frase é uma de minhas favoritas, pois evidencia um artista que estava consciente do seu valor e da contribuição que estava trazendo para a música sacra e popular brasileira. Já tenho dedicado alguns anos a desvendar João da Matta, o são-joanense descendente de escravos que descobriu seus maiores talentos como discípulo de Martiniano Ribeiro Bastos. Há quem acredite que muito do que João da Matta sabia como músico adquirira como autodidata aprimorado pelo convívio, indo muito além dos ensinamentos do Prof. Ribeiro Bastos. O fato é que se tornou afinador de pianos, instrumentista, maestro e compositor à moda italiana sem nunca ter saído do Brasil. Dentro do país, porém, transitou por onde quis. Partindo de São João del-Rei, sua terra natal, atingiu com a sua labuta de tropeiro os mais longínquos rincões, desde os sertões mineiros (Sul, Oeste e Zona da Mata) até à Corte, no Rio de Janeiro. Há quem diga, inclusive, que possa ter sido um dos precursores do samba, no início do século XX. 

Incógnita 

Não são poucos os jornais mineiros a mencionarem João da Matta (só em São João del-Rei, cito especialmente os periódicos contemporâneos Arauto de Minas e Pátria Mineira); muitos também são os elogios a ele vindos de figuras como Antônio Carlos Gomes, autor da ópera O Guarani e nada menos que o primeiro brasileiro a ganhar holofotes nos principais teatros italianos. Ainda assim, é rodeado de mistérios. Um deles envolvendo seu acervo de criações.

Aluízio Viegas contabilizou pelo menos 35 partituras sacras reconhecidamente assinadas por João da Matta no arquivo da Lyra Sanjoanense. Isso sem falar nas obras profanas associadas a ele e às quais ainda não tive acesso. Acontece que a inventividade do músico se igualava a outros seus dons. Tropeiro viajante e assumidamente boêmio, João da Matta vendeu composições por onde passou. E muitas se perderam ou se encontram em arquivos particulares ainda não identificados. Como era um músico muito prolífico e errante, até o momento foi possível rastrear sua passagem e permanência em Lavras, Oliveira e Mar de Hespanha, cidades onde escreveu muitas composições e onde criou um bom círculo de amizades, dando margem a alguns escritores mencionarem que ele teria nascido numa ou outra dessas localidades.  Por exemplo, até o próprio historiador são-joanense, Augusto Viegas, in Notícia de São João del-Rei, incorreu em equívoco atribuindo a naturalidade oliveirense ao nosso músico João F. da Matta. Informa Viegas na 3ª edição (1969) às páginas 89-90 o seguinte: 
Cabe lembrar neste tópico o grande músico João da Mata, natural da vizinha Cidade de Oliveira, pois que aqui, ao lado de insignes musicistas e notáveis mestres, se revelou sua individualidade artística. Como compositor, deixou magníficos trabalhos, notabilizando-se também como exímio executor, que tocava, com perícia, diversos instrumentos de sôpro e de corda.
O conceituado historiador oliveirense Luiz Gonzaga da Fonseca não endossa a opinião do historiador são-joanense. [FONSECA, 1961: 237-8], no capítulo VIII – Cultura e Intercâmbio Cultural, tece o seguinte comentário muito favorável a respeito de São João del-Rei e da irradiação sanjoanense:
“Podemos dividir a evolução cultural de Oliveira em três ciclos: 1 – ciclo embrionário; 2 – ciclo sanjoanense; 3 – ciclo oliveirense.”
Adentrando o ciclo sanjoanense, comenta: 
“(...) Mas a verdadeira eclosão intelectual de Oliveira começa em 1860, com a vinda de um jovem sacerdote de 33 anos de idade – padre José Teodoro Brasileiro – cuja inteligência robusta e cuja personalidade poderosa abrem na história local um novo ciclo de cultura. Ora, por todo o oeste mineiro se irradiava, nessa época, um movimento cultural que podemos chamar de irradiação sanjoanense. Das margens do rio Grande às do São Francisco, as cidades pensavam através de um cérebro: São João del-Rei. Em São João vicejava uma elite intelectual composta de tribunos, jornalistas, escritores, poetas, artistas e maestros. Sanjoanense como era, o vigário José Teodoro Brasileiro, então moço e idealista, procurou atrair para Oliveira uma centelha da cultura sanjoanense, trazendo de lá músicos e educadores: maestro João da Mata, maestro Marcos dos Passos, prof. Francisco de Paula Brasileiro e sua esposa, a mestra Ambrosina Brasileiro.
Noutra seção do livro, [FONSECA, 1961: 371-2] acrescenta a seguinte apreciação do mestre tropeiro: 
João Francisco da Mata era pobre, preto e plebeu, percorrendo os três PPP que José do Patrocínio atribuía a si mesmo. Mas era um gênio esse esmolambado João da Mata que percorria as ruas de Oliveira, bebendo a sua cachacinha e espargindo à flux as suas magníficas composições musicais. Se estala a Abolição da Escravatura, brota-lhe do cérebro o Hino da Liberdade. Se vem o 15 de Novembro de 1889, rabisca João da Mata um Hino Republicano, para concorrer com os maiores compositores do país. Em Oliveira, fez ele muita música bonita que, reunida, constituiria uma boa contribuição ao patrimônio musical do Brasil. 
[FONSECA, 1961: 414] refere-se novamente ao Hino da Liberdade, quando da Abolição da Escravitura em 13 de maio de 1888:  
(...) Pela primeira vez foi tocado nesse mesmo lugar o hino da Liberdade, sublime composição do insigne maestro mineiro João Francisco da Mata. 
Antes disso, [FONSECA, 1961: 251-2] informa que a 08-05-1888 chegava à cidade de Oliveira, vindo de São João del-Rei, o bispo-mártir Dom Antônio de Macedo Costa, Bispo do Pará, que se fazia acompanhar do cônego Francisco de Paula da Rocha Nunan, Vigário de São João del-Rei. D. Macedo Costa é chamado pelo autor o estilista da "Questão Religiosa", orador destemido e companheiro heróico de D. Vital na questão epíscopo-maçônica.
“(...) Na comitiva episcopal figuravam o irmão do bispo, dr. Francisco de Macedo Costa, suas sobrinhas Maria Francisca e Marcolina Macedo Costa, cônego Nunan, Júlio Reis, organista da catedral do Pará, Nuno Telmo de Melo e Alfredo Neves, redator do hebdomadário sanjoanense Opinião Liberal. Triunfal foi a entrada de D. Macedo na cidade: bimbalhar de sinos, foguetes, salvas pirotécnicas, discursos. Môças e crianças, formando alas à sua passagem, desfolhavam flôres sôbre D. Macedo, enquanto uma banda musical executava um Ecce Sacerdos magnus, musicalizado aqui ¹, a propósito, pelo maestro João da Mata. (...)
Tenho notícia das seguintes composições de João da Matta em Oliveira:
Motetos do Setenário das Dores: O vos omnes, Cui comparabo te, Plorans ploravi nocte, Vide Domine, Qui est homo qui non fleret, Stabat Mater (música diferente) e Flammis ne urar], cada um num "Passinho", sendo o 1º na igreja dos Passos e o último na Matriz de Nossa Senhora de Oliveira. Minueto das Dores
Ladainha no último dia do Setenário das Dores
Marcha de Dores “Vítima” (no depósito e na Procissão de Dores).

Quanto às músicas profanas atribuídas ao negro tropeiro, maestro e compositor, devo informar em primeiro lugar que no jornal A Pátria Mineira (edição de 03/10/1880) ele anunciou a venda de diversas coleções de músicas, aí incluídas “marchas, dobrados, polcas, modinhas e hinos patrióticos”, sem especificar infelizmente se eram peças de sua autoria, talvez por isso ser óbvio para os leitores, mas frisando sua condição de são-joanense: 
“Espero que os meus bons conterrâneos me favoreçam, comprando-me algumas músicas, visto ser o seu produto para auxiliar a minha viagem à Corte, onde vou publicar uma artinha musical e diversas composições minhas.” 
Por outro lado, consta que a Fundação da Biblioteca Nacional mantém diversas peças da autoria de João da Matta no seu catálogo de partituras. Embora ainda não tenha podido manuseá-las, entretanto posso citar os seus títulos:
Minh’alma é triste” (arranjo para poesia de Casimiro de Abreu),
Os Monarchas” (quadrilhas para bandas),
Miragem!” (marcha festiva),
Canção dos cantos miridionaes” (sic) (poema por Fagundes Varella musicado),
Romance do moço loiro” (poesia de Joaquim Manuel de Macedo musicada).

Em minhas pesquisas, encontrei também no jornal Gazeta Mineira, edição de 1º de agosto de 1891, Anno VIII, nº 352, p. 2, a seguinte notícia: 


“Do nosso conterrâneo e inspirado compositor maestro João da Matta, recebemos o Tango das Moças, música impressa em Juiz de Fora, na typographia dos srs. Leite Ribeiro & Cia.” 

Além dessas peças, fala-se muito de um Hino da Liberdade, composto para a Abolição da Escravatura, e um Hino Republicano, intenso, dinâmico, grandioso, para concorrer com os maiores compositores do país.

No distrito do Rio das Mortes Pequeno, no arquivo da Corporação Musical “Lira do Oriente Santa Cecília”, cujos Mestres-fundadores foram Pedro “Sapo” e João F. da Matta em 22/11/1895, consultei um Histórico redigido por Roberto Múcio da Silva em 30/10/1995 em homenagem ao 1º centenário da corporação musical, no qual afirma que João da Matta “exercia a profissão de tocador de porcos, desta região para a Zona da Mata”. No referido arquivo, localizei ainda duas marchas festivas inéditas para banda, da autoria do negro tropeiro, intituladas “Belleza” e “João da Matta”. 

Dentre as suas composições sacras mais conhecidas, destaco a antífona Tota Pulchra es Maria (para a Sexta-feira Santa), um hino mariano festivo que se soma, também, ao solo ao pregador para tenor: Veni Creator Spiritus (composto em Lavras, 4/9/1873); a antífona Sub tuum praesidium; Stabat Mater nº 1 em si bemol (executada na Sexta-feira Santa na Solene Ação Litúrgica durante a Adoração da Cruz, em São João del-Rei; marcha fúnebre “João da Matta” (executada na Quarta-feira Santa, após a visitação aos Passinhos ² e ao término da Procissão das Dores, no interior da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Prados e também em Lagoa Dourada). Além disso, a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) também cataloga a antífona Ave Maris Stella e uma Missa Carmelitana em Dó. Merecem destaque ainda, com base no mencionado catálogo de partituras da Fundação da Biblioteca Nacional, além das partituras de música profana, as seguintes partituras de João da Matta: Missa Assumpção de Nossa Senhora, a quatro vozes, dedicada a D. Pedro II; Marcha de Santa Anna; Marcha Fúnebre (editada no RJ pela casa Narciso & Arthur Napoleão/1870), etc., etc. 

Mulatismo cultural 

O grande envolvimento dos mulatos com a música fez com que Francisco Curt Lange cunhasse com a expressão “mulatismo cultural” a atividade musical no Brasil, principalmente em Minas Gerais. Esse termo associa a figura do mulato com música e brasilidade. 

Durante o século XVIII e início do XIX, a contratação dos músicos no plano civil era feita pelo sistema de arrematação, por meio da qual o Senado da Câmara pagava pela música das festividades estatais e das celebrações religiosas que promovia. A música se beneficiava dos recursos públicos devido à instituição do regime do padroado, no qual o Rei acumulava as funções de chefe de Estado e de líder religioso. O sistema de arrematação desapareceu na segunda década do século XIX, o que, para José Maria Neves, provocou um desaquecimento na atividade musical. O pesquisador são-joanense Aluízio José Viegas discorda de seu conterrâneo José Maria Neves, no que se referia à Vila (e depois, a partir de 1838, cidade) de São João del-Rei. O que se nota, segundo este, foi a profusão de compositores no século XIX, ao contrário de outras vilas. A vida musical em São João del-Rei se intensificou na segunda metade do século XIX. Assim,
(...) o calendário religioso amplia-se e as duas corporações compostas de coro e orquestra, sentem a necessidade de ampliar seus repertórios, num sentido competitivo de fornecer a melhor música a quem as contratasse”. 
Com isso, a atividade musical se tornou uma via que conferia prestígio aos melhores executantes e, principalmente, aos compositores. Daí, o crescente surto de composições em São João del-Rei no século XIX. 

É sabido que, em São João del-Rei, na época do Brasil Colônia e Brasil Império, a organização social se achava muito estratificada com base na cor de sua população e as corporações musicais e irmandades de São João del-Rei espelhavam essa situação. A Lira Sanjoanense, fundada em 1776 por Mestre José Joaquim de Miranda, avô do compositor Pe. José Maria Xavier, era integrada por "rapaduras" (membros negros, negros forros, pardos, etc.), ao passo que a Orquestra Ribeiro Bastos, fundada em 1840 por Mestre (Francisco José das) Chagas e concorrendo com a Lira Sanjoanense, era integrada por "coalhadas" (membros oriundos da elite branca). Também as irmandades religiosas são-joanenses se dividiam entre aquelas que faziam contratos com a Orquestra Lira Sanjoanense (Irmandades da Nossa Senhora da Boa Morte dos Homens Pardos, de Nossa Senhora do Rosário e de Nossa Senhora das Mercês) e as outras que mantinham contrato com a Orquestra Ribeiro Bastos (Irmandade do Santíssimo Sacramento, Ordens Terceiras de Nossa Senhora do Carmo e de São Francisco de Assis). Claro que não havia uma regra rígida, como a apresentada acima, para essa estratificação. 

Nascimento e morte 

Interrogações também rondam o nascimento de João da Matta. Uma das dificuldades na pesquisa genealógica é que filhos de escravos eram, nos livros de batizados paroquiais, nomeados pelo prenome, no caso “João”. Uma pista pungente sobre a origem dele estaria em dois possíveis assentos de batismo, ambos no Arquivo da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, em São João del-Rei, localizados pelo saudoso musicólogo, historiador e pesquisador Aluízio José Viegas. Esse pesquisador e profundo conhecedor da música são-joanense dizia ter quase certeza de que um registro de batismo, – que se encontra em nossa atual Catedral Basílica, e que contém uma “lacuna”, – seria, com muita probabilidade, o registro do batismo de João da Matta. Não posso deixar de referir-me ao livro “Coalhadas e Rapaduras”, da Coleção Lageana e lançado pela AmiRCo em 2014, onde, na seção de Agradecimentos (p. 17), o autor Eduardo Lara Coelho inclui Aluízio Viegas entre seus benfeitores nos seguintes termos:
“(...) Aluízio também teve grande disponibilidade em rever alguns trechos já escritos e ajudar na pesquisa no Arquivo Diocesano da Matriz de Nossa Senhora do Pilar de São João del-Rei. (...)” Segundo Lara, que dedica a parte final de seu livro a João da Matta (p. 210-233), os prováveis assentos de batismo de João F. da Matta, citados pelo autor nas páginas 211 e 212 do seu livro são dois: o primeiro, datado de 08/02/1844, muito legível na margem e no corpo do assento, sem lacuna e com registro claro, enquanto o segundo, de 28/05/1832, está rasurado ou danificado pelo cupim na margem e a grafia oferece grande dificuldade ao pesquisador (diferentemente do anterior). Sabendo-se que João da Matta faleceu em 04 (ou 05) de junho de 1909 em Serranos, distrito de Aiuruoca, ele devia ter 65 ou 77 anos completos por ocasião de sua morte, caso aceitemos respectivamente como data de seu batismo a primeira hipótese (de 1844) ou a segunda (de 1832). Pelas razões expostas acima sobre "lacuna" e ilegibilidade, de acordo com as próprias orientações de Aluízio Viegas, sou levado a descartar a primeira opção para registro da naturalidade do músico tropeiro. Opto pelo segundo assento de batismo (de 1832) por duas razões: por corresponder melhor às características descritas por Viegas quanto à “lacuna” que dizia existir, e por ser o único a trazer bem identificado o nome de seu pai, no caso “João da Mat(t)a”.

Portanto, acho mais razoável aceitar como sendo de João Francisco da Matta o seguinte registro de batismo (ilegível na margem), que se encontra no Livro de Batizados de 1819-1837, fl. 311v., com as características descritas por Aluízio Viegas: 
“(...) Aos vinte oito de Maio de mil oito centos e trinta e dois nesta Matriz de Nossa Senhora do Pillar da Villa de São João de El Rey o Reverendo Coadjutor Joaquim Joze de Souza Lira baptisou e pos os Santos Oleos a João filho legitimo de João da Mat(t)a e Antonia Maria de São Pio sendo os padrinhos Manoel Joze da Costa Machado, e Joanna Maria Joze Albuquerque (?) Carmelo (?) todos desta Freguezia. 
                                   O Vig.° Luiz José Dias Custódio” 


Quanto ao falecimento de João F. da Matta ocorrido em Serranos, um distrito de Aiuruoca, o jornal são-joanense O Reporter, Anno V, nº 47, edição de 17 de junho de 1909, p. 2 divulgou a triste notícia. 

Finalmente, a música 

Ele foi um músico completo, conforme testemunham periódicos e livros existentes em meu acervo particular e na Biblioteca Municipal Baptista Caetano d’Almeida – a mais antiga de Minas Gerais, inaugurada em 1827 – em São João del-Rei. Foi aí, entre cerca de 30 mil volumes nas prateleiras, que encontrei publicações históricas sobre João da Matta em antigos periódicos são-joanenses.  Todas embasaram palestras ou artigos publicados por mim em meus blogs. Num deles, aliás, destaco o seguinte: 
“Consta que Matta tocava todos os instrumentos de sopro que possuem três chaves ou válvulas (tendo sido virtuose no oficleide) e alguns de corda. Além disso, era pianista, tendo se apresentado em concertos em todo o Oeste e Sul de Minas, atuando ainda como insigne professor de música, hábil afinador de pianos e compositor ativo e fértil, com forte influência da ópera italiana, como a maioria dos seus contemporâneos”.  ³ 
Sobre esse talento múltiplo, lembro ainda que seu dom pianístico só ficou conhecido por testemunhos de quantos o tinham ouvido tocar. Lamento que não tenhamos acesso a composições para o piano, assinadas pelo Maestro são-joanense. Por isso, se algo foi escrito por João da Matta para piano solo, ainda não se tornou conhecido, infelizmente. O que temos são peças para orquestra e coro. Por outro lado, muito se fala em composições profanas que podem estar espalhadas pelas cidades por onde passou e vendeu suas partituras. Como vimos acima, é possível também que exista parte do seu acervo na Biblioteca Nacional, mas o importante a assinalar aqui é que grande parte da sua obra foi impressa em editoras brasileiras de música e tudo indica que o negro tropeiro foi o compositor são-joanense com mais obras musicais publicadas em vida. 

Os “limites da raça” 

Embora a data de nascimento exata de João da Matta ainda seja um mistério, é possível rascunhar o contexto de sua chegada ao mundo. E para negros como ele, no Brasil, o cenário não era dos mais favoráveis. 

Seja nos anos de 1830 ou 1840, o parto do menino João ocorreu em plena “Era Escravocrata” de um país que só tenderia ao abolicionismo a partir de 1850, com a Lei Eusébio de Queirós – proibindo o tráfico de africanos. 

Localmente, no entanto, havia outras nuances sociais. Algo que classifico como “os limites da raça”. Acredito que ele tenha nascido escravo e, em certa altura da vida, tenha conseguido a alforria. Naquela época, negros, mulatos e pardos tinham a chance de alcançar melhor status social se se dedicassem às artes. Foi o caso de João da Matta, que se descobriu sob a batuta de Martiniano Ribeiro Bastos, lembrando que o próprio Ribeiro Bastos era mulato. Não só ele como outros grandes nomes da música são-joanense eram mulatos, como o Padre José Maria Xavier (1819-1887), cujo bicentenário de nascimento celebramos neste ano, e Presciliano José da Silva (1854-1910). 

Há também, nas páginas dessa história, grandes ironias. Estamos falando sobre uma época muito estratificada, dividindo as pessoas com base no poder aquisitivo, na religião e, sobretudo, na cor. O prestígio que João da Matta conquistou representou, então, superação pessoal. E essa sua trajetória significou muito para a mineiridade e a História brasileira. 

Coalhadas e Rapaduras 

A distinção por cor da pele se refletia, portanto, no próprio meio musical. E foi pano de fundo para certa “rivalidade” entre a Orquestra Ribeiro Bastos e a Lyra Sanjoanense no século XIX. À época, os primeiros foram apelidados como Coalhadas e os últimos como Rapaduras. João da Matta pertenceu à Orquestra da Lyra Sanjoanense (ou seja, era um rapadura), conforme comprova o estandarte da Sociedade Lyra S. Joanense, trabalho de Luiz Batista Lopes, benzido solenemente a 31/03/1889.  
 
Estandarte da Sociedade Lyra S. Joanense, trabalho de Luiz Batista Lopes, originalmente benzido solenemente a 31/03/1889 e refeito em 1976 a partir do original. O nome de João F. da Matta aparece à direita do ramo verde superior. Crédito pelas imagens: Rute Pardini.


No meio de uma disputa por favoritismo e apreço do público, os títulos jocosos ganharam duas explicações. Uma delas de que faziam referência à branquitude da Ribeiro Bastos (fundada em 1840) – embora tivesse como maestro um músico afrodescendente – e à negritude da Lyra (fundada em 1776). 

Em entrevista ao Jornal das Lajes, no entanto, o historiador e escritor Eduardo Lara Coelho frisa: 
“Essa versão é pouco confiável, visto que os dois grupos eram majoritariamente compostos por negros e tocavam para instituições de brancos, pardos e negros. A outra versão se relaciona ao fato de que a sede da Ribeiro Bastos seria próxima de uma fábrica de queijos. Daí os integrantes da Lyra chamarem os da Ribeiro de Coalhadas. Esses, para não ficarem por baixo, chamaram os da Lyra de Rapaduras”.  
Confusões 

Nenhum desses impasses, no entanto, se compara às confusões pessoais de João da Matta. Tropeiro, livre, boêmio e afeito ao álcool, o músico protagonizou episódios turbulentos em sua biografia. 

Um deles teria ocorrido em 1891, de acordo com um processo criminal acusando o músico de “ofensa física” a Vicente Mendes, em Oliveira. Cinco anos mais tarde, outro crime foi associado a Matta, que teria esfaqueado Cândido José Fernandes em São João del-Rei. Por esse crime, ficou preso até abril de 1897. Fato é que a fama de arruaceiro se espalhou pelas cidades no Campo das Vertentes, a ponto de o jornal Arauto de Minas (edição de 11/10/1883) publicar uma nota, destacando que 
"o nosso maestro, retirando-se da cidade de Oliveira, trouxe honrosos atestados de autoridades e pessoas altamente colocadas, asseverando ter sido irrepreensível o seu procedimento naquele lugar”. 
Essa publicação era extremamente conservadora. Ainda assim, o periódico reservou espaço a João da Matta, de poucas posses e de vida errante, por considerar sua importância artística. Com esse discurso, mencionando as autoridades, o texto parece dizer: ‘Fiquem tranquilos. Ele é um bom homem’. 

Reconhecimento 

Também Juiz de Fora soube valorizar o talento de João da Matta. Conta-se que no jornal O Pharol (edição de 12/10/1890) foi transcrita a crônica de Gustavo Pena, sobre o famoso filho de São João del-Rei, que realizara no Teatro Novelli, em Juiz de Fora, um concerto musical 17 anos atrás, ou seja, em 1873. Vejamos as palavras do cronista: 
“(...) Há, talvez, 17 anos ouviu o escritor destas linhas este juízo a respeito do maestro mineiro, pronunciado pelo imortal autor do ‘Guarani’: “Que esplêndido talento tão desaproveitado... Se vocês querem, eu vou pedir ao imperador que lhe conceda uma pensão, para ir seguir o curso no Conservatório de Milão”.
E acrescentava, com franqueza escoimada de falsa modéstia:
Assim como encontrei quem me amparasse, quando não passava de um pianista acaipirado, desejo também por minha vez ser útil aos que ainda lutam na obscuridade.” 

Algo que não aconteceu. Infelizmente, ele jamais estudou fora do país. O que se comenta em São João del-Rei é que João da Matta teria recusado a bolsa de estudos intermediada por Carlos Gomes para estudar na Itália por causa de seu casamento recente com Ambrosina Silva da Matta. Ao menos essa é a tese ventilada, em que não acredito todavia. Mas ainda há algo mais curioso nessa história: seis anos depois dos fatos narrados, é outro são-joanense, Presciliano José da Silva, quem iria para Milão. Após ter estudado humanidades no Colégio Imperial no Rio de Janeiro, Presciliano embarca em 19/04/1879 para a Itália, de posse de uma bolsa de estudos obtida junto ao imperador D. Pedro II, e matricula-se na Real Escola de Milão, onde se gradua. Há alguma característica que une Matta e Presciliano? Sim, ambos eram igualmente negros, discípulos de Martiniano Ribeiro Bastos e músicos talentosos. De volta ao Brasil, Presciliano desenvolveu atividades musicais em Cantagalo, Nova Friburgo e Campinas. 

O episódio que envolveu João da Matta e Carlos Gomes levou o poeta Bento Ernesto Júnior a fazer-lhe um elogio lapidar no ano de 1938 em artigo intitulado “A Música em São João del-Rei”, no jornal A Tribuna nº 1268, em edição especial de 40 páginas: 
“O pobre negro, em a noite de sua desgraça, teve um farto raio de luz a iluminar-lhe a personalidade humilde na grande admiração que por toda parte se lhe dedicava e a consagração invulgar da mais rutilante glória da música brasileira – o grande, o imortal Carlos Gomes, que proclamou João da Matta uma das mais admiráveis organizações musicais, que lhe fora dado conhecer.” 
Buscas
 
Intrigado com os achados das minhas pesquisas iniciais, quero descobrir mais. Considero que há muitas dúvidas em torno dessa figura tão emblemática. Então sigo investigando a história, jornais, livros. Quero ir aonde houver um arquivo sobre João da Matta. 

Nessa jornada, já perambulei por alguns municípios e distritos onde Matta supostamente esteve. Possuo material coletado em Oliveira que é suficiente para abastecer inúmeros artigos. Quero, agora, fazer minhas buscas no Rio de Janeiro. Corte Imperial entre 1850 e 1870, a cidade era constantemente frequentada pelo músico, que inclusive vendia partituras quando de suas passagens por sua cidade natal São João del-Rei e outras cidades mineiras para custear viagens até a Corte. 

Ali teria conhecido músicos que, mais tarde, dariam início ao gênero samba no Brasil. “Almirante”, pseudônimo de Henrique Foréis Domingues (1908-1980), que organizou, abnegadamente, importante arquivo pioneiro da Música Popular Brasileira, cita João Francisco da Matta como companheiro, na cidade do Rio de Janeiro, dos precursores do samba e um dos introdutores do gênero samba no Brasil. 

Tido como uma lenda, João F. da Matta faleceu em Serranos, distrito de Aiuruoca, Minas Gerais, em 1909. Um negro genial admirado por toda parte e aclamado enquanto vivo, pranteado na época da morte e, finalmente, reconhecido como figura representativa de um século por ocasião do 1º centenário da Cidade de São João del-Rei (1938), nas páginas de “O Correio” principalmente, do “Diário do Comércio” e de “A Tribuna”. 

Como herança deixou outro músico, o filho Targino da Matta. Sabemos que foi um violoncelista e trompetista extraordinário, que brilhou na Orquestra Ribeiro Bastos no final do século XIX e início do XX, notabilizando-se em Belo Horizonte – para onde se transferiu posteriormente. 

Finalmente, estou feliz pela oportunidade de falar um pouco sobre minhas pesquisas focalizando o negro tropeiro João Francisco da Matta, Maestro são-joanense cuja memória merece sempre ser reverenciada sobretudo por seus conterrâneos, especialmente neste ano de 2019 quando comemoramos 110 anos de seu falecimento em Serranos, distrito de Aiuruoca

Como vimos, algumas poucas matérias jornalísticas foram publicadas em São João del-Rei durante a vida de João F. da Matta, principalmente sob a forma de anúncios de vendas de partituras; poucas matérias saíram na época da morte do músico, sobretudo nas cidades onde deixou saudade e, finalmente, em maior quantidade e em número cada vez mais crescente, após o trespasse de nosso homenageado, especialmente por ocasião do 1º centenário da Cidade de São João del-Rei festejado em 1938 - trazendo as impressões de seus autores sobre os traços marcantes de João da Matta, sua vida e sua obra. 

O objetivo deste trabalho é incentivar outros pesquisadores a ampliarem o debate salutar sobre o genial João Francisco da Matta, trazendo a lume o que já existe escrito sobre ele e, ao mesmo tempo, contando com o compartilhamento de novas informações e produções do compositor são-joanense ainda desconhecidas, porventura existentes nas cidades que ele percorreu em sua profissão de tropeiro. 

Catálogo de partituras de João Francisco da Matta: 

Modinha Flores d’Alma 
Polca Estrela Vésper 
Quadrilhas A Opulenta 


Tota pulchra es Maria (antífona) 
Missa Stella Missa São Sebastião 
Missa de Santa Cecília 
Missa Assunção de Maria 
Missa da Sacra Família 
Missa “La Speranza” 
Missa N. Sra. de Lourdes 
Veni e Domine da Sacra Família 
Veni e Domine para a Novena do Carmo 
Sub tuum praesidium 
Hino à Santíssima Trindade 
Tota pulchra em si bemol 
Ave Regina Caelorum 
Ave Maria Hino de Santa Teresa de Jesus 
Stabat Mater Vidit suum 
Te Deum nº 1 
Te Deum de Santa Efigênia 
Te Deum “Rosa de Ouro” 
Tantum Ergo 
Ecce Sacerdos magnus 
Semeneorum 
O Sacrum Convivium 
Ave Maris Stella – antífona 
Quem terra pontus – solo ao pregador 
Regina Mundi – antífona 
Benedictus – alternado – a cappela 




NOTAS EXPLICATIVAS

¹ “Ecce Sacerdos Magnus” é uma antífona que a liturgia da Igreja Católica Romana utiliza para a entrada solene de um bispo. 

²  "Passinhos são capelinhas construídas em certos pontos das ruas por onde costuma passar a procissão do Encontro. Representam as estações da Via-Sacra. Tantos "passinhos", tantas paradas da procissão." (Cf. FONSECA, op. cit., p. 327)

³  Cf. BRAGA, Francisco J.S.: João da Matta, o compositor são-joanense mais publicado pelas editoras brasileiras de música, post de 27/11/2017 do Blog de São João del-Rei

https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2017/11/joao-da-matta-o-compositor-sao-joanense.html 
 

BIBLIOGRAFIA


BRAGA, Francisco J. S.: João da Matta, maestro e compositor são-joanense
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2017/08/joao-da-matta-maestro-e-compositor-sao.html

________. Considerações de escritores sobre o Maestro e compositor são-joanense João da Matta
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2017/08/consideracoes-de-escritores-sobre-o.html

________. João da Matta, o compositor são-joanense mais publicado pelas editoras brasileiras de música
https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2017/11/joao-da-matta-o-compositor-sao-joanense.html

COELHO, Eduardo Lara: COALHADAS E RAPADURAS: estratégias de inserção social de músicos negros em São João del-Rei (século XIX), Coleção Lageana, 2014, Resende Costa: amiRCo, 271 p.

FONSECA, Luiz Gonzaga: HISTÓRIA DE OLIVEIRA, 1961, Belo Horizonte: Editôra Bernaardo Álvares S/A, 457 p.
http://www.gazetademinas.com.br/Arquivos/historia-de-oliveira.pdf

MARTINS, Elaine: Historiador da UFSJ lança livro sobre músicos negros no século XIX e sobre a tradição musical de São João del-Rei, Jornal das Lajes, edição de 13/11/2014

VIEGAS, Aluízio José. Música em São João del-Rei de 1717 a 1900. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, São João del-Rei, nº V, 1987, p. 53-65.

VIEGAS, Augusto: NOTÍCIA DE SÃO JOÃO DEL-REI, 3ª edição, 1969, Belo Horizonte: Ed. n/d, 273 p.



12 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Tenho o prazer de enviar-lhe o estado da arte sobre JOÃO FRANCISCO DA MATTA no âmbito das minhas pesquisas, sem ainda acrescentar elementos que encontrei na cidade de Oliveira-MG, que brevemente prometo trazer ao seu conhecimento. Já possuo material coletado em Oliveira que é suficiente para abastecer inúmeros artigos. Quero, agora, fazer minhas buscas no Rio de Janeiro. Corte Imperial entre 1850 e 1870, a cidade era constantemente frequentada pelo músico, que inclusive vendia partituras quando de suas passagens por sua cidade natal São João del-Rei e outras cidades mineiras para custear viagens até a Corte.

Além de Oliveira e Rio de Janeiro, sabe-se que o músico teve especial predileção por Lavras, Mar de Hespanha e Juiz de Fora, vindo a falecer no distrito de Serranos, município de Aiuruoca, em 04/06/1909.

Neste trabalho, defendo que o músico tropeiro nasceu em São João del-Rei em 28/05/1832, conforme evidências existentes no Arquivo Paroquial da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar.

Cordial abraço,
Francisco Braga
Gerente do Blog de São João del-Rei

Prof. Fernando de Oliveira Teixeira (professor universitário, escritor, poeta e membro da Academia Divinopolitana de Letras, onde é Presidente) disse...

Prezado Braga, bom dia.Obrigado pelo envio. Fernando Teixeira

Dr. Alaor Barbosa dos Santos (advogado, escritor, jornalista, autor de contos, romances e ensaios, membro da Academia Goiana de Letras) disse...


Conheço Aiuruoca.

Targino Azeredo (neto de João da Matta, filho do violoncelista Targino da Matta) disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga.
Sensibilizado por saber e me informar das suas pesquisas, de seu legítimo interesse pela notável figura desse músico. Acho que a manutenção, revelação e valorização dessa Memória, através do conhecimento pelos estudos e publicações como os que realiza, são justíssimas e também necessárias, em todos os sentidos.
Muito obrigado e boa continuidade de trabalho.
Cupertino

Prof. José Maurício de Carvalho (professor titular aposentado da UFSJ e do Centro Universitário Presidente Tancredo Neves - UNIPTAN, membro do Instituto de Filosofia Brasileira, do Instituto de Filosofia Luso-brasileira com sede em Lisboa, da Academia de Letras de São João del-Rei e da Academia Mantiqueira de Estudos Filosóficos) disse...

Muito bem, Francisco. Abraços, Mauricio

Dr. Mário Pellegrini Cupello (escritor, pesquisador, presidente do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, e sócio correspondente do IHG e Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigo Braga

Muito interessante este post, pelo que agradecemos o envio.

A propósito, D. Francisco Barroso Filho, um querido amigo nosso que reside hoje em Ouro Preto, é Bispo Emérito da Diocese de Oliveira, cidade onde o ilustre amigo fez pesquisas sobre João Francisco da Matta.

Abraços, de Mario e Beth.

Targino Azeredo (bisneto de João da Matta e neto do violoncelista Targino da Matta) disse...

Ok. Muitissimo grato.

Paulo Roberto Sousa Lima (escritor, gestor cultural e presidente eleito do IHG de São João del-Rei para o triênio 2018-2020) disse...

Parabéns pelo belo e profícuo esforço.
Paulo Sousa Lima

Dra. Merania de Oliveira (jornalista e viúva do ex-presidente da Academia Marianense de Letras, Dr. Roque Camêllo, e fundadora do Instituto Roque Camêllo) disse...

Dr. Francisco,
Parabéns! Feliz a cidade de São João Del Rei que tem um filho tão dedicado às pesquisas sobre sua gente.
Parabéns!
Estes trabalhos merecem ser publicados em um livro.

Unknown disse...

Bom dia como posso falar com voce? Sou do Coral Prof Mucio lo Buono da cidade de Oliveira ...

Unknown disse...

Boa tarde
Estas obras do compositor Joao da Matta em Oliveira estão equivocadas. São sete Motetos de Dores (o vos omnes, cui comparabo te, plorans ploravit, Vide Domine, Qui est homo, Stabat mater e Inflamattus) em conjunto com o Minueto de Dores e Ladainha de Dores, entretanto há mais composições além dessas e que o Coral Professor Mucio lo Buono e o Grupo Vocalis Barroco estão resgatando.
Domine Veni para novena de NS das Dores.
Stabat Mater para adoração da Cruz autografado.
Dobrado Vera Cruz e Dobrado Firmamento.
Missas que estão sendo editadas.

As obras mencionadas no texto do Setenário são : Stabat Mater em dó maior com solo de tenor variante do Stabat Mater em si bemol que cantam em São Joao del Rei, Um Cui comparabote é do Martiniano Ribeiro Bastos com caligrafia original do Joao da Matta.

Entretanto há ainda pesquisas feita no arquivo paroquial.Inclusive algumas partituras com assinatura do filho do Joao da Matta (Targino). Quero muito conversar com você!

Grande abraço
Lívio Pereira